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Bolsonaro para fechar a Ceitec

[F*U*S*A*|KåMµ§]

Who will define me?
Bom.

Quando entrei no ramo de pesquisa em física de semicondutores em 2007, havia um farol de esperança que o país iria finalmente passar a investir neste ramo cientifico que é tão estratégico e importante para qualquer país que queira participar das revoluções em nanotecnologia e computação de alta eficiência. Esse farol era o investimento na primeira fábrica voltada a processamento de semicondutores para fabricação de dispositivos eletrônicos do país, a Ceitec.

Não era um projeto para curto prazo visando colocar o país de pau a pau com as maiores empresas de pesquisa em semicondutores do mundo. Isso seria impossível a não ser que o investimento fosse em valores absurdamente altos, o que não ocorreu.
Era uma investida para não deixar o país tão retrógrado no ramo como ocorreu desde que a Telebras foi privatizada no final dos anos 90 e que resultou no fechamento do único polo de pesquisa em massa em semicondutores do país. Foram 10 anos de sombras para o ramo.

Agora, com pesar, vejo o novo governo anunciando o fechamento da Ceitec. Porque achava que a Ceitec era pra ter sido uma Samsung. Mostrando que mesmo que ele faça discursos dizendo que promoverá ciência, ele não sabe o que é promover ciência. Nunca soube e aparentemente nunca saberá.
E pior, dizendo que o fechamento se dá por não haver interesse estatal para a área. A área de pesquisa em semicondutores. A área que trata de células solares, iluminação de alta eficiência com LEDs, visão térmica infravermelha, entretenimento (qualquer motion control, oculos de realidade virtual).

Uma pena.
Futuro negro para a ciência no país no horizonte 10 anos depois de parecer que tínhamos entendido sua importância.



Fonte:
https://economia.estadao.com.br/not...2?utm_source=estadao:whatsapp&utm_medium=link
 
São dois pontos importantes:

1 - Uma coisa é não reconhecer que o setor de semicondutores é altamente competitivo e importante pra se investir. Isso não se discute e é péssimo pro país não ter esse investimento.. OK Concordo.

2 - Outra é ao longo de uma década sob comando estatal antes do atual governo, não ter sido capaz de operar no azul e produzindo números muito baixos de receita diante do investimento feito e do potencial do setor. Daí é muito simples e fácil elogiar quando se investe gerando emprego imediato, mas saber administrar bem o negócio que é bom.... :roll:. Isso se esquecem né?

Do que tenho acompanhado a distância, uma vez li que logo quando isso foi criado, um alemão que chegou a administrar essa empresa já dizia que a Ceitec só seria sustentável a longo prazo somente se fosse privatizada. Tentou bater de frente com o governo da época e não tendo êxito pulou fora. Será que ele não tinha razão?

Mas fica o consolo que Bolsonaro não é 100% inflexível como foi pintado na campanha e tem dado várias recuadas quando pressionado. Cabe a atual administração da empresa brigar pela sua manutenção muito bem justificada pela importância que esse setor tem, mas ficando uma responsabilidade imensa e bem maior de ser melhor administrada, pois não dá pra ficar tanto tempo com as contas no vermelho.
 
Última edição:
Uma coisa a se pensar é quanto tempo e dinheiro é necessário para desenvolver a microeletrônica num país. Pesquisem quantos milhões e até bilhões de dólares alguns governos investiram e ainda investem na indústria de semicondutores em seus países. Quanto foi investido até agora, o valor de uma obra de um estádio da copa?
A cada troca de governo os projetos do outro são descontinuados. O que impera no Brasil é o egoismo e o imediatismo. Não existe um plano como nacao.

https://www.jornaldocomercio.com/_c...c-e-defendido-por-especialistas-do-setor.html
 
São dois pontos importantes:

1 - Uma coisa é não reconhecer que o setor de semicondutores é altamente competitivo e importante pra se investir. Isso não se discute e é péssimo pro país não ter esse investimento.. OK Concordo.

2 - Outra é ao longo de uma década sob comando estatal antes do atual governo, não ter sido capaz de operar no azul e produzindo números muito baixos de receita diante do investimento feito e do potencial do setor. Daí é muito simples e fácil elogiar quando se investe gerando emprego imediato, mas saber administrar bem o negócio que é bom.... :roll:. Isso se esquecem né?

Do que tenho acompanhado a distância, uma vez li que logo quando isso foi criado, um alemão que chegou a administrar essa empresa já dizia que a Ceitec só seria sustentável a longo prazo somente se fosse privatizada. Tentou bater de frente com o governo da época e não tendo êxito pulou fora. Será que ele não tinha razão?

Mas fica o consolo que Bolsonaro não é 100% inflexível como foi pintado na campanha e tem dado várias recuadas quando pressionado. Cabe a atual administração da empresa brigar pela sua manutenção muito bem justificada pela importância que esse setor tem, mas ficando uma responsabilidade imensa e bem maior de ser melhor administrada, pois não dá pra ficar tanto tempo com as contas no vermelho.
Dois pontos:

1) Se você acha que 10 anos para desenvolvimento de uma industria que estava zerada no país desde 98 é longo prazo, então dá para entender porque projetos científicos no país realmente sempre são descontinuados.
E porque nunca ficou no azul? Porque ainda é fase de fomento. Sabe que o país não possui uma fábrica de purificação de silicio? Ou qualquer uma de produção de insumos para a fabricação dos dispositivos, na verdade. Esses deveriam ser os próximos passos. Esses foram os passos que os países que hoje estão milhões de anos a nossa frente fizeram, com dinheiro estatal pesado.
Quer que seja a Samsung? Ok. Que então se arme um esquema de propinas bilionarias como a presidenta coreana fez com a empresa dita privada coreana.

2) Fomento estatal existe para tapar um gap existente entre a tecnologia nacional e a internacional.
De novo. Papo de privatização para desenvolvimento tecnológico devia ter sido extinguido desde a citada privatização da Telebras. A privatização da Telebras talvez criou na cabeça de leigos que o país avançou cientificamente e tecnologicamente na área porque os serviços melhoraram (e indubitavelmente melhoraram). Mas não. A tecnologia é estrangeira e importada. A pesquisa nacional no ramo morreu naquele período. Se as empresas espanholas, e quais outras nacionalidade que sejam, realmente quiserem abandonar o país, a gente tá perdido.
É o imediatismo do serviço contra a estabilidade do desenvolvimento científico interno.
Acha que uma empresa européia que detém o knowhow de fabricação de moduladores, lasers, sensores infravermelhos pra comunicação por fibra vai colocar 1 centavo numa universidade brasileira (ou qualquer polo científico que seja) para que a gente consiga desenvolver esse produto internamente. Faz me rir. Óbvio que não. Muito menos vão construir um polo científico deles no país para desenvolver algo que eles já possuem.
E empresas brasileiras não investem. Porque, de novo, como no ponto 1, não é retorno imediato. Principalmente para um setor tão atrasado.


Mas enfim.
Que aprendamos criacionismo nas escolas, compremos tudo dos EUA e sejamos felizes assim.
 
Da forma que as coisas são historicamente no Brasil, mesmo que houvesse uma proteção por lei que assegurasse que um novo investimento estatal desse tipo não pode ser dissolvido em hipótese nenhuma por nenhum outro governo de sucessão, em pelo menos 50 anos pra que o país tivesse um tempo razoável pra desenvolver uma tecnologia de ponta, do jeito que é atualmente eu não boto a menor fé em estatais em nosso país por um simples fato: corrupção.

Mesmo que o investimento não fosse nem tão pesado, como sempre acontece em qualquer setor, é muito raro uma estatal brasileira passar muito tempo sem escapar de desvio de dinheiro e superfaturamento por menor que seja. Então por mais que me fale que 10 anos é pouco pra uma estatal brasileira começar a tirar o atraso porque ainda fase de fomento, etc, etc, eu apostaria todas as minhas fichas fácil que um país com muito menos corrupção que o nosso, com o mesmo dinheiro investido e o mesmo material humano teria feito muito mais.
 
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