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E se a nomenclatura dos planetas fosse baseada em Tolkien?

Lworin

das Colinas de Ferro
Vários corpos celestes do nosso sistema estelar foram nomeados em homenagem à divindades da mitologia romana, e durante a história outros povos já deram outros nomes à eles. Pensando nisso, me dei a liberdade de fazer uma "brincadeira", só por diversão mesmo, traçando paralelos entre as semelhanças dos deuses greco-romanos e os Ainur (de forma superficial) pra tentar rebatizar o sistema solar em homenagem à nossa mitologia favorita. Vejam como ficou:

  • Mercúrio (Hermes)
Sendo o primeiro e mais rápido planeta a partir do Sol, recebeu o nome do deus Hermes. Mas a partir de agora será renomeado em homenagem à Nessa, a Senhora das Danças, Valië conhecida por sua velocidade.

  • Vênus (Afrodite)
O segundo planeta do sistema solar leva o nome correspondente à deusa da beleza e da fertilidade Afrodite, atributos semelhantes aos de Vána, a Sempre-Jovem.

  • Terra (Gaia)
No nosso planeta, que representa a deusa primordial Gaia, temos um pequeno impasse. Podemos considerar Arda o nome mais adequado para a habitação dos Filhos de Ilúvatar, mas também seria muito justo homenagear Yavanna, a Rainha da Terra.

  • Marte (Ares)
O planeta vermelho, o quarto na sequência, representa o deus da guerra e da violência Ares, portanto é comparável a Melkor, ou Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo.

  • Júpiter (Zeus)
O maior dos planetas do sistema solar recebe o nome de Zeus, líder dos deuses greco-romanos, e pra nós também será uma homenagem a Manwë, o Rei dos Valar, Senhor dos Ares.

  • Saturno (Cronos)
O sexto planeta homenageia o titã Cronos, senhor do tempo. Agora vamos rebatiza-lo como Vairë, em referência à Tecelã do Tempo.

  • Urano (Céu)
O sétimo planeta representa o deus primordial Céu, que compartilha algumas semelhanças com Varda, a Senhora da Luz e das Estrelas (aqui foi necessária uma pequena adaptação de interpretação, já que o deus greco-romano representa o céu inferior, e não o espaço onde ficam as estrelas).

  • Netuno (Poseidon)
O último planeta é recebe o nome do deus dos mares Poseidon, obviamente comparável a Ulmo, o Senhor das Águas.

  • Plutão (Hades)
Embora não seja mais classificado como planeta, Plutão recebe o nome de Hades, deus do sub-mundo. Para nós ele será Námo Mandos, o Senhor dos Mortos.

  • O Sol e a Lua
Apesar de existir a associação com Apolo/Febo na mitologia greco-romana, aqui é muito mais justo apenas seguir a mitologia de Tolkien e dar o nome nos Maiar condutores do Sol e da Lua. Portanto nosso astro rei passa a se chamar Arien, e nosso satélite agora é Tilion. Uma outra opção é homenagear as árvores de Valinor, respectivamente Laurelin e Telperion.
 
Quanto a Marte, acho que Tulkas seria uma alternativa melhor. Melkor não é, em si, o Ainu da guerra e da violência. Ele é a vontade de criar frustrada. É esse frustração que o corrompe e leva-o à guerra e violência
 
Quanto a Marte, acho que Tulkas seria uma alternativa melhor. Melkor não é, em si, o Ainu da guerra e da violência. Ele é a vontade de criar frustrada. É esse frustração que o corrompe e leva-o à guerra e violência

Sim, eu cheguei a cogitar isso, o Tulkas faz bastante sentido como deus da guerra e tem ainda o bônus de ser cônjuge da Vána, assim como Marte era de Vênus. Mas como na prática o Melkor desempenha o papel de "vilão" da história assim como Marte, e por ele ser um dos principais Valar, achei que seria justo colocar ele.
 
Sim, eu cheguei a cogitar isso, o Tulkas faz bastante sentido como deus da guerra e tem ainda o bônus de ser cônjuge da Vána, assim como Marte era de Vênus. Mas como na prática o Melkor desempenha o papel de "vilão" da história assim como Marte, e por ele ser um dos principais Valar, achei que seria justo colocar ele.


Ares/Marte não é o “vilão” da mitologia greco-romana (especialmente da romana, que na Eneida alega que o fundador de Roma é filho dele). Os deuses dela são antropomórficos demais pra serem lidos como vilões do conjunto inteiro.
 
Em um cenário assim podemos imaginar que a influência de Tolkien estaria para além daquela trazida por um simples escritor de fantasia uma vez que os primeiros planetas vieram a receber nomes numa época de grande influência da herança da civilização ocidental de onde os citados nomes foram usados na ciência. O que significa dizer que ele seria no mínimo um grande compilador ou pensador de uma língua e cultura antigas ligando as palavras dele a algum povo que realmente existiu e que preservasse ou cultuasse os Poderes como divindades nos livros.

É possível imaginar, nesse caso, um Tolkien vivendo em Roma perto do ano zero escrevendo volumes que se tornariam clássicos. Ele teria uma família bem instruída e estaria próximo de combates reais nas guerras do império romano (seria um cidadão) talvez também convocado para lutar e enriquecendo ainda mais textos de lei e religião.
 
Vários corpos celestes do nosso sistema estelar foram nomeados em homenagem à divindades da mitologia romana, e durante a história outros povos já deram outros nomes à eles. Pensando nisso, me dei a liberdade de fazer uma "brincadeira", só por diversão mesmo, traçando paralelos entre as semelhanças dos deuses greco-romanos e os Ainur (de forma superficial) pra tentar rebatizar o sistema solar em homenagem à nossa mitologia favorita. Vejam como ficou:

  • Mercúrio (Hermes)
Sendo o primeiro e mais rápido planeta a partir do Sol, recebeu o nome do deus Hermes. Mas a partir de agora será renomeado em homenagem à Nessa, a Senhora das Danças, Valië conhecida por sua velocidade.

  • Vênus (Afrodite)
O segundo planeta do sistema solar leva o nome correspondente à deusa da beleza e da fertilidade Afrodite, atributos semelhantes aos de Vána, a Sempre-Jovem.

  • Terra (Gaia)
No nosso planeta, que representa a deusa primordial Gaia, temos um pequeno impasse. Podemos considerar Arda o nome mais adequado para a habitação dos Filhos de Ilúvatar, mas também seria muito justo homenagear Yavanna, a Rainha da Terra.

  • Marte (Ares)
O planeta vermelho, o quarto na sequência, representa o deus da guerra e da violência Ares, portanto é comparável a Melkor, ou Morgoth, o Sinistro Inimigo do Mundo.

  • Júpiter (Zeus)
O maior dos planetas do sistema solar recebe o nome de Zeus, líder dos deuses greco-romanos, e pra nós também será uma homenagem a Manwë, o Rei dos Valar, Senhor dos Ares.

  • Saturno (Cronos)
O sexto planeta homenageia o titã Cronos, senhor do tempo. Agora vamos rebatiza-lo como Vairë, em referência à Tecelã do Tempo.

  • Urano (Céu)
O sétimo planeta representa o deus primordial Céu, que compartilha algumas semelhanças com Varda, a Senhora da Luz e das Estrelas (aqui foi necessária uma pequena adaptação de interpretação, já que o deus greco-romano representa o céu inferior, e não o espaço onde ficam as estrelas).

  • Netuno (Poseidon)
O último planeta é recebe o nome do deus dos mares Poseidon, obviamente comparável a Ulmo, o Senhor das Águas.

  • Plutão (Hades)
Embora não seja mais classificado como planeta, Plutão recebe o nome de Hades, deus do sub-mundo. Para nós ele será Námo Mandos, o Senhor dos Mortos.

  • O Sol e a Lua
Apesar de existir a associação com Apolo/Febo na mitologia greco-romana, aqui é muito mais justo apenas seguir a mitologia de Tolkien e dar o nome nos Maiar condutores do Sol e da Lua. Portanto nosso astro rei passa a se chamar Arien, e nosso satélite agora é Tilion. Uma outra opção é homenagear as árvores de Valinor, respectivamente Laurelin e Telperion.

Essa compilação das nomenclaturas teria sido feita numa versão abandonada unindo o aspecto metafísico/fantástico com os conceitos astronômicos das nossas ciências. No livro "The Book of Lost Tales" - Chris Tolkien referencia alguns nomes das constelações que rodeariam o nosso Sistema Solar. Nesta versão, Arda não se limitaria só ao planeta Terra, mas seria, pelo menos, todo o nosso Sistema Solar:

Then Varda took the silver dews from the vats of Telperion, and therewith she made new stars and brighter against the coming of the First-born. Wherefore she whose name out of the deeps of time and the labours of Ea was Tintalle, the Kindler, was called after by the Elves Elentari, the Queen of the Stars. Karnil and Luinil, Nenar and Lumbar, Alkarinque and Elemmire she wrought in that time, and other of her works of old she gathered together and set as signs in Heaven that the gods may
read: Wilwarin, Telumendil, Soronume, and Anarrima; and Menelmakar with his shining belt that forebodes the Last Battle that shall be.

Existe um artigo (especulatório) de uma fã, Cristine Larsen, em que a mesma comenta a visão cosmológica de Tolkien em sua versão tardia, da qual o Universo estaria mais detalhado, não se limitando ao conto principal que ocorre em Arda-Terra: http://muse.jhu.edu/article/182564

Concurrent with early versions of the mythology Tolkien developed a list of names and meanings called the Qenya Lexicon. Christopher Tolkien included extracts from this in an appendix to The Book of Lost Tales, including mentions of specific stars, planets, and constellations in the entries: Gong, Ingil, Mornië, Morwinyon, Nielluin, Silindrin, and Telimektar.[27] In the introductory text for the index of Morgoth's Ring Christopher Tolkien notes several names which his father identified as planets, but speculates that this may have been passing thoughts rather than definitive conclusions.

Ethereal regions[edit]
  • Fanyamar, Cloudhome—The upper air where clouds form.
  • Aiwenórë, Bird-land—The lower air where the paths of birds are found.
  • Vista, Air (the Atmosphere)—Vista is the breathable air.
Stars and planets[edit]
  • Alcarinque, Morwen,[32] Silindo (Jupiter?)[33]
  • Borgil (Aldebaran?)[34]
  • Carnil (Mars?)[33]
  • Eärendil's Star, "Gil-Amdir",[35] "Gil-Estel",[36] "Gil-Oresetel", and "Gil-Orrain"[37] – The light of a Silmaril, set on Eärendil's ship Vingilot, represents the planet Venus. The English use of the word "earendel" in the Old English poem Crist I was found by 19th century philologists to be some sort of bright star, and from 1914 Tolkien understood this to mean the morning-star and he also gave the word a capital letter to make it a name. The line éala éarendel engla beorhtast "Hail, Earendel, brightest of angels" was thus Tolkien's inspiration for this part of the legendarium. The Old English phrase is rendered in Quenya as Aiya Eärendil, elenion ancalima! "Hail Eärendil, brightest of stars!".
  • Elemmire (Mercury?)[33]
  • Helluin, Gil,[38] Nielluin, Nierninwa (Sirius)[39]
  • Luinil (Uranus?)[33]
  • Lumbar (Saturn?)[33]
  • Morwinyon (Arcturus)[40]
  • Nenar (Neptune?)[33]
Constellations[edit]
  • Eksiqilta, Ekta (Orion's Belt)[41]
  • Menelvagor, Daimord,[42] Menelmacar, Mordo,[43] Swordsman of the Sky, Taimavar, Taimondo, Telimbektar, Telimektar, Telumehtar (Orion)[44]—A constellation meant to represent Túrin Turambar and his eventual return to defeat Melkor in The Last Battle. Menelmacar superseded the older form, Telumehtar (which nonetheless continued in use), and was itself adopted into Sindarin as Menelvagor.
  • Remmirath, Itselokte,[45] Sithaloth,[46] (Pleiades)[47]
  • Valacirca, the Sickle of the Valar,[48] Burning Briar,[49] Durin's Crown,[50] Edegil,[51] Otselen, the Plough, Seven Stars,[52] Seven Butterflies,[53] Silver Sickle, Timbridhil,[54] (Ursa Major / Big Dipper)[55]—An important constellation of seven stars set in the sky by Varda as an enduring warning to Melkor and his servants, and which precipitated the Awakening of the Elves. It also formed the symbol of Durin, seen on the doors of Moria, and inspired a song of defiance from Beren. According to The Silmarillion it was set in the Northern Sky as a sign of doom for Melkor and a sign of hope for the Elves. The Valacirca is one of the few constellations named in the book, another significant one being Menelmacar.
  • Wilwarin (generally held to be Cassiopeia)[56][57]

Neste caso, teríamos a nomenclatura mais ou menos nesta configuração:

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Nas versões canônicas do SDA e Silmarillion, fora o nosso planeta, a lua e o sol, Tolkien faz somente mais duas citações "explícitas" à outros planetas:

1) Earëndil como Vênus - a estrela da manhã - o Termo Lúcifer em seu conceito primevo - a homília cristã de São João: https://www.valinor.com.br/forum/to...as-no-silmarillion.107979/page-6#post-2642784

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This poem was written in the times that the old beliefs were blending with Christian lore. The two were being bound together to help the new faith become accepted by the Anglo-Saxon people. In this instance, "Earendel" is thought to refer to John the Baptist, who is metaphorically the morning star heralding the coming of Christ, the "Sol Invictus" which literally translates as "sun unconquered".

This theory is supported from this extract from "Blickling Homilies" which states that: "Nu seo Cristes gebyrd at his aeriste, se niwa eorendel Sanctus Johannes; and nu se leoma thaere sothan sunnan God selfa cuman wille",

Which translated, reads: "And now the birth of Christ (was) at his appearing, and the new eorendel (morning-star) was John the Baptist. And now the gleam of the true Sun, God himself, shall come. "The name Eorendel appears all over the Norse and Germanic region, and is believed to be an ancient name indeed. Aurvandil is the Old Norse spelling of the name; it is also spelled as Earendel (Old English), Horuuendillus [3] (Mediaeval Latin), Auriwandalo [4] (Lombardic), and Orentil or Erentil (Old High German).

Essa "antropomorfização" de corpos celestes tem raízes desde a Grécia Clássica: http://en.wikipedia.org/wiki/Eosphorus

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Phosphorus (Greek Φωσφόρος Phōsphoros), a name meaning "Light-Bringer", is the Morning Star, the planet Venus in its morning appearance. Φαοσφόρος (Phaosphoros) and Φαεσφόρος (Phaesphoros) are forms of the same name in some Greek dialects.The morning star is an appearance of the planet Venus, an inferior planet, meaning that its orbit lies between that of the Earth and the Sun. Depending on the orbital locations of both Venus and Earth, it can be seen in the eastern morning sky for an hour or so before the Sun rises and dims it, or in the western evening sky for an hour or so after the Sun sets, when Venus itself then sets. It is the brightest object in the sky after the Sun and the Moon, outshining the planets Saturn and Jupiter but, while these rise high in the sky, Venus never does. This may lie behind myths about deities associated with the morning star proudly striving for the highest place among the gods and being cast down.

2) Elwing - a esposa de Eärendil - seria o planeta Mercúrio. Ou, como Tolkien fez trocando os gêneros: Sol-Aerin representando o feminino no Silmarillion x Sol representando masculino em nosso mitos; Lúthien e Béren x Orfeu e Eurídice (Tolkien invertendo quem resgata quem do Mundo dos Mortos) ou A lua-Tilion representando o masculino x A lua que representa o feminino em nossas histórias:

According to Kristine Larsen in page 77 of “Sea Birds and Morning Stars” (Tolkien and the Study of His Sources, Jefferson, North Carolina: McFarland, 2011), Elwing is the planet Mercury. She points out that Mercury, as the planet closest to the sun, is like Venus (Eärendil), a morning and evening star, but because of its dimness and it tending to be in the light of the sun is far less visible than Venus. Larsen’s article may be the first time that this theory has been published. But the identical theory was suggested to me by Chris Gilson at Mythcon 10, July 1979, and seemed logical to me then. So it is not a new theory.
Larsen adds that “Mercury’s low angular light above the horizon gives it a color referred to by various observers as yellow, ochre, or rose.” This fits with Tolkien describing Elwing rising to attempt to meet Eärendil as “rose-stained in the sunset”.

Ou seja, em vez de Vingilot e Elwing-Pássaro:

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Temos o trânsito de Mercúrio e Vênus: https://pt.wikipedia.org/wiki/Trânsito_de_Mercúrio_em_Vênus

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3) Esse "planeta" tá mais para uma especulação/teoria, pois não fica claro pela descrição da Sociedade do Anel - O Anel vai para o Sul - se Tolkien fala do Olho - Sem - Pálpebra:

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A Lua do Caçador se exibia redonda no céu noturno, fazendo inveja a todas as estrelas menores. Mas abaixo, no Sul, uma estrela brilhava vermelha. A cada noite, conforme a lua minguava de novo, ela brilhava mais e mais. Frodo podia vê-la de sua janela, profunda no céu, queimando como um olho atento que resplendia sobre as árvores na beira do vale

Ou se era Marte - o planeta vermelho:

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Enfim, o Universo de Tolkien é ambíguo e poético (mitológico, in his finest) na descrição dos seus fenômenos naturais. Tanto quê, muita gente acha que o termo "Mundo" - "M" maiúsculo - se refere ao nosso Planeta, quando (me parece) Tolkien diz ser o Universo com seus muitos planetas, estrelas (lembrar dos Círculos de Fogo no Silmarillion), galáxias, etc:

Os Valar deram ouvidos à súplica de Earendil em nome de Elfos e Homens (ambos seus parentes) e enviaram um grande exército em auxílio deles. Morgoth foi derrotado e removido do Mundo (o universo físico). Carta 297


Para outros aspectos astronômicos das obras de Tolkien, existe um tópico referente a Cosmologia no Legendarium: https://www.valinor.com.br/forum/to...acao-da-vida-no-universo.105013/#post-2246907
 
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Essa compilação das nomenclaturas teria sido feita numa versão abandonada unindo o aspecto metafísico/fantástico com os conceitos astronômicos das nossas ciências. No livro "The Book of Lost Tales" - Chris Tolkien referencia alguns nomes das constelações que rodeariam o nosso Sistema Solar. Nesta versão, Arda não se limitaria só ao planeta Terra, mas seria, pelo menos, todo o nosso Sistema Solar:



Existe um artigo (especulatório) de uma fã, Cristine Larsen, em que a mesma comenta a visão cosmológica de Tolkien em sua versão tardia, da qual o Universo estaria mais detalhado, não se limitando ao conto principal que ocorre em Arda-Terra: http://muse.jhu.edu/article/182564



Neste caso, teríamos a nomenclatura mais ou menos nesta configuração:

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Nas versões canônicas do SDA e Silmarillion, fora o nosso planeta, a lua e o sol, Tolkien faz somente mais duas citações "explícitas" à outros planetas:

1) Earëndil como Vênus - a estrela da manhã - o Termo Lúcifer em seu conceito primevo - a homília cristã de São João: https://www.valinor.com.br/forum/to...as-no-silmarillion.107979/page-6#post-2642784

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Essa "antropomorfização" de corpos celestes tem raízes desde a Grécia Clássica: http://en.wikipedia.org/wiki/Eosphorus

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2) Elwing - a esposa de Eärendil - seria o planeta Mercúrio. Ou, como Tolkien fez trocando os gêneros: Sol-Aerin representando o feminino no Silmarillion x Sol representando masculino em nosso mitos; Lúthien e Béren x Orfeu e Eurídice (Tolkien invertendo quem resgata quem do Mundo dos Mortos) ou A lua-Tilion representando o masculino x A lua que representa o feminino em nossas histórias:



Ou seja, em vez de Vingilot e Elwing-Pássaro:

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Temos o trânsito de Mercúrio e Vênus: https://pt.wikipedia.org/wiki/Trânsito_de_Mercúrio_em_Vênus

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3) Esse "planeta" tá mais para uma especulação/teoria, pois não fica claro pela descrição da Sociedade do Anel - O Anel vai para o Sul - se Tolkien fala do Olho - Sem - Pálpebra:

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Ou se era Marte - o planeta vermelho:

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Enfim, o Universo de Tolkien é ambíguo e poético (mitológico, in his finest) na descrição dos seus fenômenos naturais. Tanto quê, muita gente acha que o termo "Mundo" - "M" maiúsculo - se refere ao nosso Planeta, quando (me parece) Tolkien diz ser o Universo com seus muitos planetas, estrelas (lembrar dos Círculos de Fogo no Silmarillion), galáxias, etc:




Para outros aspectos astronômicos das obras de Tolkien, existe um tópico referente a Cosmologia no Legendarium: https://www.valinor.com.br/forum/to...acao-da-vida-no-universo.105013/#post-2246907

Que incrível, valeu pelos links!
 
Melkor é a matéria escura. :mrgreen:

Essa atribuição sua não é tão absurda não. Se levarmos em conta a natureza cósmica do Silmarillion (a despeito da visão majoritária que considera Arda como um Globo Miltoniano, ou seja, apenas um planeta solitário no meio de infinitas estrelas), Melkor e os demais Ainur seriam aspectos das leis que regem a realidade, já houve até um post meu "chutando" tal assertiva: https://www.valinor.com.br/forum/topico/ungoliant-o-buraco-negro-da-terra-media.129415/page-3

Muito interessante os pontos levantados aqui. Sobre a misteriosa natureza de Ungoliant, sempre tentei analisar os pormenores da formação de Eä. Neste caso, o Silmarillion relata que o universo advém do uso criativo das propriedades da chama imperecível, bem como dos materiais atômicos colocados à disposição dos Ainur. Imperioso notar uma passagem que prenuncia a formação e o estado inflacionário de Eä:

- Contemplem sua Música! - E lhes mostrou uma visão, dando-lhes uma imagem onde antes havia somente o som E eles viram um novo Mundo tomar-se visível aos seus olhos; e ele formava um globo no meio do Vazio, e se mantinha ali, mas não pertencia ao Vazio, e enquanto contemplavam perplexos, esse Mundo começou a desenrolar sua história, e a eles parecia que o Mundo tinha vida e crescia.

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E essa morada poderia parecer insignificante para quem leve em conta apenas a majestade dos Ainur, e não sua terrível perspicácia; e considere toda a área de Arda como o alicerce de uma coluna e a erga até que o cone do seu topo seja mais aguçado que uma agulha; ou contemple somente a vastidão incomensurável do Mundo, que os Ainur ainda estão moldando, não a precisão detalhada com que moldam todas as coisas que ali existem.

Se atribuirmos este "globo no meio do vazio" como uma descrição poética/mítica à alguns conceitos científicos, pode-se inferir um relato da singularidade gravitacional, ou seja, o estado inicial do universo (pré-big bang) comprimido num único átomo/globo densamente absurdo, mas constituído pelas energias necessárias para a formação física/material de tudo que existe: planetas, sistemas, estrelas e buracos negros. Nessa labuta infinita, podemos destacar quatro elementos/componentes relacionados aos poderes dos principais Valar. Minha opinião acerca das 4 figuras principais/primordiais nesta grande obra:

- Ulmo como expoente do Hidrogênio: O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo, compondo 75% da matéria normal por massa e mais de 90% por número de átomos. Este elemento é encontrado em grande abundância em estrelas e planetas gigantes de gás. Nada mais que natural este componente estar ligado ao senhor das águas (formada por este elemento) em Arda, ou seja, como Gás Diatômico ou hidrogênio molecular que forma a água. Neste, o ainur que tem sua morada no "oceano de fora" da Terra, mantem seus domínios por todo o universo (lembrar que os seres vivos são constituídos por esse elemento). A interrelação de Manwë e Ulmo se externa numa série de fenômenos naturais da Terra à exemplo das chuvas, mas em outros menos conhecidos, como a interação dos ventos solores (http://pt.wikipedia.org/wiki/Vento_solar) e a magnetosfera com sua fronteira de Hélio (heliopausa). Se Melkor vem a utilizar da "Dádiva de Ulmo", só vejo isso na gigantesca combustão descrita por Iluvatar e o senhor das águas.

- Manwë, o Hélio e o oxigênio: O segundo elemento criado pós big bang, e também o 2º mais abudante no universo. Interessante notar que o Hélio desempenha papel importante na formação de estrelas, nada mais natural em remeter à Manwë + Varda. Note-se que o produto de desintegração é responsável por certos componentes radioativos como urânio, encontra-se também em vulcões e, em alguns gáses expelidos (seria essa forma com que Melkor utiliza a dádiva de seu irmão?). Outra propriedade destacável advem de sua pouca densidade em comparação com o ar. Creio que Manwë manipula o oxigênio, então, seria a água o resultado deste "acordo primordial" entre Manwë e Ulmo? Vai saber, né?

- Aulë e o carbono: O silmarillion descreve Aulë como o criador de várias substâncias que formam a estrutura de Arda: Ferro, prata, ouro, os diamantes etc. Ilustra-se que o carbono é o pilar básico da química orgânica, sendo que todos os seres vivos são formados por este composto. Vimos no tópico dos Paralelos mitológicos, que Aulë utilizou-se da matéria bruta da Terra na criação dos anões (a lá Gollem ou Homunculus), mas lhe faltava uma capacidade essencial em sua obra: o sopro da vida. É por isso que Yavanna é importante neste processo, ou seja, o casamento deles vai num sentido muito mais profundo: a formação dos seres viventes a partir da matéria inanimada (abiogênise?). Ps: o ferro também constitui os seres vivos.

- Melkor, Urânio e a devastação do universo: O Urânio é um elemento químico com propriedades radiotivas, muito utilizado nas reações que geram grandes explosões (e Melkor invocou enormes fogueiras contra as águas de Ulmo). Necessário lembrar que ao ser expulso de Arda (antes de assumir forma física), Melkor partiu para outras regiões do Eä e "lá fez o que quis". Levando-se em conta sua natureza niilista, é possível imaginar a destruição cósmica nesse período. E, surpreendentemente, tal devastação ecoa no ódio do inimigo para com Varda (a Star-maker), pois fora a partir de tal devastação que a poeira cósmica chegou à terra como ingrediente inicial para a criação dos filhos das estrelas. Sim, somos filhos dessa poeira estelar e o oxigênio, o carbono vêm dessas explosões: http://super.abril.com.br/tecnologia/filhos-astros-netos-big-bang-437397.shtml - E o ódio de Melkor para com Manwë e Ulmo (quem sabe) gerou a água. E a rivalidade com Aulë e Yavanna deu origem à seleção natural das espécies, bem como as extinções em massa.

Muito do que eu vejo, nos termos de aplicabilidade (e não alegoria), da figura de Morgoth diante da existência do universo é o fato de que sua índole de vacuidade e niilismo se interliga à um aspecto natural do próprio universo - A Entropia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia

A entropia (do grego εντροπία, entropía), unidade [J/K] (joules por kelvin), é uma grandeza termodinâmica que mensura o grau de irreversibilidade de um sistema, encontrando-se geralmente associada ao que denomina-se por "desordem", não em senso comum [Nota 1], de um sistema termodinâmico. Em acordo com a segunda lei da termodinâmica, trabalho pode ser completamente convertido em calor, e por tal em energia térmica, mas energia térmica não pode ser completamente convertida em trabalho. Com a entropia procura-se mensurar a parcela de energia que não pode mais ser transformada em trabalho em transformações termodinâmicas à dada temperatura.

Ou seja, Melkor é craque em manipular as temperaturas e causaria a "Heat Death" do universo:

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Fiquei a pensar nisso por perceber os Ainur como aspectos inerentes à fabricação da própria realidade, do universo descrito por Tolkien no Silma. Quando ele fala a palavra Mundo - com "M" maiúsculo, me dá a sensação que ele se refere ao universo com suas galáxias, suas estrelas, seus planetas, etc - lembrando que na época de Galileu Galilei o universo era chamado de...Mundo, veja só esse trecho da carta de abjuração pós julgamento:

“Eu, Galileu Galilei, filho do finado Vincenzio Galilei de Florença, com setenta anos de idade, vindo pessoalmente ao julgamento e me ajoelhando diante de vós Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais, Inquisidores Gerais da República Cristã Universal, contra a corrupção herética, tendo diante de meus olhos os Santos Evangelhos, que toco com minhas própria mãos, juro que sempre acreditei, e, com o auxílio de Deus, acreditarei no futuro, em tudo a que a Santa Igreja Católica e Apostólica de Roma sustenta, ensina e pratica.

Mas como fui aconselhado, por este Ofício, a abandonar totalmente a falsa opinião que sustenta que o Sol é o centro do mundo e que é imóvel, e proibido de sustentar, defender ou ensinar a falsa doutrina de qualquer modo; e porque depois de saber que tal doutrina era repugnante diante das Sagradas Escrituras, escrevi e imprimi um livro, no qual trato da mesma e condenada doutrina, e acrescendo razões de grande força em apoio da mesma, sem chegar a nenhuma solução, tendo sido portanto suspeito de grave heresia; ou seja porque mantive e acreditei na opinião que diz que o Sol é o centro do mundo e está imóvel, e que a Terra não é o centro e se move, desejo retirar esta suspeição da mente de vossas Eminências e de qualquer Católico Cristão, que com razão era feita a meu respeito, e por isso, de coração e com verdadeira fé, abjuro, amaldiçoo e detesto os ditos erros e heresias e de uma maneira geral todo erro ou conceito contrário `a dita Santa Igreja; e juro não mais no futuro dizer ou asseverar qualquer coisa verbalmente ou por escrito que possa levantar suspeita semelhante sobre minha pessoa; mas que, se souber da existência de algum herege ou alguém suspeito de heresia, o denunciarei a este Santo Ofício, ou ao Inquisidor do lugar onde me encontrar.

Juro ainda mais e prometo que satisfarei totalmente e observarei as penitências que me forem ou me sejam ditadas pelo Santo Ofício. Mas se acontecer que eu viole qualquer de minhas promessas, juramentos, e protestos (que Deus me defenda!) sujeito-me a todos os castigos que forem decretados e promulgados pelos cânones sagrados e outras determinações particulares e gerais contra crimes deste tipo. Assim, que Deus me ajude, bem como os Santos Evangelhos, os quais toco com as mãos, e eu, o acima chamado Galileu Galilei, abjuro, juro, prometo e me curvo como declarei; e em testemunho do mesmo, com minhas próprias mãos subscrevi a presente abjuração, que recitei palavra por palavra.”

E o Silmarillion retrata em diversas passagens a grandiosidade do..Mundo (Eä - Universo):

Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar.

e

á os outros Ainur contemplaram essa habitação instalada nos vastos espaços do Universo, que os elfos chamam de Arda, a Terra.

Muitos pensam que o "Universo" do Silmarillion é assim:

arda-e-o-universo.jpg


Mas o melhor modelo é esse:

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Melkor seria o responsável então por manter os planetas com vida em "quarentenas" espaciais, ou seja, seriam planetas com vida inteligente em locais longínquos. Tolkien até coloca esta assertiva numa versão tardia dos escritos:

MELKOR NÃO ERA APENAS UM MAL LOCAL NA TERRA, NEM UM anjo GUARDIÃO DA TERRA* QUE HAVIA SE CORROMPIDO, ELE ERA O ESPÍRITO DO MAL, SUBLEVANDO-SE ANTES MESMO DA CRIAÇÃO DE EÄ. SUA TENTATIVA DE DOMINAR A ESTRUTURA DE EÄ E DE ARDA EM PARTICULAR, E ALTERAR OS DESÍGNIOS DE ERU ( O QUAL GOVERNAVA TODAS AS OPERAÇÕES DOS VALAR FIÉIS) HAVIA INTRODUZIDO O MAL, OU UMA TENDÊNCIA ABERRANTE EM RELAÇÃO AO DESÍGNIO EM TODA A MATÉRIA FÍSICA DE ARDA.

Ademais:

“EXISTIAM OUTROS, INCONTÁVEIS PARA ALÉM DO NOSSO PENSAMENTO, EMBORA CONHECIDOS E NUMERADOS NA MENTE DE ILÚVATAR, CUJO LABOR JAZ EM OUTRO LUGAR E EM OUTRAS REGIÕES E HISTÓRIAS DO GRANDE CONTO, ENTRE ESTRELAS REMOTAS E MUNDOS ALÉM DO ALCANÇE DO MAIS LONGíNQUO PENSAMENTO. MAS DESSES OUTROS, NÓS NADA SABEMOS E PODEMOS SABER, AINDA QUE OS VALAR DE ARDA, TALVEZ, SE RECORDEM DE TODOS ELES”
 

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