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Notícias Roteiro perdido de Stanley Kubrick é encontrado 19 anos após sua morte.

Fúria da cidade

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O cineasta Stanley Kubrick Imagem: Reprodução

Um roteiro assinado pelo lendário cineasta Stanley Kubrick, até então considerado "perdido", foi encontrado por um pesquisador que buscava documentar novos fatos da produção do último filme do diretor, "De Olhos Bem Fechados". A informação é da "Variety".

"Burning Secret", coescrito por Kubrick e Calder Willingham ("A Primeira Noite de um Homem"), foi finalizado em 1956, e adaptava o clássico livro do austríaco Stefan Zweig sobre uma mãe e um filho de férias em um local paradisíaco que eram abordados por um homem misterioso.

O mesmo livro seria adaptado para as telonas posteriormente, no filme "O Segredo de Um Homem", de 1988. Com direção e roteiro de Andrew Birkin ("O Nome da Rosa"), o filme passou despercebido pelos cinemas e pelo circuito de premiações. Birkin, curiosamente, trabalhou como assistente de Kubrick antes de se estabelecer em Hollywood.

Nathan Abrams, o pesquisador que encontrou o roteiro, diz que se trata de "uma história completa, com começo, meio e fim". "Não conseguiria dizer se esta era a versão final do roteiro que Kubrick e Willingham gostariam de apresentar, mas ele está inteiro", disse à "BBC Radio".

"Com certeza há material para fazer um filme", adicionou o pesquisador. "Se esse filme seria uma visão fiel do que Kubrick teria feito com o roteiro, é outra história... Stanley sempre olhou para os scripts como uma espécie de mapa, onde ele adicionava camadas visuais que faziam os seus filmes serem tão incríveis".
Kubrick morreu em 7 de março de 1999, aos 70 anos.

https://entretenimento.uol.com.br/n...brick-e-encontrado-19-anos-apos-sua-morte.htm
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Nossa! É sempre interessante quando surgem manuscritos perdidos ou esquecidos.
Nathan Abrams, o pesquisador que encontrou o roteiro, diz que se trata de "uma história completa, com começo, meio e fim". "Não conseguiria dizer se esta era a versão final do roteiro que Kubrick e Willingham gostariam de apresentar, mas ele está inteiro", disse à "BBC Radio".

"Com certeza há material para fazer um filme", adicionou o pesquisador.
E pelo jeito não é só um rascunho com algumas ideias, é um roteiro pronto (ou quase pronto) mesmo!
 
Outra demonstração de como esse período que vai até o fim dos anos 70s foi melhor para não apenas ler mas também escrever obras de Ficção Científica popular. Hoje temos um alcance maior por meio da internet porém o cinema não consegue sair da repetição. Além de se repetirem sem inovar tem havido o problema dos filmes não estarem seguindo a dica do Stanley das camadas visuais que é falado no último parágrafo. O foco tem sido nas coisas evidentes (filmes que parecem palestras e infomerciais ideológicos embalados como Sci-Fi) para um público com dificuldade de manter a atenção deixando de fora a preocupação de se fazer uma camada sugestiva que cutuque a audiência por baixo do texto aparente que faria com que o consumidor descobrisse intuitivamente coisas novas na história. Tolkien fez isso quando criou os Balrogs tendo aparência vaga justamente para que os leitores imaginassem o terror por conta própria.

É aonde entra a redescoberta de trabalhos que tomavam como referência a visão de futuro do fim do século 19 aplicada as mudanças do século 20. O cruzamento do barroco ou gótico com o high-tech como ocorre em The Dying Earth de Vance ou mesmo no anime Angel Egg do Mamoru Oshii.
 
Concordo com tudo isso aí que você falou. E em relação ao Balrog, eu interpreto as asas de sombra dele como algo metafórico, não que ele realmente tinha asas físicas, mas isso seria assunto pra outro tópico.
As grandes obras (seja no cinema, literatura, pintura, ou o que for) sempre tem sutilezas que nos surpreendem a cada vez que desfrutamos delas, como se cada vez a experiência fosse a mesma mas com novas cores e descobertas.
 
Se o roteiro encontrado tem começo, meio e fim, sou totalmente a favor de se fazer um filme póstumo em homenagem ao grande Kubrick.
 
Se o roteiro encontrado tem começo, meio e fim, sou totalmente a favor de se fazer um filme póstumo em homenagem ao grande Kubrick.
Contanto que não seja um mero caça-níquel explorando o nome do Kubrick tá bom. Mas acho que seria um bom filme se houvesse um bom diretor e uma boa equipe. O roteiro é uma parte tão importante de uma obra que só alguém muito burro consegue transformar uma história boa em um filme ruim.
 
É claro e óbvio que com ele dirigindo seria o mundo ideal. Mas felizmente não sou pessimista.

Por aproximação máxima possível, assim guardadas as devidas proporções, como há tradutores que se destacam por melhor compreenderem a fundo a forma de pensar e escrever de um determinador escritor já falecido, se o equivalente acontecer com um diretor que tenha o mesmo pelos trabalhos do Kubrick, (melhor ainda se no passado já tiver trabalhado com ele), podemos sim minimamente ter um bom filme e não apenas um texto de roteiro perdido e abandonado.
 
Última edição:
Concordo com tudo isso aí que você falou. E em relação ao Balrog, eu interpreto as asas de sombra dele como algo metafórico, não que ele realmente tinha asas físicas, mas isso seria assunto pra outro tópico.
As grandes obras (seja no cinema, literatura, pintura, ou o que for) sempre tem sutilezas que nos surpreendem a cada vez que desfrutamos delas, como se cada vez a experiência fosse a mesma mas com novas cores e descobertas.

A título de curiosidade, lembra o que ocorre na fotografia com o "espaço negativo". A diferença entre as mídias seria a de que na fotografia o espaço que separa um objeto de outro ajuda a realçar o contorno daqueles objetos oferecendo um "local para respirar" na mente para ela agir por conta própria, enquanto que no texto "o local para respirar" do leitor é conseguido quando o escritor, depois de bastante treino para dominar os elementos da composição, se aproveita da tendência que o cérebro tem de prejulgar os elementos e completar as lacunas como nas ilusões de óptica. Então o bom escritor leva um bom tempo para mestrar a técnica de conseguir a sutileza e alguns comentam que o livro que eles escrevem pouco se parece com o livro que os leitores lêem porque as impressões embutidas vão crescendo na platéia e adquirindo vida própria.

Nesse sentido o Balrog fica separado dos demais elementos do texto e da cena ao redor por uma meio escuro difuso de onde algumas breves cintilações de ameaça se insinuam. Essas áreas de dúvida (torturante) são preenchidas com a mente do leitor. Existe uma ponte entre o leitor e o objeto (o Balrog), mas ela tem dimensões limitadas e suporta apenas a passagem de vislumbres suficientes para que o leitor se concentre no meio e não no objeto.

Obras clínicas demais, públicos clínicos em excesso poderiam distorcer a proposta de ficção científica de exploração de mundos.

Por isso a eficácia da técnica também depende da capacidade da audiência de se relacionar bem com o meio. Reflexos ruins, experiência de vida insuficiente, nociva ou distorcida, etc... poderiam impedir o bom aproveitamento de uma obra bem produzida.

Infelizmente o conceito aplicado de espaço negativo é entendido por um número relativamente bem pequeno de pessoas mesmo estando em várias artes (arquitetura, pintura e até na música aonde o espaço é preenchido pelo silêncio).
 
Última edição:
É claro e óbvio que com ele dirigindo seria o mundo ideal. Mas felizmente não sou pessimista.

Por aproximação máxima possível, assim guardadas as devidas proporções, como há tradutores que se destacam por melhor compreenderem a fundo a forma de pensar e escrever de um determinador escritor já falecido, se o equivalente acontecer com um diretor que tenha o mesmo pelos trabalhos do Kubrick, (melhor ainda se no passado já tiver trabalhado com ele), podemos sim minimamente ter um bom filme e não apenas um texto de roteiro perdido e abandonado.
Inteligência Artificial.


Se for pra ser feito um filme eu diria o oposto. Diria pra trazer alguém que fosse colocar a sua forma no filme, modificando o roteiro se necessário.
Tentar mimetizar o Kubrick não dá certo.
 
Pela matéria não foi possível saber se é um roteiro que poderia ter sido simplesmente descartado pelo Kubrick e seu parceiro por não terem achado bom, o que é uma possibilidade plausível.
Só que felizmente o que é não é bom pra uns, necessariamente será o mesmo pra outros. Por isso se quem analisa-lo achar bom e viável para adapta-lo pro cinema sem precisar modifica-lo drasticamente, acho justo fazer um filme que evidentemente não terá a direção dele, mas na essência terá sim um pouco dele.
 
O grau de exigência de Kubrick era doentio. Imagino que na confecção de roteiros ele seguisse a mesma tendencia. Assisti AI e acho um baita filme.
 

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