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Richelieu... vilão ou não - Os 3 Mosqueteiros (Alex. Dumas)

Fingolfin

Feitiço de Áquila
Ano passado resolvi ler os romances de Alexandre Dumas e comecei pelo mais famoso deles, Os Três Mosqueteiros.

Um fato interessante que encontrei no livro foi a falta de um vilão mal.

Temos Lady de Winter, que faz uma mulher misteriosa, perigosa e vingativa, mas ela não faz o papel de vilã do filme, sendo apenas uma das armas do Bispo Richelieu.

O Bispo faz o papel do antagonista, sendo a principal pedra no sapato dos Mosqueteiros, mas não chega a ser um vilão.

Quando eu digo que Richelieu não é um vilão eu me refiro ao intuito mal. Richelieu não quer matar os mosqueteiros. Ele quer apenas manter a soberania da França perante a Inglaterra e desmascarar a Rainha da Austria em seus casos com o Duque de Buckinham. Muitos dizem que no caso da Rainha é por causa do amor que o bispo sente por ela.

Embora o Bispo use de meios politicamente incorretos para atingir o que quer, os "mocinhos" também fazem uso de métodos no mínimo não ortodoxos em alguns casos.

Alguns exemplos que podemos ver um tanto quanto estranhos no livro são as surras que Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan dão eu seus vassalos quando os mesmos reclamam. No livro é colocado como coisa normal para manter a relação patrão/empregado em ordem, mas espancar outra pessoa não é oq se espera do protagonista do livro.

Então eu gostaria de continuar a discussão sob esse ponto de vista. Se o Bispo Richelieu seria ou não um vilão, ou se torcemos contra ele apenas por estar lendo o livro sob a visão dos mosqueteiros.
 
Eu diria que a vilã da história é sim Lady de Winter. Ela é mau-caráter, desde o casamento dela com Athos. Não à toa foi julgada e condenada à morte pelos mosqueteiros.

Bom, surrar os empregados me pareceu uma coisa normal naquela época, acho até que eles davam mais oportunidades a eles que o normal. Os duelos também eram vistos como uma coisa digna e fundamental para se adquirir respeito. Os mosqueteiros são sim os "mocinhos" da história.

Já o Richelieu, eu não torci contra em nenhum momento. Ele age pelo seu Rei e em prol da França. Claro, ele tinha rixas, como é de se esperar de pessoas que dividem a confiança de um soberano, e têm pontos de vista distintos. Mas eu não o encaro como um vilão.
 
Concordo com vc Curunir no sentido que a Lady Winter é oq temos mais proximo de um vilão.

Mas ela não chega a ser um personagem forte na história.

Afinal o maior duelo é entre os Mosqueteiros e a vontade de Richelieu.

Lady Winter está, na maior parte do livro, seguindo os interesses do Bispo.
 
Change Fingolfin disse:
Ano passado resolvi ler os romances de Alexandre Dumas e comecei pelo mais famoso deles, Os Três Mosqueteiros.

Um fato interessante que encontrei no livro foi a falta de um vilão mal.

Temos Lady de Winter, que faz uma mulher misteriosa, perigosa e vingativa, mas ela não faz o papel de vilã do filme, sendo apenas uma das armas do Bispo Richelieu.

O Bispo faz o papel do antagonista, sendo a principal pedra no sapato dos Mosqueteiros, mas não chega a ser um vilão.

Quando eu digo que Richelieu não é um vilão eu me refiro ao intuito mal. Richelieu não quer matar os mosqueteiros. Ele quer apenas manter a soberania da França perante a Inglaterra e desmascarar a Rainha da Austria em seus casos com o Duque de Buckinham. Muitos dizem que no caso da Rainha é por causa do amor que o bispo sente por ela.
Sim, e isso se torna claro durante o livro, em passagens como:

"...Privada da confiança do marido, perseguida pelo ódio do cardeal, que não podia perdoá-la por haver-lhe repelido o sentimento mais terno, lembrando o exemplo da rainha-mãe, a quem esse ódio atormentara a vida toda - embora, a crer-se nas memórias do tempo, Maria de Médicis houvesse começado a conceder a Richelieu os favores que Ana da Áustria sempre lhe recusara -, Sua Majestade vira cair à sua volta os mais dedicados servidores, os confidentes mais íntimos e os amigos mais queridos."
(Capítulo XV - Homens de Toga e Homens de Espada)

Change Fingolfin disse:
Embora o Bispo use de meios politicamente incorretos para atingir o que quer, os "mocinhos" também fazem uso de métodos no mínimo não ortodoxos em alguns casos.

Alguns exemplos que podemos ver um tanto quanto estranhos no livro são as surras que Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan dão eu seus vassalos quando os mesmos reclamam. No livro é colocado como coisa normal para manter a relação patrão/empregado em ordem, mas espancar outra pessoa não é oq se espera do protagonista do livro.
Na minha opinião o fato se justifica por ser um livro escrito à alguns séculos, quando os hábitos eram outros, e alguns eram não só tolerados como valorizados pela sociedade.

Change Fingolfin disse:
Então eu gostaria de continuar a discussão sob esse ponto de vista. Se o Bispo Richelieu seria ou não um vilão, ou se torcemos contra ele apenas por estar lendo o livro sob a visão dos mosqueteiros.
Se ser um vilão é ter como principal objetivo a destruição do protagonista, ele realmente não é um vilão. Na minha opinião ele tem um objetivo principal (Como você citou, manter a soberania da França perante a Inglaterra) e ele não mede esforços pra alcança-lo, não se importando muito com quem ele irá prejudicar.. Não creio que ele realmente se importasse em prejudicar os Mosqueteiros. Pra mim ele só não ligava.


Curunir disse:
Já o Richelieu, eu não torci contra em nenhum momento. Ele age pelo seu Rei e em prol da França. Claro, ele tinha rixas, como é de se esperar de pessoas que dividem a confiança de um soberano, e têm pontos de vista distintos. Mas eu não o encaro como um vilão.
Concordo com você.
E apesar de tudo, ele ser bonzinho ou não não influencia muito na posição dele na história.

Change Fingolfin disse:
Concordo com vc Curunir no sentido que a Lady Winter é oq temos mais proximo de um vilão.

Mas ela não chega a ser um personagem forte na história.

Afinal o maior duelo é entre os Mosqueteiros e a vontade de Richelieu.

Lady Winter está, na maior parte do livro, seguindo os interesses do Bispo.
Pra mim a Milady é uma personagem bem mais forte que o Richelieu.
Ela tem mais presença, além de se mostrar perversa e terrivelmente vingativa. O Richelieu sempre me pareceu mais ausente e misterioso...

E quanto a ela seguir os interesses do Bispo, eu creio que ela só o fazia pois interessava a ela também. Claro que ela fazia 'serviços' pra ele, mas eles dois tinham interesses bem próximos. Não acredito que ela fosse praticar algum favor a ele se ela não compartilhasse da opinião dele.
Tampouco acredito que ele não a conhecesse bem o suficiente pra entrar em contato com ela nos momentos devidos..
É, deu na mesma :mrgreen:
 
Change Fingolfin disse:
Concordo com vc Curunir no sentido que a Lady Winter é oq temos mais proximo de um vilão.

Mas ela não chega a ser um personagem forte na história.

Afinal o maior duelo é entre os Mosqueteiros e a vontade de Richelieu.

Lady Winter está, na maior parte do livro, seguindo os interesses do Bispo.
Creio que ela é mais forte que o cardeal nessa história. Está envolvida em todos os acontecimentos, direta ou indiretamente, desde a chegada de Dartagnan do interior, antes mesmo de conhecer os mosqueteiros.

É melhor explorada e desenvolvida no decorrer da trama, e o ponto mais marcante do livro, eu achei, foi sua condenação e morte. Sua relação com o cardeal, como disse a Kementari, era de mutualismo, um tirando proveito do outro. Mas o cardeal tinha objetivos macro, enquanto Milady era adepta ferrenha da Lei de Gerson. Foi ela, sim, a grande vilã da história. :P
 
Notas mentais:

1ª - Comentar logo que veja um tópico bom, deixar para depois me dá prguiça e faz com que eu esqueça.

2ª - Mandar uma MP para o Fingolfin para reabrir o debate.


Fingolfin disse:
Concordo com vc Curunir no sentido que a Lady Winter é oq temos mais proximo de um vilão.

Mas ela não chega a ser um personagem forte na história.

Discordo de você Fin.

Eu achei Lady Winter uma personagem fortíssima. Além de tudo eu a achei multi-facetada.

Primeiro a força dela como personagem: Nenhum exemplo é melhor para isso do que a maneira como ela consegue fugir da prisão na Inglaterra. Quando todos já a julgavam como "carta fora do baralho" ela dá a volta por cima, tendo como únicas armas a beleza e a personalidade ao mesmo tempo forte e cativante.


Fingolfin disse:
Afinal o maior duelo é entre os Mosqueteiros e a vontade de Richelieu.

Discordo mais uma vez. O maior duelo na relidade é contra as artimanhas de Lady Winter.

No fundo no fundo os mosqueteiros e o Cardeal Richelieu queriam a mesma coisa: o bem da França. No entanto, em alguns momentos, eles enxergavam o bem da França sob pontos de vista diferentes.

Para o Cardeal o bem da França era o bem do Cardeal que se sentia ofendido não pela rainha ter um caso, mas por não ter um caso com ele. Logo ele queria expor a rainha como adúltera aos olhos do rei para se vingar da rejeição.

Para os mosqueteiros o bem da França consistia em ajudar a rainha.

E para todos eles, a França era muito melhor do que a Inglaterra.

Fingolfin disse:
Lady Winter está, na maior parte do livro, seguindo os interesses do Bispo.

Não. ela está na maior parte do livro seguindo os próprios interesses. Ela só segue os interesses do cardeal no início do livro.

Ela muda a partir do momento que D'Artagnan a engana e usa de forma imperdoável (e convenhamos, foi realmente imperdoávl o que ele fez). Depois disso ela até ajuda Richelieu, mas apenas se com isso conseguir se vingar do gascão. É nessa hora que ela assume o posto de antagonista da história visto que é dito milhares d vezes que uma das coisas que o cardeal queria era que os mosqueteiros passassem para o seu serviço.
 
Pra mim vilã mesmo é a minha falta de memória :x ... num me lembro de muuuuuita coisa já que li esse livro há tempos, mas vamos lá...

Fingolfin disse:
Quando eu digo que Richelieu não é um vilão eu me refiro ao intuito mal. Richelieu não quer matar os mosqueteiros. Ele quer apenas manter a soberania da França perante a Inglaterra e desmascarar a Rainha da Austria em seus casos com o Duque de Buckinham. Muitos dizem que no caso da Rainha é por causa do amor que o bispo sente por ela.
Mas acho que ele sentia "prazer" em ferrar com ela. Pra mim ele realmente tinha um amor platônico por ela e, já que não podia tê-la, via graça em acabar com o caso dela com o duque. Não acredito muito que ele SÓ zelava pela soberania da França. Sim, eu torcia contra o Cardeal e ria muito imaginando a cara dele em cada momento de fúria dele. :twisted:

Fingolfin disse:
Alguns exemplos que podemos ver um tanto quanto estranhos no livro são as surras que Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan dão eu seus vassalos quando os mesmos reclamam. No livro é colocado como coisa normal para manter a relação patrão/empregado em ordem, mas espancar outra pessoa não é oq se espera do protagonista do livro.
Pode não parecer ortodoxo HOJE, mas enquadrando isso naquela época, acho que era normal... não acho legal espancar ninguém, mas é importante deixarmos nossos conceitos um pouco de lado pra ler algo q retrata outros custumes. Nesse caso acho q sua compaixão pelos empregados falou alto.

Quando a Milady... Na boa, eu tinha até pouco de pena dela, não me perguntem bem o porque e concordo c/ a Anigel de q a Lady Winter era um personagem forte.
 
Lady de Winter era a Laura daquela epoca ela consegue ser imoral ate para os padrões da nossa epoca.

Tambem na epoca o Rei da França era visto como um santo pelos Mosqueteiros e não passava de um boçal.
 
Reli a pouco tempo esse clássico do Dumas
De fato, um vilão(ã) de grande peso, não há, mas há uma boa rivalidade com requintes de vingança, manipulação e disputa.
 
Já leram o romance que é uma continuação das aventuras dos três mosqueteiros, intitulado Vinte Anos Depois?
 
Que legal achar uma discussão tão boa do meu livro preferido. Pena que já esteja parada a tanto tempo.

Aqui sempre há tempo pra discutirmos e rediscutirmos. Seja bem-vindo ao fórum.

Já leram o romance que é uma continuação das aventuras dos três mosqueteiros, intitulado Vinte Anos Depois?

Junto também com O Visconde de Bragelonne, que também vale a pena ser citda, este forma uma belíssima trilogia escrita pelo Alexandre Dumas.
 

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