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Ministro do STJ pergunta em seu twitter se o Brasil deve sofrer intervenção militar

Clara

Perplecta
Usuário Premium
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Geraldo Og Nicéas Marques Fernandes
, magistrado que atualmente ocupa o cargo de ministro do STJ Supremo Superior Tribunal de Justiça, desde 2008, abriu uma enquete em sua conta no twitter perguntando se o Brasil deve sofrer intervenção militar.
Na mesma página está um retweet do juiz com a notícia do Portal R7 de que 43% dos brasileiros querem intervenção militar.

ogf.png
 
Última edição:
Não conheço o perfil do ministro pra saber a intenção por trás da enquete, mas mano... Esse lance de intervenção militar tá ficando preocupante. Não dá pra acreditar que a gente tá flertando com isso. Na boa. Espero que isso seja de algum modo fogo de palha ou aquele tipo de amplificação que costuma ocorrer quando um dos lados xinga muito no twitter.
 
Não conheço o perfil do ministro pra saber a intenção por trás da enquete, mas mano... Esse lance de intervenção militar tá ficando preocupante.
Não precisa conhecer o perfil dele, basta saber que ele é um juiz e ministro do STF e está perguntando se a gente acha que deve ter um GOLPE MILITAR ("intervenção" o cassete) no país.
Pra mim só isso já é de cair o cu da bunda. :-?
Tipo, o véio tem um repolho no lugar do cérebro, tá senil ou o quê?
 
Às vezes o cara pode até fazer na melhor das intenções (sei lá, algo como "vou mostrar pra esses lambe-botas que a maioria da população é contra!"), mas esse tipo de enquete é tiro no pé. Primeiro que, de um ponto de vista estatístico, não diz absolutamente nada. Segundo que ignora a mobilização de grupos organizados nas redes sociais para votar em massa em uma opção, o que pode gerar um resultado completamente oposto ao esperado por quem realiza a enquete.

Enfim, também não conheço nada desse Og Fernandes, mas concordo que fazer essa enquete foi uma baita burrada da parte dele.
 
Pqp! Aqui no fórum, que tem gente que acha que todo mundo é melhor (sic), mais evoluído do que a galera de fora, tem gente que defende esse tipo de absurdo, imagina na população em geral? Isso é muito preocupante.
 
Pqp! Aqui no fórum, que tem gente que acha que todo mundo é melhor (sic), mais evoluído do que a galera de fora, tem gente que defende esse tipo de absurdo, imagina na população em geral? Isso é muito preocupante.

Pra você ver... Acho preocupante justamente porque seria, em tese, algo esperado de uma parcela semelhante da população que votaria no Lula, por exemplo. Segundo essas pesquisas malucas, quase metade da população apóia intervenção, e quase a mesma proporção votaria no Lula. Isso me dá a clara impressão que as pessoas não refletem pelas respostas que dão em pesquisas, nem pelas consequências das mesmas. Aliás, dá a clara impressão que a população, sobre o cenário político ou não tem noção, ou quer que se dane, ou ambos. Isso pra mim é preocupante.

BTW, cai no que o @Fëanor citou. Pesquisas que usam como parâmetro a "população brasileira" feitas pela internet não são dignas de credibilidade, porque simplesmente o critério de amostragem é sujeito a fatores como "vota quem chegar primeiro", determinado grupo social organiza um "votaço" via facebook ou usuários aleatórios que votam só pelo lulz. Outro motivo de preocupação, pois os veículos de comunicação estão se sujeitando a esse tipo de coisa só para reforçar ideologias próprias.

Eu particulamente só dou credibilidade para falar "pela população brasileira" em caso de referendo. Fora isso, qualquer regionalismo é suficiente pra corroborar teorias malucas.
 
Não vou nem comentar o mérito da questão em si, é absurda a atitude do Ministro, sei lá o que se passou na cabeça dele.

Não sei nem como é a orientação dele normalmente nos processos.

Mas fico bastante preocupada de ver como o jornalismo não tem o mínimo domínio dos termos mais básicos e corriqueiros do aspecto jurídico do país, como, sei lá, por exemplo, o nome do fucking Tribunal??!?!?

Essas matérias não passam por fact-checking??

Para quem não sabe: os nossos Tribunais superiores, em Brasília, são:

STF = SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. = ou simplesmente O SUPREMO. A nossa versão de uma "suprema Corte". Faz controle de Constitucionalidade. Aparece na TV. Julga mensalão, lava jato e caso dos anencéfalos. Baixo relevo em formato de pizza nas paredes. 11 ministros. Joaquim Barbosa e sua capa. Gilmargh Mendes. Presidente atual: Carmen Lúcia.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR. SUPERIOR. NÃO SUPREMO. SUPREMO SÓ TEM UM.
Siglas: STJ, TST, STM, TSE.

Eles são os unificadores de jurisprudência dentro de suas respectivas áreas, não possuem competência para realizar controle de constitucionalidade, são formados por ministros sem número definido, mal aparecem nas notícias (então raramente algo que tu viu na TV foi de um desses).

No caso, foi. Do STJ, mais especificamente. Superior Tribunal de Justiça.

LEMBRANDO que o STF é a instância máxima do Direito brasileiro e é permeado de política (propositalmente), decorrente das próprias determinações constitucionais de competência e de método de escolha dos ministros. Já o STJ tem suas politicagens, como qualquer tribunal, mas tem caráter MUITO menos político que o Supremo, já que ele é um Tribunal de uniformização de jurisprudência e não um Tribunal Supremo no país para fazer as escolhas jurídicas-políticas que em tese teriam que ser decididas por um órgão jurisdicional.


Espero ter esclarecido e adicionado um pouco.

Ah, em tempo, chamo o colega @Eriadan

** Posts duplicados combinados **
Mais um dado relevante:

segundo esta matéria do Globo, 4h após o início da enquete, cerca de 90% dos votantes se diziam contrários à intervenção militar.

https://oglobo.globo.com/brasil/min...no-twitter-sobre-intervencao-militar-21885222

Mas fui consultar o Twitter do Ministro Og e a enquete acabou 51% contra e 49% a favor:

https://twitter.com/ministro_og?lang=en

Curioso, não? Provavelmente uma página de bolsominions e afins compartilhou convocando seus seguidores para votar.

OBS. Não leiam os comentários se não quiserem ter uma gastrite
 
Mas fico bastante preocupada de ver como o jornalismo não tem o mínimo domínio dos termos mais básicos e corriqueiros do aspecto jurídico do país, como, sei lá, por exemplo, o nome do fucking Tribunal??!?!?

Essas matérias não passam por fact-checking??

:doh:Eu que escrevi errado, Mellime, não copiei isso (os dados do juiz) de matéria nenhuma, só li rapidamente em algum lugar que ele é ministro do STJ e já tasquei o "S" como "supremo".
Obrigada por avisar, eu nunca havia pensado nisso, que o adjetivo Supremo fosse só pra um tribunal, o que aliás faz todo sentido. :oops:

Mas fui consultar o Twitter do Ministro Og e a enquete acabou 51% contra e 49% a favor:

https://twitter.com/ministro_og?lang=en

Curioso, não? Provavelmente uma página de bolsominions e afins compartilhou convocando seus seguidores para votar.

OBS. Não leiam os comentários se não quiserem ter uma gastrite

Nem perco mais tempo e saúde lendo esse tipo de coisa nas redes sociais ou nos sites de notícias, só se eu quiser ficar com dor de cabeça.
E é exatamente por isso que achei uma bizarrice, pra dizer o mínimo, um juiz e ministro fazer esse tipo de coisa justamente neste momento que o país vive, em que as opiniões estão tão polarizadas.
É tipo jogar gasolina em lenha seca.
Chego à conclusão de no fundo ele queria mesmo é aparecer, e conseguiu, porque o negócio saiu hoje em vários blogs de notícias.
 
:doh:Eu que escrevi errado, Mellime, não copiei isso (os dados do juiz) de matéria nenhuma, só li rapidamente em algum lugar que ele é ministro do STJ e já tasquei o "S" como "supremo".
Obrigada por avisar, eu nunca havia pensado nisso, que o adjetivo Supremo fosse só pra um tribunal, o que aliás faz todo sentido. :oops:


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Ahh desculpa, Clara, não sei qual é a tua área, mas é normal como leiga trocar os termos. O que eu não aceito é jornal fazendo isso. E olha que acontece. Quase toda matéria tem algum erro ou confusão, como dizer que a turma de um tribunal proferiu uma sentença, ou que um réu apelou de uma decisão interlocutoria ou coisa assim.

Pelo menos espero ter elucidado um pouco sobre os tribunais "distantes" da gente, aqueles centralizados em Brasília.

E sobre o ministro, concordamos.
 
Não precisa pedir desculpa, @Mellime, em matéria de Direito sou um zero à esquerda (só cursei seis meses de Administrativo na faculdade :dente: ) mas acho que se abrimos um tópico (principalmente um específico) a gente tem que fazer um mínimo de pesquisa mesmo. =]
 
Segundo essas pesquisas malucas, quase metade da população apóia intervenção, e quase a mesma proporção votaria no Lula.
Não entendi a correlação. A pesquisa indica que quem votaria no Lula apoia golpe militar? Ou você está supondo que já que o percentual é o mesmo então são as mesmas pessoas?
 
Não entendi a correlação. A pesquisa indica que quem votaria no Lula apoia golpe militar? Ou você está supondo que já que o percentual é o mesmo então são as mesmas pessoas?

O que a Seiko quis dizer (me corrija se não for isso, Iza) é que, por dedução, se algo em torno de 50% da população supostamente apoia um golpe militar e também 50% votaria no Lula, é muito provável que exista alguma intersecção entre esses dois conjuntos - i.e., que eles não sejam conjuntos perfeitamente disjuntos, porque isso seria bastante improvável.

Sinceramente, não sei como poderia haver outra interpreação para o que ela disse.

De toda forma, essas estatísticas são certamente furadas. Acho bizarro e improvável alguém votar no Lula e apoiar um golpe militar (apesar de não ser impossível - se há algo de consistente sobre o ser humano é que ele não é consistente).
 
Às vezes o cara pode até fazer na melhor das intenções (sei lá, algo como "vou mostrar pra esses lambe-botas que a maioria da população é contra!"), mas esse tipo de enquete é tiro no pé. Primeiro que, de um ponto de vista estatístico, não diz absolutamente nada. Segundo que ignora a mobilização de grupos organizados nas redes sociais para votar em massa em uma opção, o que pode gerar um resultado completamente oposto ao esperado por quem realiza a enquete.

Enfim, também não conheço nada desse Og Fernandes, mas concordo que fazer essa enquete foi uma baita burrada da parte dele.
Não quero assustar ninguém aqui, mas... tenho um tio materno maior de 60 que defende ardentemente a intervenção militar. Cheguei a ter que pedir que esse cidadão parasse de postar sua estrumeira na minha linha do tempo do Facebook, pois tenho o direito de pensar o contrário. Essa turma está tão cega que para eles, quem se disser contrário à intervenção, ou é comunista ou/e é contra o Brasil.
Pra vcs terem uma ideia: eles veem FHC e Lula como comunistas (FHC, pasmem!!!) e aliados. Nem preciso dizer mais nada...
 
Ainda não consigo entender o que essas pessoas (a favor da ditadura) consideram "bom" ou "melhor".
O que eles acham que vai melhorar com o bols***ro ou com os militares no poder, por exemplo? Economia? Educação? Segurança? Saúde?
O que era melhor, pra ficar só nesses quesitos, durante a ditadura militar? Nada, absolutamente nada era melhor naquele tempo.
Educação era excludente (poucas pessoas completavam o ensino fundamental, isso quando tinham a chance de ir pra escola); atendimento médico era pra poucos (pra ser atendido em hospital público era preciso registro em carteira profissional). Segurança? Como hoje, segurança era pra quem tinha dinheiro e morava em bairros ricos. Economia? Bem é só dar uma olhada nos índices de inflação a partir do final dos 1970 (quando começou a abertura) e início da década seguinte pra ver o estado em que estava a economia nacional deixada pelos militares, sem mencionar o rabo preso com o FMI.
E nem venham com a história furada de "naquele tempo não tinha corrupção".
Talvez essas pessoas gostem mesmo é de, como era na época da ditadura militar, não saber de nada. Querem algo ou alguém que esconda ou simplesmente minta sobre o que realmente ocorre nos bastidores do poder. Saber da verdade, pensar, se preocupar e atuar sobre o que está errado, exigindo que o trabalho seja feito, parece ser muito trabalhoso pra elas.
 
Analfabetismo político, Clara.

Como bem apontaram aqui, Bolsonaro não sabe responder merda nenhuma. Arma e polícia é a solução dele pra tudo.
** Posts duplicados combinados **
O que a Seiko quis dizer (me corrija se não for isso, Iza) é que, por dedução, se algo em torno de 50% da população supostamente apoia um golpe militar e também 50% votaria no Lula, é muito provável que exista alguma intersecção entre esses dois conjuntos - i.e., que eles não sejam conjuntos perfeitamente disjuntos, porque isso seria bastante improvável.

Sinceramente, não sei como poderia haver outra interpreação para o que ela disse.

De toda forma, essas estatísticas são certamente furadas. Acho bizarro e improvável alguém votar no Lula e apoiar um golpe militar (apesar de não ser impossível - se há algo de consistente sobre o ser humano é que ele não é consistente).
Mas aí é forçar muito a barra. Essa interpretação é válida, mas acho mais provável é que os outros 50% da estatística, os que não votam no Lula é que apoiariam isso. Como você bem apontou. Aqui mesmo no tópico duas pessoas (a Seiko e a Pim) disseram que preferem Bolsonaro a Lula. Bolsonaro que defende abertamente a ditadura, não Lula.
 
Última edição:
Mas aí é forçar muito a barra. Essa interpretação é válida, mas acho mais provável é que os outros 50% da estatística, os que não votam no Lula é que apoiariam isso.
Talvez a correlação que a Seiko possa ter feito considera o tempo em que o PT (Lula e Dilma) estiveram no poder. Há muitos comentários na rede que supõem que, nesse período em que as Forças Armadas estiveram sob seu comando, possa ter havido uma "contaminação" no que a gente conhece das FA da época da ditadura mais recente. Não sou eu falando, mas se fosse para ter uma intervenção militar, ela já teria acontecido ainda dentro da "era lulopetista" (hehehe, esses termos são daora). Se ocorresse agora, existiria a possibilidade de o "golpista", na verdade, ser outro.
Pode ser isso, mas também não entendi muito bem. Estatísticas nunca conseguem dizer nada. Hehehe;
 
Não entendi a correlação. A pesquisa indica que quem votaria no Lula apoia golpe militar? Ou você está supondo que já que o percentual é o mesmo então são as mesmas pessoas?

É bem isso que o @Fëanor explicou, Morfs. :yep:
"As estatísticas falam..." de que? De quanto? A que 100% corresponde esse 100% da amostragem para essa determinada pesquisa? Certamente não é 100% da população da população brasileira, para afirmarem categoricamente que "quase metade da população brasileira apóia intervenção militar". Certamente os 50% que apoiam o retorno da ditadura não são os mesmos 50% que votariam em Lula, mas eles intitulam esses 50% como"metade dos brasileiros". Isso é uma balela gigantesca. Mas minha observação se limita somente ao uso de estatísticas furadas pra gerar dados furados e confirmar/corroborar teorias furadas.

Quando eu falo que "existem mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas", eu já vi nego aqui no fórum surtando giganticamente porque "contra fatos não há argumentos", e afinal estatísticas são números e os números não mentem.
Eu vejo esse tipo de estatística capciosa e só observo. :lol:
 
Juiz tem que se lembrar que a notoriedade do seu cargo o acompanha até a vida particular. Na real, a posição dele não lhe dá a menor autoridade para decidir sobre intervenção militar - provavelmente a enquete foi por curiosidade ou até para provar o ponto contrário, como sugeriu o Fëa -, mas em tempos como estes abrir uma enquete dessas, ocupando alta função pública, é no mínimo arriscado pela repercussão.

Não quero assustar ninguém aqui, mas... tenho um tio materno maior de 60 que defende ardentemente a intervenção militar. Cheguei a ter que pedir que esse cidadão parasse de postar sua estrumeira na minha linha do tempo do Facebook, pois tenho o direito de pensar o contrário. Essa turma está tão cega que para eles, quem se disser contrário à intervenção, ou é comunista ou/e é contra o Brasil.
Pra vcs terem uma ideia: eles veem FHC e Lula como comunistas (FHC, pasmem!!!) e aliados. Nem preciso dizer mais nada...
Ah, não se preocupe, aposto como a maioria daqui tem pelo menos um parente que ""pensa"" parecido. :lol: Só eu tenho dois tios.
 
Última edição:
E o jornal Estadão abriu espaço hoje para o texto de um general de reserva buscando legitimidade para o golpe militar.
Brincam com fogo e depois, quando queimam o rabo, reclamam. :???:

Intervenção, legalidade, legitimidade e estabilidade

Ação militar se justifica se a crise política, econômica, social e moral chegar a extremos
*Luiz Eduardo Rocha Paiva, O Estado de S.Paulo

05 Outubro 2017 | 03h04

Muito se discute sobre a possibilidade, necessidade e legalidade de uma intervenção militar para combater a corrupção, retomar o desenvolvimento e evitar uma convulsão social. (Ver o editorial “O altar da salvação nacional”, na página ao lado.)

O artigo 142 da Constituição federal define a missão das Forças Armadas, estabelecendo que elas “são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

O artigo deixava dúvida se o emprego das Forças poderia ser determinado diretamente pelo Judiciário e pelo Legislativo, haja vista a subordinação das Forças Armadas à autoridade suprema do presidente da República. Essa lacuna foi parcialmente preenchida com a Lei Complementar 97/1999, que em seu artigo 15, § 1.º, diz: “Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados”. A lei não eliminou a possibilidade de um impasse institucional caso o Judiciário ou o Legislativo requeiram o emprego das Forças Armadas e o presidente se recuse a dar a respectiva ordem, pois o Brasil não está imune ao conflito entre os Poderes da União, como se vê no atual contexto político.

Está claro, porém, não haver nenhum dispositivo legal que autorize o emprego ou a intervenção das Forças Armadas por iniciativa própria. Aliás, nesse caso, quem assumiria o comando das Forças? O comandante da Marinha, o do Exército ou o da Aeronáutica? Haveria consenso? Em 1964 o Exército conduziu o movimento civil-militar de 31 de março, mas o contexto político era diferente. Por outro lado, houve intervenções militares em algumas situações de grave crise política, a despeito de, salvo melhor juízo, nunca ter existido tal dispositivo legal.

No Brasil, indivíduos e grupos poderosos vêm usando a lei, ou a prerrogativa de legislar, com o propósito de auferir vantagens injustificáveis, portanto, ilegítimas. A sociedade e as instituições confiáveis precisam tomar atitudes resolutas para, licitamente, se livrarem das lideranças corruptas, cujas permanência no poder e atuação prepotente e nociva podem levar o País a uma desastrosa convulsão política e social, pois tolerância tem limite.

A intervenção militar será legítima e justificável, mesmo sem amparo legal, caso o agravamento da crise política, econômica, social e moral resulte na falência dos Poderes da União, seguida de grave instabilidade institucional com risco de guerra civil, ruptura da unidade política, quebra do regime democrático e perda de soberania pelo Estado. Esse processo revolucionário já foi propugnado, publicamente, por líderes de movimentos pseudossociais e políticos de ideologia socialista radical, todos investindo constantemente na divisão da sociedade.

Em tal quadro de anomia, as Forças Armadas tomarão a iniciativa para recuperar a estabilidade no País, neutralizando forças adversas, pacificando a sociedade, assegurando a sobrevivência da Nação, preservando a democracia e restabelecendo a autoridade do Estado após livrá-lo das lideranças deletérias. São ações inerentes às missões constitucionais de defesa da Pátria, não restrita aos conflitos externos, e de garantia dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem.

O Executivo e o Legislativo, profundamente desacreditados pelo envolvimento de altos escalões em inimagináveis escândalos de corrupção, perderam a credibilidade para governar e legislar. Embora moralmente desgastadas, as lideranças políticas têm força para tentar deter a Lava Jato e outras operações congêneres, escapar da Justiça e manter seu ilegítimo status de poder. São visíveis as manobras insidiosas da velha ordem política patrimonialista fisiológica e da liderança socialista radical, cuja aliança afundou o País em 13 anos de governo.

Pela credibilidade da presidente do STF e da maioria dos ministros, a Alta Corte tem autoridade moral tanto para dissuadir essas manobras insidiosas quanto para encontrar caminhos legais e legítimos que permitam acelerar os processos das operações de limpeza moral, como a citada Lava Jato. Não fossem o foro especial e os meandros de uma Justiça lenta e leniente, o País já teria avançado muito mais em sua higienização política.

Por sua vez, a sociedade, hoje descrente, tenha consciência de que, para traçar seu destino, precisa manter constante pressão para sanear instituições fisiológicas, que não cumprem a obrigação de defender interesses coletivos. Não se iluda a liderança nacional. A apatia da Nação pode ser aparente e inercial, explodindo como uma bomba se algo ou alguém acender o pavio.

Na verdade, só o STF e a sociedade conseguirão deter o agravamento da crise atual, que, em médio prazo, poderá levar as Forças Armadas a tomarem atitudes indesejadas, mas pleiteadas por significativa parcela da população.

O Brasil não pode continuar sangrando indefinidamente, pois isso aumenta a descrença no futuro, retarda a retomada do desenvolvimento econômico e ameaça a estabilidade política e social.

O comandante do Exército estabeleceu a legalidade, a legitimidade e a estabilidade como cláusulas pétreas para guiar a instituição, mas a mensagem se estende, também, à sociedade e à liderança nacional. Que tenham visão de futuro e responsabilidade cívica e política para impedir que a legalidade continue sendo corrompida pela ilegitimidade, assim desestabilizando o País.

As cláusulas pétreas são pilares que precisam ser rígidos, sendo os Poderes da União e a sociedade os responsáveis pela firmeza do tripé.

*General da reserva
 

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