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Bruxinhos do fórum Valinor (Ajuda)

Clara

Perplecta
Usuário Premium
É o seguinte.
Estou com uma ideia para escrever um livro envolvendo bruxos e feiticeiras e os preconceitos e perseguições que essas pessoas sofreram.
A princípio será uma história de fantasia e terror, mas quero ser o mais fiel possível ao assunto, por isso estou procurando livros sobre o tema.
Do ponto de vista histórico já tenho alguns que, acredito, serão de grande ajuda, mas preciso de indicações sobre feitiçaria do ponto de vista dos bruxos e magos.
Preciso saber o que é realmente sério sobre o assunto e o que é balela e caça níqueis.

Os livros históricos que tenho são:

História Noturna de Carlo Ginzburg;
Os Andarilhos do Bem de Carlo Ginzburg;
Bruxaria e Magia na Europa, Grécia Antiga e Roma, de Richard Gordon, Valerie Flint, Daniel Ogden
O Martelo das Feiticeiras
(Malleus Maleficarum) de Heinrich Kramer e James Sprenger.
Os dois primeiros são ótimos, o terceiro e o quarto ainda não li.
Todos sobre a Idade Média e inquisição, não achei nenhum que trate historicamente de bruxaria na Idade Moderna e Contemporânea.

Sobre Wicca e Magia, pesquisei na internet e achei o seguinte:

Os Mistérios Wiccanos, de Raven Grimassi (esse me pareceu bem bacana, se não estivesse esgotado já teria comprado);
Conversas com uma Feiticeira, de Lois Bourne;
Grimório para o Aprendiz de Feiticeiro, de Oberon Zell-Ravenheart;
O Livro Completo de Wicca e Bruxaria, de Marian Singer;

Outras indicações que achei:
Livros de um cara chamado Scott Cunningham e de uma moça chamada Gerina Dunwich, mas dela tenho dois problemas, um é que maioria dos livros que encontrei é em inglês, o outro é que me pareceu o mais caça-níqueis de todos os recomendados.

O que acham desses livros? Já leram algum desses?

Atentem para o fato de que sou totalmente ignorante sobre o assunto.:oops:

Não faço a menor ideia do que seja ou como funciona Wicca, Magia, Paganismo e/ou Druidismo e qual a diferença entre eles, se é que existe alguma.

Então, se puderem me ajudar com indicações de leituras, agradeço. ;-)
 
clara, eu não lembro se você lê em inglês ou não, mas saiu ano passado lá fora um que o pessoal comentou muito (e dizem ser ótimo) sobre o caso das bruxas de salém >> https://www.goodreads.com/book/show/24819449-the-witches
Uia, parece bacana, hein?
Pelo que vi não é ficção (como As Bruxas de Salem do Miller) mas também não é completamente não-ficção, embora seja bem pesquisado. Acho que deve ser uma leitura bem interessante.
Eu leio em inglês sim, Ana (demora umas cinco vezes mais, mas leio. :dente: ) e é uma pena que não tem versão pra kindle e que a de papel tá bem cara, negócio é esperar lançamento em e-book já que em português deve ser meio difícil. :/
 
você comprou um kindle novo depois de todos aqueles perrengues? ou tá lendo mobi no programa de leitura da amazon no computador mesmo? manda seu email por mp pra mim =]
 
Oi Clarinha!
Olha, o Scott Cuningham é muito bom, nada caça-niquel, nem a Gerina. Eles escrevem de um jeito mais simples porque a wicca tem ganhado muita força nos ultimos anos e eles trazem bem o basicão, pra neófitos e novos interessados no paganismo. É o tipo de livro pra ler e se inteirar do geralzão, não tem nada muuuuito profundo ou avançado. Te digo pra fugir dos brasileiros: Eddie Van Feu é uma piada, mas já devem ter te dito isso. Claudiney Prieto é um que tem gente que defende até o fim da vida e outros que odeiam. Eu sou uma das que dizem que ele também é piada, um cara que (parafraseando um mestre que conheci) "prostitui a Arte". Deixa eu ver quem mais... Se quiser saber sobre Bruxaria Familiar, leia o Bruxas, da Lady Mirian Black, fala bastante sobre o paganismo que passa de geração em geração, bruxaria familiar e de clã.

Uma dúvida: você vai ambientar esse livro num contexto moderno?

Outra coisa que você precisa definir é qual vertente você pretende dar ênfase: a wicca é neopaganismo, aí tem o druidismo (que é mais bruxaria celta), tem a Bruxaria Contemporânea (que tem menos rituais que a wicca [porque celebra apenas os rituais sazonais] e tem com divindade maior a Deusa-Mãe, sendo os outros deuses apenas manifestações Dela), tem a Bruxaria Tradicional (minha vertente, e eu poderia passar hooooras discorrendo sobre :lol: ) e tem os magos/magistas (galera que mexe com TUDO na magia e tem uma pegada mais filosófica e teológica, com menos ares de "religião", Thelema, Astrologia, Numerologia, orixás, Alta Magia, Ritualística, artes divinatórias como runas e tarot, Goethia... uma caralhada de coisa. Daí eu te recomendo o site http://eadeptus.com.br/, que tem praticamente de tudo nessa área e também o Marcelo Del Debbio, que é um dos magistas mais famosos).
 
Uma dúvida: você vai ambientar esse livro num contexto moderno?
Ainda não sei direito.
Penso em fazer algo no tempo atual, mas isso pode mudar.

Outra coisa que você precisa definir é qual vertente você pretende dar ênfase: a wicca é neopaganismo, aí tem o druidismo (que é mais bruxaria celta), tem a Bruxaria Contemporânea (que tem menos rituais que a wicca [porque celebra apenas os rituais sazonais] e tem com divindade maior a Deusa-Mãe, sendo os outros deuses apenas manifestações Dela), tem a Bruxaria Tradicional (minha vertente, e eu poderia passar hooooras discorrendo sobre :lol: ) e tem os magos/magistas (galera que mexe com TUDO na magia e tem uma pegada mais filosófica e teológica, com menos ares de "religião", Thelema, Astrologia, Numerologia, orixás, Alta Magia, Ritualística, artes divinatórias como runas e tarot, Goethia... uma caralhada de coisa. Daí eu te recomendo o site http://eadeptus.com.br/, que tem praticamente de tudo nessa área e também o Marcelo Del Debbio, que é um dos magistas mais famosos).
Perfeito, me mostrou que sei menos ainda do que imaginava. :dente:
Você pode indicar sites ou livros sobre a Bruxaria Tradicional que é a sua vertente?
Valeu, @Lissa. =]
 
Como a convocação do tópico é para os bruxos do fórum, e estando eu humildemente entre os trouxas, abstenho-me em fornecer qualquer informação relevante acerca de bruxaria -- assunto do qual nada sei senão que por ele não me interesso.
Porém, como a Clara parece ter demonstrado algum interesse no assunto da Inquisição e da "caça às bruxas", e mais ainda no do preconceito, e para o bem da verdade e com o intuito único de desfazer preconceitos históricos, deixo aqui a sugestão de dois textos sobre a Inquisição que precisam ser lidos por quem não quiser passar vergonha a vida toda nesse quesito.

5 mitos sobre a inquisição refutados por uma PHD em história Medieval

Grandes mitos sobre a Igreja Católica


Valete.
 
Perfeito, me mostrou que sei menos ainda do que imaginava. :dente:
Você pode indicar sites ou livros sobre a Bruxaria Tradicional que é a sua vertente?
Valeu, @Lissa. =]

Tem o livro Origens da Bruxaria Moderna, da Ann Moura, que é um livro bem didático sobre a prática da Bruxaria desde a pré-história e, apesar do Moderna no nome, fala basicamente da vertente Tradicional.
Tem também esse pequeno artigo do Del Debbio -> http://www.deldebbio.com.br/2011/09/12/o-que-e-bruxaria-tradicional/
E o site do Conselho de Bruxaria Tradicional, que foi onde eu mais me encontrei -> http://bruxaria-tradicional.blogspot.com.br/2010/08/conceitos-bruxaria-tradicional.html

Destaco esse trecho, que fala principalmente o que NÃO é Bruxaria Tradicional
1- Uso de panteões não Europeus – Ex.: Africano, Indiano, etc...
2- Práticas cerimoniais de valor teatral e complexas
3- Símbolos geométricos/ matemáticos – Ex.: Quadrado, Estrela de Salomão, etc...
4- Elementos/ Conceitos de outras culturas – Ex.: Chakras
5- Ativismos – Ex.: Ecológico, Feminista, Homossexuais
6- Divisão dualista do mundo – Ex.: Deus/ Deusa – Bem/ Mal
7- Culto aberto e em área urbana
8- Vinculo com movimento gótico
9- Uso de um símbolo que identifique a religiosidade – Ex.: Pentagrama
10- Uma instituição centralizadora
11- Culto homogêneo ou livro sagrado

Daí vou explicar um por um:
1- A ideia é trazer pro nosso dia-a-dia as praticas dos bruxos europeus, e aí a escolha do panteão fica por conta da afinidade do bruxo. Eu, por exemplo, sou filha de Cerridwen e Taliesin, deuses do panteão galês. Na Bruxaria Tradicional, existe a separação por países, na wicca meu panteão seria o celta, mas o celta inclui os panteões irlandeses, escoceses, britânicos etc. Existe muita discussão se o panteão egípcio pode ser considerado BT, tem gente que diz que sim e tem gente que diz que não, mas eu tenho afinidade com Rá e Hórus E minha deusa de face negra é Pele, do panteão polinésio, então fuck the police :coxinha:

2- Magia ritualística cheia de frufru e mimimi pra tirar fotinho pro insta definitivamente não se encaixa na BT. As práticas das bruxas tradicionais era feita com ingredientes simples, que podiam ser encontrados perto de casa e que não levantassem muitas suspeitas, então eram temperos comuns que qualquer casa teria, ervas, plantas e frutos fáceis de cultivar, grãos etc. A Bruxaria Tradicional não era uma religião, era uma prática que fazia parte da vida cotidiana das familias, clãs e aldeias, então nada de OH QUE DIFICIL ESSE RITUAL, TEM QUE COMPRAR 17292188216 COISAS

3- De novo, tem gente que usa o pentagrama, tem gente que não usa. O pessoal que usa é mais pra representar os 4 elementos e o Awen (que seria a Inspiração, Iluminação, Essência...), tipo eu, não com um sentido de que aquelas formas contém algum tipo de magia per se, são apenas uma forma de representar algo.

4- Acho que a única exceção aqui é a magia cigana, mas pra variar tem gente que condena. Eu acho a magia cigana interessantíssima, principalmente no que diz respeito às artes divinatórias, mas não tenho a menor vocação pra isso, então não pratico, só observo :dente:

5- Veja bem, não quer dizer que a bruxa que segue a BT não possa militar, MUITA gente milita, eu inclusive sou feminazi e apoio a ditadura gayzista ( :cheer: ), mas, por exemplo, nossos rituais, magias, etc não podem ter cunhos militantes. Por exemplo, quando me perguntam como eu posso comer carne e ser bruxa: "ai, mas você não cultua a natureza? Como pode comer filhos da natureza?" Meu bem, é justamente porque eu sou bruxa que eu como carne, porque pra nós existe um ciclo natural que nunca será quebrado, existe uma cadeia alimentar, existe a presa e o predador, existe equilíbrio sagrado nessas relações, mesmo que pra você soem absurdas e cruéis. O bruxo tradicionalista pode até ser vegano, mas nunca vai poder usar a Bruxaria como justificativa pra sua prática.

6- Na wicca, existe uma Deusa e seu Deus consorte, e é do Sagrado Casamento deles que o Mundo e todas as suas coisas surgiram. Para a BT, TUDO é a Natureza, portanto, TUDO é a Deusa. Para a wicca, os inúmeros deuses são apenas emanações da Deusa-mãe. Para a BT, cada Deus e Deusa de cada cultura existe e é uma divindade independente, mas todos são as diferentes faces da Natureza. Parece com a estrutura do Silmarillion, Eru (Natureza/Deusa) criou os Valar (diferentes deuses de cada sociedade, com suas infinitas representações) e os Maiar (entidades menores/espíritos da natureza/guardiões/elementais etc ). Para a BT, não existens deuses bons e deuses maus, TODOS OS DEUSES SÃO BONS E MAUS AO MESMO TEMPO. Cabe ao bruxo, na hora de fazer suas magias, empregar bondade ou maldade, ciente das consequências que cada ato mágico trará em todos os seus aspectos.

7- Aí é mais complicado, essa "regra" já foi revista, devido a esse mundo cinzento de blocos de concreto que a maioria das pessoas vivem. O ideal é fazer as magias em contato com a natureza, mas se não dá, não dá, aí existem várias técnicas de meditação imersiva, onde o bruxo "cria" seu próprio local de natureza.

8- Você não vai encontrar membros sérios da BT bebendo vinho barato e ouvindo Evanescence no cemitério, usando cruzes no pescoço e batom marrom escuro.

9- Apesar de ter gente que usa, o pentagrama NÃO é o símbolo da BT, como a cruz é pros cristãos. O pentagrama é mais símbolo da wicca, na verdade. Eu uso como representação da fusão entre os 4 elementos e o Awen, nunca vou dizer que é o símbolo da minha religião.

10- Não existe nenhum templo, tradição, coven, círculo, clã ou qualquer associação sacerdotal que vai centralizar e ditar dogmas, doutrinas ou padrões de comportamento PARA TODOS OS PRATICANTES DE BT. Eles podem criar regras entre eles, que funcionem para eles e que podem ser aceitas e seguidas pelos seus membros, pratica quem quer.

11- Existem muuuuitos clãs que usam Grimórios de família e/ou Book of Shadows ancestrais (e eu acho essa prática muito linda e foda), mas é como eu disse no item 10, fica restrito ao coven/círculo/tradição/clã, nunca vai ter uma Bíblia da BT, porque não existe apenas uma maneira de praticar.

RESUMO DA ÓPERA:
A Bruxaria Tradicional é, por definição, uma prática extremamente livre, sem cagação de regra (apesar de ter gente que insiste, ah o cerumano u.u), onde cada praticante busca o conhecimento de maneira independente (mesmo que seja guiado por um mestre) e pratica, pratica e pratica, vendo o que funciona, o que não funciona PRA SI e construindo sua maneira de praticar. O que me levou a abandonar a wicca foi justamente essa cagação de regras babaca e a proliferação de charlatões querendo ditar as regras de tudo, sem contar que a wicca é uma religião MUITO hierarquizada e com a finalidade de formar sacerdotes e sacerdotisas, e se você não tem vocação ou interesse de ser sacerdote, te ridicularizam. Aí mandei todo mundo pra puta que pariu e abracei definitivamente a Bruxaria Tradicional, onde eu sou livre pra experimentar, conhecer e praticar e descobrir por mim mesma, com a ajuda dos meus deuses de culto, como eu posso me conectar intimamente com as Forças da Natureza.

Ufa, puta textão, mas é isso aí :lol:
 
Última edição:
Tem um livro da Laura de Mello e Souza que sempre tive vontade de ler: O diabo e a terra de Santa Cruz: Feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial. Sinopse:


Este é o primeiro estudo realizado no Brasil sobre a feitiçaria nos tempos coloniais. É também um dos primeiros livros editados entre nós dentro da corrente da história das mentalidades e do imaginário. Uma verdadeira arqueologia da religiosidade popular, com base em cronistas da época, devassas eclesiásticas e processos da Inquisição, em uma linguagem que mostra rigor literário e científico e não o tédio acadêmico.

Por meio da nossa herança cultural européia, indígena e africana, aqui são rastreadas antigas práticas e personagens que, ainda hoje, integram nossa crença e frequentam nossos terreiros.
 
@Clara, saiu uma nova edição da que é considerada, talvez, a mais importante obra sobre esse tema: O martelo das feiticeiras dos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger.
livro_Doz70y.jpg

Você tem alguma informação a respeito desse livro?
 
@Clara, saiu uma nova edição da que é considerada, talvez, a mais importante obra sobre esse tema: O martelo das feiticeiras dos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger.
livro_Doz70y.jpg

Você tem alguma informação a respeito desse livro?
Eu tenho a edição anterior da editora Rosa dos Tempos (que é do grupo Record) Spartco e ainda não comecei a ler.
Mas esse livro é mesmo famosão. =]
Minha edição:

images.livrariasaraiva.com.br.jpg
 
@Clara, você pretende ler esse livro? Comprei, mas só li a introdução.
Sim, vou ler sim.
É que este ano estou uma lesma em matéria de leituras.
Não sei o que acontece, fico vendo séries e filmes ou então coisas sem importância na internet e penso: "você tem tanta coisa boa e interessante pra ler e fica aí, perdendo tempo com bobeira!" :mad:
Enfim. Quero ver se leio esse livro ainda em 2017. =]
 
Sim, vou ler sim.
É que este ano estou uma lesma em matéria de leituras.
Não sei o que acontece, fico vendo séries e filmes ou então coisas sem importância na internet e penso: "você tem tanta coisa boa e interessante pra ler e fica aí, perdendo tempo com bobeira!" :mad:
Enfim. Quero ver se leio esse livro ainda em 2017. =]

@Clara, eu também estou enrolado com as leituras, apesar de estar lendo A Zona Morta de Stephen King, além do O Pai Goriot de Balzac para o Clube de Leitura. E ainda não comecei o volume 10 das Crônicas Saxônicas, que fiquei de ler juntamente com @Eriadan e @Jhulha (espero que não estejam chateados comigo).

No entanto, se você topar, mais pra frente, poderíamos fazer uma leitura do referido livro das feiticeiras, para trocar impressões a respeito do mesmo, o que acha?
 
No entanto, se você topar, mais pra frente, poderíamos fazer uma leitura do referido livro das feiticeiras, para trocar impressões a respeito do mesmo, o que acha?
Topo sim! =]
Quando eu começar, te aviso e se você começar antes me avise também, porque aí me sinto estimulada pra ler e deixar de ser lerda.
E vou começar o Pai Goriot do Balzac também. Vou começar hoje sem falta, pra opinar pelo menos sobre a primeira parte lá no Clube.
 

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