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Relendo as Obras, em que parte você está?

Gerbur Forja-Quente

Defensor do Povo de Durin
Olá pessoal, como nosso amado mestre já morreu temos que ficar relendo os mesmos livros toda vez que quisermos voltar para a Terra-Média.

E de vez em quando eu volto, rs. E cada vez que volto acabo percebendo nuances diferentes das histórias. Claro que elas sempre estiveram lá, mas o leitor era menos experiente. Dessa forma, cada vez que lemos o mesmo livro revivemos muito do sabor original, mas somos capazes de sentir nuances de novos sabores também.

Resolvi criar esse tópico para quem está relendo alguma das obras de Tolkien e quiser falar um pouco sobre que parte está e o que essa passagem está despertando em você nessa leitura atual.

Começando por mim: Estou relendo O Silmarillion, e acabei de ler quando Ulmo primeiro orienta em sonhos a Finrod Felagund para construir Nargothrond e a Turgon para construir Gondolin. Turgon, principalmente, Ulmo o conduz para que ele encontre a entrada secreta para o vale em que ele vai construir a cidade. Depois aparece para ele, dá diversos avisos para ele, como onde ele deveria deixar uma armadura para quando o Vala precisar mandar um mensageiro ele reconhecer e acreditar no mesmo. Para Turgon não se apaixonar demais por Gondolin porque ela será invariavelmente destruída. Futuramente aparece para o mensageiro dá novamente todas as orientações... fiquei pensando, que deus caprichoso, né? Quanto carinho, quanta preocupação. Que bom seria se nós também conseguíssemos entender melhor as mensagens de Deus para nós.

E você, em que parte está? O que essa passagem despertou em você nessa leitura atual?

Um abraço a todos!
 
Eu preciso reler O Senhor dos Anéis. São tantos anos simplesmente discutindo minúcias, acompanhando filme, organizando coisas que o aspecto central, que são as obras escritas, perderam um tico do brilho, da memória. Meta de 2017.

Quem sabe a gente não organiza uma leitura conjunta do SdA, capítulo a capítulo?
 
Eu estou relendo alguns capítulos de O Senhor dos Anéis como preparação pra leitura do HoME 7, pra relembrar como ficou a versão final destes capítulos e depois mergulhar nas várias versões anteriores.

Agora eu tô no comecinho, quando Frodo sai do Condado. Não é bem uma sensação nova, mas tinha esquecido o quanto esse começo é inocente/despretensioso, bem ao estilo do Hobbit. Ok, eu sabia disso conscientemente, mas ao ler aquelas emoções voltam, sabe? Ainda não tem aquele senso muito grande de perigo, apesar de haver um Cavaleiro Negro aqui e ali. É como se aqueles hobbits fossem nossos amigos, e estamos "em casa" com eles, desde o companheirismo de Sam até a hospitalidade do sr. Magote. Dá vontade de ficar ali mesmo no Condado e conversar com eles a noite toda.
 
Eu lembro que havia parado em Beren e Lúthien no Silmarillion. Especificamente na busca de fontes de inspiração para visualizar melhor a obra de Tolkien para design dos elementos desde as criaturas, passando pelas paisagens, artefatos, etc... No caminho tem aparecido muita coisa interessante como a representação simbólica do cetro do governante do mundo segundo tradições orientais (tibetanos, budistas etc..):


vajra.jpg



Eu estava mesmo ajuntando coisas assim há muito tempo. Seria uma boa continuar, principalmente porque vejo em 2017 um ano mais difícil do que foi 2016 e não mais fácil.
 
Eu preciso reler O Senhor dos Anéis. São tantos anos simplesmente discutindo minúcias, acompanhando filme, organizando coisas que o aspecto central, que são as obras escritas, perderam um tico do brilho, da memória. Meta de 2017.

Quem sabe a gente não organiza uma leitura conjunta do SdA, capítulo a capítulo?

Puxa, que honra tê-lo respondendo um tópico meu, Sr Deriel!

Acho que "em todos esses anos trabalhando nesta indústria vital, essa é a primeira vez que isso me acontece", rs.

Bacana sua idéia de fazermos a leitura conjunta de O Senhor dos Anéis. Podemos criar um tópico para cada capítulo e assim todos podem comentar suas impressões de forma organizada. Futuramente ficará fácil ver as opiniões sobre determinada passagem das obras. Boa idéia!
 
Correndo o risco de um off topic... eu acho que passei por uma sério processo de burnout. Todo o período dos filmes da trilogia original me deram muito, mas muito trabalho. Muito evento, encontro, muito tempo. Deu trabalho, mas foi bom. Daí aconteceu a trilogia dO Hobbit, que deu trabalho e foi ruim. Juntando isso à filharada, bom, não tinha outro jeito senão dar um tempo.

Acho que agora, com as coisas mais normalizadas, o desastre que foi O Hobbit pra trás, dá pra começar a ter de novo um prazer simples e sincero com os livros de Tolkien. Sem ler demais nas entrelinhas.
 
Agora eu tô no comecinho, quando Frodo sai do Condado. Não é bem uma sensação nova, mas tinha esquecido o quanto esse começo é inocente/despretensioso, bem ao estilo do Hobbit. Ok, eu sabia disso conscientemente, mas ao ler aquelas emoções voltam, sabe? Ainda não tem aquele senso muito grande de perigo, apesar de haver um Cavaleiro Negro aqui e ali. É como se aqueles hobbits fossem nossos amigos, e estamos "em casa" com eles, desde o companheirismo de Sam até a hospitalidade do sr. Magote. Dá vontade de ficar ali mesmo no Condado e conversar com eles a noite toda.

Eu lembro bem desse começo, que não é tão "inho", rs. Se não em engano os Hobbits demoram mais de 100 páginas para sair do Condado! O que mostra mesmo como Tolkien não sabia o que ele ia escrever quando começou O Senhor dos Anéis. É bem infantil e tem até uma passagem que uma raposa observa as caminhadas noturnas dos hobbits e pensa mal deles, rs. Fato único, em nenhum outro momento um animal pensa qualquer coisa em SdA.

Mas é bacana esse começo porque aí é onde realmente conhecemos mesmo o Condado. Em O Hobbit, logo Bilbo é arrastado por Gandalf e os anões e o Condado não é tão aprofundado. Em A Sociedade do Anel conhecemos bem os nomes das famílias, costumes como dar de presente não algo novo, mas algo que você já tenha, tem até um nome isso que não me recordo agora. Mas olha que idéia interessante? No nosso mundo isso talvez seja mal visto, dependendo do recebedor, mas eu sou uma pessoa que seria propensa a valorizar mais um presente "usado" que algo que a pessoa comprou novo para presentear e não tem relação com ela.

Em a Sociedade do Anel tinha também um 5o hobbit que ficou para trás para despistar as pessoas, para fazer parecer que o Frodo continuava morando naquela casa dele perto da fronteira do Condado (não no Bolsão, a outra casa). Se não me engano era Fatty Bolger. Fiquei até um pouco triste porque no final de O Retorno do Rei, o Fatty Bolger não teve uma finalização bacana como os 4 hobbits que deixaram o Condado na missão. Mas até entendo, como ele não partiu com os outros ele teve bem menos experiências e realmente a diferença entre os 4 e ele era enorme nessa altura.

Mas enfim, muita coisa bacana nas primeiras 100 páginas de A Sociedade do Anel. Só não pode ter pressa para ver batalhas, rs. Esse livro é para ler sem pressa, curtindo a paisagem, o mistério, a viagem em segredo e o pavor dos Cavaleiros Negros.
 
Esse ano resolvi fazer diferente. Sempre achei que era essencial, para um grande fã, fazer a leitura de Tolkien em sua língua original, e agora que estou terminando The Hobbit concluí que estava certo. Fracassei na primeira tentativa, mas agora com um tiquinho mais de experiência na leitura em inglês vou partir novamente para LoTR. Como o @Deriel, faz muito tempo que não leio, e já tô ficando meio desesperado de vontade. :lol: Em inglês, por vários aspectos - e ainda vou escrever sobre isso -, acho que a experiência ganha mais alguns graus de emoção.
 
Esse ano resolvi fazer diferente. Sempre achei que era essencial, para um grande fã, fazer a leitura de Tolkien em sua língua original, e agora que estou terminando The Hobbit concluí que estava certo. Fracassei na primeira tentativa, mas agora com um tiquinho mais de experiência na leitura em inglês vou partir novamente para LoTR. Como o @Deriel, faz muito tempo que não leio, e já tô ficando meio desesperado de vontade. :lol: Em inglês, por vários aspectos - e ainda vou escrever sobre isso -, acho que a experiência ganha mais alguns graus de emoção.
Uma das minhas metas este ano também é ler O Hobbit em inglês :D
** Posts duplicados combinados **
Eu lembro bem desse começo, que não é tão "inho", rs. Se não em engano os Hobbits demoram mais de 100 páginas para sair do Condado! O que mostra mesmo como Tolkien não sabia o que ele ia escrever quando começou O Senhor dos Anéis. É bem infantil e tem até uma passagem que uma raposa observa as caminhadas noturnas dos hobbits e pensa mal deles, rs. Fato único, em nenhum outro momento um animal pensa qualquer coisa em SdA.

Mas é bacana esse começo porque aí é onde realmente conhecemos mesmo o Condado. Em O Hobbit, logo Bilbo é arrastado por Gandalf e os anões e o Condado não é tão aprofundado. Em A Sociedade do Anel conhecemos bem os nomes das famílias, costumes como dar de presente não algo novo, mas algo que você já tenha, tem até um nome isso que não me recordo agora. Mas olha que idéia interessante? No nosso mundo isso talvez seja mal visto, dependendo do recebedor, mas eu sou uma pessoa que seria propensa a valorizar mais um presente "usado" que algo que a pessoa comprou novo para presentear e não tem relação com ela.

Em a Sociedade do Anel tinha também um 5o hobbit que ficou para trás para despistar as pessoas, para fazer parecer que o Frodo continuava morando naquela casa dele perto da fronteira do Condado (não no Bolsão, a outra casa). Se não me engano era Fatty Bolger. Fiquei até um pouco triste porque no final de O Retorno do Rei, o Fatty Bolger não teve uma finalização bacana como os 4 hobbits que deixaram o Condado na missão. Mas até entendo, como ele não partiu com os outros ele teve bem menos experiências e realmente a diferença entre os 4 e ele era enorme nessa altura.

Mas enfim, muita coisa bacana nas primeiras 100 páginas de A Sociedade do Anel. Só não pode ter pressa para ver batalhas, rs. Esse livro é para ler sem pressa, curtindo a paisagem, o mistério, a viagem em segredo e o pavor dos Cavaleiros Negros.
Eu não reli essa parte muito inicial, mas é verdade, temos muito mais do Condado e seus costumes! Essa parte da raposa eu li, é bizarra mesmo, ela vem, tem um pensamento e vai embora :P

Mas falando em coisas bizarras, cheguei na parte do Tom Bombadil. Particularmente adoro as canções deste capítulo, acho fofas. XD

É o Fatty sim que fica pra trás fazendo de conta que é o Frodo!
** Posts duplicados combinados **
Falando em leitura conjunta de O Senhor dos Anéis, o Tolkien Professor Corey Olsen começou ontem uma leitura capítulo a capítulo pra quem quiser acompanhar, e será todas as terças-feiras. Ontem foi o capítulo 1.
 
Resolvi criar esse tópico para quem está relendo alguma das obras de Tolkien e quiser falar um pouco sobre que parte está e o que essa passagem está despertando em você nessa leitura atual.
Olá Gerbur, quanto tempo!
Atualmente eu estou desgastado com a vida pessoal e a faculdade, e a fantasia - que eu havia deixado de lado desde 2014 - voltou a brotar no meu coração. Meu hipnoterapeuta parece um mestre de RPG (XD), e, por incrível que pareça, o comandante do meu subconsciente é ninguém menos que o Homem da Lua. Está certo que ele não é um personagem da Terra-Média, mas Roverandom também é uma obra fantástica que me atrai muito, por algum motivo. Acredito que existe uma conexão com The Cottage of Lost Play e Roverandom quando Rover encontra as crianças na lua. Essa fuga através de sonhos para brincar sem inibição e relaxar é o lado mais sedutor da lua e seu líder para mim. 2016 foi um ano de muitas desgraças, e essa terapia - que mistura minhas questões internas com as externas num caldeirão repleto de fantasia - me ajudou muito a superar traumas. É o mais próximo de uma experiência tolkieniana boa que tive recentemente. Na verdade, a última coisa que peguei para ler foi Os Filhos de Húrin, logo que meu avô morreu, e me afundei na sombra nefasta de Túrin e seu destino - mas o luto não conta como uma experiência boa.
Enfim, um grande abraço.

"The Man In The Moon came down too soon"
 
Olá Gerbur, quanto tempo!
Atualmente eu estou desgastado com a vida pessoal e a faculdade, e a fantasia - que eu havia deixado de lado desde 2014 - voltou a brotar no meu coração. Meu hipnoterapeuta parece um mestre de RPG (XD), e, por incrível que pareça, o comandante do meu subconsciente é ninguém menos que o Homem da Lua. Está certo que ele não é um personagem da Terra-Média, mas Roverandom também é uma obra fantástica que me atrai muito, por algum motivo. Acredito que existe uma conexão com The Cottage of Lost Play e Roverandom quando Rover encontra as crianças na lua. Essa fuga através de sonhos para brincar sem inibição e relaxar é o lado mais sedutor da lua e seu líder para mim. 2016 foi um ano de muitas desgraças, e essa terapia - que mistura minhas questões internas com as externas num caldeirão repleto de fantasia - me ajudou muito a superar traumas. É o mais próximo de uma experiência tolkieniana boa que tive recentemente. Na verdade, a última coisa que peguei para ler foi Os Filhos de Húrin, logo que meu avô morreu, e me afundei na sombra nefasta de Túrin e seu destino - mas o luto não conta como uma experiência boa.
Enfim, um grande abraço.

"The Man In The Moon came down too soon"

Que legal, Sauron, quanto tempo mesmo! Eu andei meio sumido e como recentemente peguei o Silma novamente me deu vontade de voltar a postar no fórum de novo, rs.

Interessante sua experiência, eu desconheço ainda Roverandom, por isso não posso opinar.

Os Filhos de Húrin é uma história fantástica mesmo, gosto bastante inclusive da infância de Túrin, os diálogos que ele tem com o tutor dele sobre a palavra de um homem honrado, muito bacana. Mas é uma história trágica e por isso eu não recomendo ler quando estamos tristes (lamento pelo seu avô). Eu particularmente só leio tragédia se eu estou bem de espírito. Se estou triste procuro leituras motivacionais para não ficar botando mais lenha em uma fogueira já sinistra.

Mas Tolkien, de maneira geral está sempre falando sobre a morte, o luto, a destruição de grandes civilizações, as separações de pessoas que se amam... Mas é claro que ele escreve sobre tudo isso com sua poesia ímpar que nunca mais vi em nenhum outro autor. E é por isso que a "fantasia" nele é muito próxima da gente, muito real, muito visceral. Nós vivenciamos, experimentamos e sentimos emoções que seus personagens sentem e vivem, e com isso nos conectamos com a realidade dentro do mundo fantástico tolkeniano e isso acaba também colocando um pouco de magia em nossas vidas.
 
Cada releitura é realmente uma redescoberta! Desta vez percebi um detalhe que me passou despercebido nas 52836 vezes anteriores que li O Senhor dos Anéis.

A gente sabe que os elfos tem uma conexão especial com o planeta, Arda, que são mais ligados às coisas naturais e coisa e tal. Mas não lembrava que havia algumas passagens na Sociedade do Anel que mostra o Legolas tendo essa conexão com a natureza:

"- Isso é verdade - disse Legolas. - Mas os elfos dessa região eram de uma raça estranha a nós, o povo da floresta, e as árvores e o capim não se recordam deles agora. Só escuto as pedras lamentando por eles: escavaram-nos das profundezas, moldaram-nos em formas belas, construíram-nos em edifícios altos, mas se foram. Eles se foram. Partiram em busca dos Portos há muito tempo." (Livro 2, Capítulo III, O Anel vai para o Sul) [referindo-se aos elfos de Eregion]

"Legolas se encostava contra a parede, como se tentasse escutar alguma coisa." (Livro 2, Capítulo IV, Uma Jornada no Escuro) [tentando descobrir onde estavam as portas escondidas de Moria]
 
"- Isso é verdade - disse Legolas. - Mas os elfos dessa região eram de uma raça estranha a nós, o povo da floresta, e as árvores e o capim não se recordam deles agora. Só escuto as pedras lamentando por eles: escavaram-nos das profundezas, moldaram-nos em formas belas, construíram-nos em edifícios altos, mas se foram. Eles se foram. Partiram em busca dos Portos há muito tempo." (Livro 2, Capítulo III, O Anel vai para o Sul) [referindo-se aos elfos de Eregion]

Puxa que bonito, hein? Show!
 
Depois de quase 10 anos consegui reler em novembro de 2016 o Silmarillion pela quarta vez, e o Hobbit em dezembro pela oitava vez.

Começei em janeiro e ler o SDA, mas parei na parte que fala sobre os hobbits antes do capítulo 1.
 
Terminando a última parte sobre a Guerra da Ira e entrando nos Anéis de Poder e a Terceira Era.


Silmarillion, ótimo livro!
 
Cada releitura é realmente uma redescoberta! Desta vez percebi um detalhe que me passou despercebido nas 52836 vezes anteriores que li O Senhor dos Anéis.

A gente sabe que os elfos tem uma conexão especial com o planeta, Arda, que são mais ligados às coisas naturais e coisa e tal. Mas não lembrava que havia algumas passagens na Sociedade do Anel que mostra o Legolas tendo essa conexão com a natureza:

"- Isso é verdade - disse Legolas. - Mas os elfos dessa região eram de uma raça estranha a nós, o povo da floresta, e as árvores e o capim não se recordam deles agora. Só escuto as pedras lamentando por eles: escavaram-nos das profundezas, moldaram-nos em formas belas, construíram-nos em edifícios altos, mas se foram. Eles se foram. Partiram em busca dos Portos há muito tempo." (Livro 2, Capítulo III, O Anel vai para o Sul) [referindo-se aos elfos de Eregion]

"Legolas se encostava contra a parede, como se tentasse escutar alguma coisa." (Livro 2, Capítulo IV, Uma Jornada no Escuro) [tentando descobrir onde estavam as portas escondidas de Moria]

Isso me lembrou uma das partes que julgo ser talvez, o momento mais bonito do 2o livro, As Duas Torres: é justamente uma conversa dos dois amigos (Gimli e Legolas) enquanto eles caminham por Fangorn em direção à Isengard com a comitiva do Rei Théoden. A conversa deles são cerca de 3 páginas, começando pela página 149. Legolas tenta entender as vozes da floresta e Gimli descreve as cavernas do Abismo de Helm. Essa descrição das cavernas pelo Gimli é fantástica. Somente um verdadeiro anão para descrever cavernas dessa forma, ele as compara com sonhos. Olha que legal. Para a maioria de nós cavernas são apenas buracos no chão. Vou transcrever um pouco da descrição de Gimli:

"Cavalgaram em silêncio por um tempo, mas Legolas frequentemente olhava de um lado para o outro, e teria parado muitas vezes para escutar os sons da floresta, se Gimli tivesse permitido.

_ Estas são as árvores mais estranhas que já vi - disse Legolas - ; e eu já vi inúmeros carvalhos crescerem desde plantinhas até a idade em que apodrecem. Gostaria que houvesse tempo agora para caminharmos no meio delas: ouço suas vozes, e com o tempo poderia entender seus pensamentos.

_ Não, não! - disse Gimli - Vamos deixá-las! Já advinho o que pensam: odeiam todos os que andam sobre duas pernas, e falam em sufocar e esmagar.

_ Não todos os que andam sobre duas pernas - disse Legolas - Nesse ponto, acho que está errado. São os orcs que elas odeiam. Pois elas não pertencem a esse lugar e sabem pouco sobre homens e elfos. Distantes ficam os vales onde brotaram. Os vales profundos de Fangorn, Gimli; é de lá que elas vêm, julgo eu.

_Então é a floresta mais perigosa da Terra-Média - disse Gimli - Devo ficar agradecido pela parte que desempenharam, mas não as amo. Você pode considerá-las maravilhosas, mas já vi maravilha maior nesta terra, mais bela que qualquer bosque ou clareira que já surgiu: meu coração ainda está repleto dela. Estranhas são as maneiras dos homens, Legolas! Aqui eles têm umas das maravilhas do Mundo do Norte, e o que falam dela? Cavernas, dizem eles! Cavernas para se refugiarem em tempo de guerra, para armazenarem forragem. Meu bom Legolas, você sabia que as cavernas do Abismo de Helm são vastas e belas? Haveria uma interminável peregrinação de anões, apenas para apreciá-las, se fossem conhecidas. Na verdade, pagariam com ouro puro por uma olhadela!

_ E eu pagaria ouro puro para não ter de visitá-las! - disse Legolas - ; e pagaria o dobro para sair, se me perdesse lá dentro!

_ Você não viu, por isso perdôo sua caçoada - disse Gimli - Mas você fala como um tolo. Acha que aqueles salões são belos, aqueles em que seu Rei mora sob a colina na Floresta das Trevas, e que os anões ajudaram a construir muito tempo atrás? Pois são apenas cabanas comparadas às cavernas que vi aqui: salões imensos, cheios de uma música eterna de água que goteja em lagos, tão belos quanto Kheled-zâram à luz das estrelas. E, Legolas, quando as tochas são acesas e os homens andam pelo chão arenoso sob as cúpulas reverberantes, ah!, então, Legolas, pedras e cristais e veios de minérios preciosos faíscam nas paredes polidas; e a luz brilha através das dobras de mármore, em forma de conchas, translúcidas como as próprias mãos da Rainha Galadriel. Há colunas brancas e de um amarelo-alaranjado, e também de um rosa matinal, Legolas, estriadas e retorcidas em formas de sonho; surgem de assoalhos multicoloridos para encontrar os ornatos reluzentes que caem do teto: asas, cordas, cortinas finas como nuvens congeladas; lanças, flâmulas, pináculos de palácios suspensos! Lagos tranquilos os espelham: um mundo tremeluzente espreita lá do fundo de lagos escuros cobertos por cristal translúcido; cidades, que a mente de Durin mal poderia ter imaginado em sonhos, estendem-se através de avenidas e pátios com pilares, para dentro de recônditos escuros onde a luz não alcança. E plinque! uma gota de prata cai, e as ondas circulares no espelho fazem com que todas as torres se inclinem e tremam, como plantas e corais numa gruta do mar. Então chega a noite: elas vão desaparecendo, faiscando cada vez menos, as tochas passam para um outro cômodo, para um outro sonho. Há cômodos e mais cômodos, Legolas; salões abrindo-se de outros salões, abóbada após abóbada, escada após escada e os caminhos sinuosos continuam conduzindo para dentro do coração das montanhas. Cavernas! As Cavernas do Abismo de Helm! Feliz foi o acaso que me guiou até lá! Deixar aquele lugar me faz chorar."

O diálogo continua mais um pouco, mas por enquanto vou parar por aqui.

Vejam como Tolkien escreve maravilhosamente bem e como é bonita essa visão do Gimli sobre as Cavernas de Aglarond. Vou de novo: é a parte mais bonita de As Duas Torres.

E mostra como talvez os anões sejam tão sensíveis em relação à natureza quanto os elfos. Embora os elfos sejam mais voltados para as florestas e estrelas, os anões voltam-se para montanhas, cavernas e as estranhas da terra.
 
Bom, eu dei uma parada com o SDA e começei a ler Os Filhos de Húrin, que por sinal é uma história muito depressiva. Estou no capítulo que Beleg é capturado pelos proscritos e torturado pelos mesmos. Mas Túrin, como é orgulhoso, não aceitou retornar a Doriath e ser recibo por Thingol para ganhar o perdão e honrarias. Putz! Que cara orgulhoso esse Túrin rsrsrsrsrsrsrsrs
 

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