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Melhores e piores de 2016

DiegoMP

Usuário
Fórum tá meio parado, todo mundo por aí ainda? Dá tempo?

Pegando o finalzinho da temporada de listas, deixo a pergunta de balanço literário aí pra vocês, qual foram as melhores e a pior leitura de 2016?
Caso queira deixar um resuminho explicando pra nós o motivo de ter amado ou odiado determinado livro vai bem. Não precisa se alongar muito ou se estenda o quanto quiser, por tua conta.

Como incentivo deixo alguns links que considerei interessantes nessa temática:
Lista da Camila Von Holdefer, do Livros Abertos.
Melhores leituras, pelo Suplemento Pernambuco
Lista com várias listas de melhores, compilado feito pelo Mundo de K

E por fim, a minha:
1. Homero
Vou começar roubando. Até porque se não tem disso não é lista pessoal. Listo um autor e não uma obra.
Esse foi o ano em que li Ilíada e a Odisséia, tenho umas 3 edições de cada e já faz uns bons anos. Sempre vi eles mais como 'obrigatórios' do que prazer, aí depois de ler um pouquinho sobre as traduções, abracei as minhas edições do Frederico Lourenço e parti pra cima.
A surpresa foi grande, ein, acho que levei uns quatro cantos no máximo pra apaixonar e querer entender bem mais sobre aquele universo. Já peguei alguns livros sobre Homero, a meta é melhorar o entendimento e uma provável releitura de pelo menos umas delas no próximo ano.

2. O Fim da infância - Arthur C. Clarke
Cara, a leitura aqui foi frenética. Emendei lendo uns dois dias e fim do livro. Ia pra cama mas não conseguia dormir de tanta curiosidade. Não lembro de outra ficção científica que tenha me pegado do mesmo jeito que essa (apesar das crônicas marcianas ainda serem imbatíveis em primeiro lugar, quase tiveram sua posição ameaçada). A terceira parte perde um pouquinho de força na minha opinião, mas não chega a tirar o brilho da caminhada até lá.

3. Vida e época de Michael K. - Coetzee
Confesso que fiquei em dúvida com o 3º lugar. Poderia ser da Ferrante, do McEwan, do Roth. Votei por afinidade, conheço o Coetzee há mais tempo, desculpas aos demais.
Não é um Desonra, mas é muito bom. Coetzee com seu estilo seco explorando a miséria do homem numa África do Sul arrasada pela guerra civil. Queria poder falar sobre vários intertextos com Kafka durante a leitura mas eu não tenho muita fé se foi interpretação ou delírio meu então vou deixar baixo.

E o troféu patinho feio das minhas leituras eu divido entre duas obras que só terminei por serem curtas:
O próximo da fila, do Henrique Rodrigues e O coração das trevas, do Conrad. Dói só de lembrar, umas 100 páginas a mais em qualquer um deles e eu abandonava a leitura.
 
Quatro cantos pra se apaixonar pelo Homero? I see what you did there. Esse é o tamanho da Telemaquia dentro da Odisseia. É depois disso que a aventura começa de verdade. Hehe
 
Quatro cantos pra se apaixonar pelo Homero? I see what you did there. Esse é o tamanho da Telemaquia dentro da Odisseia. É depois disso que a aventura começa de verdade. Hehe

Mas comecei pela Ilíada, sobrevivendo ao segundo canto não tem nada de muito traumático pra depois disso. :wink:
Odisseia fui com outra visão já, nada ali me deixou entediado.
 
Ah, o famoso canto II... O "Catálogo das Naves".... rsrs.
 
Li pouquinho esse ano, e o pouco que li foi todo bem escolhido e bem aproveitado.
Mas os destaques foram:

Kafka à Beira-mar, do Murakami.

É um livro de leitura tão compulsória que vc não sabe ao certo se está amando, vc apenas lê, intrigado. E no final ele fica contigo... Todos que amam uma historia em que vc não faz ideia do que virá em seguida e sempre te surpreende vão curtir!
(e tem uma pegada psicossexual meio Brian de Palma que eu curti demais. Daí que ele faz um retrato mais que apropriado de transtornos mentais e como eles se manifestam surrealmente na realidade mental).

Um, Nenhum e Cem Mil, de Luigi Pirandello.

Um livrinho essencial que fala da impossibilidade de sermos vistos pelos outros como seres plurais que somos.

Slaughterhouse-Five, de Kurt Vonnegut.

Escrita simples e concisa, mas não menos interessante, fala da guerra de um jeito satírico ainda mais marcante por uns toques surreais no enredo. E é beeeeem comovente. E genial. (eu não sou capaz, inda mais agora que já passou certo tempo e minha memoria esta fraca, de fazer jus a esse livro. Só recomendo muito que leiam!).

Lolita, do Nabokov.

Garante um puro prazer de leitura. Não precisa falar mais.

A mão esquerda da escuridão, de Ursula Le Guin.

Esse é um livro que eu adoraria ver alguém com o calibre de um Tarkovsky fazer um filme, do meu tipo favorito, lento, atmosférico, moroso, que favorece a ambientação acima de um enredo. O desse livro é do tipo que dá pra resumir num tuíte. E ainda assim, com uma narrativa tão boa, a autora consegue sempre esboçar quase que em cada passagem comentários acerca de temas como o que é a humanidade sem o conflito com o próprio gênero sexual. E como é difícil para nós dissociar uma pessoa de seu gênero. Será que com essa indistinção por si só os seres humanos seriam uma raça melhor?
Grande leitura, lenta, mas sempre interessante. Descritiva de forma suficiente para que te coloque em um mundo novo, na mente desse mundo novo, sem que por isso seja entediante.

Hamlet, de Shakespeare.

A leitura dessa peça gera como que um constante polimento da mente. Genial, do tipo que vc quer sublinhar quase que cada verso.
(Li na tradução da Barbara Heliodora; minha leitura de Macbeth tbm foi de tradução dela - assim como o próximo que lerei, Rei Lear. Estou doido para adquirir aquele teatro completo todo traduzido por ela que a nova fronteira (?) lançou. Ela arrebenta!)

Via Férrea, de Mario Alex Rosa.

Adorei esse livrinho de poemas que li recentemente, e que foi publicado pela Cosac naquela recente edição de poetas contemporâneos - da mesma linha do livro Rabo de Baleia, de Alice Sant'Anna, sabe?
Adorei a construção poética de ideias, é quase que uma breve jornada pela luta da mente em pôr-se para fora, em palavras. Bem meta, amei.
Uma provinha:
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.


E são essas, minhas indicações. De resto, como disse, tudo o que li tbm foi bem bom. Destaque para O silêncio, de Shusako Endo, que virou esse ultimo filme do Scorsese que eu to doido pra ver, e embora o livro seja ótimo, tenho quase certeza que o filme vai ser melhor; Enclausurado, do McEwan, foi o primero que li dele, por causa do hype e porque era bem curto tbm (e aliás, devo a ele minha leitura de Hamlet ter sido feita esse ano). E gostei, tem varias passagens memoráveis de grande ironia e tiradas geniais, mas em geral achei que podia ser mais consistente; Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, de Philip K Dick, tbm meu primeiro dele que li, e que gostei bastante, mas de certa forma não achei que corresponde com a visão que eu criei do autor, como um escritor de ideias disfarçado de romancista. Embora tenha bastantes reflexões nele, puxa mais prum livro de aventura, bem comercial e tal. Não surpreenderia se soubesse que foi encomendado. Ainda quero ler pelo menos tudo que a Aleph publicou dele. Talvez O Homem no Castelo Alto como próxima leitura?; e tbm um livrinho policial de Simenon, A sombra na Place des Voges, foi bem rápida e boa; Para não se perder no bairro, de Modiano, foi bem bom, embora de certa forma tenha parecido que foi apenas 2/3 do livro que poderia ter sido. Ainda assim uma leitura agradável e melancólica. E já que falei de tudo melhor mencionar tbm o Strange Fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção, publicada pela Cosac. Livro bem curtinho que traça um painel do racismo na época de composição e explosão desse hit eternizado por Holiday.

É isso, espero que em 2017 venham ainda mais boas leituras, a todos nós, esse é o meu desejo!
 
Última edição:
Li mais HQs e livros sobre cinema este ano que romances, mas vá lá, os que me chamaram a atenção, fora de ordem qualitativa, foram:

Homens Difíceis, de Brett Martin / Uma Viagem Pessoal pelo Cinema Americano, de Martin Scorsese e Michael Henry Wilson

Agora que resolvi investir em aprender mais sobre cinema, ambos os livros me ajudaram a entender melhor o apego forte do cinema e da TV americanos pelo conceito de gênero. O primeiro livro, que aborda a fase da TV que vê surgir de Família Soprano a Mad Men, conta os bastidores da criação e produção dessas séries além do plano de fundo da sociedade americana no período - a crescente frustração do americano médio (principalmente homem) com as subsequentes crises econômicas, a desconfiança geral em relação ao governo e a imprensa durante a Era Bush, etc. Martin fez com este livro o mesmo que Peter Biskind em Como a Geração Sexo, Drogas e Rock'n'Roll Salvou Hollywood: uma dissecação minuciosa, mas no mundo da TV. E o segundo, que é basicamente o texto de Scorsese para um documentário de mesmo nome, elabora a forma como o cinema de Hollywood vai crescendo e se aperfeiçoando, brincando com as possibilidades técnicas e tentando superar a censura que vigorava no fim da Era de Ouro. Serve para expandir mais o conhecimento sobre aquele cinema e sobre o impacto que ele teve sobre Scorsese.

Homens Elegantes, de Samir Machado de Machado

O melhor romance do ano cabe ao grande Samir Machado de Machado, que já tinha impressionado com seu Quatro Soldados. Um romance histórico queer envolvendo espionagem no século XVIII e que volta e meia rompe com as convenções - pelo menos ele faz isso melhor que o Xerxenesky em Areia dos Dentes. Um espião português vai pra Grã-Bretanha pra descobrir quem anda imprimindo e enviando livros pornográficos às colônias - daí pra frente engatamos em um thriller que sabe estabelecer o momento e o plano de fundo, homenageia obras clássicas do período, reconstitui ao máximo o período, mesmo a mentalidade das personagens de então - não fica algo anacrônico como um certo Spohr faz...

Ifigênia em Forest Hills: Anatomia de um Julgamento, de Janet Malcolm
Mas o melhor livro de não-ficção que eu li este ano foi esse. Oscar Wilde tinha o dom de ser sucinto e transmitir wit, e creio eu que Janet Malcolm herda bem isso, bem como a ironia e emoção de Chekhov quando lhe é conveniente. A prosa jornalística que ela faz visa tanto alcançar um público grande como laçar o leitor para receber um impacto forte. Nesse relato onde aborda os vários ângulos de uma cobertura que fez sobre um julgamento envolvendo o assassinato de um médico famoso pela ex-esposa, ela pede ao leitor que vá confiando no dito até chegar um momento em que o subverte, ilustrando a falta de certeza que o julgamento transmite. Ao mesmo tempo, ela se mostra cônscia disso, como que pedindo que o leitor faça o mesmo. (Um dos melhores momentos é quando ela argumenta que entende o lado da ré pela condição de mulher e mãe, e que ela sabe que a emoção é algo que prejudica a objetividade na cobertura - e também na justiça.) É um livro incrível e poderoso.

Gavião-Arqueiro: Minha Vida como uma Arma, de Matt Fraction e David Aja
Há tempos que não acompanhava tanto HQs, mas preciso colocar esta entre uma das minhas melhores leituras do ano. Fraction e Aja criaram uma das melhores HQs dos últimos tempos, que renova a protagonista e também brinca com a linguagem visual. A trama sobre um Clint Barton trabalhando e vivendo por conta, tendo que lidar sozinho com vários casos questionáveis que não teriam participação dos Vingadores, é apresentada como um noir, com múltiplos ângulos de percepção visual e de personalidade - há espaço para explorar o impacto de se ter um Vingador vivendo em um prédio controlado pela máfia russa. Fraction criou uma personagem à la Parker, de Westlake, com a mesma autonomia.

O Reino, de Emmanuel Carrère
Misto de ficção e diário de bordo, O Reino é marcado pela viagem de autodescoberta de Emmanuel Carrère pelo que a ideia de espiritualidade representa, indo do catolicismo na juventude ao seu ateísmo recente. A ideia do autor é a de contar o início do Cristianismo após a morte de Jesus, tentando recriar de forma romanceada, mas tentando evitar inventar - e quando o faz, ele avisa -, mesmo de forma anacrônica - vide Caldwell, Burgess, e outros que o fizeram, seguindo à risca a fala de Albert Schweitzer de que a reconstituição do Jesus Histórico passa pelos preconceitos, idealizações e formação dos que tentam recriá-lo -, o que trava o livro um pouco, mas oferece uma boa visualização do trabalho de pesquisa e reescrita que deve acontecer na mesa de todo autor. Assim, aos interessados é melhor deixar claro que se trata mais de um texto autobiográfico do que uma narrativa comum.

Demais menções: Devo mencionar também O Sonho do Celta, de Vargas Llosa, que também é uma reconstituição histórica sobre os eventos envolvendo Roger Casement, herói irlandês reconhecido pela sua luta humanitária pelos congoleses e indígenas na Amazônia. Contudo, Llosa tem um problema sério para esconder seus preconceitos - Casement era homossexual -, e uma narrativa de busca por identidade própria em alguns momentos vira um problema moralista. O Jornalista e o Assassino, de Janet Malcolm, também foi uma ótima leitura, e expande a questão da busca pela narrativa da verdade, o fato concreto, para a questão dos livros sobre crimes reais, além de oferecer uma reflexão sobre a ética no jornalismo. Herança de Sangue, de Ivan Sant'anna, apesar de simples oferece um apanhado interessante de histórias sobre o desenvolvimento e a violência que marcaram uma cidade. Adeus, Columbus e Outras Histórias, de Philip Roth, é hors concours - desde esse primeiro livro que você nota quão bem Roth domina a criação de uma personagem e o que a identidade constitui para ela, o livro e os contos sendo todos sobre isso.

O que foi ruim: Armada, de Ernest Cline, é uma repetição ruim de Jogador Número 1 querendo se passar por O Jogo do Exterminador - não tem a mesma profundidade. Teria sido mais fácil vender isso como um filme em vez de romance. Heir to the Jedi, de Kevin Hearne, foi uma das leituras mais tortuosas que eu já fiz - um dos primeiros romances do novo UE de Star Wars se revelou um sonho molhado adolescente, cheio de clichês.
 
Última edição:
Homens Honestos, de Samir Machado de Machado
O melhor romance do ano cabe ao grande Samir Machado de Machado, que já tinha impressionado com seu Quatro Soldados. Um romance histórico queer envolvendo espionagem no século XVIII e que volta e meia rompe com as convenções - pelo menos ele faz isso melhor que o Xerxenesky em Areia dos Dentes. Um espião português vai pra Grã-Bretanha pra descobrir quem anda imprimindo e enviando livros pornográficos às colônias - daí pra frente engatamos em um thriller que sabe estabelecer o momento e o plano de fundo, homenageia obras clássicas do período, reconstitui ao máximo o período, mesmo a mentalidade das personagens de então - não fica algo anacrônico como um certo Spohr faz...

Ah, conta pra nós sobre o vilão do romance, o CONDE DE BOLSONARO. :lol:
Fiquei com um puta pé atrás com o livro por causa dessa infantilidade desnecessária.
 
Ah, conta pra nós sobre o vilão do romance, o CONDE DE BOLSONARO. :lol:
Fiquei com um puta pé atrás com o livro por causa dessa infantilidade desnecessária.

Ah, pode ir com fé, com vontade, com tudo. :lol:
Imaginei que teria gente que ficaria com um pé atrás em relação a isso, mas até aí, não é algo inédito em ficção. Se a caracterização dependesse da referência, aí sim seria ruim, mas eu adorei o vilão, um tipo à la Auric Goldfinger.
 
Ah, pode ir com fé, com vontade, com tudo. :lol:
Imaginei que teria gente que ficaria com um pé atrás em relação a isso, mas até aí, não é algo inédito em ficção. Se a caracterização dependesse da referência, aí sim seria ruim, mas eu adorei o vilão, um tipo à la Auric Goldfinger.
Eu tinha ficado com um pé atrás quando na livraria li o epílogo, que é totalmente apropriado daquela frase no final de Barry Lyndon. Mas, aparentemente, a homenagem é bem feita...
 
Eu tinha ficado com um pé atrás quando na livraria li o epílogo, que é totalmente apropriado daquela frase no final de Barry Lyndon. Mas, aparentemente, a homenagem é bem feita...

Ah, mas o Samir nunca fez segredo de que ADOOOOOOOORA Barry Lyndon. A escolha do período e de obras da época para compor o espaço e a sociedade londrina aparentemente foram influenciadas por isso.

Ah, e corrigi o nome do livro acima. :lol:
 
Melhores:
À procura do ouro (J.M.G. Le Clézio)
Uma história de aventuras e de frustrações. Gosto especialmente da evocação da infância que o Le Clézio faz, e a prosa dele - a escolha dos temas, o tratamento da história, a cadência das frases - acessa uma parte da minha memória afetiva que normalmente fica adormecida. São raros os autores que me causam essa sensação inebriante, uma descompressão de consciência. Livro fora de catálogo, mas facilmente encontrado em sebos.

A amiga genial (Elena Ferrante)
Cito o primeiro da série, mas acho que gosto dos três que li quase que igualmente. Há tempos não lia com tanto entusiasmo. Esperando o quarto volume igual uma adolescente esperando um show do Justin Bieber.

O assassinato e outras histórias (Anton Tchekhov)
Provavelmente passa a ser minha coletânea preferida do Tchekhov. Histórias tristes, sofridas, compassivas.

Vozes de Tchernóbil (Svetlana Aleksiévitch)
Já falei um pouco das minhas impressões. Mas é estranho; não voltei a pensar no livro; um livro que me afetou tanto durante a leitura. Talvez falte algum componente de literatura que faça as imagens perdurarem; ou talvez as imagens evoquem tanto sofrimento que prefiramos esquecer.

As aventuras do bom soldado Švejk (Jaroslav Hašek)
Também já comentei a respeito. Livro hilariante, que deixa saudades.

Outros bons livros incluem: A história do pé e outras fantasias, livro de contos do Le Clézio, com algumas ótimas histórias, mas pelo menos uma das mais longas me pareceu dispersiva demais; os vários livros do Simenon que eu li, tanto os do Comissário Maigret, que se tornou minha leitura de segurança (leria um por mês, mas a Companhia anda muito morosa nas edições), quanto o primeiro dos romances duros; os Contos de Kolimá, do Chalámov, me causaram forte impressão; acreditei ter adorado as Três novelas femininas do Zweig, mas as histórias sumiram tão completamente da memória que já não sei mais.

Entre os piores:
No mar (Toine Heijmans) ganha o prêmio de pior livro lido no ano, com folga. Uma solidão ruidosa (Bohumil Hrabal) me decepcionou profundamente; esperava um livro singelo, e li uma homenagem meio adolescente à cultura, que na verdade parece mais uma ode a si mesmo. Diário da queda (Michel Laub) não me deixa indiferente quando fala de Porto Alegre, mas detesto todo o resto, desde a abordagem dos temas, até a estruturação da narrativa e a prosa de papel de carta.
 
Melhores
Sem dúvida para mim, a melhor leitura foi de Os Miseráveis (Vitor Hugo), daqueles livros gigantes que você sempre adia, mas que ao pegar e conhecer o Bispo você não quer mais parar de ler. Tantos detalhes e uma dissecação dos personagens que nos tornam íntimos demais dos mesmos, sofremos juntos com todos eles.
Outro livro excelente, O Jogador Nº1 (Ernest Cline), um futurismo resgatando o passado e os jogos e manias da década de 80/90. Altamente recomendado para os 30tões do fórum.
E por fim meu primeiro contato com Philip K. Dick lendo Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? que deu origem ao grande sucesso do cinema Blade Runner. Esse dissecado pelo Clube da Leitura aqui na Valinor.

Piores
Minha grande decepção foi O Chamado do Cuco (Robert Galbraith), da autora do Harry Potter, como nunca li o bruxo não posso dizer se a escrita tem alguma relação. Pra mim não passou de um romance policial bem forçado.
Também não curti tanto As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky), mas nesse caso relevo pois estou longe de ser o público alvo deste romance.
 

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