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Cineastas que fazem tudo por um filme – tudo mesmo!

Fúria da cidade

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Bernardo Bertolucci (esq.) dirige Marlon Brando e Maria Schneider em ''O Último Tango em Paris''

Uma entrevista do cineasta italiano Bernardo Bertolucci, realizada em 2013 e recuperada pela imprensa nos últimos dias, tem causado polêmica. Nela, o diretor de 76 anos admite não ter orientado a atriz Maria Schneider, então com 19, sobre a famosa cena de estupro de ''O Último Tango em Paris'' (1972), em que Schneider contracenou com Marlon Brando.

Na cena, o personagem de Brando usa um tablete de manteiga para facilitar a penetração. Bertolucci diz que Schneider havia lido o roteiro e sabia da cena do estupro, mas que a ideia de usar a manteiga surgiu numa conversa com Brando na manhã da filmagem. “Tenho dito, e talvez não tenha sido suficientemente claro, que decidi não informar Maria do uso da manteiga. Queríamos que ela tivesse uma reação espontânea ao uso impróprio”, afirmou o cineasta, que se disse arrependido por não ter avisado à atriz sobre a mudança na cena.
Leia mais sobre a polêmica aqui e aqui.

Arrependido ou não, o fato é que a conduta de Bertolucci foi muito criticada. Mas ele não foi o único cineasta a tomar decisões criativas pouco ortodoxas durante filmagens. Aqui vão três casos famosos de diretores que fizeram de tudo – talvez além da conta – para obter os resultados desejados para seus filmes.

Sam Peckinpah e a cena de estupro em “Sob o Domínio do Medo”


“Straw Dogs” (no Brasil, “Sob o Domínio do Medo”, lançado em 1971) é um dos grandes filmes de Sam Peckinpah (1925-1984), um thriller de suspense sobre um nerdíssimo professor de matemática (Dustin Hoffman) e sua estonteante esposa (Susan George) que resolvem mudar para uma vila remota em Cornwall, na Inglaterra.

O plano do casal é escapar da violência urbana nos Estados Unidos, mas eles acabam encontrando violência muito pior por trás da aparente placidez da vila. É um filme pesado e sombrio, proibido em muitos países e até hoje lembrado por uma impressionante cena de estupro.

No roteiro havia menção ao estupro, mas a cena não estava detalhada. Quando a atriz Susan George percebeu a violência gráfica e realismo que Peckinpah queria dar à cena, teve uma crise nervosa e recusou-se a filmar. O diretor retrucou, dizendo que Susan sabia da cena e havia concordado em interpretá-la. “Eu menti”, disse Susan. “Menti porque queria o papel, mas agora não tenho certeza se consigo filmar”.

Peckinpah não se comoveu e filmou a cena exatamente como havia planejado. A filmagem da cena do estupro levou uma semana e foi marcada por crises de choro de Susan George, ataques de fúria de Peckinpah (que tinha sérios problemas com álcool) e uma atmosfera deprê no set.

José Mojica Marins e os testes macabros


Criador do personagem Zé do Caixão, Mojica sempre filmou com atores amadores, muitas vezes alunos de seus cursos de teatro. Para obter a qualidade de interpretação que desejava, recorria a alguns expedientes, digamos, insólitos: em uma cena em que uma atriz não atuava a contento, usou um alicate para pressionar o dedão do pé da moça e “incentivá-la” a fazer cara de espanto.

Em “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1967), Zé do Caixão jogava aranhas (de verdade, claro) em cima de mulheres vestidas apenas com camisolas transparentes. As expressões de terror das atrizes são reais:
Na mesma época, o cineasta fez seus famosos “testes macabros” para seleção de elenco. Candidatos a papéis em seus filmes tinham de beijar cobras, lamber sapos e deixar escorpiões andarem por seus corpos seminus. Os testes mais perigosos envolviam atores sendo enterrados vivos por alguns minutos. Mas justiça seja feita: o próprio Mojica se submetia aos testes, ordenando que alunas batessem em seu rosto com um chicote de rabo de tatu.



William Friedkin “possuído” na filmagem de “O Exorcista”


“O Exorcista” (1973) é um dos filmes mais assustadores já feitos. Grande parte da força dramática do filme vem das interpretações dos atores, que foram submetidos pelo diretor William Friedkin a verdadeiras torturas para atingir o nível de desespero e medo que o cineasta exigia. Numa cena em que Ellen Burstyn, que interpretava a mãe da menina Regan, era arremessada no quarto pelo demônio, o diretor aumentou tensão da corda que puxaria a atriz, sem avisar a Burstyn. O resultado foi que a atriz sofreu um trauma sério na coluna.
Mas ninguém penou mais que Jason Miller, o ator que interpretava o padre Karras. Na famosa cena em que Regan, possuída pelo demônio, vomita em Karras, o diretor mandou o chefe de efeitos especiais mirar na cara de Miller, mas não avisou ao ator. Sua expressão de nojo com a chuva de gosma é verdadeira.




Em outra cena, Friedkin não estava contente com a expressão de medo de Miller. Segundos antes de gritar “ação”, aproximou-se do ator e perguntou: “Jason, você confia em mim? Confia em mim de verdade?” Quando o ator disse que sim, Friedkin deu-lhe um tabefe na cara e mandou rodar. A cena ficou perfeita, mostrando Miller com olhos cheios d’água e tremendo de medo e choque.

Fonte
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Recentemente deu o que falar o uso de manteiga em "O último tango em Paris'!
 
concordo contigo @adrieldantas.
mas é fato que o "mestre" conseguia com o baixo orçamento que tinha em mãos, muitas vezes tirar leite de pedra trazendo um nível de realismo que impressionava.

Sim, de fato. Agora também né, o realismo tinha um preço.
Nunca que eu seria enterrado vivo por conta de um filme. Eu não fiz pra imitar Nina de Avenida Brasil, vou fazer pro Zé. Super admiro ele, agora nãn.
 
Acho que muito que se divulga é só pra reforçar o marketing do Zé, pois senão ele teria que aturar processos pesados na justiça a vida inteira.
Quando rolou a mostra dele no MIS (Museu da Imagem e do Som) em Sampa lá foi mostrado exatamente como eram feitas as produções dele.
 

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