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Reino Unido vota por deixar a UE

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Reino Unido vota para deixar a União Europeia


FERNANDA ODILLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES
DE SÃO PAULO

Pesquisa do instituto YouGov divulgada logo após o fim da votação apontava 52% para a permanência e 48% para a saída da UE —sinal de quão acirrada foi a disputa. Esta não seria, porém, a primeira vez que os institutos britânicos errariam resultados. O mesmo ocorreu nas eleições gerais de 2015.

A consulta popular registrou índice histórico de comparecimento —71% do eleitorado— e recorde de 46,5 milhões de eleitores registrados.

O premiê conservador, David Cameron, principal fiador do voto pró-UE, não havia se manifestado. Em caso de vitória da saída, sua liderança no Partido Conservador e o cargo de premiê poderão ser contestados.

Seu maior rival na disputa, Boris Johnson, ex-prefeito de Londres e líder da campanha pró-saída, tampouco havia falado. Já o líder do partido ultranacionalista Ukip, Nigel Farage, que defende a saída, ensaiava celebrar no final da noite.

"Agora ouso sonhar que o amanhecer de um Reino Unido independente está chegando", tuitou duas horas após dizer que "a permanência ficaria na frente".

A campanha do plebiscito foi influenciada nos últimos dias pelo assassinatoda deputada trabalhista Jo Cox, pró-Europa, por um ultranacionalista, dia 16. Até então, a saída levava ligeira vantagem na margem de erro.

EFEITO DOMINÓ

Foram 15 horas de votação sob chuva, com alagamentos e interrupções no transporte.

O placar expõe um país dividido e, segundo analistas, despertará um sentimento anti-UE continente afora.

Há risco de efeito dominó em outros países do bloco, que podem imitar a consulta popular para obter vantagem em negociações, e de impulso a movimentos separatistas como o escocês e o catalão.

O professor de política Tim Bale, da Universidade Queen Mary, de Londres, pondera que o "efeito dominó" tem mais força se o Reino Unido deixar efetivamente o bloco.

Ainda que não signifique o início de um potencial desmonte, há muitos europeus interessados em, ao menos, debater benefícios e potenciais problemas caso seus países decidam deixar a UE.

Pesquisa feita pelo instituto Ipsos Mori com 6.000 pessoas em nove países europeus em março e abril deste ano indicou que 45% dos entrevistados apoiam a ideia de se fazer uma consulta popular em seu próprio país, e um terço disse que votaria para sair do bloco.

A maioria dos franceses e italianos ouvidos concordam com um plebiscito. O instituto ouviu ainda cidadãos de Suécia, Espanha, Bélgica, Hungria, Polônia, Alemanha e do próprio Reino Unido.

Além do ceticismo quanto ao bloco, o plebiscito no Reino Unido despertou outro sentimento entre os europeus: o de não ser bem-vindo entre parte dos britânicos.

Cerca de 3 milhões de cidadãos de países-membros do bloco vivem no Reino Unido, e aproximadamente 2 milhões de britânicos estão nos outros 27 países da UE.

O livre trânsito de cidadãos da UE, uma das prerrogativas do bloco, transformou-se em um dos pontos de maior apelo durante a campanha do plebiscito. Favoráveis ao Brexit defendem que os imigrantes sobrecarregam o sistema de saúde, baixam os salários e "roubam" empregos.

Por isso, analistas avaliam que haverá muitas feridas a curar no Reino Unido após a votação. A disputa rachou o Partido Conservador e expôs fragilidades do Trabalhista. A briga nas duas principais legendas continuará.

Fonte
 
Achava que nãoia rolar, mas taí. Agora é esperar e ver os desdobramentos. Existem várias incertezas no ar. Um artigo que traça algumas delas:

What A ‘Brexit’ Could Mean For The Economy

"There are three big unknowns. First, what would happen to trade within Europe? (...) The second unknown is what a Brexit would mean for London’s status as a world financial capital. (...) The third unknown is (...): how global financial markets would react to a Brexit."

Tem também essa opinião do Roberto Ellery, que está na minha linha de pensamento:

ellery brexit.png
 
A curto e médio prazo, deve ser horrível para a economia das duas partes. Reino Unido tende a perder seus acordos de livre comércio e conseguir, no máximo, alguns acordos "semi-livres", com taxas privilegiadas, já que não aderirão a livre circulação de pessoas - é até um critério razoável, pois não faz enorme sentido uma liberdade comercial sem a livre circulação da própria mão-de-obra. Ambas as partes devem tender ao revanchismo.

Além disso, é lamentável que o ressentimento xenófobo seja especialmente grande com a chegada de imigrantes europeus, que tendem a provocar bem menos problemas de integração que os provenientes de partes mais problemáticas do planeta e que são, segundo alguns, contribuintes líquidos do fisco britânico. O populismo e sua eterna tendência de atacar moinhos de vento.

Londres está ameaçada, no médio prazo, de perder seu status de metrópole financeira de Europa. A depender do que aconteça com a própria UE, passa a ser interessante para o mercado financeiro uma transferência para Frankfurt, que dá acesso a um mercado muito maior.

E, para completar a festa, a facção nacionalista escocesa pode pressionar por um novo referendo pela sua própria independência. Nesse caso, as chances de uma secessão são muitíssimos maiores que no referendo de 2014. O balde de água fria que deve segurar essa ideia é a ausência de uma via expressa para entrada na UE - a Escócia terá que percorrer todos aqueles capítulos de governança pública, livre mercado, indicadores sociais, etc.

Tem também essa opinião do Roberto Ellery, que está na minha linha de pensamento:

Ver anexo 71254

Eu concordo com a análise do Roberto Ellery quanto ao fato de a burocracia de Bruxelas ser um corpo medonhamente afastado do cidadão europeu comum, que em tese deveria elegê-los e fiscalizá-los.

Mas não sei se, envolvendo-se na eterna (e improdutiva) disputa pelo rótulo do fascismo, ele fez uma análise adequada. O fascismo europeu clássico, como todo totalitarismo, realmente se compunha de especialistas que decidiam e moldavam o mundo à revelia da população, mas antes disso ele também foi uma reação - das massas, pelo menos em certa parte - a políticos hipócritas que, alheios aos anseios de seus governados por melhores condições de vida, tentavam vincular seus países à paz estabelecida pelos acordos do pós-Primeira Guerra - que, especialmente no caso alemão, foram projetados com a intenção de serem danosos a sua economia no curto, médio e longo prazo, vide invasão do Ruhr em 1923.

Não quero colocar o rótulo de fascista ao lado dos vitoriosos no Brexit, mas apenas apontar que Bruxelas se aproxima mais de governos incompetentes e sem legitimidade, como o da Alemanha de Weimar, que de Hitler e Mussolini.

De toda forma, penso que a ascensão de um mundo populista nacionalista a ser desencadeada por esta crise da União Europeia, e mais ainda no caso de uma possível desintegração, pode instaurar, a exemplo do período do entre-guerras, uma nova elite do poder. Uma que não tem o capital cultural refinado das forças políticas tradicionais, que sempre incluem especialistas em seus institutos parapartidários e think-tanks, e que, no afã de resolver os problemas deixados pelos burocratas anteriores, é bem capaz de gerar outros muito piores.

Também em jogo está a velha rixa entre o Continente e a Grã-Bretanha, pendendo o primeiro para o positivismo e a segunda mais para um liberal-conservadorismo. De certa forma, os ingleses, se apoiaram a ideia de uma Europa unida para os outros europeus, nunca foram eles mesmos grandes entusiastas do bloco.
 
Última edição:
Mas tirando os efeitos politicos sociais, quais os efeitos econômicos tanto para a UE como para a Ingleterra em si?
 
Sempre gosto de ver as análises do pessoal aqui do fórum. Só falta o Paganus dar a opinião dele tbm.

Vcs tbm podia dizer como isso afeta a crise dos refugiados, e tbm oq pode ocorrer nos demais países. Sem a tecnocracia de Bruxelas como as coisas irão ficar para a Europa? Sempre pensei na Guerra Fria e nessas alianças econômicas comerciais feitas durante esse período e q levaram a formação da UE aquilo q evitou guerras rotineiras na Europa como ocorriam na Europa. Ainda mais com a situação se complicando no Leste da Europa, gostaria de ouvir a opinião dos senhores em relação a isso.

Enviado de meu LG-D227 usando Tapatalk
 
Se deu mal quem subestimou totalmente aqueles que mesmo fazendo parte da UE nunca desejaram adotar o Euro como moeda oficial.

Em se tratando dos britânicos, não fiquei nem um pouco surpreso com o resultado. Sinceramente sempre achei que se um dia a UE começasse a dissolver eles seriam os primeiros a sair, mesmo o Reino Unido não sendo mais a aquela superpotência econômica "fodona" de outros tempos.
 
Para quem perguntou sobre consequências econômicas.

Achei dois artigos nos principais diários financeiros do mundo que descrevem o sentimento geral da City londrina:

Wall Street Journal

Financial Times

Alguns nichos são até a favor, mas os grandes bancos vêem prejuízo para o centro financeiro londrino.
 
+_+ Se eu fosse investidor conservador naquele local estaria arisco com outros países da Europa. Há sensação de empobrecimento da economia mundial que vem dando sinais progressivos da deterioração da eficiência dos antigos acordos que deixaram a corda correr solta.

Todos eles sentiram a crise de 2008, depois veio a crise dos países da região (tipo Grécia), a crise de refugiados com instabilidade islâmica e insegurança da região vital da Rússia, a crise com a redução do crescimento da China (Brics detonados)... Em algumas simulações andar em grupo grande pode não ser uma boa idéia quando questões urgentes de sobrevivência começam a aparecer. E basicamente parte da elite financeira do ocidente está realmente ficando mais pobre para pagar pelos ajustes. O jeito é se esforçarem para que a separação do membro seja planejada para dar retorno na forma de criatividade ao invés da apatia vistas atualmente no contexto do continente. Só não sei o que poderiam despertar na Europa algo do mesmo nível de estímulo do período do esforço de guerra, aliás até consigo imaginar, outra guerra.
 
Se eu não chegar muito podre em casa hoje, tento tecer alguns comentários.

Por ora, quero apenas levantar um ponto geopolítico: os líderes de duas grandes nações provavelmente estão sorrindo nesse momento, e vocês já sabem quem são. A questão da unidade europeia nesse campo é importante, uma vez que a própria UE é fundada num contexto geopolítico marcado por duas grandes guerras e a ameaça socialista. Já tem quase 30 anos que o muro caiu, mas alguns elementos daquele período continuam presentes, mudando a roupagem. Teremos uma nova cortina de ferro?
 
Olhem isso aqui:

How did turnout affect the EU referendum result?

Prestem atenção no primeiro gráfico, que mostra a correlação entre população maior de 65 anos em cada distrito eleitoral e a taxa de comparecimento do próprio ao referendo.

E isso aqui:

The British are frantically Googling what the EU is, hours after voting to leave it

Há um enviesamento de idade dentro do grupo de quem faz pesquisas no Google e usa a internet com desenvoltura. Sabemos que são os mais jovens. O próprio subgrupo dos que não fazem ideia do que a UE seja também tende a incluir mais o grupo de 18-25 anos, de gente que não viveu o pós-guerra e a Guerra Fria e que por consequência não acompanhou as pressões políticas e econômicas que pressionaram a formação de um bloco europeu unido.

Eram os jovens que eram a favor, com maior frequência, da permanência na UE, segundo todas as pesquisas de opinião que antecederam a votação. Mas, enquanto os mais velhos foram em massa votar, os mais novos preferiram ficar em caso.
Não se pode questionar a capacidade de julgamento da população mais idosa a respeito do Brexit: eles viveram mais, têm experiência e têm suas razões para terem deferido a saída britânica do bloco. Mas essa foi uma enorme bofetada na cara dessa geração Y, que, pelo menos por lá, não entendeu para que serve a política e como ela pode afetar seus próprios interesses.

Os adultos mais novos sabem que imigrantes provindos da Europa continental dificilmente têm grandes empecilhos de integração à vida na Grã Bretanha, em comparação com cidadãos de países não ocidentais que se mudam para lá. A imensa maioria deles deve ter pelo menos um amigo de nacionalidade estrangeira, com quem convive bem. São os jovens, que ainda têm muito por viver, que dependerão da existência empregos para se sustentarem e realizarem seus desejos, os quais, segundo a maioria dos economistas, tendem a diminuir com o Reino Unido abandonando a UE. Além disso, estudantes britânicos estavam tomando cada vez mais gosto por irem estudar tuition-free em locais como a Alemanha, a Holanda ou países nórdicos, não existindo essa possibilidade em sua terra natal.

É plausível que haja mudanças na relação faixa etária x taxa de comparecimento nas próximas eleições e consultas públicas a serem realizadas na terra da Rainha.
 
O grande atrativo da formação da Zona do Euro era facilitar o comércio e o trânsito de cidadãos europeus sem a necessidade de vistos de entrada. Funcionou muito bem até a crise financeira do PIIGS e da Primavera Árabe - de onde surgiu o ISIS - começarem a empurrar ondas e ondas de imigrantes de ex-colônias britânicas, francesas e holandesas em busca dos mesmos benefícios; e que começou a minar o falso sentimento de mundo globalizado que os europeus tinham e a trazer a velha xenofobia com toda a força em países como Áustria, Suíça, Hungria, Grécia e até Noruega.
 
Sim, é um tiro no pé do Leviatã globalista, mas ainda não é o bastante para exorcizar o Mammom que assola a Europa há um ou dois séculos.

A União Europeia nasceu de um conceito de integração que jamais foi além do puramente econômico, e foi dentro de referenciais essencialmente econômicos, financeiros de globalização que ela se desenvolveu, expandiu suas garras burocráticas, fez reféns as soberanias populares das nações europeias. Nunca foi uma integração pan-nacional aos moldes da Cristandade medieval, do Sacro Império Romano-Germânico, da Roma antiga, ou para viajar um pouco menos, do Congresso de Viena e da Santa Aliança. Não era uma aliança geopolítica, nem mesmo 'política' no sentido pútrido dos políticos profissionais de toda nação capitalista ocidental. Era um acordo comercial, ou pan-comercial, um conglomerado de interesses privados, de megafortunas, de Rockfellers e Rotschilds de sobreviverem em um mundo globalizado menos suscetíveis às tempestades de mercado, talvez até como uma futura forma de resistência política a ingerências extra-europeias.

Mas mesmo considerando aquilo que a UE foi, a que ela se propunha, e não aquilo que ela jamais foi ou pretendeu ser, ou seja, deslocando o discurso das suas diferenças para com outras grandes ligas e associações plurinacionais da Europa, ela falhou. Não foi capaz de resistir a essas mesmas marés, chafurdou no lodo das esperanças de elites desesperadas por salvar suas propriedades dos últimos naufrágios sistêmicos e a amargar, além da perda de soberania, os duros golpes que um Leviatã tecnicista, burocrático, 'especialista', infligiu contra a democracia de todas as nações europeias.

Claro que quem sentiu mais profundamente tanto as esperanças desse macro-projeto nascido de mentes que buscavam impôr sobre as mentalidades e sobre a sociedade não apenas o globalismo econômico mas também o globalismo ideológico, a preparar o terreno mental e social para o primeiro, foram as gerações mais velhas, a geração X, ainda mais das classes mais baixas, dos trabalhadores, marginalizados, dos que arranham a face perfeita e primeiro-mundística da Europa com seus escarros. Foram os trabalhadores os mais atingidos. Como se não bastasse ter seus valores vilipendiados pela aplicação gradual de experimentos de engenharia social mais e mais sofisticados como 'preparação', foram os trabalhadores que tiveram de arcar com o 'custo europeu'. Foram os trabalhadores que ajudaram a financiar essa megaestrutura burocrática de administração de recursos alheios, investimentos escusos e eleição imoral de prioridades. Foram eles que assistiram, passivos e ignorantes (de que outra forma se manteriam passivos se não pela ignorância), à sua depauperação progressiva, o crescimento de sua miséria quando covardemente ao Estado Social dos reformistas se substituiu o Estado neoliberal dos reformistas, quiçá dos mesmos reformistas. Foram os trabalhadores a suportar o peso da austeridade fiscal que lhes enrabou a renda, as perspectivas de vida, os sonhos com educação, dignidade social, carreira, enfim, de uma vida.

Então é mesmo de emputecer ver gente até de esquerda, contrariando toda análise política minimamente honesta ou simplesmente racional, e reduzir simiescamente toda a questão a xenofobia, nacionalismo, intolerância ou outra merda de categoria narrativa que a mídia globalista, hegemônica decidir inventar para deslegitimar até mesmo a democracia direta para preservar seus sonhos molhados de coisas que eles mesmos dizem que abominam. Fazer isso enquanto se recusa a analisar concretamente as relações de forças políticas, o estado atual do capitalismo na Europa, a situação real dos trabalhadores e das classes médias, as dificuldades incomensuráveis trazidas pelas grandes reformas, ingerências supraestatais e confisco gradual da liberdade e da soberania. É patético, e até demeritória para a questão que deveria ser mais objetivamente considerada, um movimento de massas qualquer jogar a análise política no lixo em função de slogans midiáticos simplistas e desconsiderar que a defesa da União Europeia é uma aberração monstruosa para qualquer ser que se diga de esquerda. Chega a lembrar a época das divergências dentro do socialismo, uns criticando o 'nacionalismo' com base em uma notória deficiência de dialética, cegueira política, enquanto outros conheciam vitória atrás de vitória porque, dialeticamente, superaram, subssumiram as dificuldades e fizeram a Revolução.

É imperdoável a um marxista tanto quanto a um liberal. A UE não é um amálgama entre socialismos totalitários (conforme os liberais despejam rios de lágrimas sobre) ou Édens do livre-mercado, até porque não é possível haver tal amalgama, decorrem de metafísicas distintas e opostas como de opções políticas, decisões políticas fundamentais. Ela foi e continua sendo uma monstruosidade que faz o serviço da subserviência, da domesticação, da escravidão ao mesmo imperialismo global de sempre, que se satisfaz em devorar soberanias, riquezas, liberdade, vida, fé, tradição e a regurgitar miséria, barbárie, caos. Os que acusam o nacionalismo xenófobo são burros o bastante para se esquecerem que a sua causa, o imperialismo que traz a guerra que traz as crises migratórias massivas, é a mesma bandeira, a mesma engrenagem que fez os mecanismos de controle e tutela econômico-administrativa da UE funcionarem até hoje.

Conforme a lição do brilhante (e nazista) teórico Carl Schmitt: a Europa trocou a responsabilidade política pelas engrenagens técnicas, trocou a humanidade pelo que há de mais abstrato, tecnicista e desumano. Trocou o homem pela máquina, a máquina burocrático-administrativa responsável pela neutralização dos riscos humanos da liberdade política através da neutralização da política. Agora paga o preço. Se há liberdade para os povos, esperança de algum destino para a Europa, nascerá do fim da neutralização, da morte dos grandes projetos que desumanizam o homem, que lhe retiram o poder de decisão, a capacidade fundamental de ser plenamente homem. Virá dos escombros da União Europeia. Que se esfacele.
 

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