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O Kama Sutra das letras: Técnicas para ler na cama

Clara

Perplecta
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Da coluna da Vanessa Barbara no blog da Cia. das Letras.

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Numa coluna anterior, comentamos sobre os benefícios do feijão para a saúde de nossas leituras cotidianas, pois que serve de apoio de página enquanto estamos comendo ou lixando as unhas. Falamos do leitoril, este valoroso objeto que mantém as páginas abertas sobre uma superfície lisa e iluminada, facilitando a fruição dos romances mais volumosos.

Não falamos, porém, de como fazer para ler na cama num dia de inverno, quando só o que você quer é passar a noite ronronando debaixo de quatro mantinhas de lã, de preferência na companhia de algum clássico francês.

O elemento central de uma boa leitura na horizontal é o abajur. Não há nada mais determinante do que o estilo e a intensidade luminosa do mesmo — talvez a qualidade do livro, diriam os mais ortodoxos —, e meu sonho sempre foi ter uma modesta (porém significativa) coleção de abajures nos mais diversos formatos, quilowatts, cores, materiais. O sueco Stieg Larsson, por exemplo, é um autor de luzes fortes e vermelhas. Stendhal e Flaubert requerem uma claridade mortiça, amarelada, em tons amadeirados. Os russos a gente lê à luz de velas quando acaba a eletricidade na rua, e Edgar Allan Poe se beneficiaria de um abajur com defeito, que vai falhando e definhando conforme as páginas avançam, até que, lá pelo fim, você não o esteja mais lendo, e sim imaginando. Luz focada de ônibus é para ler aventuras, diários de viagem e expedições com piratas, cerimônias pagãs e escorbuto.

Acionado o abajur, porém, pouco nos resta senão soterrar-se debaixo do edredom e esperar sair de lá vivo.

E qual a posição ideal para ler na cama? De barriga para cima, o mundo parece perfeito até que seus braços e ombros começam a sentir o peso da gravidade. Então você vira de lado, suponhamos, o esquerdo, e prossegue sua leitura da página 77, julgando assim ter encontrado um estado de coisas assaz satisfatório. A página 78, contudo, traz uma inverossímil reviravolta na trama e uma dificuldade: ela se localiza na parte inicial do grosso livro, que você mal começou. Como equilibrar a página 78 aberta quando se está deitado sobre o flanco corporal esquerdo, sendo esta uma folha par e o lado direito do livro, essencialmente ímpar?

A solução, claro, é rolar para o outro lado, mas a satisfação só dura até avançarmos para a folha ímpar novamente. É hora de rolar de volta, e algum leitor agora pode alegar: nós somos intelectuais, não nascemos para competir na corrida do queijo, de modo que, exauridos pelo rolamento infinito, atolamos de barriga e cedemos à controversa posição de bruços. (Nota: pesquisar o que vem a ser etimologicamente um bruço.)

Ler de bruços é confortável apenas nos primeiros três parágrafos — sim, a bruçalidade é assim fugaz e não compensa, embora seja quase impossível resistir-lhe. Finda a primeira oração subordinada substantiva reduzida do infinitivo, o leitor deve escolher entre a fisioterapia e o pilates, pois que a cervicalgia virá — e virá com todas as forças, pinçando os seus nervos e abrindo terreno para a hérnia discal. Por outro lado, ler de bruços é até considerado uma posição de ioga, só que sem o livro.

Engenhocas como a que ilustra este post podem ser uma solução. O Salonpas Linimento e o Profenid têm se mostrado boas opções paliativas. Uma alternativa muito apreciada é ler com as pernas para o alto, apoiadas na cabeceira da cama ou numa parede, de modo a encaixar o livro na barriga e nas coxas, favorecendo ao mesmo tempo a circulação sanguínea e o alongamento da região dorsal, feito um pilates literário. Na foto abaixo, Paul Newman se rende à prática. Manter a posição até a página 120 com respiração abdominal alternada, descansar e repetir a operação por mais cinco capítulos.

paulnewman.jpg

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Pra mim isso é um assunto sério, pois amo ler na cama e vivo brigando comigo mesma pra conseguir ler livros, principalmente os volumosos que a gente não consegue carregar por aí, de maneira confortável, mas é quase impossível. :(
Já pesquisei aquelas mesinhas (originalmente para notebooks) como esta da Casas Bahia, mas acho que ela funciona mesmo é pra ler sentado.
Recentemente vi uns óculos interessantes, em forma de prisma, que parece ser a melhor coisa já inventada até agora pra que gosta de ler deitado.
óculos.jpg
Eles estão por cerca de $ 80,00 no Mercado Livre.
É certo que você precisa manter os braços pra fora das cobertas, coisa difícil de fazer no inverno, mas aparentemente nunca mais vai fazer frio neste país então acho que seria um bom investimento comprar um desses.

A ideia da autora de usar um saco de feijão (link está no começo do texto) pra segurar livros grandes também é bacana. =]

Alguém tem alguma ideia boa pra se ler deitado ou sentado, confortavelmente?
 
Última edição:
Sempre leio de barriga pra cima, se puder, mas logo vem o desconforto e me faz sentar. De lado não dá por muito tempo, como a autora apontou.

Mas meu deitado não é totalmente deitado, a cabeça e a parte superior das costas ficam apoiados. Ficar totalmente deitado só é bom se o livro for leve, Mas no fim a posição que cansa menos ou que é menos desconfortável é sentado com o livro sobre as pernas cruzadas ou apenas dobradas.
 
Só "leio" na cama totalmente deitado com um único tipo de livro: os aúdio-livros.

Na leitura normal não dispenso uma grande e bem macia almofada pras costas. Tendo isso consigo ler por muito tempo sem o menor desconforto e logicamente sem esquecer de um fator quem nem todos se preocupam tanto: a luz

E no meu canto preferido de leitura não falta algo que considero indispensável: o dimmer pra controlar a intensidade da luz no ponto ideal de conforto.
 
Sempre leio deitado de lado, e mudando de lado quando vai para a outra página. Se a preguiça for muita, leio de lado para as páginas de um lado e de barriga pra cima para as páginas do outro. :lol:

E no meu canto preferido de leitura não falta algo que considero indispensável: o dimmer pra controlar a intensidade da luz no ponto ideal de conforto.
Dimmer eu só uso para a prática do kama sutra original. :hahanao:
 
No momento ando procurando uma poltrona (regulável) com apoio de pés, não curto ficar nem sentado demais nem deitado demais. Quando encontrar espero ter o dinheiro.
 
não estou conseguindo ler nadinha nos últimos meses exatamente por isso,não consigo achar o melhor lugar e posição para leitura...
 
Só existe uma posição ortopedicamente recomendada: sentado reto e com o livro à altura dos olhos. O resto é improviso e puxadinho. :naoteouc:
 
Outro lugar que não posso deixar de mencionar que pra mim é tão ou mais confortável quanto a cama é ler numa rede onde fico numa posição intermediária entre o sentado e deitado naturalmente.

E aí se a leitura é feita a luz do dia, com sombra, água fresca e boa uma brisa, são as condições que pra mim são perfeitas pra ler por muitas horas.
 

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