• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Por que Sauron era um necromante?

TheGFBats

Usuário
E aí pessoal, tudo bom?

Essa é uma dúvida cruel que sempre tive desde o momento em que descobri que o necromante de "O Hobbit" era o Sauron. Acontece que eu ando pesquisando bastante e tentando entender porque ele estava naquela forma naquela época, mas não consegui achar uma explicação que solucionasse minha dúvida. Algum mago do conhecimento poderia me dar uma explicação entendível sobre o assunto?

Não precisa explicar tudo desde o início dos tempos, só o básico, por gentileza.
 
Olá TheGFBats,

Bem, penso que a resposta final segura para essa questão passa por Sauron, Tolkien ou Eru... Com relação ao caso o tópico abaixo ajuda a entender porque levanta uma abordagem sobre o tema para o tipo específico de bruxaria de Sauron que era a necromancia. De que Sauron foi se tornando num Necromante ao longo das eras devido à diversos fatores que variam da necessidade da situação até às "vantagens" oferecidas pelo disfarce e pelas futuras falsas promessas que podia oferecer. Abra o spoiler abaixo se não se incomodar com spoilers ou se já tiver lido os livros:


...é possível imaginar Sauron trazendo algo dos mortos uma única vez, mas é difícil imaginar, com a personalidade que ele tinha, querer trazer outra vez alguém que tivesse falhado com ele da primeira vez.

Nessa parte aqui entra uma das hipóteses para ele desejar estudar a morte:
De sorte que para tornar o evento ainda mais impossível, na terceira era (no final), o maia estava concentrando todas as energias que tinha para trazer o próprio corpo de volta e a última coisa que lhe passaria pela cabeça seria voltar-se na direção de um orc ou de um plano que fracassara por uma vez.

Amostras dos experimentos de Sauron com a morte:
As criaturas tumulares e os campos de guerra assombrados dão um pouco do tom do que podia ser a Necromancia de Sauron.

Para possuir aprendizado na manutenção de uma alma num corpo deteriorado:
Durante o período de decadência da ilha, ocorreram estudos da morte que os elfos e os Poderes consideravam reprováveis (e até ilegais) na direção de manter uma alma viva aprisionada em corpos (cada vez mais) deteriorados.

A necromancia teria vindo como efeito natural do processo de Sauron para manter-se no mundo a qualquer custo mesmo que fosse uma massa de carne apodrecida...

Havia também a herança de Sauron, que por ser um dos Poderes, tinha autoridade herdada de um direito legítimo para moldar a "casa" da alma dos filhos:
Seguramente ocorrera ao Necromante a derivação corrompida do privilégio dos Ainur, que é o poder para construir e conceder a casa aos filhos de Eru.

O que leva a uma conclusão interessante. Que Sauron pode ter se tornado em Necromante ao longo do tempo porque precisou aprender como ressucitar o próprio corpo por várias vezes (estudando o assunto na própria carne).

Penso que além das razões técnicas, dentro do contexto do Hobbit (pelo que explica no O Hobbit e Sda), ele encarou a alcunha como vantagem de guerra contra os inimigos enquanto ele procurava o Um anel, para despistar, penso. Ao oferecer a ilusão de uma ameaça desconhecida ele conseguiu enganar por bastante tempo seres poderosos como Saruman.
 
Última edição:
Vai sair um pouco do tema do tópico (rçrç) mas eu tentei colocar o Sauron, em uma de minhas fics, como necromante ao acessar os espíritos dos mortos para conseguir "parasitar" poder a fim de alimentar o Um Anel com fogo negro antes dispersado por Melkor.

Ctz que ele devia manipular os espíritos de alguma forma...
 
Eu acredito que Tolkien não usou o termo "necromante" no sentido mais comum atualmente ("invocação dos mortos / adivinhação de futuro através de espíritos") mas sim num sentido mais amplo, como essa segunda alternativa encontrada no dicionário Bartleby: "2. Black magic; sorcery." (magia negra, feitiçaria)

Então o que Tolkien queria trazer é que havia um feiticeiro maligno em Dol Guldur, e isto estava afetando a floresta de diversas formas (dentre outras coisas).
 
Agora acho que entendi a pergunta do Bats. Se pensarmos na obra de Tolkien como um todo, acho que o questionamento é pq Sauron escolheu essa forma de Necromante.

A questão, no entanto, é lembrar que O Hobbit foi escrito antes de OSdA. Por um lado, tem o que o @Deriel falou, ou seja, que Tolkien queria colocar um feiticeiro maligno no enredo de O Hobbit, cujo propósito básico (do ponto de vista prático) era tirar Gandalf da história, deixando o mago como o salvador nos momentos críticos. Por outro lado, a constatação sobre a ordem dos livros traz um questionamento: O quando da "versão final" já estava na mente de Tolkien quando ele escreveu O Hobbit? Possivelmente isso já foi discutido aqui no fórum, então desculpem por ressuscitar o tema.

Por exemplo: Tolkien criou o Necromante apenas como justificativa para tirar Gandalf da aventura de Thórin? Já existia algum esboço da figura de Sauron, de modo que o Necromante seria o retorno de uma entidade mais poderosa (acho que esse é o ponto da pergunta do Bats)?

Em A Queda de Númenor, Sauron demonstrava certa relação com a necromancia, como foi destacada por Akira (ver esse post). A pergunta que fica (e confesso a minha ignorância nesse assunto) é: Quando A Queda de Número foi escrita, Tolkien já tinha escrito O Hobbit?

--

Considerando essa cronologia, O Hobbit foi escrito bem antes.
 
Última edição:
Por exemplo: Tolkien criou o Necromante apenas como justificativa para tirar Gandalf da aventura de Thórin? Já existia algum esboço da figura de Sauron, de modo que o Necromante seria o retorno de uma entidade mais poderosa (acho que esse é o ponto da pergunta do Bats)?
Sim, existia. A figura de Sauron já existia nos escritos referentes à Primeira Era. No The Book of Lost Tales, o primeiro escrito da Primeira Era, o papel de Sauron na história de Beren e Lúthien era "representado" por um gato (!) chamado Tevildo (!!). Depois, não me lembro se no Qenta de 1930 ou no Quenta Silmarillion de 1937 (creio ser a primeira opção) surge Sauron como um tenente poderoso de Morgoth (embora eu não lembro se o nome dele era Sauron mesmo).

O que eu não lembro (e meus livros não estão aqui em Lavras comigo para conferir) é se a identificação de Sauron com o Necromante se deu durante a escrita d'O Hobbit ou num estágio posterior, quando Tolkien escrevia O Senhor dos Anéis.
 
De sábado para domingo eu o TheGFBates estávamos conversando no bate-papo justamente sobre essas variáveis que o Grimnir apontou. Em um post da nossa conversa eu postei sobre uma pergunta feita em relação ao Um Anel:

Você se referiu a Batalha de Dagorlad (guerra da Última Aliança)?

Bem, houve algumas discussões sobre isso na área Tolkien e minha teoria atual para essa questão vai aqui embaixo:

Nos dias antigos o espírito de Sauron (dotado de poder) habitou um corpo (Hroa) igual aos corpos físicos de outros Maiar. Um corpo que atendesse seus desejos.

Sempre que o corpo dele era derrotado e destruído a maior parte do poder daquele corpo era liberada na hora da morte para que retornasse para o espírito de origem (Sauron) permitindo que ele sempre refizesse o corpo depois de descansar escondido em algum lugar escuro.

Entretanto, depois da guerra da Ira Sauron transfere a maior parte de seu poder para o Um Anel, um objeto inanimado de ouro que permitia uma ligação forte com o senhor do escuro mesmo que o anel estivesse distante do dono.

A bem da verdade, a ligação entre o anel e Sauron era tão forte que quando Frodo joga o anel no fogo os dois, tanto o anel quanto Sauron que não estava na montanha com os Hobbits, são destruídos ao mesmo tempo.

Em outras palavras, mesmo estando o anel confiscado por Isildur (ou outra criatura) e ainda que o anel tenha se perdido posteriormente o Maia podia acessar a fonte de seu próprio poder à distância para poder se recompor ou reconstruir um novo corpo para voltar em algum ponto do futuro.

O Um Anel passara a ser um pedaço físico de Sauron, capaz de canalizar e atrair o poder maligno espalhado pelo mundo e transmiti-lo ao seu dono.

Contudo havia um risco fatal. Se o anel fosse destruído, diferente do que acontecia durante a morte de um corpo, a fonte do poder não voltaria mais para o espírito se dispersando a seguir em todas as direções. Por isso Sauron conseguiu se recompor das outras vezes, porque o poder podia sair do corpo morto e voltar para o dono. Mas se o objeto inanimado do poder fosse destruído não haveria retorno. No final era verdade o que os Valar disseram uma vez, que existiam coisas no mundo que só podiam ser feitas uma vez.


Essa é a perspectiva daquilo que aconteceu do ponto de vista mágico/poder sub-criativo (magia é uma palavra que os elfos não usam porque para eles magia é uma característica da natureza).

Agora do ponto de vista histórico sabe-se pouco do que Sauron ficou fazendo durante todo esse tempo. Uma vez que ele fora derrotado na guerra da Última Aliança a maldade não desapareceu do mundo. Existem algumas passagens em O Silmarillion e no Contos Inacabados indicando que uma sombra se agitava aqui e ali. A medida que ele se recupera da derrota contra Gil Galad, depois de muito tempo vagando, ele finalmente se instala na floresta de Thranduil. Nesse ponto é possível ter certeza que ele já sabia que o anel nunca fora destruído e que ele aguardara apenas um plano surgir para poder voltar.

Para ser honesto, todas as vezes em que Sauron perde o corpo a história contada oficialmente nos livros deixa de relatar até que ele retorne e adquira relevância no destino do mundo.

Se tiver seus próprios apontes fique à vontade porque nesse assunto histórico existe muita especulação. Seria ótimo ver outras opiniões também.

Conforme comentado, a resposta final realmente passa por vários fatores e uma das opiniões a serem consideradas seria a de Tolkien. Além de haver as razões mágicas do mundo para o personagem ter tomado aquela forma, havia também as razões históricas de Sauron e certamente as razões apontadas pelo significado clássico do termo necromante. O difícil seria determinar qual o peso de cada razão no termo final.
 
O que não ficou claro, @Meneldur , é se quando criou O Necromante, Tolkien já pensava que ele seria Sauron.

Outra dúvida que fica, mesmo ignorando questões cronológicas das obras, é pq Sauron teria essa afinidade com a necromancia (como é dito em A Queda de Númenor).
 
O que não ficou claro, @Meneldur , é se quando criou O Necromante, Tolkien já pensava que ele seria Sauron.
Então, isso eu teria que conferir, no The History of the Hobbit o Rateliff deve falar alguma coisa, mas só no fim de semana, se eu lembrar. :dente:
 
Parte da pergunta sobre afinidade com necromancia pode ser respondida através do que Tolkien já vinha fazendo com as conexões entre SdA e o Hobbit.

A evolução do pensamento de JRR apontava para um trabalho duro para dar coexistência possível de vários motivos ao mesmo tempo para o personagem e que mantivesse uma coerência entre os dois livros.

Quer dizer, independente dos bastidores dos livros, o conceito de Sauron caminhava na direção da encarnação do mal (o herdeiro de Melkor), absorvendo cada vez mais todos os sentidos da maldade que antes eram entronizados por Melkor (teve um tópico por aqui que o Ilmarinen postou sobre esse efeito de atração do poder negro para a pessoa de Sauron, gradualmente, até o maia ficar mais maligno do que era antes).

Em última instância serviria aos propósitos que Sauron se fortalecesse na maldade e assumisse papéis que nos dias antigos ele não tinha. Por exemplo, ele começa como servidor de um Vala que trabalha com fisicalidade e depois se separa dele e vai aprender com outro Vala que também detinha um quinhão de conhecimento sobre a fisicalidade. Durante a evolução do personagem Sauron se fortalece cada vez mais como mestre na mudança de forma (requisito para dominar corpos) e Tolkien parece explorar cada vez mais essa possibilidade.

Pessoalmente me sinto inclinado em pensar que o autor desejava uma resposta mais integral, universal (diria holística) para que Sauron também assumisse o papel de deturpador do mundo dos mortos.
 
@Neoghoster Akira - Considerando o que você falou sobre a "encarnação do mal", talvez a melhor explicação para a afinidade de Sauron com a necromancia é que essa seria a forma mais vil de ferir a criação de Eru, né?

Acho que o resumo da ópera é que Tolkien criou a figura do Necromante para ser apenas um obstáculo em O Hobbit, não necessariamente tendo relação alguma com a necromancia. O filme, aliás, inventou aquela maluquice que os Espectros do Anel foram reanimados (?) de suas tumbas em High Fells (?²) através da necromancia. O fato é que Tolkien aproveitou a figura do Necromante e desenvolveu um argumento para Sauron ter afinidade com essa arte (como forma de ofender a criação de Eru, possivelmente).
 
A impressão que fica é que o autor teve que repensar esse papel antigo de o Hobbit que era menos definido (menos nítido não apenas para Sauron, mas para todos os personagens) a respeito de bruxaria e necromancia para algo mais objetivo (para amarrar com SdA). Aconteceu que a versão final dos personagens acabou gravitando em torno das opiniões tardias e supostamente aperfeiçoadas de Tolkien à medida que ampliava e detalhava o mundo.

Curiosamente o processo de detalhamento é justamente o que vai ampliar o sentido das artes de Sauron para que signifique tanto no sentido amplo quanto no específico, desde que com isso a malignidade seja aumentada. Que foi o que ocorreu.
 
.

Esta conexão entre Sauron e o Necromante, após a publicação de "O Silmarillion" (obra póstuma, fato que absolve o Professor), tornou-se um bocado incompleta.

Como um maia de Aulë, é natural que ele possa manipular materiais, energias ou até mesmo um vulcão, como era o caso do nosso bom e velho Mairon. Mas ter poder sobre espíritos são outros quinhentos e departamentos.

Se Tolkien quisesse mesmo ter publicado "O Silmarillion" ainda em vida, talvez ele tivesse tornado Sauron um auxiliar também de Námo (Mandos), o senhor da casa dos mortos. Afinal havia maiar que auxiliavam mais de um vala.

Uma forma de suprir esta falta, é imaginar que Gorthaur tornou-se um ''necromante'' graças ao contato com Melkor e com maiar renegados de Námo.

.
 
Última edição:
Eu não compreendo a ação dele como Necromante nos filmes. No filmes Sauron parece estar querendo ressucitar os Nazgûl em Dol Goldur, o q pra mim nn faz muito sentido visto que os nazgûl nn estão mortos, e nem poderiam morrem pelas mãos de homens (pelo menos nn o Rei Bruxo de Angmar).
Eu nn me lembro e nn tenho de certeza de ter visto em algum lugar que Sauron mantinha ou podia manter alguns fëa aprisionados na Terra-Média, nn lembro se era Sauron ou Melkor. Talvez essa atitude o tenha dado a alcunha de necromante, por ele se apoderar de espiritos que recusaram a convocação de Námo para Mandos.
 
Eu não compreendo a ação dele como Necromante nos filmes. No filmes Sauron parece estar querendo ressucitar os Nazgûl em Dol Goldur, o q pra mim nn faz muito sentido visto que os nazgûl nn estão mortos, e nem poderiam morrem pelas mãos de homens (pelo menos nn o Rei Bruxo de Angmar).
Eu nn me lembro e nn tenho de certeza de ter visto em algum lugar que Sauron mantinha ou podia manter alguns fëa aprisionados na Terra-Média, nn lembro se era Sauron ou Melkor. Talvez essa atitude o tenha dado a alcunha de necromante, por ele se apoderar de espiritos que recusaram a convocação de Námo para Mandos.
** Posts duplicados combinados **
.
Como um maia de Aulë, é natural que ele possa manipular materiais, energias ou até mesmo um vulcão, como era o caso do nosso bom e velho Mairon. Mas ter poder sobre espíritos são outros quinhentos e departamentos.

Se Tolkien quisesse mesmo ter publicado "O Silmarillion" ainda em vida, talvez ele tivesse tornado Sauron um auxiliar também de Námo (Mandos), o senhor da casa dos mortos. Afinal havia maiar que auxiliavam mais de um vala.
.
Eu acho que não precisaria ele ter sido auxiliar de Námo pra aprender a ter poderes sobre espíritos. Pois Melkor era o mais poderoso dos Valar e tinha um quinhão dos poderes de todos os outros, já que ele correspondia a maior parte da mente de Eru como citado no Valaquenta:
Grande poder lhe foi concedido por Ilúvatar, e ele era contemporâneo de Manwë. Dispunha dos poderes e conhecimentos de todos os outros Valar, mas os desviava para objetivos perversos e desperdiçava sua força em violência e tirania.

Então a mera associação entre Sauron e Melkor, já lhe conferia a instrução necessária para controlar os fëa dos outros seres vivos, já que Morgoth tinha parte dos conhecimentos e poderes dos fëanturi e certamente passou parte desse conhecimento para Sauron.
 
Sobre os pormenores dos Mortos-Vivos na mitologia do professor: O Necromante, o(s) Nazgûl(s) Witch King e as criaturas Tumulares. Vê-se que, as artes malignas de invocar espíritos e "ressuscitar" cadáveres são analisadas desde os tempos antigos, à exemplo da Odisseia de Homero que retrata a jornada de seu protagonista no Mundo dos Mortos, razão pela qual a Grécia Clássica cunhou o termo nekyia: http://en.wikipedia.org/wiki/Nekyia
the word "necromancy" is adapted from Late Latin necromantia, itself borrowed from post-Classical Greek νεκρομαντεία (nekromanteía), a compound of Ancient Greek νεκρός (nekrós), "dead body", and μαντεία (manteía), "prophecy or divination"; this compound form was first used by Origen of Alexandria in the 3rd century CE.[3] The Classical Greek term was ἡ νέκυια (nekyia), from the episode of the Odyssey in which Odysseus visits the realm of the dead, νεκυομαντεία in Hellenistic Greek, rendered as necyomantīa in Latin, and as necyomancy in 17th century English.[4]

Essa preocupação em se utilizar as "matérias escuras" para fins de aparição, e o ocultismo por trás das práticas são condenadas até mesmo no antigo testamento num dos episódios mais sinistros da mitologia Hebraica; a bruxa de Endor e o ritual macabro conjurando o espírito de Samuel ante ao Living Saul (bruxa maldita, chega ficou chocada): http://en.wikipedia.org/wiki/Witch_of_Endor

william-sidney-mount-saul-witch-of-endor.jpg

Supracitado os conceitos referentes às Artes Necromânticas (que eu, pessoalmente, tinha postado como as ações dos Magos azuis podiam ter aumentado/incrementado o culto na 4ª Era: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=88860&page=4&highlight=Magos+Azuis), é interessante notar que uma das inspirações para a criação do "Necromante" no Legendarium partira de uma obra que muito fascinou Tolkien em sua juventude: The Black Douglas de Samuel Rutherford Crockett (1859 – 1914): http://www.legacy.com/ns/news-story.aspx?t=becoming-tolkien&id=653

215px-Samuel-Rutherford-Crockett.jpg

A despeito de algumas diferenças essenciais, haja vista Sauron ser um Necromante imortal, um antigo Deus Volcano maligno, há um vilão utilizado por Rutherford, baseado numa pessoa "heroica" e trágica da História da França: O Conde Gilles de Montmorency-Laval, vulgo Gilles de Retz (muitas vezes atribuído como ocultista e praticante dessa arte proibida: Quem joga Castlevânia deve lembrar dele), um cavaleiro da Bretanha (French-Fries) que lutara ao lado de Joana Dark na Guerra de Cem Anos: http://www.gradesaver.com/the-hobbit/wikipedia/concept-and-creation/

Tolkien wrote also of being impressed as a boy by Samuel Rutherford Crockett's historical novel The Black Douglas and of basing the Necromancer—Sauron—on its villain, Gilles de Retz.[20] Incidents in both The Hobbit and Lord of the Rings are similar in narrative and style to the novel,[21] and its overall style and imagery have been suggested as having had an influence on Tolkien.[22]

Gillesderais1835.jpg

A member of the House of Montmorency-Laval, Gilles de Rais grew up under the tutelage of his maternal grandfather and increased his fortune by marriage. Following the War of the Breton Succession, he earned the favour of the Duke and was admitted to the French court. From 1427 to 1435, Gilles served as a commander in the Royal Army, and fought alongside Joan of Arc against the English and their Burgundian allies during the Hundred Years' War, for which he was appointed Marshal of France.
In 1434/1435, he retired from military life, depleted his wealth by staging an extravagant theatrical spectacle of his own composition and dabbled in the occult. After 1432 Gilles engaged in a series of child murders, his victims possibly numbering in the hundreds. The killings came to an end in 1440 when a violent dispute with a clergyman led to an ecclesiastical investigation which brought Gilles' crimes to light. At his trial the parents of missing children in the surrounding area and Gilles' own confederates in crime testified against him. Gilles was condemned to death and hanged at Nantes on 26 October 1440.
...when it is prophesied that no man can defeat me, I will keep in mind the increasing number of non-traditional gender roles." — Evil Overlord List #153


No que tange aos mitos Nórdicos, é imperioso destacar, por oportuno, a atuação daquele que mais contribuiu para as ações necromânticas na TM, e não estou falando de Sauron, mas sim do Witch King of Angmar, outrora um dos 9 maiores homens da 2ª Era (provavelmente da Raça Númenoriana), um grande Feiticeiro corrompido por um dos 9 anéis concedidos aos Seres Humanos. O Rei-Bruxo, um Morto-Vivo do Legendarium, que nenhum Homem pode Matar (lembrando, em muito, os dizeres do Macbeth Shakesperiano, também invulnerável à qualquer homem nascido do Ventre de uma mulher, e ironicamente morto por um personagem nascido de uma Cesariana): http://tvtropes.org/pmwiki/pmwiki.php/Main/NoManOfWomanBorn

Ademais:

Note also how nicely Tolkien covers his bases here: Éowyn is a member of the race called Men, but is female, while Merry is a man of his own race but is a Hobbit, not a Man. And killing the Witch-king takes both of them.
In old English, as in many German languages, "man" was a cross-gender word originally. The entire scene can be considered a pun on the human female: Woman, derived from wif-man (literally wife-man). Thus, one Norwegian translation uses the archaic expression "Kvinnmann", ("female man") which literally means the same thing.

Quanto ao Senhor de Angmar, é verificável que boa parte de suas "magias" provém do próprio Sauron "a lá Deleção de Poder". Na mitologia clássica, há um personagem obscuro que também podia ter acesso à tais prodígios, também vindos de uma divindade Solar; faça o paralelo com o Sauron-Apolo, delegação mágica, ambos terem uma porção divina em seu corpo (há quem especule que o Senhor dos Nazgûl de alguma forma era da realeza Númenoriana, nicho este preenchido por uma essência de Ainu): Sim, há também um Witch-King Grego, estou a falar de Rei Aeetes, um dos personagens da épica saga dos Argonautas: http://www.theoi.com/Titan/HeliosFamily.html

A+Month+of+Greece_06.jpg

A King of Kolkhis (at the Eastern end of the Black Sea) and powerful Witch, who was bestowed with many magical gifts by his father Helios. His mother was the Okeanis Perseis. Argos one of the Argonauts addresses King Aeetes of Kolkhis, son of Helios] ‘In case you have heard that we have a son of Helios with us, behold the man, Augeias. "Eumelos [poet C8th BC] says that Helios gave the Asopian land [Korinthos] to Aloios and Ephryraia to Aeetes.


AEETES Witch-King of Kolkhis; PERSES King of the Tauros & Kolkhis; PHASIS Kolkhian Lord. Kirke, a goddess with braided hair, with human speech and with strange powers; the magician Aeetes was her brother, and both were the radiant sun-god Helios’ children; their mother was Perse, Okeanos’ daughter."

E para completar o conceito de um Rei "Undead", há o Rei-Bruxo/Morto Þráinn, presente na mitologia Islandesa na The Saga of Hromund Gripsson (http://en.wikipedia.org/wiki/Hrómundar_saga_Gripssonar), e que alguns leitores e entusiasta do Legendarium atribuem ser o personagem que inspirou a concepção do equivalente Tolkieniano. Havendo algumas semelhanças interessantes que inspiraram outros aspectos do Legendarium:

The saga is about Hrómundr serving king Óláf Warrior-King (Óláfr konungr liði) and Hrómund's battles with the berserker Hröngvið and as well as the undead witch-king Þráinn, a draugr (he was a former king of Gaul, Valland). Þráinn had killed 420 men including the Swedish king Semingr with his enchanted sword Mistletoe (Mistilteinn.) Hrómund grapples with Þráinn and wins, burns his body and takes Mistletoe.

Humm.. Outrora um rei, virou Undead, portador de uma espada encantada, não morre para nenhum outro adversário, assassinou outro monarca e fora derrotado pelo campeão deste Último:

nazgul_by_niuner.jpg

Dentre os termos pesquisados, há de se atentar a palavra "Draugr" - http://en.wikipedia.org/wiki/Draugr - referente o andante pós morte (provável conceito de Alma penada, ou morto-vivo Nórdico), e que muito se parece com elementos Saurônicos, seja para o Necromante ou para o Rei dos Nazgûl (até mesmo em sua versão descartada: Tevildo, Sauron Gato), seja em sua formação ou nos poderes/habilidades verificáveis no Senhor dos Anéis, desde controlar o clima até "diminuição de suas capacidades à luz do dia e a invulnerabilidade à Armas Convencionais. Pois vejamos:

Draugar are noted for having numerous magical abilities (referred to as trollskap) resembling those of living witches and wizards, such as shape-shifting, controlling the weather, and seeing into the future.[10] Among the creatures that a draugr may turn into are a seal,[11][12] a great flayed bull, a grey horse with a broken back but no ears or tail, and a cat that would sit upon a sleeper's chest and grow steadily heavier until the victim suffocated.[13] The draugr Thrain shape-shifted into a "cat-like creature" (kattakyn) in Hromundar saga Greipssonar:

Acrescentando:

Draugar also brought disease to a village and could create temporary darkness in daylight hours. While the draugr certainly preferred to be active during the night, it did not appear to be vulnerable to sunlight like some other revenants. A draugr's presence may be shown by a great light that glowed from the mound like "fox-fire."[15] This fire would form a barrier between the land of the living and the land of the dead.[16] The draugr could also move magically through the earth, swimming through solid stone as does Killer-Hrapp:

Por fim:

Some draugar are immune to weapons, and only a hero has the strength and courage needed to stand up to so formidable an opponent. In legends the hero would often have to wrestle the draugr back to his grave, thereby defeating him, since weapons would do no good. A good example of this kind of fight is found in the Hrómundar saga Gripssonar. Although iron could injure a draugr, as is the case with many supernatural creatures, it would not be sufficient to stop it.[17] Sometimes the hero is required to dispose of the body in unconventional ways. The preferred method is to cut off the draugr's head, burn the body, and dump the ashes in the sea; the emphasis being on making absolutely sure the draugr was dead and gone.[18]


161px-Draug.jpg

Lembra um passagem decisiva do Livro, né Aragorn?!

240?cb=20070415185909


Neste sentido, a tradução norueguesa do Senhor dos Anéis utilizara o Termo "Draug" para os Mortos-Vivos da Obra, sejam os Nazgûl ou os Espíritos "Penados" de Dunharrow, razão pela Tolkien, na versão inicial para 9 cavaleiros, ditou que estes seriam tão somente Cavaleiros Fantasmagóricos, inspirados, por óbvio, na Saga de Hrómundar e da Hervararkióa. Na versão que nos é familiar, os seres espectrais passam a ser os espíritos que assombram os túmulos dos Dúnedains de Cardolan: Os Barrow Wight

Due to his inspiration from Hrómundar saga Gripssonar, during the writing of The Lord of the Rings (see The History of The Lord of the Rings) Tolkien at first foresaw a link between the wights and the Ringwraiths, initially describing the Black Riders as horsed wights, but the suggestion that they were the same kind of creatures was dropped in the published work. In the final work there remained a link between them: the wights were now spirits sent by the Witch-king of Angmar.

Herv%C3%B8r_henter_sv%C3%A6rdet_Tyrfing_hos_Angartyr.jpg

UnderSpellOfBarrowWight_Ted_Nasmith.jpg

Barrow-wights are wraith-like creatures in J. R. R. Tolkien's world of Middle-earth, based on the Old Norse Draugr. Barrow refers to the burial mounds they inhabited and wight is a Middle English word for "living being" or "creature", especially "human being".[1] It does not necessarily mean "spirit" or "ghost"; it is cognate to modern German "Wicht", meaning small mythical creatures (also "Wichtelmännchen"). Tolkien borrowed this concept from Norse mythology, see e.g. Waking of Angantyr and Hrómundar saga Gripssonar. The name Barrow-wight itself was first recorded in 1869 in the Eiríkr Magnússon and William Morris translation of Grettis saga, which features a fight with such a creature.[2]

O Sauron nas versões da 1ª era também tinha ligações com a manipulação de fantasmas e espíritos desgarrados, a exemplo desta passagem do Poema Original da Balada de Leithian - A libertação do cativeiro que diz:

Um grito ele deu - e então a luz apagou-se, e no vento da noite lobos uivaram; e no seu ombro caíram subitamente as tormentosas mãos do inferno. Ali os servos de Morgoth rapidamente o apanharam e ele foi cruelmente atado, e trazido a Sauron, capitão da hoste, o senhor de lobisomens e fantasmas, o mais hediondo e cruel de todos os que se ajoelham diante do trono de Morgoth.

Bem como:

Seu idiota: vistes um fantasma que eu, eu Sauron fiz para enganar a tua vista. Nada mais estava ali. Os espectros de Sauron são demasiado frios para casar!

E a prova (creio) de que havia uma ideia de se atribuir o Necromante ao Inimigo:

Os Homens chamavam-lhe Sauron, e como a um deus nos dias vindouros debaixo do seu bastão encantados se curvaram perante ele, e fizeram-lhe os fantasmagóricos templos na sombra. Ainda não pelos Homens enfeitiçados adorado, era agora o servo mais poderoso de Morgoth, Mestre de Lobos, cujo assustador uivo para sempre ecoa nos montes, e sujos encantamentos e escura magia tecia e manejava. Com feitiços esse necromante nas suas hostes mantinha espectros e fantasmas errantes, feitiços falhados e ilegítimos monstros que à sua volta se apinhavam, cumprindo as suas ordens escuras e vilãs:
os lobisomens da Ilha do Feiticeiro.
 
Última edição:
Eu nn me lembro e nn tenho de certeza de ter visto em algum lugar que Sauron mantinha ou podia manter alguns fëa aprisionados na Terra-Média, nn lembro se era Sauron ou Melkor.

Creio que Sauron conseguiu fazer isso ao criar os tão pouco explorados lobisomens.
 
Eu nn me lembro e nn tenho de certeza de ter visto em algum lugar que Sauron mantinha ou podia manter alguns fëa aprisionados na Terra-Média, nn lembro se era Sauron ou Melkor. Talvez essa atitude o tenha dado a alcunha de necromante, por ele se apoderar de espiritos que recusaram a convocação de Námo para Mandos.

.

Nos Pântanos Mortos, havia almas de humanos, de elfos e de entidades que encarnavam como orcs chefes. lá aprisionadas por Sauron, como vingança contra seus inimigos e como castigo pela derrota em seus súditos.

Ou, pelo menos, é o que me parece.

.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.404,79
Termina em:
Back
Topo