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Dilma altera lei para tornar Brizola, seu inspirador, 'herói da pátria'

Fúria da cidade

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Luis Fernando - 23.mar.1998/Agência RBS/Folhapress
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Dilma conversa com Leonel Brizola em almoço com integrantes do PDT em 1998, em Porto Alegre

Inspirador político da trajetória de Dilma Rousseff, Leonel Brizola foi declarado nesta terça (29) "herói da pátria".

A presidente inclusive alterou a lei que rege a homenagem, que só permitia sua concessão 50 anos após a morte do laureado, para inscrever o nome do político no "Livro dos Heróis da Pátria".

Agora a carência caiu para dez anos. Dilma sancionou a sugestão, feita no projeto que previa a homenagem a Brizola, de 2013, do então líder do PDT na Câmara, Vieira da Cunha (RS).

Leonel de Moura Brizola morreu em 2004, aos 82 anos. Ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Brizola foi um líder histórico do trabalhismo brasileiro e fundou o PDT com a abertura política no fim da ditadura militar, nos anos 1980.

Brizola teve papel histórico determinante na campanha que garantiu a posse do então vice-presidente João Goulart, seu cunhado, em 1961, e exilou-se quando o golpe de 1964 o derrubou. Firmou-se como liderança de esquerda e ficou em terceiro lugar na primeira disputa pós-redemocratização, em 1989.
Depois disso, entrou em progressivo ostracismo político à sombra do petista Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi candidato a vice no pleito de 1998.

BRIZOLISTA

Dilma fez sua carreira política associada ao PDT –só filiou-se ao PT em 2001, entrando para o primeiro governo Lula como ministra das Minas e Energia em 2003. Ideologicamente, sempre foi vista mais como brizolista, defendendo um ideário nacional-desenvolvimentista na área econômica, ou seja, de forte intervenção estatal.

Tanto é assim que sempre que querem criticar a presidente, dirigentes do PT lembram a falta de identificação histórica dela com a sigla. O simbólico Ministério do Trabalho é feudo do PDT, e o neto de Brizola chegou a ser titular da pasta sob Dilma por um breve período no seu primeiro mandato.

Quando Brizola morreu, em 21 de junho de 2004, Dilma era ministra das Minas e Energia. Na ocasião, disse que ele teve um papel de destaque na vida social e política do país, "especialmente no movimento da legalidade e no processo de redemocratização".

"A sua trajetória política é parte indissociável da história do Brasil", disse a então ministra.
Com a inscrição no "Livro", Brizola vai figurar ao lado de outras 31 figuras históricas, como Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Alberto Santos-Dumont e dom Pedro 1º.
O registro fica depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, estrutura que fica na praça dos Três Poderes, em Brasília.

Fonte
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Brizola tem a minha admiração. Foi um grande brasileiro.

Mas vale compartilhar:

O AÇO E A MARIA-MOLE
(por Wlamir Silva)

Leonel Brizola foi aprovado pelo nosso ínclito Senado como “herói da pátria”. Tal façanha leva o jamegão, e certa autoria, da “presidenta” Dilma Rousseff. Está agora no “Livro dos Heróis da Pátria”, em páginas de aço, em solene Panteão. História em páginas de aço é sempre um incômodo, como todo panteão. Os mitos pátrios devem ser “renovados” ou abandonados? Precisamos de “heróis da pátria”? O que significam “heróis da Pátria” do “tempo presente”*?

O homenageado ficaria satisfeito em ser “herói da pátria” pelas mãos dos que consideram como “heróis do povo brasileiro” dirceus e delúbios? Pelas mãos do “sapo barbudo”, da “UDN de macacão”, os quais apenas tolerava, aliás, com recíproca verdadeira? Ele que sempre foi tratado pelo PT e pelo proto-Lulismo como um caudilho, personalista e antidemocrático, herdeiro do getulismo e do populismo, contrários à autonomia da classe trabalhadora.

E parte das críticas era válida, ainda que a tábula rasa da experiência política trabalhista, feita por meio do conceito de populismo, seja hoje justamente criticada. As dificuldades de construção partidária e o personalismo ficaram evidentes na própria trajetória do PDT, hoje uma triste legenda atenta às migalhas do Lulismo.

Seria este um gesto de grandeza, de reconhecimento de pluralidade histórico-política? Não cremos. É fato que a emergência do Lulismo mostrou que, além de vícios novos, foram incorporados o personalismo e o descaso com estruturas partidárias. E, sobre este pano de fundo, perdeu-se o pudor, fazendo das figuras de Getúlio Vargas, Jango e Brizola ícones defensivos convenientes.

Não é à toa que Brizola vai para as páginas de aço do panteão nacional quando figuras caricatas esboçam reviver a Campanha da Legalidade contra um golpe farsesco. Quer-se que o aço mitológico dê corpo à maria-mole da comédia em curso. Na qual se inflam e maquiam adversários e fatos para justificar a perda de substância e a podridão.

Não há dúvidas quanto à importância de Leonel Brizola para a história política contemporânea. Pela ousadia no Parlamento e nos governos estaduais, pela Campanha da Legalidade e, sobretudo, pelo constante enfrentamento público de suas posições. Suas contradições não o diminuem, ao contrário, devem animar à reflexão que a boa história propõe. Já a homenagem oportunista, se não o diminui, mostra em sua sombra a estatura dos zeladores de panteão.

* A lei também alterou o tempo mínimo para a honraria, de 50 para dez anos da morte do homenageado.
 
O Brizola até consegue ter um pouco da minha simpatia por ter sido aquele que mais desafiou a Rede Globo contra a ditadura, feito o debate eleitoral mais tenso que já vi contra o Maluf e mais recentemente em 2004 pouco antes de partir defendeu a questão da "nacionalização" de todas as eleições municipais.

Mas daí a ser considerado um "herói nacional", sendo favorecido de forma expressa na canetada? Aí menos..
 
A presidente inclusive alterou a lei que rege a homenagem, que só permitia sua concessão 50 anos após a morte do laureado, para inscrever o nome do político no "Livro dos Heróis da Pátria".

E bem quando imaginávamos que as atitudes presidenciais mesquinhas tinham chegado ao limite, lá vai ela e duplica o limite. :/ Destaque-se que essas restrições de "x anos após a morte" servem para transformar a indicação em uma questão de estado, não de governo, e evitar que favorecimentos políticos, propaganda ideológica ou outras trocas de favores afetem a nomeação, justamente o que a Dilma fez.
 

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