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Ninguém deveria se orgulhar de trabalhar muito

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
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Uma semana antes: "Vamos almoçar na quinta?", escrevo. "Claro!", ela responde. Um dia antes: "Amiga...", diz a mensagem. Os três pontos revelam tudo. Ela vai cancelar... E assim seguimos, até que um mês e meio depois, espremendo a agenda de uma dali, puxando a da outra daqui, conseguimos nos sentar as duas juntas numa mesma mesa para comer e bater papo. E se alguém aí está pensando que quem quer mesmo se ver faz um esforcinho, desculpe, mas sabemos que nem sempre é assim.

O assunto não é novidade e centenas de reportagens já falaram que estamostrabalhando demais e aproveitando de menos. Também já sabemos que mesmo a tecnologia, que muito ajuda no trabalho (jornalistas que o digam), às vezes muito atrapalha.

Um exemplo do revés do desenvolvimento do mundo digital é o aparecimento de uma síndrome chamada FOMO, que em inglês significa "Fear of Missing Out". Em bom português seria algo como "medo de perder alguma coisa". A FOMO nada mais é do que uma reação ao ritmo incessante com que as informações chegam até nós pela internet. Com tanta coisa para saber, ler, assistir, ouvir, como não ter medo de perder alguma coisa?

A tecnologia, o trânsito de algumas metrópoles, a pressão de uma economia global, o ritmo insano dos escritórios, tudo isso nos faz mais cansados. Então, por que não trabalhar menos para render melhor? Parece contraditório mas é nisso que a Suécia está apostando. Argumentos não faltam. Em agosto, a revista científica Lancet, uma das mais importantes do mundo em seu segmento, divulgou um estudo que acompanhou cerca de 600 mil pessoas por cerca de sete anos.

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Entre os que trabalhavam 55 horas por semana ou mais, a ocorrência de derrame cerebral foi 33% maior do que entre os que tiveram jornada de 35 a 40 horas por semana. A incidência de doenças cardiovasculares nessas pessoas também foi 13% mais alta. Outro estudo revelou um dado dramático para as mulheres: as que trabalham cerca de 49 horas semanais estão mais propensas a transtornos mentais.

Com isso em perspectiva, algumas empresas suecas já começaram a adotar a jornada de seis horas diárias - 30 hs semanais - de trabalho. É o caso da Filumundus, desenvolvedora de aplicativos baseada em Estocolmo, onde os funcionários hoje trabalham duas horas diárias a menos do que no ano passado.

"Ao mesmo tempo, temos dificuldades em gerir a nossa vida privada fora do trabalho ", disse o CEO da empresa, Linus Feldt, ao site Fast Company.

Para compensar o corte de horas, foi pedido aos funcionários da Filumundus que não entrassem nas redes sociais durante o expediente e que evitassem outras distrações. As reuniões também foram reduzidas ao mínimo. Feldt garante que não só a produtividade permaneceu igual, como os pequenos conflitos do dia a dia diminuíram e as pessoas estão mais motivadas. "Na verdade elas estão mais felizes e descansadas."

Outro exemplo sueco de menos horas trabalhadas vem dos centros de serviços da Toyota na cidade de Gothenburg, onde a jornada de seis horas foi adotada há trezes anos. Desde então, a troca de funcionários diminuiu e o lucro cresceu em 25%.

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A verdade é que começamos a "trabalhar" demais desde muito cedo, já quando se inicia a vida escolar. Devido aos horários insanos nos quais as crianças entram na escola, recentemente o professor Paul Kelley, do Instituto do Sono e Neurociência de Oxford, na Inglaterra, declarou ao jornal The Guardian que estamos em meio a uma real crise de privação do sono.

"A privação do sono é um grande problema da atualidade, mas afeta especialmente o grupo entre 14-25 anos. Dormir pouco é uma grave ameaça ao humor, à capacidade de render e à saúde mental", diz o professor. Segundo ele, apenas crianças entre 8 e 10 anos e adultos após os 55 se encaixam bem nessa vida em que os expedientes começam às 9h e terminam às 17h. O professor defende que pessoas entre 10 e 16 anos comecem seus dias às 10h e as que tem 18 ou mais, a partir das 11h. Para cada fase da vida, o corpo tem um ritmo.

A verdade é que tudo isso faz muito sentido nesse texto, mas sabemos que dificilmente a maioria das empresas concordariam em postergar o horário de entrada dos funcionários ou diminuir a carga horária de trabalho. As escolas das crianças não abririam mão do horário das 7h às 12h. Também sabemos o quanto se sofre - e se perde -com isso.

Como dizia o pai de uma querida amiga, "quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro". Seu Edson foi um grande comerciante. E os alemães estão aí para provar a teoria dele na prática. Eles construíram um dos países mais ricos do mundo com uma jornada semanal de trabalho bem menor do que a nossa: 35 horas lá contra quase 41 aqui. Já a diferença entre a rica Alemanha e a combalida Grécia em horas trabalhadas por ano é gritante: 671 a mais para os hoje pobres gregos. Ou seja, o segredo está na produtividade e não no tanto de horas que você rala. Lembre-se disso quando ouvir alguém dizer, orgulhoso, que é um workaholic.

Fonte
 
É como eu sempre digo: "Ninguém quando está na beira da morte deseja ter passado mais tempo no trabalho".

No meu trabalho vejo pessoas adiando o quanto podem a aposentadoria.
Não me conformo com isso, é tipo asa pra quem não que voar. :confused:
Claro que existem casos em que a pessoa pode se aposentar mas está com problemas, geralmente monetários, que não permitem isso naquele momento, já que pararia de receber verbas importantes como o convênio alimentação e refeição, então ela prefere esperar mais alguns anos.
Mas onde trabalho atualmente a maioria pode perfeitamente se aposentar, estão com filhos já adultos, casa própria, vida estabilizada, e no entanto ficam ali, agarrados aos cargos, sofrendo assédio moral, se estressando todos os dias com transporte público e cumprimentos de metas...
Fala sério, pra que isso? Essas pessoas pensam que nunca vão morrer?
Não têm mais nenhum interesse na vida?
 
Algumas pensam que se pararem de trabalhar vão morrer no próximo mês. Bem, não é assim que o trem anda.
Na verdade algumas morrem sim, ficam deprimidas, descuidam da saúde e em pouco tempo acabam efetivamente morrendo.
Acho que tem algumas coisas muito erradas na nossa sociedade.
E a maior delas é de que nascemos e vivemos pro trabalho, passamos a vida esperando que alguém nos diga o que fazer e como fazer.
Somos educados assim desde pequenos e isso nos dá conforto e uma certa segurança, ainda que essa segurança seja frequentemente enganosa, pois se você não se encaixa num certo padrão, está fora do esquema.
Ainda que o mundo corporativo insista em falar que os funcionários devem ser criativos e proativos, essas qualidades são sempre limitadas ao trabalho e à empresa.
Não existe estímulo pra alguém ser proativo e criativo em sua vida fora do trabalho e pós aposentadoria.
 
Acredito que somos moldados pela rotina também. E ao se aposentar, tudo fica muito estranho. Aquele domingo deprê a noite não será o mesmo, aquele cara-crachá diário não existirá e você vai achar que sua vida não tem um rumo.
Aqui onde eu trabalho tem pessoas que ganham bem e irão se aposentar com salários integrais bons e mesmo assim não largam o osso, irão se aposentar bem mais velhos e provavelmente não aproveitar o tanto quando poderiam se aposentassem hoje.
 
Segundo ele, apenas crianças entre 8 e 10 anos e adultos após os 55 se encaixam bem nessa vida em que os expedientes começam às 9h e terminam às 17h. O professor defende que pessoas entre 10 e 16 anos comecem seus dias às 10h e as que tem 18 ou mais, a partir das 11h

Não sabem como fiquei feliz ao ler isso. Meu dia só começa depois das 10h. De manhã meu cérebro não funciona direito. Prefiro trabalhar até tarde mas começar mais tarde, do que começar de manhã e ir até às 17h ou 18h.
 
Um exemplo do revés do desenvolvimento do mundo digital é o aparecimento de uma síndrome chamada FOMO, que em inglês significa "Fear of Missing Out". Em bom português seria algo como "medo de perder alguma coisa". A FOMO nada mais é do que uma reação ao ritmo incessante com que as informações chegam até nós pela internet. Com tanta coisa para saber, ler, assistir, ouvir, como não ter medo de perder alguma coisa?

O "meu" FOMO é perder a data de entrega, que nunca é estipulada por mim.
 
A insegurança atual é muito forte. Há lugares no mundo em que a população está tão sem esperança e o medo de perder tudo está tão forte que consideram que a aposentadoria como a conhecemos possa se tornar em algo obsoleto. Tipo trabalhar até cair de morto, estilo "escravo do Egito". Não é ato a que o Japão é ao mesmo tempo a terra da robótica e do suicídio por trabalho, a cultura econômica atual tem destruído por lá o Japão tradicional que dava tempo para a pessoa envelhecer e substitui a humanidade pelo próximo hit, meme, moda...

Há muitos com medo vivendo de forma mecânica e automática que espera que algo ruim aconteça, porque medo é o nome da esperança quando vibra negatividade. E a frequência mental do povo na média está muito deteriorada.

A regularidade do ritmo de vida, baseada na seqüência "preparo + ação" vem sendo substituída por estilos de vida tóxicos. Terrorismo pra cá, crise internacional pra lá, e a pessoa ainda precisa manter a mente trabalhando pra não sofrer risco de degeneração nervosa.

Além disso há o impacto tecnológico que não é pouco. Pouco se fala mas tecnologias novas (incluindo celulares e computadores) causam óbitos até que se alcance equilíbrio ideal com a população (tipo a época em que as pessoas brincavam com radioatividade achando que era inofensivo e depois morreu muita gente de câncer).

A situação é a mesma, enquanto não há equilíbrio a natureza força o povo a diminuir o número de indivíduos. Que é da alçada das ciências humanas (ajudar as pessoas a se protegerem das mentiras de si mesmas e do mundo) mas que os governos pensam que basta encher o país de fábricas. Se as pessoas não melhoram, os esforços são infrutíferos.
 
Falar de aposentadoria no Brasil é sempre complicado ainda mais na situação econômica que estamos. É um dos raros temas que admito estar um pouco em cima do muro, pois eu vejo argumentos bons e ruins tanto de quem decide fazer isso mais cedo quanto mais tarde.
 
Após os 20 anos, há uma necessidade de ser fazer cash, o convívio social e as atividades de lazer são deixadas de lado, pois é necessário tempo para investir na carreira acadêmica e na profissional.

Aos 22 anos eu era um cara que trabalhava em um ritmo de 13~15h diárias. Não tinha horário para entrar na empresa, mas também não tinha para sair. A pressão era incrível! Resolvi radicalizar, pedi demissão e passei a estudar para concursos públicos, tinha feito um pé de meia, então daria pra estudar tranquilo, passei em um concurso em nível médio para trabalhar no judiciário, meu salário diminuiu, mas minha qualidade de vida aumentou consideravelmente.

Resolvi voltar para a iniciativa privada, dessa vez, em um ritmo menos alucinado, percebi que tinha muito tempo todos os dias, nas mesmas 24h que antes eram insuficientes, hoje elas são mais do que suficientes, a ponto de ter tempo para me dedicar aos meus hobbies, minha família e vida amorosa.

Mas, acho que todos devem passar pelos "estágios" da vida profissional. Trabalhar muito, trabalhar pouco, ganhar menos, ganhar mais, isso faz com que as experiências solidifiquem os princípios profissionais.

Estou longe de ser um profissional bem-sucedido, mas hoje em dia sou mais feliz do que antigamente com a minha vida profissional.

Recomendo dar uma olhada no curso Produtividade Ninja da Arata Academy, é claro que todos esses cursos possuem um marketing embutido, mas esse é um mix de técnicas consagradas, pode ser que seja benéfico de algum modo para vocês.
 
Eu trabalho 8 horas por dia e já planejo reduzir pra 6 h. Mesmo ao custo de quase um terço do salário. :/
 
Busquei trabalhar por conta própria, porém priorizando sempre trabalhar intensamente nos finais de semana e ficando com a semana mais "flexível" com uma média em torno de 4 horas por dia e com isso consigo fazer o meu "Sábado" e "Domingo" o dia da semana que quiser. Enquanto estiver assim tem sido bom pra mim, pois posso dosar o meu ritmo sem precisar parar de uma vez.
 
Última edição:
É o que eu estou pensando em fazer, trabalhar por conta própria. Assim, mesmo se eu tiver que trabalhar 12 ou 14 horas por dia, o meu chefe seria eu, e eu sou uma ótima pessoa. ;)
 

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