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Caso de cinegrafista que deu 'rasteira' em refugiado ilustra crescimento de intolerância na Hungria

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Cinegrafista que chutou sírios em cidade fronteiriça tinha ligações com partido de extrema-direita; governo do país constrói cerca para deter imigrantes.

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Cinegrafista Petra Lazlo, do canal N1TV, colocou o pé na frente de um homem que tentava escapar de um policial. Ele levava uma criança no colo (Foto: Da BBC)​

A cinegrafista que chocou o mundo com suas atitudes agressivas contra refugiados sírios tentando atravessar a fronteira da Hungria com a Sérvia se transformou também em um símbolo da crescente intolerância no país da Europa Oriental. Veja o vídeo.

Identificada como Petra Lazlo, ela trabalhava para o canal N1TV na cobertura dos enfrentamentos entre refugiados e a polícia na cidade húngara de Roszke na terça-feira. Foi flagrada colocando o pé na frente de um homem que tentava escapar de um policial, derrubando-o.

Cerca
Nem mesmo o fato de que o homem carregava um criança em seu colo deteve Lazlo, mais tarde flagrada chutando uma menina.

O canal para qual trabalha a cinegrafista tem ligações com o partido de extrema-direita Jobbik, fundado em 2003 e que atualmente é a terceira maior legenda no Parlamento Húngaro.

Lazlo, por sinal, foi demitida pela N1TV e pode ser condenada a até cinco anos de prisão pela agressão.

Mas a postura intolerante não é exclusividade do Jobbik. O premiê húngaro, Viktor Orban, tem sido alvo de críticas pelo discurso inflamado contra a entrada de imigrantes estrangeiros e por ordenar a construção de uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para tentar conter o fluxo de migrantes e refugiados que tentam atravessar a Hungria para chegar à Áustria e a Alemanha.

Mais de 160 mil migrantes ou refugiados entraram na Hungria em 2015, segundo autoridades do país.

Orban é líder do Fidesz, partido de tendência nacionalista e conservadora. Recentemente, ele criticou os planos da União Europeia de criar cotas de recebimento de refugiados para países do bloco. E disse estar defendendo "interesses cristãos contra o fluxo de muçulmanos chegando à Europa".

Uma recente enquete revelou que 46% dos húngaros são contra a entrada de imigrantes no país, um índice que triplicou em 20 anos.

Fonte

O vídeo

 
Eu convivo desde os meus 3 anos de idade com uma família húngara que imigrou para o nosso país na segunda guerra.

Eles, diferente de outros imigrantes, vieram para cá pois o chefe da família, já falecido, era um político influente que apoiou a aliança entre Hungria e Alemanha para invadir a URSS. Quando os soviéticos contra-atacaram e invadiram a Hungria, eles fugiram para para a Alemanha e vieram parar aqui.

Como é a família do meu melhor amigo e eu sempre fui apaixonado por História, sempre conversei com eles sobre a segunda guerra e tal, e eles sempre se mostraram pessoas muito tolerantes, apesar de algumas posições um pouco conservadoras e extremamente russofóbicas, mas isso poderia ser justificado, já que eles fugiram, mas muitos parentes foram fuzilados pelo Exercito Vermelho por terem colaborado com o Nazismo.

Recentemente me encontrei com eles, em um churrasco organizado por esse amigo, e talvez pela idade, muitas coisas começaram a transparecer, entre elas um profundo desprezo por romenos, muçulmanos, turcos e outros povos além dos russos. Coisas que eles nunca falaram, mas hoje, já muitos com quase (ou mais de) seus 80 anos, falam.

Evidente que isso não generaliza nada e nem significa que na Hungria as pessoas sao preconceituosas ou qualquer coisa do tipo, mas é importante lembrar do passado nazista húngaro, das contradições entre eles, russos, romenos e muçulmanos e como hoje, uma Hungria governada pela extrema direita que já baniu os partidos de esquerda, pode estar caminhando para uma das sociedades mais preconceituosas da Europa.
 
Imigrantes entre a direita xenófoba e a esquerda anti-ocidental
Em 03 de Setembro de 2015 - Por Bernardo Santoro - Instituto Liberal

Consideramos estas verdades como auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.”

Essa frase, base da declaração de independência dos Estados Unidos da América, precisa ser revisitada de tempos em tempos, para lembrarmos que existem alguns valores humanos fundamentais e inegáveis.

A comovente foto do corpo sem vida do menino sírio, estirado na costa da Turquia, é certamente um motor de reflexão sobre esses direitos inalienáveis. Eu, como pai de um filho de três anos, imediatamente enxerguei naquele menino todo o amor que tenho pelo meu filho, e fiquei despedaçado.

A crise humanitária pela qual passa o Oriente Médio não é de hoje e é muito mais complexa do que um artigo poderia explicar ou aprofundar. São problemas de ordem religiosa, cultural e econômica que, quanto mais países estrangeiros tentam intervir, pior fica. Mas certas coisas podem ser ditas, ainda que de maneira superficial, baseadas em simples observação dos fatos.

Essa família destruída, de origem Síria, é apenas mais um grupo de pessoas que foram engolidas por uma horrível guerra civil, cuja ligação direta com a invasão americana ao Iraque é inegável. A queda de Saddam Hussein resultou em um Iraque dilacerado entre sunitas, xiitas e curdos. Dessa divisão, dentro da facção sunita, nasce o Estado Islâmico e seu fundamentalismo total. A guerra se alastra para países vizinhos, em especial a Síria, após a “Primavera Árabe”, e hoje a Síria está fatiada basicamente entre a coalizão de Bashar Al Assad (com apoio de Hezbollah e Irã), uma oposição heterogênea, o Estado Islâmico e os curdos, custando centenas de milhares de vidas e de desabrigados.

Muito se critica uma suposta complacência liberal/libertária de não-intervenção quanto a países ditatoriais, como existia no Iraque de Saddam e na Síria de Assad, ambos com origem no partido socialista pan-árabe Baath. No entanto, as intervenções do ocidente no local resultaram em morte e em piores formas de dominação de homens sobre homens, além da total destruição de qualquer resquício de direitos humanos.

O que fazer quando, objetivamente, um tirano é menos cruel que uma concorrência de micro-estados assassinos? Não tenho uma resposta. Se o objetivo é levar esses direitos fundamentais da vida, liberdade e busca pela felicidade, a povos que desconhecem esses princípios ocidentais, parece-me que não estamos fazendo direito esse trabalho através da invasão e desmantelamento de governos estabelecidos e mantenedores da ordem local.

E quando o resultado desse caos, cuja fogueira recebeu aditivo ocidental, bate na nossa porta, o que devemos fazer?

Parece-me também que rechaçar tais pessoas, deixando-as sem vida numa costa qualquer, não é uma solução aceitável. Foi negado ao menino sírio a vida, a liberdade e a busca pela felicidade, apenas por uma questão de nacionalidade e conveniência política.

Se a preocupação de países ocidentais é que essa “invasão árabe” à Europa vai destruir a cultura europeia que pôde criar esses direitos fundamentais, a resposta mais simples é que a maioria desses árabes que estão tentando entrar na Europa já estão ávidos por esse direito e pelo nosso estilo de vida. E a minoria que pensa diferente, querendo subverter os nossos valores e cultura, precisa ser investigada, exposta e presa.

Só que, do ponto de vista de discurso político, essa maioria de estrangeiros que busca se adaptar na cultura ocidental e beber de nossos valores está totalmente desamparada.

A direita europeia, muito conservadora e pouco liberal, avessa às contribuições culturais e econômicas que esses imigrantes podem agregar, vende um discurso anti-imigratório, xenófobo e até mesmo racista/etnicista, buscando endurecer leis que resultam em crianças mortas na costa mediterrânea.

A esquerda europeia, socialista e maior inimiga da civilização ocidental e de seus valores autoevidentes (inimiga muito maior, mais rica, mais poderosa e mais perigosa que os pobres imigrantes árabes), sob um argumento supostamente integrador, estimula e até financia a minoria árabe fundamentalista, anti-ocidental e anti-direitos fundamentais, o que faz todo o sentido, já que ambos os grupos, esquerda europeia e fundamentalistas islâmicos, possuem os valores e a cultura ocidental como inimigos preferenciais em comum, e sua prática política resulta em terrorismo interno e crianças mortas nas ruas europeias e orientais.

É urgente o fortalecimento de uma corrente política europeia liberal, que abrace os imigrantes que têm sede dos nossos valores, da nossa estabilidade política e do livre-mercado, que rechace a xenofobia da direita ultraconservadora e combata a política anti-ocidental “multiculturalista” da esquerda socialista.

Precisamos, para ontem, de um liberalismo integracionista europeu anti-fundamentalista islâmico, anti-xenofobia e anti-socialista, baseado em uma coisa que anda em falta no mundo: bom-senso.
 
Penso que isso ocorra num momento em que a Europa não se recuperou nem das grandes guerras (pagando dívidas internas e externas), nem dos defeitos antigos (preconceito), nem da última crise econômica em que os países do leste e sul da Europa estão sob pressão cada vez maior (A Europa não tem o espaço que outros continentes possuem para movimentações descuidadas e assentamentos e a tolerância é sempre mais curta). Além disso há influência da continuação de mais de um conflito antigo ao mesmo tempo (Califado contra Europa).

Dentro das forças de desestabilização a Rússia aparece apertando a oposição Ucraniana e amedrontando o leste Europeu, a Grécia recebe fugitivos com uma economia muito frágil e pelo sul o criadouro de selvagens do EI que com seus homens das cavernas empurram todos os tipos de refugiados sejam eles famílias comuns em busca de viver em paz, migrantes econômicos comuns da África ou mesmo espiões e ex-apoiadores de regimes violentos e terroristas em busca de replicar lá fora o que havia no país de origem, todos eles para o mar, para a Itália (que economicamente também é um saco de gatos, especialmente o sul).

Nesse cenário impaciente é muito dificil filtrar as pessoas e a tensão/agressão foge do controle como nessa cena. Freqüentemente quem fica no país de origem é quem não tem dinheiro ou condições para sair porque já foi massacrado por uma massa inimiga que começou apoiando a facção política violenta vencedora no país ditador. Ou seja, chances de haver também bandidos no meio. E no meio de tudo uma maluca pode piorar a situação.

Se por um lado construir cercas e muros não resolve também é preciso considerar que um fluxo tão grande de estrangeiros, ao desencadear sofrimento nas populações nativas pode ser considerado como de responsabilidade direta das facções em guerra na Síria (atos de guerra que precisam ser respondidos sem conversa de que intervir é sempre atrapalhar a vida doméstica dos outros países, porque esse momento passou, e isso vale apenas quando o problema está contido dentro das fronteiras). As vezes intervir é preciso, ainda mais quando a pretexto de derrubar o capitalismo selvagem representado pela figura do grande Satã o lado opositor se torna ele próprio na encarnação do capitalismo selvagem.

Se não isso vai acontecer sempre...

 
Última edição:
No Brasil, os haitianos foram vítimas de disparo de arma de fogo em SP, mas geralmente não muito debate sobre a situação que ocorreu aqui e a intolerância cresce a olhos vistos. A turma dos bolsonaros e bancada da bala no congresso mostrando a cara. Do discurso a prática é um pulo.
 
E também são os efeitos ruins da globalização afetando também os países ricos.
Não vai ter como voltar atrás, como disse aquela escritora fodona no programa francês, é irreversível e essas pessoas vivem de tal maneira mergulhadas no desespero e na violência que morrer tentando uma vida melhor é tipo a última cartada, eles não têm mesmo nada mais a perder.
Mas aqui no Brasil é dose ver isso, né?
Tipo, com (cada vez mais) raríssimas exceções, todos somos estrangeiros, todos somos descendentes de imigrantes ou de migrantes e não faz sentido nenhum ficar com essa choradeira de que "estão tomando nosso emprego".
Pra mim isso é papo de gente vagabunda, isso sim.
Não tenho paciência nenhuma com esse tipo de argumento.
E fico espantada de ver como muitos brasileiros só copiam essas atitudes de merda do europeus e norte-americanos.
Coisa boa ninguém quer imitar, já que "aqui não é Paris" (ou Amsterdam, ou Nova York).
 
pq viviam escondidos? pq se sentiram representados pelos "nobres" congressistas citados e agora podem sair do esconderijo? Qual a sua opinião @Grimnir acerca do assunto?

Sobre imigração? Libera geral. A diferença é que não acho que os governos deveriam todas as obrigações que tem hoje em dia.
 
Sobre imigração? Libera geral. A diferença é que não acho que os governos deveriam todas as obrigações que tem hoje em dia.
Poderia liberar geral na questão da imigração haitianos e sírios, mas no caso dos sírios tem interferência de alguns governos (suspeita-se) nos problemas internos do país o que ocasionou a desordem no país e a fuga em massa que estamos assitindo. Paganus fazendo falta no debate? :lol:

Tipo, com (cada vez mais) raríssimas exceções, todos somos estrangeiros, todos somos descendentes de imigrantes ou de migrantes e não faz sentido nenhum ficar com essa choradeira de que "estão tomando nosso emprego".
Concordo. Duro ainda é ter que assistir aquele cara maltratando um haitiano que conseguiu a vaga de frentista num posto de gasolina. Tempos de economia em baixa ajuda a turma do " estão tomando nossos empregos" a sair da toca e começar a ladainha de sempre.
 
Concordo. Duro ainda é ter que assistir aquele cara maltratando um haitiano que conseguiu a vaga de frentista num posto de gasolina. Tempos de economia em baixa ajuda a turma do " estão tomando nossos empregos" a sair da toca e começar a ladainha de sempre.
Sim. E aqui em São Paulo isso é crônico.
Foi assim com os nordestinos, depois com os bolivianos e peruanos e agora com os africanos a haitianos.
Como se fossem párias da sociedade, mas não são. Em sua maioria essas pessoas querem trabalhar, melhorar de vida e, consequentemente, melhoram o país também.
Dá até vergonha. :/
 
Poderia liberar geral na questão da imigração haitianos e sírios, mas no caso dos sírios tem interferência de alguns governos (suspeita-se) nos problemas internos do país o que ocasionou a desordem no país e a fuga em massa que estamos assitindo. Paganus fazendo falta no debate? :lol:


Concordo. Duro ainda é ter que assistir aquele cara maltratando um haitiano que conseguiu a vaga de frentista num posto de gasolina. Tempos de economia em baixa ajuda a turma do " estão tomando nossos empregos" a sair da toca e começar a ladainha de sempre.

Será que é só o povo da direita que pensa assim? Acho simplista.
 
Será que é só o povo da direita que pensa assim? Acho simplista.
Não penso que seja apenas o povo da direita que pensa assim, extremistas da esquerda também podem pensar assim seja lá o que for a corrente do pensamento/ideologia/religião etc. Acho que tá faltando senso de humanidade, sei lá. A humanidade está falhando, @Grimnir.
 

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