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Duna de Jodorowsky (Jodorowsky's Dune, 2013)

Bruce Torres

Let's be alone together.
Jodorowskys_Dune-movie-poster.jpg


Referência: http://www.imdb.com/title/tt1935156/?ref_=fn_al_tt_1

Sinopse: Documentário que aborda a tentativa do diretor cult Alejandro Jodorowsky de realizar uma adaptação ambiciosa mas fracassada do clássico de ficção científica escrito por Frank Herbert.

Ficha Técnica:
Direção:
Frank Pavlich
Participações de: Alejandro Jodorowsky, HR Giger, Dan O'Bannon, Michel Seydoux, Amanda Lear, Chris Foss, Nicolas Winding Refn, Richard Stanley, Diane O'Bannon, Brontis Jodorowsky, entre outros.
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Imaginem uma adaptação de Duna que estrelasse David Carradine, Orson Welles e Salvador Dalí. Mas tem mais: os efeitos especiais de Dan O'Bannon e o aspecto visual de Moebius e HR Giger. Trilha sonora de Pink Floyd e Magma.

Jodorowsky, diretor dos clássicos cult A Montanha Sagrada e El Topo, resolveu que abordaria a obra de Herbert não de forma literal, mas contemplativa, quase mística. O sonho dele era fazer um filme que superasse qualquer coisa que havia sido feita até então. Infelizmente, o filme não saiu do papel - e que papel, pois é um tremendo calhamaço de storyboard o que ele mostra no filme, tendo pensado todas as cenas com efeitos de câmera junto com Moebius.

O documentário demonstra quão longe a ficção científica ainda estava de ser levada a sério na década de 1970 - alguns anos depois sairia Guerra nas Estrelas -, o que pode ter comprometido o projeto. É emocionante ver a paixão que o diretor tinha pelo seu projeto, dedicando anos para realizá-lo. E embora o filme não tenha saído do papel, o fato de que muito do que foi pensado acabou sendo reutilizado no cinema de sci-fi posteriormente (Guerra nas Estrelas, Contato, Matrix, Cidade dos Sonhos, etc.) mostra a força que o filme teve, o que faz com que o espectador se pergunte o que não teria acontecido se eles tivessem feito o filme.
 
O documentário é bem bacana.

Me parece bastante claro que a limitação técnica da época pesaria bastante para a composição final do filme. Não que o filme ficaria ruim - longe disso. Mas provavelmente haveria muita coisa que não seria retratada como o Jodorowsky vislumbrava.

Por outro lado, uma realização tardia do filme não poderia mais contar com muitas estrelas da época, que já faleceram.

Agora, é interessante que a obra depois foi parar nas mãos do Lynch, que fez o filme mas não gostou do resultado (ele também encarou muitas limitações), tanto é que a direção do filme chegou a ser creditada como Alan Smithee, um pseudônimo usado pelos diretores que não gostaram da obra final e não querem ser associados a ela :lol:

Enfim, apesar de tudo, o trabalho do Jodorowsky deixou um grande legado. E sua realização continua sendo um sonho para todo fã de ficção científica.
 
Agora, é interessante que a obra depois foi parar nas mãos do Lynch, que fez o filme mas não gostou do resultado (ele também encarou muitas limitações), tanto é que a direção do filme chegou a ser creditada como Alan Smithee, um pseudônimo usado pelos diretores que não gostaram da obra final e não querem ser associados a ela :lol:

O próprio Jodorowsky diz que ficou feliz que escolheram o Lynch pra dirigir, depois ficou feliz ao ver que o filme era um fracasso, mas refletiu que a culpa devia ser dos produtores. Nessas horas acho que os caras até se solidarizam apesar das abordagens "diferentes". Falando nisso, queria ter comprado a edição extendida de Duna que saiu aqui no Brasil. Shame on me. :tsc:
 
O próprio Jodorowsky diz que ficou feliz que escolheram o Lynch pra dirigir, depois ficou feliz ao ver que o filme era um fracasso, mas refletiu que a culpa devia ser dos produtores. Nessas horas acho que os caras até se solidarizam apesar das abordagens "diferentes". Falando nisso, queria ter comprado a edição extendida de Duna que saiu aqui no Brasil. Shame on me. :tsc:

A versão estendida não ficou melhor, Bruce.

Jodorowsky era e é um sonhador. Mesmo com aquela turma peso pesado que ele reuniu, não tinha como sustentar um projeto nos moldes que ele queria.

Nos restam os Metabarões. A perda não foi total.
 
A versão estendida não ficou melhor, Bruce.

Sério mesmo? Nem minimamente interessante? Se bem que eu tava mais à procura do filme por causa dos making of.

Jodorowsky era e é um sonhador. Mesmo com aquela turma peso pesado que ele reuniu, não tinha como sustentar um projeto nos moldes que ele queria.

Também acredito que não. Acho que hoje estaríamos mais prontos a um projeto desse porte - considerando a evolução dos efeitos, embora eu tenha pra mim que em live action não sairia mesmo -, mas é incrível ver como sonhos podem trazer consequências tão boas: mesmo Duna não tendo saído, suas ideias foram reutilizadas e influenciaram o cinema de ficção científica de várias maneiras. É como o final pensado por Jodorowsky: assim como Paul se torna um com o inconsciente coletivo, tais ideias fizeram o mesmo ou foram diretamente recicladas em outras obras. (É que sou jungiano, rs.)
 
Mas o Jodorowski era (e é) mais adepto de efeitos físicos do que computacionais. E considerando-se os filmes com efeitos do final da década de 70, acredito que seriam suficientes.

Problema do Jodorowski era mesmo arranjar apoio e produtores para financiamento.
Boa parte dos diretores daquela época tinham embaixo do braço um trabalho que ou foi capaz de gerar muito lucro (American Graffiti) ou que trouxe prestígio à produtora (The Elephant Man). Mas os trabalhos do Jodorowski até aquele ponto não tinham atingido nenhum dos dois feitos (talvez apenas bons reviews de alguns críticos avulsos).
Esse filme que ele queria fazer iria requerer provavelmente um trato com alguma grande produtora e muita grana. E pra isso seria necessário abrir mão do total controle criativo da obra, e era algo que ele aparentemente também não estava disposto a fazer.
 
Mas o Jodorowski era (e é) mais adepto de efeitos físicos do que computacionais.

Ah sim, vide pelos cenários dos filmes dele. Época boa em que os efeitos especiais não tinham evoluído tanto a ponto de os diretores ficarem dependentes deles... (ouviu, Lucas/Cameron/Spielberg?)

Mas o que eu queria ver mesmo era aquela abertura que ele imaginou, que ia ser uma tomada sem corte que abordaria do macro ao microcosmo. Tem um documentário antigo que mostra isso - com truques de truncagem, claro -, mas nas mãos do Jodorowsky ia ser duca.
 

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