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Viagem sem volta a Marte

Elring

Depending on what you said, I might kick your ass!
Duzentas mil pessoas já se candidataram para participar do projeto Mars One, que em 2023, pretende levar astronautas para colonizar o Planeta Vermelho. A iniciativa desperta apoio e crítica dos cientistas. Sobretudo por selecionar pessoal em competições de reality show de tevê.



Quem quer encarar uma viagem de sete meses até Marte, enfrentar problemas como raios cósmicos e microgravidade e ficar por lá o resto da vida, à temperatura de menos 60º centígrados e sem oxigênio no ar? Até agora, essa proposta, feita pelo projeto Mars One, já seduziu 202.586 pessoas de todo o mundo que, de abril a agosto, se candidataram a integrar a primeira expedição para colonizar Marte. Segundo a coordenação do projeto, representantes de mais de 140 países inscreveram-se para a jornada sem volta. Os Estados Unidos lideram no número de candidatos (24% do total), seguidos por Índia (10%), China (6%), Brasil (5%) e Grã-Bretanha (4%). Em princípio, todos se consideram aptos a integrar a missão. O portal do projeto (www.mars-one.com) fornece informações básicas sobre as condições físicas e psíquicas necessárias, a idade mínima (18 anos) e uma lista de requisitos fundamentais como “resiliência, adaptabilidade, curiosidade, habilidade para confi ar, criatividade e engenhosidade”.

O Comitê de Seleção do Mars One já começou a avaliar as candidaturas. Notifi cados no fim deste ano, os escolhidos deverão apresentar um atestado médico sobre sua saúde e serão entrevistados, em 2014, por um membro do comitê. Em 2015, seis equipes, cada uma com quatro integrantes, serão selecionadas para sete anos de treinamento, e em 2023 a primeira delas deverá chegar a Marte. Outros grupos a seguirão, a intervalos de dois anos, escolhidos por programas regulares de recrutamento que formarão novas equipes.

O Mars One é um sonho antigo do engenheiro mecânico holandês Bas Lansdorp, que em 2011 vendeu sua participação numa companhia de energia eólica para se dedicar ao plano ambicioso de colonizar Marte. No projeto, ele conta com uma equipe na qual desponta o americano Norbert Kraft, com quase 20 anos de trabalho na Nasa e em outras agências espaciais. Médico-chefe da missão, Kraft é especialista no desenvolvimento de programas fisiológicos e psicológicos para combater os efeitos negativos de voos de longa duração. O Mars One conta ainda com consultores internacionais nas áreas relacionadas à missão, como a brasileira ais Russomano, professora-adjunta da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), especializada em medicina aeroespacial, e com “embaixadores” que ajudam a disseminar a iniciativa, como o holandês Gerard ’t Hooft, Prêmio Nobel de Física em 1999.

Evento midiático
Um objetivo o projeto já conquistou: atrair a atenção global do meio acadêmico e da sociedade. “Fiquei ciente do projeto pela internet”, afirma a brasileira ais, que acertou sua participação como consultora numa conversa pessoal com o próprio Lansdorp. A imprensa tem dado ampla divulgação à iniciativa – como a PLANETA está fazendo. “Desde que iniciamos o Mars One, em março de 2011, recebemos apoio de cientistas, engenheiros, empresários e companhias aeroespaciais de todo o mundo”, diz Lansdorp. “O anúncio do nosso plano em maio de 2012 resultou no engajamento do público em geral e no apoio de patrocinadores e investidores.”

A equipe do Mars One garante que a tecnologia disponível já permite viajar para Marte e sobreviver lá. A água, por exemplo, será obtida aquecendo- se as partículas de gelo do subsolo,
condensando o vapor resultante em reservatórios específi cos. Isso também ajudará a produzir ar para a base, juntamente com o nitrogênio e o argônio fi ltrados da atmosfera marciana.
Quando o primeiro grupo chegar a Marte, o sistema de suporte à vida da missão já terá estocado 3 mil litros de água e 120 quilos de oxigênio. Frutas, verduras e legumes cultivados hidroponicamente constituirão o cardápio cotidiano. Além disso, naves levarão abastecimento da Terra em intervalos regulares.

Embora a equipe demonstre constante otimismo, a missão obviamente contém riscos. “Os principais são a exposição à radiação e à microgravidade durante o voo de sete meses (56
milhões de quilômetros de distância), prejudiciais ao sistema músculo esquelético, e o ambiente hostil de Marte, cujo estresse gera questões psicossociais”, avalia ais Russomano. A radiação, que engloba os raios cósmicos galácticos e solares, é considerada pela Nasa (a agência espacial americana) um obstáculo fundamental às viagens espaciais, por aumentar o risco de câncer.

Não é brincadeira. Baseado na missão que levou o veículo motorizado Curiosity a Marte, em 2012, o Southwest Research Institute, dos EUA, calcula que só a viagem até o planeta vermelho importa na absorção de 330 milisieverts de radiação no organismo, o equivalente a uma tomografia de corpo inteiro a cada cinco ou seis dias, durante um ano. Para controlar
o risco de câncer no espaço, as agências espaciais limitam em 1.000 milisieverts a exposição acumulada de uma pessoa em vida. Portanto, tanto as na ves que levarão os astronautas quanto a base marciana exigirão blindagens bem mais resistentes do que as atuais.

Caça ao dinheiro
Uma pergunta crucial em um projeto de tal porte é o custo. Para Lansdorp, a conta bate em US$ 6 bilhões, muito menos do que os US$ 100 bilhões que a Nasa previu gastar em uma
missão tripulada a Marte, em 2009. Mas vale lembrar que a agência espacial americana queria trazer seus astronautas de volta, enquanto o Mars One afi rma que o custo da viagem de regresso inviabilizaria a iniciativa. De qualquer modo, trata-se de uma dinheirama e, como os patrocinadores apresentados no site não têm grande poderio econômico, o Mars One busca
aproveitar toda oportunidade disponível para fazer caixa.

As inscrições, por exemplo, são pagas. Na primeira versão, a taxa variou de US$ 5 (para candidatos da pobre Somália) a US$ 73 (para pretendentes do rico Catar). Os americanos gastaram US$ 38 per capita; os brasileiros, US$ 13. Como em abril Lansdorp disse esperar um milhão de inscrições, já existe um belo buraco no orçamento. Assistir ao documentário One Way Astronaut (Astronauta sem Volta), disponível no site, custa US$ 2,95 (por visualização online) ou US$ 4,95 (por download). No portal também há uma página de doações e uma loja virtual que oferece agasalhos, camisetas, canecas, pôsteres e adesivos com imagens ligadas à missão.

A grande esperança do projeto para obter financiamento é um reality show de tevê e internet no qual os candidatos terão de vencer desafios relacionados à viagem. “Estamos falando sobre criar um grandioso espetáculo de mídia, muito maior do que os pousos na Lua ou as Olimpíadas”, diz Lansdorp. Convenientemente, um dos “embaixadores” do Mars One é o holandês Paul Römer, cocriador do primeiro reality show Big Brother, levado ao ar em mais de 40 países. “Essa missão a Marte pode ser o maior evento de mídia do mundo”, afi rma ele. “A realidade encontra um show de talentos sem final, com o mundo inteiro assistindo.” Lansdorp está em plena negociação com emissoras e patrocinadores.

A ideia é promover seleções regionais, nas quais competirão entre 20 e 40 candidatos. Os telespectadores selecionariam um dos fi nalistas e os especialistas do Mars One escolheriam
os demais. Os eleitos serão distribuídos pelo Comitê de Seleção em grupos, com pessoas de nacionalidades diferentes (toda a comunicação, então, já será feita em inglês), e participarão
de outro reality show, no qual demonstrarão sua capacidade de viver e trabalhar em equipe em condições complexas, em locais que simulam ambientes marcianos.

O desempenho levará à escolha de 24 pessoas, divididas em seis grupos, que serão contratadas pelo Mars One. Em 2015, elas iniciarão o treinamento para a missão. A defi nição sobre qual dos grupos fará a viagem inaugural será outra decisão compartilhada entre o Comitê de Seleção e os espectadores (com mais uma oportunidade de faturar, é claro). “Porque nossa missão é uma missão da humanidade, faremos disso uma decisão democrática”, explica o Mars One em seu site. “As pessoas da Terra votarão em qual grupo terá os primeiros embaixadores da Terra em Marte.”

A retórica não basta para convencer os críticos. Marcos Pontes, o primeiro brasileiro a ir ao espaço, não acredita no sucesso da operação, porque considera inviável o cronograma divulgado pelo Mars One. Para ele, os primeiros exploradores não viveriam mais do que dez anos. “Os tripulantes do projeto irão se sacrifi car pelos outros, pelo futuro”, avalia o astronauta. Numa entrevista à BBC em 2012, Chris Welch, diretor dos Masters Programs da Estação Espacial Internacional, declarou: “Mesmo ignorando a divergência potencial entre a arrecadação do projeto e seus custos e as questões sobre sua viabilidade em longo prazo, a proposta do Mars One não demonstra uma compreensão sufi cientemente profunda dos problemas para propiciar uma confi ança plena de que seria capaz de cumprir seu ambiciosíssimo planejamento”. O tempo vai mostrar, nos próximos anos, qual é o verdadeiro fôlego do sonho de Bas Lansdorp.

Fonte: Revista Planeta

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Eu ia colocar no Ciência e Tecnologia, mas a matéria é surreal demais. Duzentos mil malucos se inscreveram para ganhar uma passagem só de ida para Marte. Não dá pra crer, além de todas as dificuldades apontadas pela reportagem, ainda existe o fator claustrofóbico que uma empreitada destas causa sobre a pessoa. Se pegar como exemplo o BBB, onde o povo se estressa comendo, bebendo, durmindo e fazendo festas; imagina em um ambiente com espaços reduzidos e tendo que verificar constantemente os equipamentos de manutenção de vida e não podendo errar em nada.

Tem gente que acha que será uma Jornada nas Estrelas a viagem até Marte e subestima demais o riscos no espaço sideral.
 
Que louco, já não bastam as dificuldades e o povo ainda quer fazer reality show?

Se morre todo mundo, como fica? Não vai ser só como uma simples eliminação de BBB...

Eu hein.
 
Fonte: Revista Planeta

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Eu ia colocar no Ciência e Tecnologia, mas a matéria é surreal demais. Duzentos mil malucos se inscreveram para ganhar uma passagem só de ida para Marte. Não dá pra crer, além de todas as dificuldades apontadas pela reportagem, ainda existe o fator claustrofóbico que uma empreitada destas causa sobre a pessoa. Se pegar como exemplo o BBB, onde o povo se estressa comendo, bebendo, durmindo e fazendo festas; imagina em um ambiente com espaços reduzidos e tendo que verificar constantemente os equipamentos de manutenção de vida e não podendo errar em nada.

Tem gente que acha que será uma Jornada nas Estrelas a viagem até Marte e subestima demais o riscos no espaço sideral.

Lembrei do Guia do Mochileiro, com aquela nave (enviada pra colonizar um planeta) em que o capitão ficava o tempo todo na banheira e a população era formada por limpadores de telefones, cabeleireiros, pessoal de marketing e coisas assim.
Depois descobriu-se que a notícia de que o planeta deles iria explodir era falsa, uma desculpa pra se livrarem de toda aquela gente chata. :lol:

Já pensou se alguém resolveu usar a brilhante ideia do Douglas Adams e enviar todo aquele povo de reality shows pra Marte?
Diego alemão, Bambam, as Kardashians, o Roberto Justus e seus aspones... todo mundo despachado pra Marte.
Que maravilha! :pula:
 
Acho que os empolgadões aí nunca experimentaram passar um longo tempo num lugar fechado onde só é possível sair com traje especial e não havendo camada de ozônio, tomar sol mesmo estando mais afastado dele do que na Terra é algo nada saudável.
 
Nossa , que loucura um BBM , e a comida , um dia vai acabar, e dai morreram todos por causas diversas, e dai como faram , Eu hein!
 
A ideia básica é que trazer de volta de Marte seres humanos gera uma logística complexa, cara e ineficiente. Que seria melhor deixá-los em marte em definitivo e enviar cargas com suprimentos, muito mais simples e baratas de se enviar do que "carga viva". Os humanos de marte então utilizariam esses recursos pra se manterem e pra estabelecerem uma base permanente
 
Falando sério, a ideia de ir permanentemente a um planeta cujo ar nem é respirável por nossa espécie, para ficar confinado numa base permanente, dependendo de terceiros para trazer comida e até mesmo oxigênio?

Está me cheirando a um BBB de altíssimo custo, isso. Até que os conceitos de terraformação estejam completamente viabilizados, essa não me parece uma ideia muito atraente.
 
A ideia básica é que trazer de volta de Marte seres humanos gera uma logística complexa, cara e ineficiente. Que seria melhor deixá-los em marte em definitivo e enviar cargas com suprimentos, muito mais simples e baratas de se enviar do que "carga viva". Os humanos de marte então utilizariam esses recursos pra se manterem e pra estabelecerem uma base permanente

Mas se for pensar só nos custos, a viagem já nasce fracassada. Mesmo uma viagem só de ida para Marte representa riscos que nem mesmo cientistas podem prever; como o quanto de radiação cósmica um ser humano pode suportar por sete meses em pleno espaço e longe do cinturão magnético da Terra. Eles podem morrer no meio do caminho.

Eu acredito que o caminho com menos riscos para pousar em solo marciano seria o de contruir uma estação espacial como a ISS e enviá-la para orbitar o planete e só depois enviar os astronautas. A longo prazo, sem essa de datas cabalísticas como 2025 ou 2030.

PS: Só deixando minha opinião de fã de sci-fi, nada mais :dente:
 

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