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Melhores Livros do Século XXI

matheus apc

Usuário
sou novo no fórum e tal... mas tenho essa duvida a algum tempo (e não encontrei respostas no google),gostaria de saber sobre bons livros e autores deste século (pois tenho apenas livros de autores mortos), gostaria que quem respondesse criasse uma lista (não precisa ser top por ordem)de 15 livros (ou mais se desejarem)escritos esse século.
Aproveitando queria também recomendações de livros orientais (especialmente japoneses).

desculpas as pessoas que vieram aqui pensando que haveria uma lista.
 
Última edição:
Pois ainda ontem eu estava procurando no Google por uma lista assim que fosse confiável hehe. Para ter ideias do que comprar com o meu vale da Saraiva...

Vamos ver o que sai por aqui... :)
 
já dou uma pesquisada para colocar títulos, mas acho que de autores tem a lista daquele livro da dublinense sobre os contemporâneos (já é um começo):

Alan Hollinghurst, Alan Pauls, Alejandro Zambra, Alessandro Baricco, Amin Maalouf, Amitav Ghosh, Amos Oz, Andrea Camilleri, António Lobo Antunes, Antonio Tabucchi, Arturo Pérez-Reverte, Atiq Rahimi, Bernardo Carvalho, Bernhard Schlink, Bret Easton Ellis, Carlos Ruiz Zafón, César Aira, Chico Buarque, Chimamanda Ngozi Adichie, Chinua Achebe, Chuck Palahniuk, Cormac Mccarthy, Cristovão Tezza, David Foster Wallace, Don Delillo, Dulce Maria Cardoso, Enrique Vila-Matas, Gonçalo M. Tavares, Günter Grass, Haruki Murakami, Héctor Abad Faciolince, Herta Müller, Ian Mcewan, Imre Kertész, Inês Pedrosa, Irvine Welsh, Ismail Kadaré, Ivan Klíma, J. M. Coetzee, J. M. G. Le Clézio, James Ellroy, Javier Cercas, Javier Marías, Javier Moro, Jeffrey Eugenides, Jennifer Egan, João Gilberto Noll, John Banville, Jonathan Franzen, Jonathan Littell, Jonathan Safran Foer, Jorge Semprún, José Eduardo Agualusa, José Luís Peixoto, Joyce Carol Oates, Kazuo Ishiguro, Kenzaburo Oe, Kyung-Sook Shin, Laura Restrepo, Lionel Shriver, Luiz Ruffato, Marcelino Freire, Mario Bellatin, Martin Amis, Martín Kohan, Mia Couto, Michael Chabon, Michael Cunningham, Michel Houellebecq, Miguel Sousa Tavares, Milorad Pávitch, Milton Hatoum, Naguib Mahfouz, Neal Stephenson, Neil Gaiman, Nick Hornby, Nicole Krauss, Ondjaki, Orhan Pamuk, Paul Auster, Paulina Chiziane, Pepetela, Péter Esterházy, Philip Roth, Ricardo Piglia, Roberto Bolaño, Salman Rushdie, Sérgio Sant’anna, Stefano Benni, Táriq Ali, Teju Cole, Thomas Pynchon, Tomás Eloy Martinez, Toni Morrison, Umberto Eco, V. S. Naipaul, Valter Hugo Mãe, Victor Pelevin, W. G. Sebald, Zadie Smith, Zoé Valdés.
 
bom... eu já acho que depende muito do estilo que você gosta de ler...
eu por exemplo, leio muita fantasia e ficção histórica, alguma coisa de romance e pouca variação disso... pra mim, esse lista já complicaria um pouco...
 
bom... eu já acho que depende muito do estilo que você gosta de ler...
eu por exemplo, leio muita fantasia e ficção histórica, alguma coisa de romance e pouca variação disso... pra mim, esse lista já complicaria um pouco...

ah, sim, isso é fato. é que normalmente quando falam em lista de melhores de modo geralzão é mais pela ~~qualidade literária~~~(vá lá, mesmo isso é subjetivo, mas enfim), por isso citei essa lista da dublinense. mas se fosse fazer lista de melhores escritores de fantasia, horror, etc. já seriam nomes completamente diferentes.
 
sou novo no fórum e tal... mas tenho essa duvida a algum tempo (e não encontrei respostas no google),gostaria de saber sobre bons livros e autores deste século (pois tenho apenas livros de autores mortos), gostaria que quem respondesse criasse uma lista (não precisa ser top por ordem)de 15 livros (ou mais se desejarem)escritos esse século.

Tem alguma preferência de estilo? Posso fazer algumas boas indicações em fantasia, ficção científica e horror
 
Se quiser poesia, posso ajudar. Você pode procurar por antologias como a É que os hussardos chegam hoje, da Patuá, que tem uma lista de nomes muito boa, ou edições da falecida Inimigo Rumor (gosto de recomendar em especial o número 18).

Ainda na Dublinense, tem o livro Por que ler os contemporâneos. Outra publicação interessante é a edição da Granta com os 20 melhores escritores brasileiros.
 
Acho um pouquinho complicado esse tipo de sugestão, a lista da Dublinense é bem boa e tal, mas se você for comparar, por exemplo, Carlos Ruiz Zafón com David Foster Wallace há um abismo de diferença (quanto a tema e estilo, não estou falando da qualidade aqui) entre os dois. É bastante fácil você amar um e odiar o outro, ou pior, acabar odiando os dois.
Daí tu pode dizer "Ah, mas é mais pra conhecer mesmo, pra ter uma ideia de quais são os nomes que possuem relevância atualmente e como eles escrevem" Se for isso teu problema tá resolvido, a lista da Dublinense é bastante boa mesmo, tirando um ou outro aí a imensa maioria é de gente boa.

Bom, se for pra recomendar a esmo alguns nomes eu iria de: Philip Roth, Ian McEwan, Coetzee, Jonathan Safran Foer e (pra colocar um nacional que eu acho monstro) Antonio Carlos Viana.
 
Só achei que faltou o Saramago na lista. :think:
Mas de repente tem uma boa justificativa na introdução do livro.
 
rolou um auê pela falta de mulheres na lista tb. mas listas são assim mesmo, né, não dá para agradar a todos.
 
eu não disse que falta, disse que rolou um auê =P

o auê >> http://julianacunha.com/nonada/quemescreveoseculo/

Acaba de ser lançado no Brasil um livro resenhando 101 autores contemporâneos entre os quais apenas 14 são mulheres. Isso significa que para cada 6,2 homens, os quatro organizadores do livro — dois deles do sexo feminino — só conseguiram pensar em uma mulher que merecesse figurar na coletânea. O livro recebe o título de Por que ler os contemporâneos — Autores que escrevem o século 21, ao que se constata que o século 21 é um seriado com poucas roteiristas mulheres.

Em casos assim, as pessoas geralmente adotam uma posição deixa disso. Há o deixa disso negacionista, para o qual números como esses são apenas uma coincidência e ninguém pode fazer nada se esses homens (e aqueles, e aqueles outros) calharam de escrever melhor; e há o deixa disso esclarecido, que geralmente apela para a base e diz que é tudo um problema de base, que números assim refletem uma realidade, que é preciso combater a realidade, não os sintomas. Dentro dessa lógica, mulheres não foram incentivadas a escrever, não tiveram chances, por isso hoje não temos tantas escritoras boas, mas pode aguardar que na próxima geração será diferente. Para esta geração resta, sei lá, fazer oficinas de escrita criativa para meninas de sete anos e resenhar os livros dos caras.

A questão é que, não, nem todos os problemas estão na base. Mulheres são maioria entre os estudantes universitários, mas não entre os professores. São maioria entre os leitores, mas não entre os escritores. Certos problemas residem justamente no topo. Além disso, há de se usar uma visão mais dialética: alguns problemas de base se acertam mais rapidamente quando ajustamos o topo.

É melancólico o dia em que você descobre que o cânone não é definido por concurso público e que a mão invisível da fama literária é quase tão desastrada quanto a da economia na hora de selecionar quem será estudado, publicado e lido e quem servirá de comida às traças. Questões comezinhas como CEP, quem possui os direitos da obra, nível de amabilidade dos herdeiros, quem levou uma vida fotogênica e o que o autor trazia entre as pernas são critérios de desempate que garantem que escritores talentosos de determinada configuração privilegiada levem a melhor contra seus pares menos hegemônicos. Ignorar as vantagens de um grupo e tentar avaliar o que quer que seja como se não houvesse história não é isenção, é reafirmação do status quo. Tem uma frase do Lotfallah Soliman, se não me engano, que diz “não existe página em branco, nunca existiu”. Ao dizer que uma coletânea assim deveria incluir mais mulheres não estou dizendo que escritores homens deveriam ser “prejudicados” para dar espaço a escritoras medianas; que os editores deveriam “fazer de conta” que a produção feminina é tão boa quanto a masculina. O que estou dizendo é que me recuso a acreditar que tenhamos tão poucas mulheres merecedoras de aparecer numa lista dessas. Para citar apenas alguns exemplos, acredito que escritoras como Veronica Stigger, Valeria Luiselli e Guadalupe Nettel não devam em nada a escritores como Marcelino Freire, Michael Chabon e Bernardo Carvalho. Mas eles figuram na lista. Elas, não.

Eu estava tendo essa discussão com uma moça no Twitter. Segundo ela, seria leviano da minha parte dizer que os organizadores excluíram mulheres. Eles não excluíram, esclareceu minha interlocutora, apenas não usaram gênero como critério. Ela também me informou que várias das resenhistas do livro eram mulheres, o que eliminaria qualquer possibilidade de “má vontade” com o gênero feminino; ao que eu perguntei se a diagramadora e a revisora também eram mulheres porque estou segura de que um livro sobre escritores contemporâneos que contempla uma diagramadora mulher certamente não pode ser acusado de machismo.

Quando você está discutindo com outra mulher e em dado momento ela diz “sou mulher”, como se você não estivesse vendo isso, como se você não tivesse um arcabouço cultural que lhe assegura que sujeitos com aquela configuração sejam mulheres, note que o que ela está fazendo é reiterando que, por incrível que pareça, o sujeito que emite aquele discurso obviamente contrário aos interesses das mulheres é uma mulher!

Não se trata de dizer que essas mulheres (ou negros, ou gays) sejam machistas (ou racistas, ou homofóbicos). Não se pode exercer opressão apenas com palavras, é preciso falar de uma determinada posição que elas não ocupam. O que elas estão fazendo, no entanto, é reproduzir o discurso de um outro gênero de modo tão radical na tentativa de se afiliarem a esse gênero que em determinado momento precisam nos lembrar de que não pertencem a ele. Porque, discursivamente, trabalham duro para pertencer.

Um livro com “escritores que escrevem o século 21” que inclui apenas uma mulher para cada 6,2 homens é um livro bastante realista e conectado ao seu tempo. Acho mesmo que, para cada mulher escrevendo a história hoje, temos ao menos 6,2 homens escrevendo por cima. Ser mais realista que o rei, no entanto, é apenas outra forma de assinar embaixo da ordem estabelecida. De que vale ser realista quando a realidade não nos convém?

o direito de resposta >> http://www.livrosabertos.com.br/uma-resposta-devida/

Existe uma diferença entre (a) escrever um texto para defender uma ideia e (b) escrever um texto para atacar quem pensa de outra forma. Vários pontos da reunião de
argumentos distorcidos que Juliana Cunha intitulou de “Quem escreve o século 21” (http://julianacunha.com/nonada/quemescreveoseculo/) deixam essa disparidade
clara.
No geral, penso que a desonestidade, a grosseria e a certeza absoluta (justamente a que recusa uma investigação detalhada, uma vez que a própria argumentação
parte não de uma pergunta, mas de uma conclusão) não merecem atenção. O problema surge, e pede uma intervenção, quando a manipulação e a distorção
ameaçam encobrir alguns fatos.
No Twitter, antes de escrever e publicar o texto em seu blog, Juliana Cunha critica a coletânea Por que ler os contemporâneos? – Autores que escrevem o século 21.
(http://www.dublinense.com.br/livros/por-que-ler-os-contemporaneos/) Sublinha o fato de que há apenas 14 mulheres entre os 101 escritores. Em seguida, com um
bocado de convicção, afirma (https://twitter.com/juliana_cunha/status/527540815657455616) que o desequilíbrio é resultado de um “apagamento consciente da
presença feminina na literatura”.
Primeiro ponto: quando refuto alguma coisa, não me atenho ao que a pessoa quis dizer, e sim ao que a pessoa efetivamente disse. Não há equanimidade nos números,
mas pressupor um apagamento consciente é dar um passo além — e sem cautela nem sutileza. Eu disse que não houve nada disso
(https://twitter.com/camilavholdefer/status/527543120339402752). Não houve apagamento consciente.
Existem várias formas de entender a frase inicial de Cunha. Podemos conceber, em cada um dos extremos da coisa, dois cenários distintos. De um lado, temos quatro
pessoas esclarecidas se reunindo para definir uma coletânea — imagino um enorme falo no centro da mesa, uma foto de Hemingway numa das paredes, um
bonequinho de vodu de Simone de Beauvoir jogado num canto, não que agora ele pudesse ser útil — e prontos para barrar a presença feminina. Do outro lado, temos
quatro pessoas esclarecidas reproduzindo certa visão de mundo que prega que os homens, e apenas eles, são seres intelectualmente bem aparelhados, e então
rejeitando as autoras mulheres. Essa segunda suposição deixa muito espaço para que se discuta a ideia de intenção. Em todo caso, não acredito em nenhuma dessas
hipóteses, nem, logicamente, em nenhum cenário alternativo que pudesse ser imaginado entre uma e outra. Meu argumento era (e continua sendo) muito simples.
Não houve apagamento consciente. Não houve seleção ideológica. Haveria seleção ideológica se reservassem cotas para mulheres. A diferença é que seria uma
ideologia com a qual Juliana Cunha concorda.
E perceba a forma distinta como enxergamos e tratamos nosso próprio gênero. Cunha acha que o fato de haver duas mulheres coordenando a edição depõe contra elas
e contra a edição (“para cada 6,2 homens, os quatro organizadores do livro — dois deles do sexo feminino — só conseguiram pensar em uma mulher que merecesse
figurar na coletânea”). Para mim, o fato de haver duas mulheres coordenando a edição é um dos fatores que me levam a ter certa cautela antes de falar em machismo.
Parto do princípio ditado pelo mestre Lou Reed na canção Sweet Jane (
): “And anyone who ever played a
part/ They wouldn’t turn around and hate it”.
Ainda no Twitter, a jornalista insiste (https://twitter.com/juliana_cunha/status/527549578707755008): “Não se trata de dizer por que haveria. Eu não sei por que
haveria, sei que houve. Quatorze entre 101!” Cunha acredita que a motivação de quem supostamente quer calar a voz das mulheres não é lá muito relevante. Diante do
apagamento consciente da presença de quem quer que seja de onde quer que seja, a intenção é, da forma como compreendo as coisas, justamente o ponto que merece
atenção, ou seja, exatamente o ponto em que se deve bater.
Note a simplicidade do raciocínio: para Juliana Cunha, do 14/101 deriva diretamente a conclusão, e não a investigação. É óbvio que há disparidade — e ela não
justifica a conclusão apressada. Repare também em duas coisas: (a) dizer que não houve a seleção ideológica “proposta” por Cunha não é o mesmo que negar a
ausência de equanimidade e (b) negar o machismo em uma situação específica não é o mesmo que afirmar que o machismo não existe. É preciso separar as coisas.
3 novembro, 2014 (http://www.livrosabertos.com.br/uma-resposta-devida/)
/ 24 Responses (http://www.livrosabertos.com.br/uma-resposta-devida/#comments)
/ Por Camila von Holdefer (http://www.livrosabertos.com.br/author/camilakehl/) /
Publicado em: Escritos (http://www.livrosabertos.com.br/category/escritos-2/)A agressividade do texto de Cunha é tão forte e tão corrosiva que não acredito que tenha passado despercebida. Sei que alguns leitores também ficaram intrigados. E,
disfarçada de ironia debochada, é direcionada para quem argumenta, e não para o argumento em si. Só isso já é capaz de derrubar boa parte das colocações.
Para provar seu ponto, Juliana Cunha descontextualiza o que foi dito. Também corta as frases da forma como acha melhor, um erro primário de argumentação. A
retórica, portanto, é desonesta — é um o sofisma descarado que seria impraticável em uma arena onde se joga limpo. Sua postura é típica de quem teve pouco ou
nenhum contato com a lógica ou mesmo com a ponderação tranquila. Ao publicar o texto no mesmo dia da discussão no Twitter, Cunha abriu mão das horas
necessárias para ordenar os argumentos a fim de que fizessem sentido, ou a fim de que mostrassem um tantinho de (a) profundidade e (b) vontade de debater.
Numa manobra surpreendente, recebi, ao mesmo tempo, os papéis de vítima e de carrasco. Agradeço a gentileza, mas recuso ambos. Se você leu os poucos
parágrafos do texto de Cunha que faziam referência àquilo que eu disse, deve notar que apareço como uma caricatura cretina, alguém que fez uma espécie de
pacto com o machismo e em cuja figura, já distorcida, foram desenhados uns dentes de vampiro, um bigode e uns chifrinhos.
Um escritor e tradutor que participou da discussão — argumentando, como eu, que não vê seleção ideológica na coletânea — não foi mencionado no texto. Cunha é
feminista, mas, quando deve defender seu ponto, prefere atacar e desmerecer apenas a mulher. Assim, gasta dois parágrafos para invalidar o que eu disse justamente
porque sou mulher. É uma postura estranha, do tipo que desafia qualquer lógica ou sensatez. Sempre acreditei que há uma incongruência entre defender os direitos
das mulheres ou de alguma minoria (o que pressupõe um tantinho de empatia, e talvez de sensibilidade) e (a) usar uma retórica desonesta para levar a cabo essa
defesa e (b) subir o tom justamente diante de quem pertence ao grupo em favor do qual você escolheu se posicionar, alguém que até então havia, de fato, mostrado
um bocado de consideração e civilidade. Discordâncias são saudáveis. Mas discordar com respeito é o primeiro passo para um debate produtivo.
Talvez Cunha não queira gastar gentileza comigo porque acredita que contrario os interesses do meu próprio gênero e, assim, me transformo em uma figura isolada
que não pertence a nenhuma das categorias binárias a partir da qual seu mundo é ordenado. Não sei. Só não fui acusada diretamente de machismo porque, como sou
uma mulher, a jornalista não considera que isso seja possível. O escritor não foi chamado de nada. Então veja: Juliana Cunha quer derrubar o patriarcado, mas não
quer discutir com homem.
Vamos por partes. (Note, por favor, que estou descolando os parágrafos da ordem original para desenvolver minha argumentação. Veja a ordem original aqui
(http://julianacunha.com/nonada/quemescreveoseculo/).)
“Quando você está discutindo com outra mulher e em dado momento ela diz “sou mulher”, como se você não estivesse vendo isso, como se você não tivesse um
arcabouço cultural que lhe assegura que sujeitos com aquela configuração sejam mulheres, note que o que ela está fazendo é reiterando que, por incrível que
pareça, o sujeito que emite aquele discurso obviamente contrário aos interesses das mulheres é uma mulher!”
Minha frase foi cortada para caber/funcionar nesse contexto específico. “Sou mulher e me considero feminista” foi precisamente o que escrevi. Cunha, no entanto,
achou conveniente omitir a segunda parte, talvez porque ache muito trabalhoso tentar entender como alguém pode ser feminista se ao mesmo tempo defende o que
para ela não é digno de defesa. Sem saber qual é o meu posicionamento real (porque não se deu ao trabalho de perguntar antes de escrever o texto), ela conclui que
emito um “discurso obviamente contrário aos interesses das mulheres”.
Você deve conhecer uma filósofa chamada Judith Butler. Dizer que tenho enorme simpatia por seu trabalho, sobretudo pelas ideias desenvolvidas em Problemas de
gênero, é dizer pouco. Butler, uma figura pioneira, é certeira quando diz que o “enunciado ‘sinto-me uma mulher’, proferido por uma mulher, ou ‘sinto-me’ um
homem’, dito por um homem, supõe que em nenhum dos casos essa afirmação é absolutamente redundante”. Assim, cuidado: seu “arcabouço cultural” nem sempre é
confiável.
Butler também observa que “uma pessoa é o seu gênero na medida em que não é o outro gênero, formulação que pressupõe e impõe restrição do gênero dentro desse
par binário”. O próprio binarismo que Butler tanto critica pode, em seguida, levar a uma discussão sobre os perigos de planificar e simplificar o que não é de modo
algum tão óbvio.
Mas o parágrafo mais desonesto do texto de Juliana Cunha vem a seguir:
Não se trata de dizer que essas mulheres (ou negros, ou gays) sejam machistas (ou racistas, ou homofóbicos). Não se pode exercer opressão apenas com
palavras, é preciso falar de uma determinada posição que elas não ocupam. O que elas estão fazendo, no entanto, é reproduzir o discurso de um outro gênero de
modo tão radical na tentativa de se afiliar a esse gênero que em determinado momento precisam nos lembrar de que não pertencem a ele. Porque,
discursivamente, trabalham duro para pertencer.
Se nada mais no texto de Cunha se salva, ao menos a graça involuntária da psicologia barata precisa ser levada em conta. Ou sua grande disposição para a distorção,
que realmente merece ser reconhecida. Veja: nenhuma argumentação desonesta está completa sem um ad hominem. (Dá até para fazer um trocadilho com o
hominem, mas vou deixar passar essa.)
“Eu sou mulher e me considero feminista”, a frase que usei, acaba de virar, pela (falta de) habilidade de Juliana Cunha, trabalho-duro-para-pertencer-ao-gêneromasculino.
Acredito sinceramente que uma pessoa que concede a si mesma o direito de determinar o que a outra deseja não tem nenhum filtro (discernimento, limite)
ao qual recorrer. Parto do princípio de que o que Juliana Cunha quer, o que meu vizinho quer, o que você quer, nada disso é problema meu. (Num nicho da filosofia,
a capacidade de predizer estados mentais é chamada de “teoria da mente”. Uma pesquisa (http://www.institutnicod.org/semina...ticle/emanuele-castano-new-school-for?lang=fr)
indica que ler ficção de qualidade pode melhorar consideravelmente a empatia,
ou seja, você estaria melhor equipado para tentar entender o coleguinha.)
Enfim. Vejam que parágrafo interessante. O que significa “falar de uma determinada posição que elas não ocupam”? Significa falar a partir dela ou sobre ela? Se é “a
partir dela”, como posso falar de uma posição que não ocupo? Se é “sobre ela”, bem, como posso falar de uma posição que não ocupo? Não faz o mínimo sentido,
mesmo quando lido como ironia. Como posso “pertencer discursivamente” ao gênero masculino se a mera adoção da retórica não me permite “exercer opressão
apenas com palavras”? Qual seria a vantagem de mimetizar o discurso masculino se, uma vez pronunciado por mim, ele é vazio? E cá entre nós: como poderia me
“afiliar a esse gênero”? Onde faço minha carteirinha? Tenho direito a uma piroca?
Piadas à parte, tanta desonestidade pode chocar quem aprendeu a argumentar com mais cautela. Quem é Juliana Cunha para me dizer o que eu sou e o que eu quero
ser e o que eu posso ser? Como uma pessoa que pretende debater com certa seriedade pode apontar, julgar e condenar de forma tão descuidada, precipitada e
(especialmente) arrogante? Como uma argumentação medíocre e traiçoeira pode ter qualquer apoio?
Judith Butler observou, em 1990, que “a noção anacrônica de ‘identificação masculina’ (…) deve ser descartada do vocabulário feminista”. Deixando de lado o fato de
que Cunha fala especificamente de uma retórica minha que ela julga machista, preciso dizer que, na esteira do pensamento e da afirmação categórica de Butler, fico
chocada com as expressões “se afiliar a esse gênero” ou “trabalham duro para pertencer [ao gênero masculino]”. Veja bem: estamos em 2014. Esse argumento é
inaceitável, e não só porque o sexo de nascença não determina, necessariamente, o seu ou o meu gênero. Há dois pontos especialmente preocupantes aqui. Quando
as mulheres lutaram para conquistar direitos civis básicos como o voto, quando elas vestiram as primeiras calças, quando elas levantaram e engrossaram a vozdiante dos homens, quando elas, enfim, fizeram qualquer coisa que antes era reservada apenas a eles, desafios sem os quais, por paradoxal que pareça, o feminismo
não teria sido possível, Juliana Cunha também diria que elas se esforçaram para pertencer a um outro sexo? E quando elas, hoje, raspam o cabelo e usam gravata,
ou quando uma menininha se veste de caubói, o que Juliana Cunha diria? É o apocalipse? Deus fez o homem e a mulher? Prendam Judith Butler?
De novo: sei que Cunha se refere à minha defesa de uma lógica que ela julgou machista. Mas o mero fato argumentar nesse sentido já é preconceituoso — perceba que
a ideia de “se afiliar a esse gênero” é assustadoramente ultrapassada num mundo em que os gêneros estão, pouco a pouco, sendo questionados. A própria
pressuposição de categorias estanques dos dois lados já não é bem-vinda. Seja como for, muitas mulheres usam, de fato, a retórica machista: são as mesmas que,
entre outras coisas, podem dizer que as feministas fizeram um péssimo negócio ao lutar por autonomia e que deveriam ter deixado tudo como estava. Não é o meu
caso. Eu me considero feminista, mas, como Butler, não acho que o feminismo, se é que existe mesmo uma unidade, seja uma zona livre de ataques. Qualquer
instituição/movimento/filosofia/ideia/corrente que não aceita críticas, que tenta ser imune às críticas, não é nada além de dogmático. Feminismo não é só dizer o que
as mulheres querem ouvir. Combater uma realidade que não nos agrada pressupõe conhecer essa realidade tal como ela é, e não distorcê-la ou simplificá-la.
Dizer que reproduzo uma lógica machista é tirar minha capacidade de crítica e discernimento, coisa que considero inaceitável.
Tudo bem, vamos entrar na literatura.
“É melancólico o dia em que você descobre que o cânone não é definido por concurso público e que a mão invisível da fama literária é quase tão desastrada
quanto a da economia na hora de selecionar quem será estudado, publicado e lido e quem servirá de comida às traças. Questões comezinhas como CEP, quem
possui os direitos da obra, nível de amabilidade dos herdeiros, quem levou uma vida fotogênica e o que o autor trazia entre as pernas são critérios de desempate
que garantem que escritores talentosos de determinada configuração privilegiada levem a melhor contra seus pares menos hegemônicos. Ignorar as vantagens de
um grupo e tentar avaliar o que quer que seja como se não houvesse história não é isenção, é reafirmação do status quo. Tem uma frase do Lotfallah Soliman, se
não me engano, que diz ‘não existe página em branco, nunca existiu’.”
(a) Mesmo inserida no texto de Cunha de forma irônica, a mera imagem de um cânone que pudesse ser definido por concurso público já fez com que eu começasse a
me contorcer e espumar. (Não se preocupe, já estou respirando normalmente.) (b) O que significa dizer que alguém “levou uma vida fotogênica”? A construção da
frase é curiosa. (c) Quando li que não se pode “tentar avaliar o que quer que seja como se não houvesse história”, confesso que minha respiração voltou a ficar ruim.
Vamos dar a volta e chegar até esse argumento pelo outro lado.
Outro parágrafo do texto de Juliana Cunha:
Eu estava tendo essa discussão com uma moça no Twitter. Segundo ela, seria leviano da minha parte dizer que os organizadores excluíram mulheres. Eles não
excluíram, esclareceu minha interlocutora, apenas não usaram gênero como critério. Ela também me informou que várias das resenhistas do livro eram
mulheres, o que eliminaria qualquer possibilidade de “má vontade” com o gênero feminino; ao que eu perguntei se a diagramadora e a revisora também eram
mulheres porque estou segura de que um livro sobre escritores contemporâneos que contempla uma diagramadora mulher certamente não pode ser acusado de
machismo.
Repare que eu não tenho nome. Eu sou “uma moça” e “a interlocutora”. Note também que ela não cita o número de resenhistas, preferindo o genérico “várias das
resenhistas do livro”. São quarenta mulheres escrevendo textos críticos. É um exercício de lógica básico: se você quer apagar um gênero de forma consciente, se
há uma veia misógina pulsando no seu corpinho, você não vai dar espaço para quarenta mulheres*. (Note que toda a discussão partiu da primeira frase de Cunha,
mas isso ela prefere calar.) O escritor, cujo nome vou omitir conscientemente, foi direto ao ponto: “Pra mim é meio lógico: demonstra que não existe má vontade para
com um gênero”. Juliana Cunha esqueceu de atribuir a expressão “má vontade” a ele.
Crítica literária não é atividade menor. Não é “prêmio de consolação” (https://twitter.com/juliana_cunha/status/527881161637625856), como Juliana debocha, nem
em si mesma, nem em comparação com outra modalidade de escrita. De qualquer modo, a ironia suja (que não se esconde, que não procura limpar as próprias
marcas) deixa claro o tom da argumentação.
Crítica é atividade puramente analítica, algo que pode prescindir do lúdico? Não. Ela necessita de ambos para funcionar. É como escreve Leyla Perrone-Moisés no
excelente Com Roland Barthes: “A crítica que nasce da leitura não deve ser repetição, ‘pura leitura’, (…) mas prolongamento inventivo”. É preciso respeitar e valorizar
as resenhistas, cujo trabalho, de fato, engrandece a coletânea. Não posso acreditar que alguém leve em conta uma linha de raciocínio que ironiza essa contribuição.
Virginia Woolf, escritora feminista, revolucionou a literatura. E fez um excelente trabalho na crítica. Num ensaio da coletânea O valor do riso, embora eu não
concorde com a hierarquização, Woolf observa que “logo se chegará à prática das artes sofisticadas ainda tão pouco exercida por mulheres — à escrita de ensaios e
críticas, de história e biografias”. E há homens e mulheres que suam um bocado para conseguir espaço nesse nicho.
Na crítica, quando você passa a ver um livro (não um autor: um livro) verticalmente, ele assume uma configuração diferente. Ele deve ser avaliado por seus
próprios méritos — especialmente de acordo com a crítica estruturalista, que Barthes praticou e disseminou. O livro é bom, ruim ou mais ou menos. Crítica é um
domínio próprio, ou assim me parece. Não pode ser comparada ao piso salarial desigual, uma vez que não é uma questão puramente burocrática.
E, dizendo o que vou dizer agora, sei que vem tiroteio forte: não me parece que a ideia da falsa simetria funcione na crítica de arte. Se qualquer coisa obstruir a crítica,
se a condescendência obstruir a crítica, a literatura feita por mulheres não vai andar. E ela está andando. Eu acredito sinceramente nisso. Se você acha que não leio
mulheres, bem, é só acompanhar as últimas resenhas: Chimamanda Ngozi Adichie (excelente livro), Eleanor Catton (ótimo), Donna Tartt (bom), Jeanette Winterson
(bom), Zadie Smith (realmente não gostei de NW), Alice Munro (excelente), Siri Hustvedt (excelente). Das brasileiras, tenho em alta conta Carol Bensimon, Veronica
Stigger, Andréa del Fuego, Simone Campos e Laura Erber.
Num dos primeiros parágrafos do texto, Cunha escreve:
“Em casos assim, as pessoas geralmente adotam uma posição deixa disso. Há o deixa disso negacionista, para o qual números como esses são apenas uma
coincidência e ninguém pode fazer nada se esses homens (e aqueles, e aqueles outros) calharam de escrever melhor; e há o deixa disso esclarecido, que
geralmente apela para a base e diz que é tudo um problema de base, que mulheres não foram incentivadas a escrever, não tiveram chances, por isso hoje não
temos tantas escritoras boas, mas pode aguardar que na próxima geração será diferente.”
Primeiro: ninguém aqui adota uma posição de deixa disso. O deixa disso não compra brigas.
Os homens não “calharam de escrever melhor”, como Virginia Woolf já provou em diversos ensaios (http://www.livrosabertos.com.br/profissoes-para-mulheres-eoutros-artigos-feministas-virginia-woolf/)
sobre o tema. Nossa participação, menor quando comparada à masculina, partia de uma posição desconfortável em que a
educação limitada era combinada a uma forte repressão. As coisas mudaram. Não tanto quanto deveriam, mas mudaram.É bastante óbvio que a arte — literatura, poesia, escultura, pintura — não é o resultado de uma maquinação interna/isolada do artista, mas o resultado da troca
possível entre ele e o mundo exterior. A liberdade de ter experiências é fundamental nesse processo criativo. Uma sociedade menos opressora, uma sociedade onde as
mulheres tenham oportunidade de se posicionar de forma ousada e contundente, uma sociedade onde elas tenham a chance de se sentir menos tolhidas por
princípios que em geral não afetam os homens, bem, uma sociedade assim cria exatamente a arte que queremos. E me parece que as duas coisas, arte e sociedade,
podem transformar uma à outra.
Na década de 1920, Virginia Woolf já dava um recado importante: “É em deferência à autoridade que elas assumem um dado ponto de vista. E eis que assim a visão se
torna ou muito masculina ou feminina demais, perdendo sua integridade perfeita e, com isso, sua característica mais essencial como obra de arte”. Confesso que a
frase me intrigou. É essa voz, de fato, que muitas autoras conseguiram encontrar no mesmo período — Gertrude Stein e Karen Blixen são os melhores exemplos. O fato
de Woolf sublinhar as categorias binárias masculino/feminino, numa dicotomia natural para a época — onde alguns comportamentos começavam a mudar, mesmo
que de forma tímida —, parece apenas reforçar nossa necessidade de encontrar uma voz própria longe de conceitos que, naturalmente, paralisam muito mais a
mulher. Ainda hoje. (Em tempo: ao mencionar “deferência à autoridade” Woolf fala de/sobre a posição de quem não é livre.)
Note o parágrafo:
“Um livro com ‘escritores que escrevem o século 21′ que inclui apenas uma mulher para cada 6,2 homens é um livro bastante realista e conectado ao seu tempo.
Acho mesmo que, para cada mulher escrevendo a história hoje, temos ao menos 6,2 homens escrevendo por cima. Ser mais realista que o rei, no entanto, é
apenas outra forma de assinar embaixo da ordem estabelecida. De que vale ser realista quando a realidade não nos convém?”
O próprio subtítulo da coletânea, “escritores que escrevem o século 21″, induz a um equívoco. Nenhum deles é capaz de escrever o século, apenas sobre o século.
Cunha parte do erro e o acata, uma vez que menciona que as mulheres que estão “escrevendo a história”. Elas podem estar inseridas na história, podem fazer parte
dela, podem mesmo influenciá-la até o limite em que isso é possível, mas o que significa escrevê-la?
Note que estamos no começo do século 21. Ainda carregamos muito ranço do 20 — mas as coisas estão começando a mudar. Numa colocação questionável, Cunha
diz que “alguns problemas de base se acertam mais rapidamente quando ajustamos o topo”. Caso a base não seja absolutamente firme e sólida, confiável e resistente,
não importa o que a gente faça na porra do topo — a merda toda vai vergar ou vir abaixo de vez. Não é bonito. Não é o que você queria ler. Mas tem lógica. Assim,
na única frase em que chega mais ou menos perto de acertar o alvo — quando fala das oficinas para meninas, uma das iniciativas possíveis —, Juliana Cunha está
apenas ironizando.
Sempre preferi me inspirar no trabalho de filósofos como Judith Butler, mestres não só da provocação, mas peritos em reconhecer e apontar sutilezas onde todos só
veem categorias achatadas. A própria Virginia Woolf, nos ensaios nada acadêmicos em que procurava seguir as pegadas da escrita feita por mulheres, adotou a
mesma linha. É preciso aceitar que há mais dentro de uma equação — de nuance, de subjetividade — do que muita gente quer (ou tem condições de) admitir.
Eu não tenho as respostas. Eu tenho as perguntas. Muitas delas. O que é causa e o que é efeito? O que mudou da época de Virginia Woolf para cá?
O texto em si mesmo já é um campo aberto de significados. E, por mais que a crítica (ou o leitor) busque certa objetividade, precisa lidar com uma boa dose
de percepção e sensações subjetivas e em princípio incontroláveis que aquele mesmo texto pode despertar. Nem sempre nossas ferramentas de raciocínio conseguem
dar conta de explicar por que você prefere William Faulkner e eu prefiro Willa Cather, ou vice-versa. Não se trata de ter nem uma visão (a) desonesta nem uma visão
(b) romântica da arte em geral ou da literatura em particular — mesmo porque minha visão da crítica que se faz dela é despida de sentimentalismo e indulgência. O
nosso grande desafio é enxergar além do intuitivo, além daquilo que nos parece tão óbvio, daquela emoção ou conclusão primárias. É um exercício que costumo fazer
ao avaliar um livro — nunca confio na minha primeira impressão.
Juliana Cunha, sem vontade de discussão honesta, já entendeu, julgou e condenou — é machismo, é machismo! Para ela, A deriva de B e ponto (post hoc ergo propter
hoc). Podemos ser binários e simplistas, certo? Não há motivo para gastar algum tempo ponderando quando podemos escrever dois parágrafos e então chegar
justamente à conclusão a que queríamos chegar. Bem, números não são tudo. Nem nesse caso.
Mas não acredito que a mera seleção ideológica em favor das mulheres traga algum benéfico concreto. (Perdão.) Poderia dizer que tudo se resume a encontrar a
própria voz, tanto na literatura como na crítica dela, e não estaria dizendo que o caminho que temos pela frente é simples. Esse me parece o ajuste de topo que está à
nossa disposição.
De novo: defender um processo pontual não quer dizer que eu esteja negando que o machismo de fato existe. Mas, dentro de um campo que adota tantas variáveis, é
muito difícil separar o que é machismo do que não é. Repito: ele existe. Ele está, por exemplo, nas capas horrorosas que costumavam destinar aos livros das autoras
mulheres — outro domínio em que percebo algumas mudanças. De qualquer forma, penso que as coisas pedem uma análise mais cuidadosa e (especialmente) mais
respeitosa. Em tempo: se alguém disser que não se faz revolução com respeito, lembre que a grosseria foi direcionada a uma mulher, mais do que ao patriarcado em
si. E quando isso acontece, o que a pessoa está atacando? O que quer combater?
 
Achei a Juliana ruidosa, mas concordo com um dos comentaristas: tem uma turma masculina ali que eu mesmo dispensaria por achar mediana ou que não representam o século XXI, mas tem a cabeça no século passado ainda.
 
Quero muito esse livro, desde que o Tuca, um dos resenhistas, e que também escreve para o posfácio, compartilhou no face (há um tempão atrás), porque tem um monte desses escritores que quero ler e ter um texto de incentivo é um empurrão para a leitura :) e também porque há bastantes "conhecidos (de internet)" que escreveram o livro: Arthur Tertuliano, Camila do livros abertos, Rafael Bán Jacobsen (ainda não li o romance dele mas o acompanho no feice, hehe) e a Taize =D (fora os escritores jovens conhecidos)...
 
desculpe por não responder (fiquei ocupado nesse meio tempo)
Tem alguma preferência de estilo? Posso fazer algumas boas indicações em fantasia, ficção científica e horror
fantasia, ficção científica e horror são minhas preferencias de estilo,CLARO pode dizer os que conhece.
pessoal não importa qual estilo eu não gosto,esse post não é SÓ e exclusivamente sobre mim(aliás eu odeio romançes enjoados como nicholas sparks,john green e etc.)falem do que mais gostarem(deste século)
ninguém conhece literatura oriental aqui? pode ser livros velhos tambem...
obrigada pela lista Ana.:D
** Posts duplicados combinados **
Se quiser poesia, posso ajudar. Você pode procurar por antologias como a É que os hussardos chegam hoje, da Patuá, que tem uma lista de nomes muito boa, ou edições da falecida Inimigo Rumor (gosto de recomendar em especial o número 18).

Ainda na Dublinense, tem o livro Por que ler os contemporâneos. Outra publicação interessante é a edição da Granta com os 20 melhores escritores brasileiros.
não sei porque mas não gosto de poesia...mesmo assim pode recomendar quem sabe um dia eu pego gosto(não gostava de leitura também)
 

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