Vocês já sabem. Listem. Não precisa ter um número definido, não precisa estar em ordem. Não precisa justificar também não. Agora a senha do cartão de crédito é obrigatório ter.
Os meus (mas sinto que é possível que o 5 seja substituído por uma súbita leitura de final de ano...):
1 especialmente pelo custo-benefício e pela surpresa. Já estava em minha lista de leituras, só que era daquele tipo de livro que apodreceria por lá sem problema algum. Até que o descubro por 12 dilmas na FNAC e me encanto. A perícia técnica e a profundidade do pensamento, este último especialmente advindo da forma como Sullivan arma as situações (por exemplo, contar a história de seu irmão que foi eletrocutado num show com sua banda, ficando em coma por um tempo e depois apresentando um comportamento esquisitíssimo — isso é realizar uma reflexão esplêndida sobre a tenuidade da vida e da própria morte): não tenho dúvidas em dizer que foi o melhor livro do ano.
Sobre o 2, livro de poemas, eu posso dizer, por hora, que temos uma experiência estética completa e vasta. Se você quer delicadeza lírica, vai encontrar, mas se quer o lado mais escatológico da coisa, também vai encontrar. O livro pode te fornecer momentos pés no chão, ou pés fincados, bem fincados na merda, até momentos de surrealismo puro. Isso tudo explorando a forma do poema em prosa, que praticamente não grassou em nossa literatura (e certo modo em literatura alguma), e que é usado de forma inteligente, isto é, a forma poema em prosa é trabalhada e elevada ao nível de fonte semântica.
3 talvez sendo a obra central de Antonio Candido. A visão extremamente lúcida do nosso maior crítico é exposta com elegância e clareza. Uma literatura como sistema, união funcional de escritores, meios de reprodução, leitores, críticos... Candido dificilmente poderia ser mais claro. E contudo, ainda hoje existe um ranço de incompreensão para o que Candido disse que, olha, vou te contar, viu!... É um tal de querer reduzir seu método a um método puramente sociológico que só vendo. Além disso, Candido consegue expôr uma espécie de micropanorama da literatura nacional, cobrindo períodos como o Colonial e períodos como o de 1900 a 1945. Ao lado do Formação, um livro imprescindível, não tenham dúvidas ― e com custo-benefício melhor.
4 pois Flusser mal entrou e já se tornou meu filósofo preferido. Nem tanto por suas ideias, que a mim, leitor um tanto quanto raso de filosofia, me parecem muito bem postas e sólidas, mas pela forma como as expõe. Claro. Didático. Límpido. O mundo seria um lugar melhor se todos tivessem a consciência estilística de Flusser, capaz de gerar, no mínimo, um genuíno prazer na leitura, vejam só vocês, de Filosofia!
Do 5, destaco dele mais uma vez a solidez e a elegância com que a tese é defendida. O estilo de escrita é maravilhoso. A forma como Gilda analisa o argumento de Haroldo de Campos é exemplar, ou seja, ela consegue imergir muito bem nas ideias expostas e justamente por isso finca seus próprios argumentos de maneira honesta e aberta ao diálogo.
Os meus (mas sinto que é possível que o 5 seja substituído por uma súbita leitura de final de ano...):
- Pulphead, John Jeremiah Sullivan.
- Nominata Morfina, Fabiano Calixto.
- Literatura e sociedade, Antonio Candido.
- O mundo codificado, Vilém Flusser.
- O tupi e o alaúde, Gilda Mello e Souza.
1 especialmente pelo custo-benefício e pela surpresa. Já estava em minha lista de leituras, só que era daquele tipo de livro que apodreceria por lá sem problema algum. Até que o descubro por 12 dilmas na FNAC e me encanto. A perícia técnica e a profundidade do pensamento, este último especialmente advindo da forma como Sullivan arma as situações (por exemplo, contar a história de seu irmão que foi eletrocutado num show com sua banda, ficando em coma por um tempo e depois apresentando um comportamento esquisitíssimo — isso é realizar uma reflexão esplêndida sobre a tenuidade da vida e da própria morte): não tenho dúvidas em dizer que foi o melhor livro do ano.
Sobre o 2, livro de poemas, eu posso dizer, por hora, que temos uma experiência estética completa e vasta. Se você quer delicadeza lírica, vai encontrar, mas se quer o lado mais escatológico da coisa, também vai encontrar. O livro pode te fornecer momentos pés no chão, ou pés fincados, bem fincados na merda, até momentos de surrealismo puro. Isso tudo explorando a forma do poema em prosa, que praticamente não grassou em nossa literatura (e certo modo em literatura alguma), e que é usado de forma inteligente, isto é, a forma poema em prosa é trabalhada e elevada ao nível de fonte semântica.
3 talvez sendo a obra central de Antonio Candido. A visão extremamente lúcida do nosso maior crítico é exposta com elegância e clareza. Uma literatura como sistema, união funcional de escritores, meios de reprodução, leitores, críticos... Candido dificilmente poderia ser mais claro. E contudo, ainda hoje existe um ranço de incompreensão para o que Candido disse que, olha, vou te contar, viu!... É um tal de querer reduzir seu método a um método puramente sociológico que só vendo. Além disso, Candido consegue expôr uma espécie de micropanorama da literatura nacional, cobrindo períodos como o Colonial e períodos como o de 1900 a 1945. Ao lado do Formação, um livro imprescindível, não tenham dúvidas ― e com custo-benefício melhor.
4 pois Flusser mal entrou e já se tornou meu filósofo preferido. Nem tanto por suas ideias, que a mim, leitor um tanto quanto raso de filosofia, me parecem muito bem postas e sólidas, mas pela forma como as expõe. Claro. Didático. Límpido. O mundo seria um lugar melhor se todos tivessem a consciência estilística de Flusser, capaz de gerar, no mínimo, um genuíno prazer na leitura, vejam só vocês, de Filosofia!
Do 5, destaco dele mais uma vez a solidez e a elegância com que a tese é defendida. O estilo de escrita é maravilhoso. A forma como Gilda analisa o argumento de Haroldo de Campos é exemplar, ou seja, ela consegue imergir muito bem nas ideias expostas e justamente por isso finca seus próprios argumentos de maneira honesta e aberta ao diálogo.