Bom, eu acabei ontem de ler a biografia do Tolkien - Tolkien, o Senhor da Fantasia - por Michael White, então tenho tudo bastante fresco em minha mente (e o livro do lado pra te dar a resposta). Parece que tudo começa quando o Lewis conhece um cara chamado
Charles Williams. Lewis e Williams se tornaram grandes amigos rapidamente e em pouco tempo se tornaram inseparáveis. Um dos acontecimentos mais marcantes pro Tolkien, que segundo a biografia, era alguém extremamente possessivo e ciumento em relação a pessoas mais próximas e que guardava carinho e respeito, foi quando Lewis passou a levar Williams em um encontro que tinha toda segunda-feira com Tolkien no
Hotel Eastgate. Tolkien e Lewis mantinham a tradição desse encontro a dez anos e em nenhum momento outra pessoa havia sido inserida. Ao mesmo tempo, Lewis começou uma campanha para que Williams fosse aceito como professor acadêmico oficial da faculdade, mesmo sabendo que seu amigo nunca tenha obtido nenhum diploma. Naturalmente todos estavam contra a campanha, mas como Lewis era uma pessoa influente, acabou conseguindo o título almejado.
Muitas coisas envolviam o desgosto de Tolkien a respeito dessa nova amizade, e uma das que mais pesavam era o fato de que Williams tinha uma posição filosófica e religiosa bastante voltada para o misticismo e ocultismo, e fazia parte de um grupo místico chamado
Order of The Golden Dawn, e contraditoriamente era um membro Protestante da igreja Anglicana (Tolkien não guardava nenhuma simpatia por protestantes e acarretava quase toda a culpa da morte de sua mãe em seus parentes que a rejeitaram, pois eram protestantes e não poderiam admitir que ela se tornasse católica romana). Fora que Tolkien poderia ser considerado um religioso a beira do fanatismo. Então, nada ajudava!
Por volta de 1940 a amizade entre os dois foi praticamente dada como "morta". Em primeiro lugar havia o ponto de vista religioso dos dois. Como eu disse acima, Tolkien era um católico romano quase fanático, enquanto Lewis, apesar de ter sido atraído por Tolkien por tudo o que gira em torno de "ser cristão", ele utilizou esse conhecimento para reviver e redesenhar, em seu ponto de vista, a forma como a cultura nórdica representava em sua religiosidade. Isso deixou Tolkien ainda mais incrédulo e decretou o fim da amizade de ambos.
Por mais curioso que pareça, quem deu tudo por terminado não foi Tolkien, mas sim Lewis. Em 1952, um anos após a sua esposa
Janie Moore morrer, Lewis conheceu e se apaixonou por uma mulher chamada
Joy Gresham. Ela, além de ser solteira, tinha 2 filhos! Lewis sabia que Tolkien chamais aceitaria o seu envolvimento com uma mulher considerada inadequada do ponto de vista tradicionalista como o de seu amigo. Então, resolveu dar tudo por encerrado. A ironia da história é que
Edith Tolkien (mulher de Tolkien) se tornou amiga de Joy Gresham.
Apenas reforçando a informação do amigo
@Fazedor de Anéis, Tolkien achava
As Crônicas de Nárnia sem graça pelo simples motivo de se tratar abertamente de uma "alegoria religiosa". Tolkien desprezava alegorias e desprezava ainda mais qualquer religião que não fosse a sua. E por fim, Lewis estava fazendo um enorme sucesso com suas publicações. No espaço de tempo que Tolkien levou para elaborar, corrigir, revisar e publicar O Senhor dos Anéis, Lewis já havia publicado mais de 20 obras, todas elas complexas e bem sucedidas.
Espero que tenha ajudado com as informações! Procurei resumir boa parte do
Capítulo 8, Mundo dos Homens, do livro
J.R.R. Tolkien, O Senhor da Fantasia - Michael White [créditos à ele], e colocar o maior número de links que consegui, para tornar a leitura mais relevante.