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Autor da Semana Bernard Cornwell

Ressuscitando o tópico do @Paganus só para dizzer que o Sr. Cornwell é o mestre das batalhas e o senhor das guerras.

Li só as Crônicas de Artur (2x), 1356 (1x) e as Saxonicas (2x). E terminei o Guerreiro Pagão ontem, depois de começar a ler domingo a noite. E sou apaixonado por todos os livros que li. Peguei fixação por Uhtred e Derfel, e sinto mais ódio do Lancelot do que de Joffrey Baratheon, por exemplo.

Bernard Cornwell descreve batalhas e a emoção de batalhas de um jeito que nos prende de forma absurda. É absolutamente maravilhoso ler capítulos de batalhas. Quase dá pra sentir o "Êxtase da batalha" ao ler suas obras. Apaixonante.
 
Ainda preciso ler os dois últimos volumes das Crônicas Saxônicas; não vejo a hora de poder lê-los.
 
Li As Crônicas de Arthur - muito bom, principalmente da metade do 2º livro pro final - e estou no 4º volume das Crônicas Saxônicas. A grande qualidade de Cornwell é, sem dúvida, a narrativa de batalhas. Nesse aspecto ele supera muito Martin e dá um banho em Tolkien. A coerência histórica também é um grande fator positivo. Por outro lado, as histórias, os personagens não me cativam (essa é o grande fator que os distingue, para mim) tanto quanto esses outros dois gênios do épico. Estou adorando a leitura, e pretendo, depois das Saxônicas, partir para a Busca do Graal, mas não teria vontade de fazer uma releitura de nenhum dos livros. Para mim falta aquele... ... vocês sabem.
 
ql é o recomendado pra quem não conhece o escritor?

Para mim, como já disse anteriormente, a melhor saga de Bernard Cornwell é a das Crônicas Saxônicas; no entanto, tendo em vista o número de volumes e, também, devido o escritor da série ainda não a ter terminado, talvez seja melhor começar lendo a trilogia das Crônicas de Artur, que também é muito boa.
 
Para mim, como já disse anteriormente, a melhor saga de Bernard Cornwell é a das Crônicas Saxônicas; no entanto, tendo em vista o número de volumes e, também, devido o escritor da série ainda não a ter terminado, talvez seja melhor começar lendo a trilogia das Crônicas de Artur, que também é muito boa.

vlw Spartaco, vou ler as Crônicas de Artur primeiro, pois de série inacabada já basta GOT!
 
Crônicas de Artur pra começo é melhor, fcm. E tem a busca do Graal, trilogia também, e a "expansão" que é o livro 1356, que também se passa durante a guerra dos 100 anos.

A série Saxonicas é fantástica, mas ainda não acabou.
 
Quando esse tópico foi criado ainda não tinha lido a fundo nenhuma obra completa dele.

Embora eu sempre passo bem longe de ser fã de histórias de batalhas, olhando outros quesitos acabei gostando muito da forma como ele narra e do contexto histórico que ele aborda, como se tivesse pego uma máquina do tempo e ido até os tempos medievais e voltado pra retratar exatamente como as coisas eram. Queria ter aprendido história assim no ensino fundamental, pois assim teria aprendido a gostar de outra maneira.
 
Quem não coloca o furor das batalhas como ponto central na narrativa não vai pegar o espírito do Cornwell mesmo, é capaz até de se nausear. Não é que exista sangue em exagero, existe sim uma coisa muito 'crua' em todos os livros. Mas isso é porque ele tenta captar, e consegue, o cerne histórico e apresentá-lo de forma coerente pelo ambiente e na consciência e atos dos personagens. Não é só matança, a matança só expressa uma realidade que existia historicamente e que determinava as consciências, seus atos, seus lugares no mundo, seus juízos de valor etc.

Um exemplo é o Uhtred. Ele carrega o exemplo mais perfeito em todas as obras da metafísica da guerra, e isso porque é simplesmente um guerreiro viking. Não só a forma dele lutar e liderar tropas, ou a arrogância e coragem dele individualmente, mas toda a alma guerreira dele como aquilo que unifica todos esses elementos e dá sentido à sua vida interior é algo que salta aos olhos. Você não só vivencia essa sanha de sangue, você vivencia, tem uma empatia profunda com o Uhtred inteiro exatamente nas batalhas porque é nelas que está a essência do personagem, não só essência psicológica, social, histórica, mas estética.

Sim, a guerra tem um valor estético em Cornwell. E por quê? Porque ele é historicamente fiel, ignorando toda e qualquer moral extra-histórica (ou estética), ao valor espiritual da guerra conforme os guerreiros de cada época vivenciavam a guerra como valor, como fator determinante de suas vidas.

Por isso que a guerra como valor, muito mais que mero elemento de paisagem, muda nos livros de Cornwell, ela vai de acordo com a época. Sempre são guerreiros porque é nas guerras que o autor escolhe o sentido dinâmico da história. Uma historiografia heraclitiana. Mas o valor da guerra muda de acordo com a época histórica, é sempre a guerra mas suas formas mudam. Por isso o Derfel é guerreiro como Uhtred, mas o é de forma forma diferente. Derfel é um lanceiro. Uhtred é um espadachim. Derfel é um capitão de um bando organizado de lanceiros. Uhtred lidera tropas de guerreiros, de especialistas na matança. As formas de guerrear dos personagens andam lado a lado com sua forma de liderar, e são expressões do seu ser-guerreiro, historicamente condicionados, mas no fundo é tudo a mesma coisa.

Thomas Vexille, arqueiro, não lidera nada, talvez um bando de arqueiros aqui e ali. Saban, não é guerreiro, porque sua luta para construir o Templo é um tipo diferente de luta (mas Stonehenge é um caso à parte). Sharpe é mais um aventureiro que luta que um soldado. Derfel é muito mais soldado que Uhtred, muito mais matador, ave de rapina.

Uhtred é o ideal do guerreiro pagão viking, o modelo nietzscheano de 'homem-de-rapina'.

Talvez esse 'quê' que falte a algumas pessoas ao ler Cornwell seja isso: situar, em termos de valor e de estrutura, o sentido da guerra. Captar o sentido estético da guerra, absorver seu valor espiritual ao mesmo tempo que reconhece a diversidade de suas formas, condicionada pela história. Assim você evita os dois erros, 1- de achar que a guerra não tem valor estético, mas só plastico, que ela apenas colore a narrativa, e que, portanto, Cornwell carrega demais nessas cores e 2- nem valor plástico nem estético, mas só formal, que só há guerra para expressar a verdade histórica e nada mais, o que falsearia a biografia dos personagens principais, lhes tiraria sua força.

Enfim, pra mim o que é foda no Cornwell não é a fidelidade histórica, mas o valor estético dessa fidelidade histórica, e de todos os elementos dessa história que ele quer contar. Tudo nos mundos históricos que ele recria (porque ele não cria do nada, como Tolkien, nem copia nada) tem um valor plástico, que faz o sentido interno da obra, mas tem também um valor estético, são as cores que contrapõem mundos tão diferentes do nosso às nossas cores, causando todo tipo de reação, e é nesse processo que o leitor 'viaja' na obra, nela mergulha. É um choque térmico, de intensidade e frequência variada.
 
Pagz disse tudo.

Pensei agora, Uhtred X Derfel, quem leva? :lol:

Apostaria que Uhtred ganharia numa parede de escudos, e Derfel num combate individual.
 
Eu daria individual pro Uhtred, que é mais matador que Derfel. Derfel é um comandante militar melhor, ele conseguiria levar o Uhtred na conversa fácio e o esmagaria no campo de batalha.
 
Houve várias manifestações sobre a obra deste grande escritor, só que em outro tópico. Entendo que seria mais adequado discutirmos nossas opiniões a esse respeito por aqui, o que vocês acham?

Aproveito então para dizer que saiu o ano passado, na Inglaterra, o novo livro da série das Crônicas Saxônicas, The Empty Throne. Espero que seja lançado aqui no Brasil ainda este ano.
 
Esse é o Oitavo, certo? Alguém sabe até onde vão as crônicas? 10?
 
Sharpe é legal? Tenho uma baita curiosidade por essa saga.
Do autor só li o Arqueiro, lembro que me incomodei com algumas repetições quanto ao ambiente e descrição de personagens, mas a cenas de batalhas eram bem bacanas mesmo.
 

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