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[BLOG] 20 anos, vítima da máquina de assassinar reputações de Veja

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Sobre o Silêncio ou Manifesto pela Voz

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Maria Clara Bubna, 20 anos, é estudante do 1° período de Direito na UERJ e integra o Coletivo de Mulheres da sua Universidade.

Ela era – até ele pedir exoneração – aluna do Professor Bernardo Santoro,autor de uma postagem de conteúdo debochado e pra lá de machista feita, publicamente, em seu facebook, e repudiado, recentemente, e com toda a razão, pelo Coletivos de Mulheres da UFRJ, outra Universidade na qual Bernardo leciona.

Depois disso, Bubna passou a ser perseguida pelo professor – embora ele insista em afirmar o contrário, mesmo estando ele hierarquicamente, acima da aluna, em sua relação dento da Universidade - que atribui, equivocadamente, a autoria do repúdio à Bubna e seu Coletivo, embora o Repúdio tenha sido redigido por outro Coletivo Feminista, de outra Universidade (???).

A estudante ficou um tanto surpresa e assustada com o rumo que o assunto tomou e a repercussão que teve, mas resolveu quebrar seu silêncio e contar sua versão da história em seu depoimento intitulado “Sobre o Silêncio ou Manifesto pela Voz”, que reproduzo, na íntegra, logo abaixo.

“Parabéns” sqn, Professor Bernardo Santoro! O Senhor conseguiu ficar famoso como o machistinha mais comentado das redes sociais dos últimos dias!

E parabéns, de verdade a ti, Maria Clara Bubna, que optou por não ficar calada, apesar de, como tu mesma disseste no teu manisfesto, seres “o elo mais fraco desta relação”, por seres aluna, por seres mulher, por seres ainda muito jovem.

Segue o Manifesto de Maria Clara Bubna:

SOBRE O SILÊNCIO OU MANIFESTO PELA VOZ

Por muitos dias, eu optei por permanecer calada. Talvez numa tentativa de parecer madura (como se o silêncio fosse reflexo de maturidade) ou evitando que mais feridas fossem abertas, eu escolhi, nesse último mês, por vivenciar o inferno em que fui colocada com declarações breves e abstratas e conversas pessoais cautelosas. Mas se tem uma coisa que eu descobri nesse mês é que a maior dor que poderiam me causar era o meu silenciamento, o meu apagamento por ser mulher, jovem, “elo fraco” de toda relação de poder. Eu decidi portanto recuperar minha voz. Esse texto é um apelo a não só o meu direito de resposta, mas o meu direito a existir e me manter de pé enquanto mulher.

Eu nunca vi necessidade de esconder meus posicionamentos. Seja sobre o meu feminismo ou minhas preferências políticas, sempre fui muito firme e verdadeira com o que acredito. Mantive sempre a consciência de que minha voz era importante e que, junto com muitas outras vozes, seriamos fortes. Exatamente por isso, nunca vi necessidade de me esconder. Decidi fazer Direito baseada nessa minha ideia de que a união de vozes e forças poderia mudar a quantidade brutal de situações hediondas que o sistema apresenta.

Dentro da Faculdade de Direito da UERJ, acabei encontrando um professor que possui postura claramente liberal. Ele também nunca fez questão de esconder suas preferências políticas, mesmo no exercício de sua função. Apesar de ser meu primeiro ano na faculdade, passei alguns muitos anos no colégio durante os ensinos fundamental e médio e tive professores militares, conservadores, cristãos ferrenhos. Embates aconteciam, mas nunca ninguém se sentiu ofendido ou depreciado pelas suas preferências ideológicas. O debate, quando feito de maneira saudável, pode sim ser enriquecedor. Para minha surpresa, isso não aconteceu no ambiente universitário.

Ouvindo Bernardo Santoro se referir aos médicos cubanos como “escravos cubanos”, a Marx como “velho barbudo do mal”; explicar o conceito de demanda dizendo que ele era um “exímio ordenhador pois produzia muito leitinho” (sic) e que o “nazismo era um movimento de esquerda”, decidi por me afastar das aulas e tentar acompanhar o conteúdo por livros, gravações, grupos de estudo… Já ciente do meu posicionamento político e percebendo minha ausência, o professor chegou a indagar algumas vezes, durante suas aulas: “onde está a aluna marxista?”.

No dia 15 de maio deste ano, Bernardo postou em sua página do Facebook, de maneira pública, um post sobre o feminismo. Usando o argumento de que se tratava de uma “brincadeira”, o docente escarneceu da luta feminista e das mulheres de maneira grosseira e agressiva. A publicação alcançou muitas visualizações, inclusive de grupos e coletivos feministas que a consideraram particularmente grave, em se tratando de um professor, como foi o caso do Coletivo de Mulheres da UFRJ, universidade em que Bernardo também leciona. A partir do episódio, o Coletivo de Mulheres da UFRJ escreveu uma nota de repúdio à publicação do professor, publicada no dia 27 de maio na página do próprio Coletivo, chegando rapidamente ao seu conhecimento.

Foi o estopim. Fazendo suposições, o professor começou a me acusar pela redação da nota de repúdio e a justificou como fruto de sua “relação conflituosa” comigo, se mostrando incapaz de perceber quão problemático é escarnecer, de maneira pública, de um movimento de luta como o feminismo.

Fui então ameaçada de processo. Primeiro com indiretas por comentários, onde meu nome não era citado. Alguns dias se passaram com uma tensão se formando, tanto no meio virtual quanto nos corredores da minha faculdade. Já se tornava difícil andar sem ser questionada sobre o assunto.

Veio então, dias depois, uma mensagem privada do próprio Bernardo. A mensagem me surpreendeu por não só contar com o aviso sobre o “processo criminal por difamação” que o professor abriria contra mim, mas por um pedido do mesmo para que nos encontrássemos na secretaria da faculdade para que eu me desligasse da minha turma, pois o professor não tinha interesse em continuar dando aula para alguém que processaria.

Nesse ponto, meu emocional já não era dos melhores. Já não conseguia me concentrar nas aulas, chorava com uma certa frequência quando pensava em ir pra faculdade e essa mensagem do professor serviu para me desestabilizar mais ainda. Procurei o Centro Acadêmico da minha faculdade com muitas dúvidas sobre como agir. Foi decidido então levar o assunto até o Conselho Departamental que aconteceria dali alguns dias.

No Conselho, mesmo com os repetidos informes de que não se tratava de um tribunal de exceção, Bernardo agiu como se fosse um julgamento. Preparou uma verdadeira defesa que foi lida de maneira teatral por mais de quarenta minutos. Conversas e posts privados meus foram expostos numa tentativa de deslegitimar minha postura. Publicações minhas sobre a militância feminista e textos sobre minhas preferências políticas foram lidos pelo professor, manipulando o conteúdo e me expondo de maneira covarde e cruel. Dizendo-se perseguido por mim, uma aluna do primeiro período, Bernardo esqueceu-se que dentro do vínculo aluno/professor há uma clara relação de poder onde o aluno é obviamente o elo mais fraco. Eu, enquanto aluna, mulher, jovem, não possuo instrumentos para perseguir um professor.

O Conselho, por fim, decidiu pela abertura de uma sindicância para apurar a postura antipedagógica de Bernardo. Não aceitando a abertura da sindicância, o professor, durante o próprio Conselho, comunicou que iria se exonerar e deixou a sala.

Foi repetido incansavelmente que a questão para a abertura da sindicância não era ideológica, mas sim sobre a postura dele como docente. Bernardo, ao que parece, não entendeu.

No dia seguinte, saiu uma reportagem no jornal O Globo sobre a questão. O professor declara que eu sempre fui uma “influência negativa para a turma”. Alguns dias depois, a cereja do bolo: seu amigo pessoal, Rodrigo Constantino, publicou, em seu blog na Revista Veja, uma reportagem onde eu era completamente difamada e exposta sem nenhum aviso prévio sobre a citação do meu nome. A reportagem por si só já era deprimente, mas o que ela gerou foi ainda mais violento.

Comecei a receber mensagens ameaçadoras que passavam desde xingamentos como “vadia caluniadora” até ameaças de “estupro corretivo”. Meu e-mail pessoal foi hackeado e meu perfil do facebook suspenso.

A situação atual parece estável, mas só parece. Ontem, no meu novo perfil do facebook, recebi mais uma mensagem de um homem desconhecido dizendo que eu deveria ser estuprada. Não, eu não deveria. Nem eu nem nenhuma outra mulher do planeta deveria ser estuprada, seja lá qual for o contexto. Nada nesse mundo justifica um estupro ou serve de motivação para tal.

Decidi quebrar o silêncio, romper com essa postura conformista e empoderar minha voz. É preciso que as pessoas tenham noção da tensão social que vivemos onde as relações de opressão estão cada vez mais escancaradas e violentas.

Em todo esse desenrolar, eu me vi em muitos momentos me odiando. Me odiando por ser mulher, me odiando por um dia ter dado valor à minha voz. Me vi procurando esconderijos, me arrependendo de ter entrado na faculdade de Direito, de ter acreditado na minha força. Me detestei, senti asco de mim. Mas eu não sou assim. Eu sou mulher. Já nasci sentindo sobre mim o peso da opressão, do machismo, do medo frequente de ser violada e violentada. Eu sou forte, está na minha essência ter força. E é com essa força que eu escrevo esse texto.

Estejamos fortes e unidos. A situação não tende a ficar mais mansa ou fácil. Nós precisamos estar juntos. É essa união que vai criar rede de amor e uma barreira contra essas investidas violentas dos fascistas que nos cercam. Foi essa rede de amor e apoio que me manteve sã durante esse mês e é essa rede que vai nos manter vivos quando o sistema ruir. Porque esse sistema está, definitivamente, fadado ao fracasso.



Abrace e empodere sua voz.

Maria Clara Bubna

Rio de Janeiro, junho de 2014.

Fonte
 
Falando de "Veja", eu a respeitava enquanto ainda era uma revista de direita. Passou a desmerecer qualquer consideração quando se consumou a sua transmutação em panfleto de direita.
 
Essa é uma boa diferenciação, ET, mas me foge uma definição mais precisa. Qual a diferença pra você?

Uma revista normal, que tem lá sua posição política, apresenta os fatos - uma ou outra reportagem pode até ter um tom mais ideológico, mas não todas elas - pontuando suas opiniões principalmente em sessões mais dedicadas a isso. Além disso, mesmo que como convidados, há algum espaço para divergência.

Num panfleto, o objetivo não é informação, mas tática de propaganda. É isso que a Veja vem fazendo, até mirando um crescimento da direita na juventude.

E sim, a CartaCapital é a "Veja do PT". Não a tiro desse purgatório também.
 
E aí eu continuo me perguntando porque as pessoas usam essas 2 revistas para argumentar ou contra-argumentar o tempo todo.

Ler essas revistas ou é porque você é um extremista a favor da posição dela e gosta de ler coisas que reafirmem a sua posição. Ou porque você é um extremista oposto, tem todos os preconceitos já estabelecidos na sua cabeça de como são as pessoas do outro lado, e aí essas revistas só reforçam essa idéia, e você pode xingá-las e fazer generalizações, massageando seu ego.

Em ambos os casos não há real interesse de discutir, de trocar idéias, aprender, etc. Só ficar reforçando os próprios preconceitos, ideologias. Seja por preguiça ou sei lá porque.

Enfim.
Perda de tempo.
 
Última edição:
Um contraexemplo seria a Economist. Revista que vai pela tendência do liberalismo econômico, mas deixa as utopias e os radicalismos de lado e sabe argumentar de acordo com o mundo em que vivemos, fazendo até concessões para o outro lado.

Diferente da Veja, que parece que deu uma guinada depois que contratou o Rodrigo Constantino - que parece sonhar acordado com um mundo quase 100% privatizado. E ultimamente ele, liberal, tem feito cada vez mais concessões aos conservadores.
 
Ué, acho que a resposta é simples: a Veja ainda é a revista semanal de maior circulação no Brasil (tiragem média de 1.100.00 exemplares), enquanto, do outro lado, a Carta Capital tem tiragem de 65 mil exemplares semanais.
Isso é uma explicação realmente se for considerado discussões do povão. É tipo quando vemos argumentação de bilheteria de filme pra falar da sua qualidade.
Eu me referia mais a teoricamente pessoas interessadas em realmente discutir política, supostamente com mais recursos de explorar fontes melhores. Insistir em citar essas fontes eu só consigo interpretar como preguiça, falsa vontade de discutir.
 
Agora a versão do professor, que obviamente não seria postada na notícia:

Esclarecimento sobre o print apresentado pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ:

Em primeiro lugar vou explicar como a história toda surgiu. Alguns alunos da graduação e da pós-graduação da UERJ, meus amigos, reclamaram que estavam sendo perseguidos pelo movimento feminista na UERJ pelo seu perfil conservador. Achando que essa reclamação era um exagero, fiz uma brincadeira com esses amigos dizendo que eles deviam agradecer pelo fato do feminismo ter existido, pois isso teria libertado o homem do sistema patriarcal também e criado um sistema que lhes favorecia muito. Essa clara brincadeira com amigos conservadores, fora do âmbito da UERJ e da UFRJ, foi deturpada de maneira sórdida pelo “Coletivo de Mulheres da UFRJ”, e seria vista como uma brincadeira se não fosse por esse parágrafo, escrito pelo Coletivo: “Bernardo é conhecido por citações pejorativas em sala de aula contra diversos movimentos sociais que buscam uma sociedade mais igualitária e recentemente tem intensificado seus ataques públicos contra as mulheres e o movimento feminista, em especial o das mulheres da faculdade de Direito da UERJ”.

Nunca, em momento nenhum, citei pejorativamente movimentos sociais ou ataquei mulheres e o movimento feminista, especialmente dentro da faculdade de Direito da UERJ ou da UFRJ. Pelo contrário, sou conhecido por minha defesa do contraditório e abertura democrática a todos os alunos. Pode perguntar a qualquer aluno marxista meu e ele atestará que a aula é marcada pela pluralidade e respeito ao pensamento diferente. Essa mentira foi feita, de acordo com pessoas que já se propuseram a testemunhar publicamente, pela aluna Maria Clara Bubna e jogada para o Coletivo da UFRJ, que a divulgou sem prévio esclarecimento.

Abro parênteses para falar dessa aluna. Desde o primeiro momento a aluna antipatizou comigo sem nenhum motivo que não fosse ideológico, e mesmo com toda a minha paciência, ela se recusava a ir às aulas. Contando com a aula de ontem, em todo o período foi apenas a terceira aula assistida por ela. Ela injuriava o professor constantemente seja ao vivo (com testemunhas), seja pela internet (com prints).

O auge das calúnias foi a alegação, pela internet, de que o meu contrato seria ilegal por conta de decisão judicial (que, diga-se, não abarca o contrato do professor), e sugerindo que houve favorecimento pessoal nessa contratação, o que põe em xeque a idoneidade de toda a Direção da Faculdade de Direito da UERJ, em especial o Vice-Diretor João Eduardo Pereira e o Coordenador da Graduação, Gustavo Siqueira, que foram membros da banca que aprovou o professor em concurso.

Destaco também que o grupo de esquerda vinculado a essa aluna acusou de discriminação contra mulheres o prof. Marcello Ciotola (com print – UERJ e UNESA) e o prof. Paulo Emílio de Macedo (sem print, pois foi apagado antes – UERJ e UFRJ), sem falar em nomes, pois eles são professores efetivos, e eu, um reles professor substituto.

No mesmo dia, extremamente aborrecido pelas calúnias levantadas contra ele e contra a Direção da Faculdade de Direito, declarei em sala que quem quisesse poderia não assistir as aulas e que eu aprovaria os alunos com nota mínima. Três alunas aceitaram, Maria Bubna e outras duas, em e-mail enviado a mim. Respondi, já de cabeça fria, que não poderia, por razões acadêmicas, aprová-las sem avaliação, motivo pelo qual daria um trabalho para as três alunas fazerem, e enviei o texto que é um resumo da matéria toda para esse trabalho, o que foi aceito. Inclusive, avisei que elas poderiam frequentar A AULA A QUALQUER MOMENTO E FAZER AS PROVAS AO INVÉS DO TRABALHO. Uma das alunas mudou de ideia e vai fazer as provas, o que foi motivo de muita alegria para mim. Esse mesmo rito de avaliação foi o utilizado para a aluna Malu Brito, que por problemas de deficiência auditiva, tinha dificuldades de acompanhar a aula. Eu, inclusive, me dispus a dar aulas particulares para ela fora do período de aula, mesmo sem ser pago para tal.

Quando fiquei sabendo que a aluna foi a responsável pela difamação feita pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ, decidi processá-la criminalmente, por ser meu direito de cidadão contra o verdadeiro bullying feito pela aluna durante todo o tempo. Isto posto, procurei sim a aluna para discutir a possibilidade de desligamento da mesma da matéria, e nunca obtive retorno, mas nunca exigi, em momento nenhum, sua saída, e a aluna, inclusive, compareceu pela terceira vez no semestre na aula de segunda passada. Esse sentimento perpassa pelo mesmo motivo pelo qual juízes são suspeitos de julgar inimigos no processo civil (art. 135,I do CPC). E é isso que a aluna tem se mostrado perante mim: ser minha inimiga, mesmo sem nenhum motivo aparente, pois sempre fui condescendente com os atos levianos da aluna. Portanto, com essa ação, estava PROTEGENDO a aluna, e não o contrário, por entender que não há mais condições de se manter um relacionamento profissional ou acadêmico com a mesma.

Lembro, nesse ínterim, que a aluna ignorou por completo todas as repercussões que suas ações infundadas poderiam trazer para mim, que possuo uma esposa que não pode trabalhar porque precisa cuidar do noso filho, que é uma criança especial (autismo).

Vale ressaltar ainda que a totalidade de alunos meus na UFRJ foram em minha defesa emmanifestação online e que estão averiguando a possibilidade de fazer um grande abaixo-assinado em minha defesa, mesmo já estando de férias.

Nesse tempo também recebi ligações de números privados que nada falavam, um evento acadêmico em que eu participaria criticando a reforma agrária foi cancelado por falta de segurança e continuam as ameaças a todo evento que participo, inclusive uma ameaça de invasão à minha defesa de dissertação de mestrado, nesta sexta, que terá segurança reforçada.

Por fim, destaco que tudo o que foi escrito aqui está amplamente documentado, com prints ou testemunhos, e será entregue à Direção das faculdades em questão ainda nessa semana para que as providências cabíveis sejam realizadas.

Na UFRJ o Centro Acadêmico de lá retirou as acusações após entrevistar mais de 30 alunas minhas e todas afirmarem que sou um ótimo professor e de caráter ilibado.

Meu único erro nessa história toda foi ter sido condescendente com ela o tempo todo. Quando ela me caluniou dizendo que meu contrato era ilegal e insinuaram que eu era não-concursado, eu deveria ter levado o caso para a direção imediatamente. Quando eu descobri que ela era a responsável pelo post difamatório do coletivo de mulheres da UFRJ, ao invés de amigavelmente tentar terminar o nosso vínculo, deveria ter entrado com um processo administrativo contra ela. Ao invés disso, ela usou a minha boa-vontade e minha compaixão contra mim.

Na UERJ, o Centro Acadêmico entrou com um pedido de sindicância e afastamento preventivo, que foi aceito. Eu fiz uma defesa que era interrompida o tempo inteiro pelo Diretor, e os chefes de departamento deixaram claramente sua antipatia por mim, por questõres políticas, e por isso pedi exoneração, mas mudei de ideia. Agora vou lutar e vou até o fim. Antes do evento, se ouvia pelo corredor coisas do tipo “é uma ótima oportunidade para mostrarmos que essa faculdade tem sim uma posição ideológica”.

A notícia e a carta da feminista deixa muito claro que boa parte do conflito nasceu meramente de fatores ideológicos. Por exemplo, citando a própria carta da feminista, ela cita que o professor é "incapaz de perceber quão problemático é escarnecer, de maneira pública, de um movimento de luta como o feminismo", como se todo o feminismo fosse algo sagrado que não pudesse ser motivo de escárnio (palavra forte, aliás, para o post brincalhão e descompromissado que o professor postou no facebook). Ou ainda, mais tarde, para justificar que ela não perseguia o professor, apenas disse que faz parte de uma relação de poder "onde o aluno é obviamente o elo mais fraco. (...) enquanto aluna, mulher, jovem, não possuo instrumentos para perseguir um professor". Porra, agora me convenceu hein! Como se fosse impossível um aluno boicotar e prejudicar um professor, ainda mais se, por exemplo, for um militante que pouco liga para a nota que tirará na matéria... E como se idade e sobretudo sexo mudasse alguma coisa esse cenário.

Aliás, reparem que o caso da reportagem pouquíssimo tem a ver com a Veja, apesar da revista constar no título da matéria... Ela menciona apenas que o Rodrigo Constantino, no meio dessa história toda, postou um artigo "difamatório" (sem mais explicações sobre essa difamação) comentando o conflito. Procurei e não achei nada parecido com difamação, apenas um artigo onde o próprio Rodrigo não fala nada sobre ela, e posta a resposta que deixei acima. Mas é claro, falar mal da Veja é um mantra e um fetiche comum, fetiche que, como a própria revista, já foi debatido ad nauseam aqui no fórum e não merece maior discussão.

Editado: episódio dissecado mais ainda aqui.
 
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Vale ressaltar ainda que a totalidade de alunos meus na UFRJ foram em minha defesa emmanifestação online e que estão averiguando a possibilidade de fazer um grande abaixo-assinado em minha defesa, mesmo já estando de férias.
Na UFRJ o Centro Acadêmico de lá retirou as acusações após entrevistar mais de 30 alunas minhas e todas afirmarem que sou um ótimo professor e de caráter ilibado.

Não estou dizendo que o professor está errado, mas esses trechos não provam nada (pode ser verdade, mas pode não ser), aqui na UFRN tem um monte de aluno puxa-saco que por motivos pessoais (interesses acadêmicos) já defenderam professores que estavam errados. Professores que assediaram alunas, que prometeram bolsas se as alunas fossem pra cama com ele, professores que assediaram moralmente alunos na sala na frente da turma ainda acham quem os defenda.

Ele pode até estar certo, mas esses trechos não são provas da inocência dele.
 
Provar alguma coisa nesse tipo de questão eu acho bem difícil, a maioria dos argumentos são argumentos de plausibilidade, e os do professor estão muito melhores. Claro que ainda assim podem ser falsos... Mas se fossem, aposto que aluna acharia argumentos bem melhores do que esses que utilizou.

E duvido que seja o caso da totalidade ou mesmo a maioria dos alunos encaixarem-se no perfil que você falou aí. Mesmo porque os "interesses acadêmicos" são fraquíssimos. Talvez, em último caso, os alunos se omitiriam, mas defender o professor por puxa-saquismo ou coisa pior acho um cenário muito forçado.
 
E duvido que seja o caso da totalidade ou mesmo a maioria dos alunos encaixarem-se no perfil que você falou aí. Mesmo porque os "interesses acadêmicos" são fraquíssimos. Talvez, em último caso, os alunos se omitiriam, mas defender o professor por puxa-saquismo ou coisa pior acho um cenário muito forçado.

Pelo que conheci dos meus professores de faculdade não é "cenário forçado" não.
A maioria deles era estrelíssima, adorava formar panelinha em sala de aula e ridicularizar quem pensava diferente deles.
E toda classe tem sim um bom número de alunos que adora lamber bota de professor. =/
 
O cenário forçado não é meramente o professor orgulhoso ou alunos puxa-sacos, como decerto que existem, mas a totalidade ou mesmo a maioria dos alunos, muito além de se omitirem, defenderem o professor supostamente abusivo.



Curioso como o ônus da prova parece se inverter aqui - o Morfindel falou até em "provar a inocência", como se inocência precisasse ser provada. Imagino o caso inverso, de uma professora progressista, como há aos montes, e um aluno conservador ou religioso, se zangando que a professora tenha feito um gracejo no facebook de alguma coisa sensível a religião, e a partir disso iniciando toda uma celeuma...

Duvido que, se esse fosse o caso, estaríamos aqui discutindo a hipótese de que o restante dos estudantes se juntaram contra aquele pobre aluno ou se sequer existiria uma matéria relatando o caso... Aliás, essa matéria nada tem a falar da Veja como "assassina de reputações", afinal enquanto a Veja mal envolveu-se no caso e foi colocada no título da matéria sei lá como, a matéria em questão atesta que o professor "perseguiu a aluna", minando a reputação do sujeito, sem ter evidências a não ser o relato da aluna para lá de questionável.

Enfim, matéria de baixíssimo nível, pura fofoca e intriga mesmo. O fato dessa matéria ser aqui colocada como algo sério, enquanto há tanta ojeriza a Veja, só me faz ter certeza que essa ojeriza não é fruto de busca por qualidade jornalística ou o que quer que seja, mas por pura implicância e comprometimento ideológico.



Editado:

Num dos links ali da matéria, uma feminista, que está do lado da aluna supostamente vitimada, diz:

O professor afirma que já no primeiro dia de aula ela sugeriu, no grupo fechado da turma no facebook, algo como “Vamos derrubar esse professor!”. Mas o fato é que se isso aconteceu e foi uma conversa entre alunos, em um grupo fechado, Bernardo nem deveria ter tido acesso a este comentário. E nem teria tido, não fosse algum aluno puxa-saco, que optou por mostrar-lhe as conversas do Grupo, como o próprio Bernardo me relatou em breve comunicação que tivemos esta tarde (o termo “puxa-saco” foi por minha conta. Bernardo disse apenas “um aluno me mostrou”.).
Repare que a defesa foi o fato de que o grupo era fechado e um aluno "puxa-saco" divulgou o fato, e não que a fala não existiu ou que tenha sido jocosa. Pergunto: algum aluno bem-intencionado começa um curso de um professor já conjecturando "derrubá-lo"? Só disso conclui-se muito...

Curioso aparecer o termo "puxa-saco", o mesmo que apareceu aqui no tópico. Não sei se é o que eu faria, mas tá muito longe de puxa-saco o aluno que alerta ao professor esse tipo de movimentação contra ele, mesmo em um grupo fechado.
 
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Curioso como o ônus da prova parece se inverter aqui - o Morfindel falou até em "provar a inocência", como se inocência precisasse ser provada. Imagino o caso inverso, de uma professora progressista, como há aos montes, e um aluno conservador ou religioso, se zangando que a professora tenha feito um gracejo no facebook de alguma coisa sensível a religião, e a partir disso iniciando toda uma celeuma...
Me expressei errado. Não disse que ele tem que provar que a acusação é falsa, disse que a defesa dele pra tentar provar que é inocente é que não é boa.
 
A defesa dele foi excelente até onde é razoável cobrar de uma defesa frente ao tipo de acusação que ele sofreu. Você aponta que ele não foi bom em algo que ele não quis fazer, não precisa fazer e é praticamente impossível que o faça, que é tentar provar sua inocência.
 
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