• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Pesquisa: erros de português eliminam 40% dos candidatos a vagas de estágio

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
Quatro em cada dez estudantes são reprovados em seleções por não usarem o português corretamente

noticia_87756.jpg

Um teste ortográfico foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como "seiscentos", "escassez", "artificial", "sucesso", "licença" e "censura"​

Um pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) demonstrou que o mau uso da língua portuguesa é determinante na desclassificação de candidatos a vagas de estágio. O levantamento foi feito durante todo o ano de 2013, com 7.118 participantes.

O estudo reuniu informações e estatísticas importantes quanto ao desempenho dos jovens de diferentes segmentos, áreas de atuação e de ensino. O teste ortográfico foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como "seiscentos", "escassez", "artificial", "sucesso", "licença" e "censura". Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros. Exatos 2.888 candidatos (40,6%) não obtiveram êxito na etapa da seleção e foram eliminados. No total, 37,9% das mulheres não passaram. Já entre os homens, o número foi maior, 44,1%.

Um dado chamou a atenção: quem tem idade acima de 30 anos, apresentou melhor desempenho, com 68,5% de sucesso, superando outras faixas como a de 14 a 18 anos (59,3%), 19 a 25 anos (58,9%) e 26 a 30 anos (65%). "Impressiona o fato de os jovens, na fase da universidade, registrarem erros graves na grafia. Apenas 25% dos brasileiros mantêm o hábito da leitura. Com isso, o reflexo é percebido antes até de ingressarem no mercado de trabalho. Muitos ficam pelo caminho e são excluídos das chances de construírem uma carreira, por terem pouca intimidade com as palavras", analisa o coordenador de seleção, Erick Sperduti.

Os alunos do ensino médio lideram negativamente o ranking, com pior resultado nos testes ortográficos. Em torno de 49,1% ultrapassaram as falhas aceitáveis, seguidos dos estudantes do superior (40,3%), superior tecnólogo (38,2%) e médio técnico (37,2%). Quem estuda em escola particular, teve desempenho pior (40,6%) se comparados às públicas (40,2%). Já na faculdade a diferença se amplia. Cerca de 40% dos jovens das instituições privadas ficaram para trás, contra 22,5% das municipais, estaduais ou federais.

Entre os cursos, também foram divididos aqueles com melhores e piores índices. Com estatística mais baixa, em quantidade de reprovados, estão os alunos de Pedagogia (86%), Moda (75%), Secretariado Executivo (69%), Engenharia Civil (68%) e Arquitetura e Urbanismo (64%). Na outra ponta, com maior aprovação estão Engenharia de Controle e Automação (87,5%), Engenharia Química (82%), Medicina Veterinária (79%), Química (77%) e Nutrição (76%).

"A prática de leitura e, principalmente, o hábito de escrever suas ideias é um bom exercício para aprimorar a linguagem e não perder boas oportunidades em provas como o Enem ou processos seletivos", ressalta Sperduti. "O desafio para os futuros profissionais não é apenas concluir o curso, mas mostrar domínio do nosso idioma. Assim, terá chances reais de ser um dos seis estudantes, em cada dez, aprovados na fase inicial de um processo seletivo", finaliza.

Fonte
 
O teste ortográfico foi aplicado na forma de ditado, com 30 palavras do cotidiano, como "seiscentos", "escassez", "artificial", "sucesso", "licença" e "censura". Era considerado reprovado quem cometesse mais de sete erros.

vocês me perdoem, mas acho que "ditado" não avalia "mau uso da língua portuguesa" como o primeiro parágrafo sugere, avalia só problema com regras de ortografia. são coisas diferentes, porque o uso da língua não tem a ver com ortografia. lógico que é preocupante uma quantidade tão grande de pessoas errando palavras do cotidiano (ênfase para cotidiano, porque não saber escrever supercalifragilisticexpialidoso é ok). mas acho que mais preocupante do que o carinha não saber aplicar as regras do -ss, -c e -ç é o sujeito simplesmente não entender o que está lendo, e olha, nem sempre um bom domínio das regras ortográficas demonstra que o sujeito tenha boa capacidade de interpretação de texto. os "debates" na internet estão deixando isso cada vez mais evidente.

exemplo: dia desses estava vendo um comentário na internet (porque né, adoro me punir) de um cara que já tinha graduação (ou seja, nem era aquele caso limítrofe do guri que acabou de sair do ensino médio e chegar na faculdade), e o comentário deixava ÓBVIO que ele não tinha entendido lhufas do texto lido. e a mensagem dele? tudo escrito "direitinho", sem nenhum erro ortográfico (aliás, não só ortográfico). então botar uns fulanos para escrever 30 palavras na minha opinião dificilmente aponta o real problema de muitos dos estudantes (e bem, não só estudantes) do país, o negócio é bem mais complexo do que se pensa. e eu acho que profissionalmente um sujeito não entender o que está lendo pode ter consequências muito piores do que o carinha que escreve "irônia" (gente, tenho visto isso com cada vez mais frequência por aí, como é que essa gente pronuncia essa palavra para escrever assim? o_O ) ou artificiau.
 
faço faculdade de tecnologia e sempre me impressionei com os erros dos meus colegas de classe, não que eu seja a professora Pasquale, mas eram erros de doer o coração. E quando o professor pedia resposta dissertativa então, vishh, era nível ensino fundamental.
maaas, acho que as empresas de tecnologia não ligam pra isso, porque a maioria está com um bom trabalho/estágio e eu não hehe
 
@Ana Lovejoy, você tem razão, mas pessoas que não sabem escrever palavras cotidianas invariavelmente não têm o hábito da leitura, não? E, assim, naturalmente teriam interpretação deficiente.

Seja como for, o texto me fez sofrer.
 
@Ana Lovejoy, você tem razão, mas pessoas que não sabem escrever palavras cotidianas invariavelmente não têm o hábito da leitura, não? E, assim, naturalmente teriam interpretação deficiente.

você ficaria surpresa de como tem (bom) leitor por aí que comete erros básicos de ortografia, assim como gente que lê bastante mas ainda assim não tem boa capacidade de interpretação de texto. é aquela coisa, o domínio de uma língua não depende de uma única habilidade. não adianta você ler bastante mas não escrever - sua escrita vai ficar enferrujada e você cometerá erros primários de ortografia mesmo que tenha uma média razoável de leitura. o que eu acho que tem piorado e muito a ortografia do pessoal é que contamos cada vez mais com corretores ortográficos dos words da vida, quando antes tínhamos que nos policiar de fato sobre possíveis erros em textos. tanto é que se você pegar os dados ali na notícia, falam que os resultados ruins aconteceram mais com pessoas mais novas, abaixo dos 30. Ou seja, os nascidos de 85 para cá. É bem o pessoal que quando começou a entregar trabalhos com textos mais longos para a escola já podia contar com word e afins. aí você pensa: se a pessoa não escreve para trabalho da escola, vai escrever quando? é uma habilidade que fica travada. ah, ele se comunica com os amigos escrevendo mensagens no celular ou em chat. bem, não é a mesma coisa, até porque a escrita de "conversa" é mais um treino para velocidade de digitação do que qualquer outra coisa - de novo, fora raros casos não há o policiamento e, de, novo, há o corretor. estão ali o 'tek' e o 'lovejoy' grifadinhos de vermelho nessa mensagem que não me deixam mentir. enfim, só uma teoria minha, especulando mesmo. mas que só ler não faz milagre, isso não faz mesmo.

edit: sobre capacidade de interpretação, o buraco é mais embaixo. uma base ruim na escola esculhamba tudo. professor vagal que aceita qualquer tipo de interpretação sem cobrar argumentação, por exemplo. na faculdade passei por um momento bem wtf sobre isso. estávamos lendo o cisne do baudelaire, pessoal fazendo sugestões de interpretação, aí uma guria levanta a mão e diz que leu na superinteressante que tinha saído uma pesquisa falando que cisnes eram fiéis, "será que baudelaire estava falando de fidelidade, professor?" e ele "pode ser que sim". gente, não, não pode ser que sim. o baudelaire escreveu aquilo uns cem anos antes de sair a pesquisa. pqp ><'
 
edit: sobre capacidade de interpretação, o buraco é mais embaixo. uma base ruim na escola esculhamba tudo. professor vagal que aceita qualquer tipo de interpretação sem cobrar argumentação, por exemplo. na faculdade passei por um momento bem wtf sobre isso. estávamos lendo o cisne do baudelaire, pessoal fazendo sugestões de interpretação, aí uma guria levanta a mão e diz que leu na superinteressante que tinha saído uma pesquisa falando que cisnes eram fiéis, "será que baudelaire estava falando de fidelidade, professor?" e ele "pode ser que sim". gente, não, não pode ser que sim. o baudelaire escreveu aquilo uns cem anos antes de sair a pesquisa. pqp ><'
Mas isso impediria que na França do século XIX fosse senso comum que os cisnes eram fieis e isso inspirou a poesia? Não li essa poesia, de repente a poesia já responde meu questionamento e eu estou falando besteira.
 
Mas isso impediria que na França do século XIX fosse senso comum que os cisnes eram fieis e isso inspirou a poesia? Não li essa poesia, de repente a poesia já responde meu questionamento e eu estou falando besteira.

aí o argumento deveria ser "na frança do século XIX era senso comum que os cisnes eram fiéis" e não "saiu em pesquisa recente que os cisnes são fiéis". é isso que eu falo sobre não aceitar qualquer argumento. não é oba-oba, "vale qualquer coisa". vale o que você consegue explicar de modo coerente. é tipo o pessoal que insiste em dizer que dorian gray do wilde é autobiográfico, que o bosie seria o dorian, quando na realidade no wilde só foi conhecer o carinha um ano após a publicação da obra.
 
você ficaria surpresa de como tem (bom) leitor por aí que comete erros básicos de ortografia, assim como gente que lê bastante mas ainda assim não tem boa capacidade de interpretação de texto.
Sim, essas coisas realmente me surpreendem! Me chocam, na verdade...

Enfim, sua teoria tem sentido. Tanto que vemos mais erros de mas/mais, a gente/agente, trás/traz, "a um tempo atrás", porque não vai ter a linha vermelha embaixo indicando a incorreção. Não que seja difícil buscar aprender, né... Mas eu nunca vou aceitar erros de ortografia do tipo "quizer" e "ancioso" quando a pessoa tem acesso a dicionário e mesmo ao Google! Aí já é demais!
 
Sim, essas coisas realmente me surpreendem! Me chocam, na verdade...

Enfim, sua teoria tem sentido. Tanto que vemos mais erros de mas/mais, a gente/agente, trás/traz, "a um tempo atrás", porque não vai ter a linha vermelha embaixo indicando a incorreção. Não que seja difícil buscar aprender, né... Mas eu nunca vou aceitar erros de ortografia do tipo "quizer" e "ancioso" quando a pessoa tem acesso a dicionário e mesmo ao Google! Aí já é demais!

eu não sei se é só o chrome (faz tempo que eu não uso outro navegador), mas teoricamente todos têm a opção do corretor automático, não? quer dizer, cara que escreve "ancioso" na internet tá tocando o foda-se, porque certamente aparece um grifadinho ali (e aí ele clica na palavra e o próprio chrome dá a versão correta). e se na hora em que usa a habilidade da escrita ele está tocando o foda-se, nunca vai fixar a forma correta de escrever a palavra. porque a realidade é essa: a maior parte dessa gurizada tem praticado a escrita só em chats, conversas de facebook e afins.

nesse sentido acho legal acompanhar a evolução de usuários que estão há um bom tempo aqui no fórum. tem mais de um caso de usuário que escrevia como se estivesse batendo a cabeça do teclado, e hoje escreve de forma coerente, coesa e sem erros ortográficos. muito provavelmente porque se forçou a cuidar do que escrevia porque embora atualmente você leve a fama de grammar nazi do fórum, o fato é que aqui o pessoal sempre desdenhou de posts mal escritos. fora o orc, mas no caso dele era personagem e todos sabiam disso, etc. enfim, gurizadinha que poderia continuar sem nem ver o que diz o grifadinho do "ancioso" começou a se cuidar, e obviamente na prática foi melhorando.

(mas sim, também tem o caso dos erros que o corretor não pega porque em teoria a palavra não está errada. lembro que quando fui escrever minha monografia tinha que me policiar muito com os "q", porque né, é uma letra do alfabeto, como é que estaria errada? mas no texto ficava feio pra diabo, tomei alguns puxões de orelha da orientadora :oops: )
 
eu não sei se é só o chrome (faz tempo que eu não uso outro navegador), mas teoricamente todos têm a opção do corretor automático, não? quer dizer, cara que escreve "ancioso" na internet tá tocando o foda-se, porque certamente aparece um grifadinho ali (e aí ele clica na palavra e o próprio chrome dá a versão correta). e se na hora em que usa a habilidade da escrita ele está tocando o foda-se, nunca vai fixar a forma correta de escrever a palavra. porque a realidade é essa: a maior parte dessa gurizada tem praticado a escrita só em chats, conversas de facebook e afins.

Sim, Firefox também tem corretor.

nesse sentido acho legal acompanhar a evolução de usuários que estão há um bom tempo aqui no fórum. tem mais de um caso de usuário que escrevia como se estivesse batendo a cabeça do teclado, e hoje escreve de forma coerente, coesa e sem erros ortográficos. muito provavelmente porque se forçou a cuidar do que escrevia porque embora atualmente você leve a fama de grammar nazi do fórum, o fato é que aqui o pessoal sempre desdenhou de posts mal escritos. fora o orc, mas no caso dele era personagem e todos sabiam disso, etc. enfim, gurizadinha que poderia continuar sem nem ver o que diz o grifadinho do "ancioso" começou a se cuidar, e obviamente na prática foi melhorando

Pô, lembrei do Uglúk na hora também, como o único que deliberadamente escrevia errado.
Mas os que erravam mesmo era triste. Me veio na cabeça o NeoDeSampa, era tenso, depois ficou muito melhor.

(mas sim, também tem o caso dos erros que o corretor não pega porque em teoria a palavra não está errada. lembro que quando fui escrever minha monografia tinha que me policiar muito com os "q", porque né, é uma letra do alfabeto, como é que estaria errada? mas no texto ficava feio pra diabo, tomei alguns puxões de orelha da orientadora :oops: )

Isso aconteceu comigo esses dias, mas em inglês. Num texto sobre análise SWOT, que é uma ferramenta básica de administração, fui escrever o significado da sigla (Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats), errei a última e, em vez de "Threats" (ameaças), escrevi "Threads" (assuntos), e nem percebi, até pouco antes de apresentar o trabalho, quando estava estudando para apresentar. Mas aí já tínhamos enviado pro ambiente EaD da disciplina e foda-se. :lol:
 
lembrei de um caso em que erro ortográfico pega mó mal: jornalismo. um amigo acabou de compartilhar um link para uma reportagem da globo, naquelas legendas com nome e profissão escreveram "univercitário". wtf.

link da notícia >> http://g1.globo.com/rj/regiao-dos-l...a-evento-polemico-em-campus-da-uff-no-rj.html

univercitário.JPG

fico lembrando de como meus professores no primeiro ano de jornalismo tocavam um horror desgraçado sobre erros ortográficos, e hoje em dia você pega uns textos que caramba, como assim? não sei se estão substituindo o revisor (pessoa) pelo automático (se estão fazendo isso, são uns idiotas), mas está cada vez mais comum bater os olhos em erros assim. e isso que estou falando só de erro ortográfico. já vi cada coisa por aí, em folhas de são paulo da vida que ó, tá puxado, viu.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo