Gerbur Forja-Quente
Defensor do Povo de Durin
Dei uma procurada e não encontrei o tópico desse filme, decidindo então criá-lo.
Segue o link de uma crítica do filme:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-194938/criticas-adorocinema/
Esse é o filme mais novo de Russel Crowe (Gladiador) e também Emma Watson ( a Hermione de Harry Potter), do director Darren Aronofsky (Réquiem para um Sonho e Cisne Negro).
É sempre difícil falar sobre um filme de origens bíblicas porque as pessoas parecem se dividir entre religiosos fanáticos e ateus fanáticos e assim, ironicamente, nunca conseguimos atingir toda a reflexão que poderíamos de um filme como esse. Mesmo assim, sem medo de ser feliz, lá vai eu lançando minha opinião:
Eu gostei muito do filme. Ele mexeu comigo, falou comigo. Gostei muito da discussão sobre a condição humana que o filme coloca. Pelo que me lembro, Noé é uma das poucas pessoas que conversam diretamente com Deus, e nesse filme não é assim. Esse filme apresenta uma nova visão de Noé, uma nova leitura. E se Deus não falase diretamente com Noé? E se Deus não falasse claramente com Noé sobre o que Ele espera de Noé? Porque é assim na vida das pessoas. Nós podemos rezar e falar com Deus, pedir alguma orientaçção e resposta, mas se essa orientação ou resposta é concedida, é feita não claramente, não diretamente, mas de uma forma muito subjetiva para cada um, como sonhos, ou percepções, e reflexões, por exemplo.
Quando Deus não fala claramente conosco, nós fazemos o que nós pensamos estar certo, ou o que nós temos "certeza" que está certo. Mas e se não estiver? E se nós tivermos interpretado a coisa toda de uma maneira que não é exatamente A verdade?
E se Deus não nos der a orientação que buscamos? E se Deus deixar que nós escolhermos de fato as coisas importantes de nossas vidas (e talvez as das de outras pessoas)? Eu nunca tinha parado para pensar como o livre-arbítrio pode ser tão aterrorizante como esse filme mostrou. Mas se pensarmos bem, de fato é.
Temos que tomar decisões sem garantias. E tomamos essas decisões baseadas nas concepções de "certo e errado" que temos dentro de nós mesmos, as concepções que aprendemos (ou não) com os nossos pais.
E a interpretação é uma coisa fundamental: o herói de uns pode ser o genocida de muitos outros. A interpretação pode diferenciar um fracassado de um herói. Pode distinguir um homem que deve ser punido de um homem que deve poder se perdoar. E nós podemos estar falando da mesma pessoa.
E se essa pessoa é você? O que é que você faria em seu lugar? E como é que você lida com as consequências do que fez? Porque esta é a condição humana. Nós estamos aqui por um tempo, tentando fazer o que é certo, sem maiores orientações que poderia nos isentar de qualquer culpa. Tudo o que você faz, para o bem ou para o mal é merito ou culpa somente de ti mesmo. Não tem como jogar a culpa para outra pessoa (ou em Deus), é contigo, é a sua vida, é a sua decisão e sua ação. Você é o protagonista da sua história. Por mais aterrador que isso pareça, essa é a sua condição. Não é como dizer que algo exista ou que algo não exista. É dizer que não há garantias de nenhum dos lados. No final, no silêncio das nuvens nubladas, é chegado o momento em que você tem que tomar uma decisão sem olhar para trás e conviver com as consequências.
Achei o filme fantástico. Altamente reflexivo. Não se prenda a visões religiosas ou atéicas para ver o filme. Vá de mente aberta e reflita sobre o filme que você assistiu e não sobre a história que você conhece e acredita ou sobre a história que você conhece e não acredita. Essa foi minha reflexão.
Nota 9.
Bom filme para vocês!
Segue o link de uma crítica do filme:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-194938/criticas-adorocinema/
Esse é o filme mais novo de Russel Crowe (Gladiador) e também Emma Watson ( a Hermione de Harry Potter), do director Darren Aronofsky (Réquiem para um Sonho e Cisne Negro).
É sempre difícil falar sobre um filme de origens bíblicas porque as pessoas parecem se dividir entre religiosos fanáticos e ateus fanáticos e assim, ironicamente, nunca conseguimos atingir toda a reflexão que poderíamos de um filme como esse. Mesmo assim, sem medo de ser feliz, lá vai eu lançando minha opinião:
Eu gostei muito do filme. Ele mexeu comigo, falou comigo. Gostei muito da discussão sobre a condição humana que o filme coloca. Pelo que me lembro, Noé é uma das poucas pessoas que conversam diretamente com Deus, e nesse filme não é assim. Esse filme apresenta uma nova visão de Noé, uma nova leitura. E se Deus não falase diretamente com Noé? E se Deus não falasse claramente com Noé sobre o que Ele espera de Noé? Porque é assim na vida das pessoas. Nós podemos rezar e falar com Deus, pedir alguma orientaçção e resposta, mas se essa orientação ou resposta é concedida, é feita não claramente, não diretamente, mas de uma forma muito subjetiva para cada um, como sonhos, ou percepções, e reflexões, por exemplo.
Quando Deus não fala claramente conosco, nós fazemos o que nós pensamos estar certo, ou o que nós temos "certeza" que está certo. Mas e se não estiver? E se nós tivermos interpretado a coisa toda de uma maneira que não é exatamente A verdade?
E se Deus não nos der a orientação que buscamos? E se Deus deixar que nós escolhermos de fato as coisas importantes de nossas vidas (e talvez as das de outras pessoas)? Eu nunca tinha parado para pensar como o livre-arbítrio pode ser tão aterrorizante como esse filme mostrou. Mas se pensarmos bem, de fato é.
Temos que tomar decisões sem garantias. E tomamos essas decisões baseadas nas concepções de "certo e errado" que temos dentro de nós mesmos, as concepções que aprendemos (ou não) com os nossos pais.
E a interpretação é uma coisa fundamental: o herói de uns pode ser o genocida de muitos outros. A interpretação pode diferenciar um fracassado de um herói. Pode distinguir um homem que deve ser punido de um homem que deve poder se perdoar. E nós podemos estar falando da mesma pessoa.
E se essa pessoa é você? O que é que você faria em seu lugar? E como é que você lida com as consequências do que fez? Porque esta é a condição humana. Nós estamos aqui por um tempo, tentando fazer o que é certo, sem maiores orientações que poderia nos isentar de qualquer culpa. Tudo o que você faz, para o bem ou para o mal é merito ou culpa somente de ti mesmo. Não tem como jogar a culpa para outra pessoa (ou em Deus), é contigo, é a sua vida, é a sua decisão e sua ação. Você é o protagonista da sua história. Por mais aterrador que isso pareça, essa é a sua condição. Não é como dizer que algo exista ou que algo não exista. É dizer que não há garantias de nenhum dos lados. No final, no silêncio das nuvens nubladas, é chegado o momento em que você tem que tomar uma decisão sem olhar para trás e conviver com as consequências.
Achei o filme fantástico. Altamente reflexivo. Não se prenda a visões religiosas ou atéicas para ver o filme. Vá de mente aberta e reflita sobre o filme que você assistiu e não sobre a história que você conhece e acredita ou sobre a história que você conhece e não acredita. Essa foi minha reflexão.
Nota 9.
Bom filme para vocês!
Última edição: