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PSOL representa contra SBT por comentário de Rachel Sheherazade

Mercúcio

Usuário
Jornalista agora é a favor da “justiça” guiada pelas mãos dos “cidadãos de bem”

No final da noite de quarta-feira (5), o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) divulgou uma nota informando que pretende formalizar no Ministério Público uma representação contra o SBT e a apresentadora Rachel Sheherazade por apologia ao crime.

“A jornalista e o SBT fizeram incitação ao crime, à tortura e ao linchamento”, disse o líder do Psol na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (SP). “Essa jornalista simplesmente disse que tem razão os vingadores que fizeram justiça com as próprias mãos, em torturar, porque a polícia para ela está desmoralizada, a Justiça não opera e é necessário voltar ao velho Oeste e fazer justiça com as próprias mãos”, completa o parlamentar.

Em comentário feito na noite de terça-feira (4), no Jornal do SBT, Rachel Sheherazade defendeu a “justiça” feita pelas próprias mãos aplicada ao adolescente de 16 anos acusado de cometer furtos no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ). O garoto foi preso nu a um poste com o pescoço acorrentado por uma trava de bicicleta, além de ter parte da orelha cortada.

A indisposição com Rachel Sheherazade e seus “recados” aos defensores dos direitos humanos já chegou a tal nível que existe um evento no Facebook com o título Chaves no lugar da Rachel Sherazade, pedindo que o personagem do humorístico mexicano substitua a apresentadora. Na descrição do evento, lê-se: “Porque o Seu Madruga e o pobre menino do barril tem muito mais a nos ensinar sobre tolerância e igualdade… Venha você também pedir pro Silvio colocar Chaves no lugar da Rachel Sheherazade.” A página conta, até as 10h30 de hoje (6), com 6 mil “curtir”.

Se o leitor ainda tiver alguma dúvida sobre participar ou não, talvez o vídeo abaixo ajude a decidir:


Fonte: http://revistaforum.com.br/blog/2014/02/sherazade-prega-linchamento/

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Comentem!
 
" quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Nota de repúdio do Sindicato e da Comissão de Ética contra declarações da jornalista Rachel Sheherazade

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e a Comissão de Ética desta entidade se manifestam radicalmente contra a grave violação de direitos humanos e ao Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros representada pelas declarações da âncora Rachel Sheherazade durante o Jornal do SBT.

O desrespeito aos direitos humanos tem sido prática recorrente da jornalista, mas destacamos a violência simbólica dos recentes comentários por ela proferidos no programa de 04/02/2014

(
).

Sheherazade violou os direitos humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente e fez apologia à violência quando afirmou achar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível” — Ela se referia ao grupo de rapazes que, em 31/01/2014, prendeu um adolescente acusado de furto e, após acorrentá-lo a um poste, espancou-o, filmou-o e divulgou as imagens na internet.

O Sindicato e a Comissão de Ética do Rio de Janeiro solicitam à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) que investigue e identifique as responsabilidades neste e em outros casos de violação dos direitos humanos e do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que ocorrem de forma rotineira em programas de radiodifusão no nosso país. É preciso lembrar que os canais de rádio e TV não são propriedade privada, mas concessões públicas que não podem funcionar à revelia das leis e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eis os pontos do Código de Ética referentes aos Direitos Humanos:

Art. 6º É dever do jornalista:

I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios
expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;

XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias
individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos,
negros e minorias;

XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais,
econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física
ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 7º O jornalista não pode:

V – usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;

Também atuando no sentido pedagógico que acreditamos que deva ser uma das principais intervenções do sindicato e da Comissão de Ética, realizaremos um debate sobre o tema em nosso auditório com o objetivo de refletir sobre o papel do jornalista como defensor dos direitos humanos e da democratização da comunicação."

Fonte: http://jornalistas.org.br


Ela extrapola todos os limites. Será que o jornalismo do SBT ficou reduzido apenas nesse discurso intolerante da Rachel Sheherazade?
 
Última edição:
No começo da declaração ela não fala nenhum absurdo. Cita que o jovem amarrado ao poste não prestou queixa por ter a ficha suja (verdade), que a taxa de assassinatos no Brasil é elevadíssima (verdade também), que sofremos com a morosidade penal (novidade?). E menciona que a atitude dos "justiceiros" é até compreensível. Vejam, compreensível não significa justificável. Até aí ok.

O problema é quando ela usa o argumento de que a ação dos tais justiceiros é uma "legítima defesa coletiva". Nessa parte ela parece sim querer justificar a ação, e é onde ela erra feio. Legítima defesa é uma questão circunstancial e onde a vítima age para defender a própria vida (ou a de outra pessoa). Isso aí foi uma ação planejada, e o alvo não estava ameaçando a vida dos agressores no momento.

Sim, a justiça no Brasil é falha e as taxas de crime são obscenas. Mas isso não justifica que as pessoas comecem a agir como justiceiros. Os caras que cometeram a agressão tornaram-se eles também criminosos, e a ação deles não deve ser defendida, tampouco explicada como "legítima defesa".

No mais, é importante também que não se caia em contradição como vejo muita gente fazer ao comentar o caso. Exemplo: pessoas que já correm para enquadrar o ocorrido numa questão de classes (rolezinho, oi?) e, ao mesmo tempo em que condenam os agressores, acham que o jovem agredido é que é a real vítima da sociedade, e que portanto os crimes dele são "desculpáveis". Essa galera não percebe que, ao justificar o crime e a ação violenta por parte de um grupo por conta de questões sociais (desigualdade, pobreza, etc.), também estão justificando a ação do grupo que condenam (pois agiram segundo o mesmo tipo de pretexto).

Vejo muita gente achando legítima a ação violenta de determinados grupos (ex: black blocs), ao mesmo tempo em que condenam a ação desses justiceiros, sem acharem que há qualquer contradição nisso. Mas a situação é exatamente a mesma: um grupo usando da força para impor uma "justiça" acima da lei.
 
Concordo com quem postou no facebook aquele papo de "quem concorda com a tranca de bicicleta me deleta agora". Felizmente não apareceu ninguém da minha lista falando que o garoto é um pobre coitado fruto da desigualdade social e que ele só roubava por causa da ostentação (que tinha que ser crime). Eu deletaria na hora.
 
Já temos o Bolsonaro, o Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e agora essa mulher intolerante falando essas merdas, como se realmente adiantasse alguma coisa linchar ladrão.
Onde vamos parar, hein Brasil?
Será que ela teria coragem de se aliar aos "jovens" que ela diz compreender tanto e ir lá fazer "justiça com as próprias mãos" junto com eles?
Tá é tudo muito confortável pra ela, sentadinha lá, puxando o rabo alheio mas com o c*zinho protegido pelo Silvio Santos.
Bando de hipócrita essa gente.
 

Então, pareceu o SBT tirando o dele da reta, né?
E ela com aquele papinho furado de sempre de ter sido "mal compreendida" e que "não foi nada disso que eu disse, minhas palavras foram muito claras" :blabla:.

É até engraçado ela falando :"estou todo dia aqui batendo na violência" :lol:
Batendo, trucidando, descendo o cacete mesmo; ela deve ser da opinião que gente violenta deve ser presa e arrebentada como dizia o imbecil saudoso (NOP!) João Figueiredo. :rofl:
 
Né, já estava programado essa tirada da reta do SBT, mas a coisa está pior que imaginei. Sério que não consigo entender o que se passa na cabecinha da Raquel :doido: Mas ainda tenho esperança que melhore: o jornalismo, mas a Raquel Sheherazade...:naoteouc:

"NÃO EXISTE legitima defesa coletiva!!
Segundo Fernando Capez (Curso de Direito Penal. 2009. p.284), legitima defesa "consiste em repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando MODERADAMENTE dos meios necessários". Não houve legitima defesa!" (Amigo advogado)
 
Última edição por um moderador:
O comentário da Sheherazade foi irresponsável em um nível absurdo e se prestou a justificar a ação dos justiceiros. Mais do que isso, faz apologia e incita ações análogas.

Palavras dela: "... num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível. O Estado é omisso, a polícia desmoralizada, a justiça falha... que que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de uma legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limites."

Falou o óbvio... vivemos uma crise de (in)segurança pública. Os desdobramentos que retira disso, no entanto, são estarrecedores. Foda-se o contrato social. Se o Estado não dá conta, é até compreensível que você junte seus amiguinhos e promova o "contra-ataque aos bandidos".

E verdade seja dita, a questão é complexa. A segurança pública é um dos grandes problemas da nossa época. Então a violência é endêmica porque o Estado é omisso. É isso? A partir daí, que reflexões podem ser feitas? Quais as possíveis soluções?
Vamos enrijecer o aparato repressivo do Estado? Como seria isso? Afinal, temos uma das maiores populações carcerárias do mundo. O que fazer? Pena de morte? Pensar soluções que debelem a corrupção do nosso sistema prisional e desmontem o poderio de criminosos que comandam grupos de lá de dentro? Seria ótimo, mas não é fácil. Repensar as nossas polícias? Otimizar e aumentar a eficácia relativa do judiciário? Como? Que caminhos seguir para alcançar essas metas? Adianta o Estado endurecer a repressão sem que busque construir uma sociedade mais inclusiva? Sem que busque minorar problemas históricos de injustiça social?
Elenquei essas questões apenas pra demonstrar que está longe de ser algo simples... e que a solução obviamente não é incentivar a organização e justiçamento promovido pelos "cidadãos de bem". Aliás, que medo tenho desses tais "cidadãos de bem" por aí.

Ora, como um amigo do @Bruce Torres postou no facebook, Sheherazade pode ter cometido o crime de apologia e incitação ao crime (artigos 286 e 287 do Código Penal). Pela lógica dela, poderia-se amarrá-la no poste como legítima defesa coletiva.

E que puta clichê idiota essa demonização pura e simples dos direitos humanos, essa coisa de "adote um bandido". A galera do "direitos humanos para humanos direitos" foi à loucura. Não! Direitos humanos para todos, inclusive pro bandido, pro marginal, pro assassino. E vem com essa de que isso é conversa de esquerdista quando o todos iguais perante a lei - ao menos em teoria - é um dos pilares da democracia liberal.

Sobre o caso, em si, ainda não entendi porque os agressores pagaram fiança e estão livres, se tortura é crime inafiançável no Brasil.
 
Concordo com quem postou no facebook aquele papo de "quem concorda com a tranca de bicicleta me deleta agora". Felizmente não apareceu ninguém da minha lista falando que o garoto é um pobre coitado fruto da desigualdade social e que ele só roubava por causa da ostentação (que tinha que ser crime). Eu deletaria na hora.

Acho que um esquerdista sério, intelectualmente falando, não usa as origens que ele especula para a criminalidade juvenil como uma forma de justificar ou de dizer que a mesma não seja passível de coerção e de penalização.

O que ocorre é que estas causas especuladas tocam-lhe o espírito muito mais que a necessidade pontual de punição, e aí é difícil pra caramba ter "energia psíquica" para defender duas atitudes que, em seu impulso, são tão adversas, mesmo que logicamente elas não sejam absolutamente incongruentes.

Mas aí um bando de manés que já são heterótrofos de ideias descamba toda a discussão para uma retórica de justificativa, dizendo que o crime é o sintoma de uma revolução anarquista iminente que vá libertar a humanidade ou coisa do tipo.

Como já postei em outro tópico, a direita e a esquerda ficam num debate de falsa dicotomia entre "investigar e tratar as causas sociais/reabilitar os presos/etc" x "fazer com que a lei seja cumprida" que é totalmente desgastante e improdutivo.

Quanto ao foco da questão, acho o comentário da Raquel lamentável, até porque essa coisa de "justiceiro" nunca funcionou, vide as milícias do Rio. Elas acabam se transformando é em um estado paralelo, e particularmente num modal muito mais truculento do mesmo. Posto que o Estado é o monopólio da violência, e a natureza humana é buscar o ganho próprio uma vez que este poder seja conquistado, o paramilitarismo sempre descamba para a tirania. Ainda que, em seus momentos iniciais, possa existir boas pessoas na jogada.

Apelar ao justiceirismo significa abrir mão do Estado oficial, e aí jogar fora o bebê com a água do banho e voltar ao zero, à barbárie absoluta. Porque se ele tem inúmeros defeitos, ao menos um Estado latino-americano típico já tem resquícios de mecanismos de controle e de disputa entre interesses que ajudam a aplacar um pouco a tirania.

Mecanismos os quais foram fruto de um processo longo, suado e sangrento ao longo dos séculos XVIII e XIX.
 
No começo da declaração ela não fala nenhum absurdo. Cita que o jovem amarrado ao poste não prestou queixa por ter a ficha suja (verdade), que a taxa de assassinatos no Brasil é elevadíssima (verdade também), que sofremos com a morosidade penal (novidade?). E menciona que a atitude dos "justiceiros" é até compreensível. Vejam, compreensível não significa justificável. Até aí ok.

O problema é quando ela usa o argumento de que a ação dos tais justiceiros é uma "legítima defesa coletiva". Nessa parte ela parece sim querer justificar a ação, e é onde ela erra feio. Legítima defesa é uma questão circunstancial e onde a vítima age para defender a própria vida (ou a de outra pessoa).

Eu enxerguei tudo da mesma forma que você... Só esse final, que também não achei que ela estivesse tentando "justificar a ação". Eu vi mais como uma ironia mesmo. Ela até disse "É o que eu chamo de legítima defesa coletiva...". Depois ela tira um sarro com os direitos humanos, mas isso aí já é de praxe desse pessoal que flerta com idéias fascistas.

Acho sempre os comentários da Sheherazade forçadassos e hiper-moralistas, mas neste caso achei que foi uma atitude bem de censura por parte do PSOL em comprar a briga só pra parecer bem na fita. Achei bem mais razoável a campanha do facebook de querer colocar o Chaves no lugar dela...
 

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