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A religião dos Valar

Darth Imperius

Usuário
Eu acho que alguém em algum momento já deve ter criado um tópico sobre esse tema, mas já que eu não consegui encontrar vou fazer a pergunta aqui e me perdoem caso esteja me repetindo.

Sou um grande amante do estudo de religiões pagãs como Asatru, Kemetismo, Helenismo dentre outras (sendo que sou membro praticante dessas duas ultimas) e ao ler alguns textos bastantes interessantes sobre o jedismo, religião que cultua a força do Star Wars me veio em mente a segunda pergunta:

Ninguém jamais criou uma religião para cultuar os deuses da Terra Média? Procurei na internet alguma informação acerca isso, mas não encontrei nada especial, é um pouco frustante já que o universo de Tolkien é tão rico e profundo religiosamente falando quanto o universo Star Wars.
 
Houve cultos a Melkor em Númenor e é dito (em algum lugar, só não me pergunte onde pois não lembro) que os Valar eram cultuados pelos homens como deuses. Mas espere o @Ilmarinen fazer um post muito melhor que o meu, com fontes, informações etc.
 
Houve cultos a Melkor em Númenor e é dito (em algum lugar, só não me pergunte onde pois não lembro) que os Valar eram cultuados pelos homens como deuses. Mas espere o @Ilmarinen fazer um post muito melhor que o meu, com fontes, informações etc.

Eu acho que ele se refere à religiões no mundo real, Morfs, e não dentro do legendarium.

Se for nesse sentido, sugiro o livro Handbook of Hyper-real Religions, editado pelo sociólogo Adam Possamai. Ele tem um capítulo intitulado "The spiritual milieu based on J.R.R. Tolkien's literary mythology", de autoria de Markus Altena Davidsen, que inclusive você pode ler no Google Books, aqui! =]
 
Sim de fato eu estava me referindo ao mundo real (ou deveria dizer mundo atual?)

De qualquer forma obrigado Feanor vou dar uma olhada =D
 
Já vi um post no face (se não me engano na comunidade da Valinor msm) que dizia que o universo criado por Tolkien, bem como seus deuses (Valar) eram muito semelhantes aos orixás dos cultos africanos.

Eu só acho que Tolkien quis manter a essência de "monoteísmo" ao criar Eru (e os Valar como uma espécie de "anjos") mas colocou bastante características "humanas" nos mesmos, lembrando bastante mitologias como a grega ou a nórdica.

[/viagem]

-q
 
Já vi um post no face (se não me engano na comunidade da Valinor msm) que dizia que o universo criado por Tolkien, bem como seus deuses (Valar) eram muito semelhantes aos orixás dos cultos africanos.

Nunca pensei nisso, fez um pouco de sentido até.
 
Nunca pensei nisso, fez um pouco de sentido até.
Sim, faz, completamente... Inclusive tem o detalhe interessante de que o Ilúvatar da mitologia iorubá dos Orixás, Olorum/Olorun, tem como símbolo o branco e o nome parecido com o nome valinoriano de Gandalf, Olórin.

Esse detalhezinho curioso foi comentado pelo Jason Fisher recentemente e por mim mesmo, anos atrás na Mailing list da Valinor/Calaquendi embora a menção direta ao Olórin eu tenha deixado de fora, mesmo pensando nela (por motivos óbvios na ocasião, já que eu estava pondo os panos quentes numa pseudo-flame war e não queria desviar o assunto pra ponto potencialmente contencioso e polêmico).

A analogia entre Oxalá e Manwë, por exemplo, é tremendamente na cara em termos de função, não é de admirar, já que ambos são comparados a São Miguel Arcanjo ( alguns o sincretizam com Jesus Cristo ( Umbanda), lembrando a crença aludida por Tolkien no Contos Inacabados de que Manwë teria encarnado como Gandalf ( ou seja, o paralelo ocorre até nessa perspectiva).

Página legal sobre o Arcanjo Miguel

It was believed by many of the 'Faithful' that 'Gandalf' was the last appearance of Manwë himself... But I think it was not so... To the overthrow of Morgoth he sent his herald Eonwë. To the defeat of Sauron would he not then send some lesser (but mighty) spirit of the angelic people, one coeval and equal, doubtless, with Sauron in their beginnings, but not more? Olórin was his name. But of Olórin we shall never know more than he revealed in Gandalf.

Obatala in Yoruba religion[edit]
In Ile Ife: the dying and rising god[edit]


Praying Obatala priests in their temple inIle-Ife
According to mythical stories Obatala is the eldest of all orisha and was granted authority to create the earth. Before he could return to heaven and report to Olodumare however, his rival Oduduwa (also called Oduwa, Oodua, Odudua or Eleduwa) and younger brother usurped his position by taking the satchel and created in his stead the earth on the Primeval Ocean. A great feud ensued between the two that is re-enacted every year in the Itapa festival in Ile Ife, Nigeria. Ultimately, Oduduwa and his sons were able to rule with Obatala's reluctant consent.

Mesmo assim acho que vc iria gostar de dar uma bizolhada nisso daí Kabral:

Oromë, Tilion e o Deus de Chifres celta

Nem tudo que deixa de ser literal no Tolkien , necessariamente, perde sua relevância simbólica. Túrin pode não ter o seu beijo no Beleg descrito textualmente ( repare que o texto final não é incompatível com a noção de que ele possa ter ocorrido) mas o catatonismo traumático pós-evento tomou o seu lugar e foi tão grave que teve que ser curado com mágica a la Taliesin curando Merlin na mitologia celta. Pro bom entendedor...

Do mesmo jeito, em vários sentidos, Yavanna ( e sua irmã Vána) continuaram vinculadas a Oromë de um modo abstrato e mais simbólico ( explicado no texto acima) e , aparentemente, essa ligação entre eles tinha conexão com as identidades de Tom Bombadil e Goldberry, no sentido metafísico do termo.

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Não preciso te dizer que Exú, o orixá mensageiro entre esse mundo e o outro e símbolo de fertilidade, faz o papel correspondente do Deus de Chifres céltico que corresponde ao Oromë. Oxóssi e Ossain também são paralelos a ele.

Também não deixa de ser interessante, coisa que até Jason Fisher notou que o nome de Gandalf , Olórin, seja tão similar ao "Eru Ilúvatar" dos mitos iorubás, Olorun, que é associado à cor branca.

Eu acho que Tolkien, no mínimo, ia achar muito interessante uma mitologia que continha uma noção de deuses menores, guardiães-regentes do Mundo Material, coexistindo com um Deus Onipotente Criador do Universo como acontece nesses mitos africanos. Ainda mais quando foi sincretizada com o cristianismo como aconteceu aqui no Brasil.Não é de se descartar a hipótese de que esse layout básico e algumas idéias possam ter influenciado alguns desdobramentos do Legendarium do Tolkien.

Inclusive, ao que parece, o termo Olorin EXISTE na lingua iorubá, significando "Cantor" ( epa:sabia::sacou: ( Canção dos Ainur , anyone?)), e está, muito provavelmente, etimologicamente conectada a Olorum ( e está: Olorin é o "Dono" da Canção-Olorun é o "Dono" do Céu mas, sem dúvida, o Deus Criador também é um Cantor/Portador da Palavra divina na mitologia iorubá (Ifá, meio correspondente ao Eä de Tolkien*)

Olorin -- [pronounced olowrhin]
is the Yoruba word for singer. A word we use often to describe our favorite singers & gist about their songs. The word olorin is a fusion of two words : orin & oli. Orin is the Yoruba word for song & oli is the Yoruba word for owner of. Of course oli is never used alone but always joined with the word it's describing. For example : Olorin [the owner of the song], Olorun [the owner of the sky : God], Olododo[the owner of truth] etc.


*Ifá. Is the word of Olodumare encompassing all knowledge of things past, present and future. It is sometimes used interchangeably as the name for the orisha deity Orunmila. Orunmila (Ela) is the orisha of wisdom and knowledge, who created the system and method for accessing the knowledge of Ifa ; and so during the ritual of divination a "client" is said to "consult Ifà". *D'afa or more appropriately Ifa dida, is the name of the divination ritual itself where one accesses specific verses in the Odu Ifá (the Yoruba sacred texts) given to the diviner through arrangements of the sacred palm nuts cast in divination.

OLÓRÍ – Chefe.


OLORIN - Cantor.


OLÓRÓ - Venenoso.


OLORUM - Senhor dos céus, Deus judaico e cristão. Deus Supremo. Entidade suprema, força maior, que está acima de todos os Orixás.

Falando aqui do tema principal do tópico: Tolkien não ia gostar nadica de nada de ver a mitologia do Legendarium usada como template direto pra uma variante de neo-paganismo contemporâneo, mas ele próprio disse, no Silmarillion, que os Valar originaram as crenças pagãs nos deuses pré-cristãos.

Então, qualquer credo que reverencie alguma dessas entidades por outro nome se refere a algum dos Valar sem precisar usar os nomes de Tolkien e ele, sem dúvida, preferiria que continuasse assim.
 
Última edição:
Essa (quase) falta de cultos ou religiões organizadas e centrada nas figuras "mor" dos Ainur pode ser explicada por um substrato teológico que (creio) Tolkien era versado. Vide o conhecimento Tomista que divide a verdade/revelação entre "Natural"; "Eterna"; "Divina".
Há este ótimo texto, discutido neste tópico: http://forum.valinor.com.br/topico/o-hobbit-realmente-se-passa-na-terra-media.106507/#post-2246306, que trata de um conhecimento semi-instintivo que alguns povos, e principalmente os hobbits teriam com o divino: http://www.templodoconhecimento.com/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=306

"Tolkien afirma que os hobbits tem algo como uma religião natural. Uma certa percepção intuitiva, não "revelada" ou deduzida pela razão, do que é certo, ou de como o mundo é de fato. Não é segredo pra ninguém que Tolkien tinha um grande conhecimento de escolástica (medieval, pelo menos, talvez moderna também). O tomismo divide a Verdade universal em Divina, Eterna e Natural, sendo estas duas últimas mundanas, e, portanto poderiam ser percebidas ou deduzidas sem o conhecimento da Palavra. E de certa forma mesmo o Divino poderia ser algo sentido, embora não descoberto. Dessa forma, há um relato de um missionário espanhol entre os índios no século XVI que afirma que os índios eram tão inocentes e sinceros em suas práticas idólatras que deveria ser visto ali uma genuína fé mal direcionada. Acredito que Tolkien segue esta forma de pensamento. Os hobbits percebiam de forma fraturada Eru, mas na essência era puro. Pelo Mythopoeia se depreende que essa era a concepção de Tolkien a respeito da religião humana também, adaptada e decorada com a ação criativa humana."

Ou seja, o aspecto religioso/ou de culto/conhecimento acerca do divino seria direcionada à possibilidade de uma compreensão do transcedente, mesmo antes da produção de qualquer Escritura sagrada, uma vez que até aos povos desprovidos da "Revelação", seriam capazes de guardar uma lei natural que lhe imprimisse certa moralidade, a compreensão do mal, etc. Tal seria a revelação Natural:

Theology-of-Nature-300x273.png


"Creio que isso explica como a religião é em geral tratada por toda a obra. Sendo o Divino e o Natural perceptível, era possível para os povos de Arda viverem de forma correta por sua intuição, não precisando de Revelações. Aliás, isso é corroborado pelo Conto de Adanel, onde o Divino é diretamente alcançado no interior do ser enquanto os homens eram impolutos, mas esse Divino não instrui amplamente os humanos, sendo mais uma supraconsciência que uma fonte de conhecimento. Esse se cala à medida que os homens se afastam da vida correta."

É lembrar dos homens, que se degeneraram quando Melkor (ou seria Sauron?) chegou como um deus pessoal no "Jardim do Éden" dos homens de Arda, belo e terrível em majestade, vide "A queda do homem": http://www.valinor.com.br/107

[O "Conto de Adanel" era é uma versão da história da "Queda dos Homens" como contada na Terra-média entre os Edain da Primeira Era. Está contido no volume 10 da série The History of Middle-earth X, Morgoth's Ring]

Então Andreth, encorajada por Finrod, disse por fim: “- Este é o conto que Adanel, da Casa de Hador, contou-me”.

Alguns dizem que o Desastre aconteceu no início da história de nosso povo, antes que qualquer um houvesse morrido. A Voz falara a nós, e nós ouvíramos. A Voz disse: “- Vós sois meus filhos. Enviei-vos para aqui habitardes. No devido tempo herdareis toda esta Terra, mas primeiro deveis ser crianças e aprender. Pedi a mim e ouvirei, pois velo por vós”.

Compreendemos a Voz em nossos corações, embora ainda não possuíssemos palavras. Então o desejo pelas palavras despertou em nós, e começamos a criá-las. Mas éramos poucos, e o mundo era vasto e estranho. Embora muito desejássemos compreender, aprender era difícil, e a criação das palavras era lenta.

Naquele tempo com freqüência chamávamos e a Voz respondia. Mas ela raramente respondia nossas perguntas, dizendo apenas: “- Primeiro procurai encontrar a resposta por vós mesmos. Pois tereis alegria na descoberta, e assim saireis da infância e tornar-vos-eis sábios. Não procureis deixar a infância antes de vosso tempo”.

Mas tínhamos pressa, e desejávamos ordenar as coisas à nossa vontade; e as formas de muitas coisas que desejávamos criar despertaram em nossas mentes. Portanto, falávamos cada vez menos à Voz.

Então alguém apareceu entre nós em nossa própria forma visível, mas maior e mais belo, e ele disse que viera por piedade. “Vós não deveríeis ser deixados sozinhos e sem instrução” disse ele. “O mundo está repleto de riquezas maravilhosas que o conhecimento pode revelar. Vós poderíeis ter alimentos mais abundantes e mais deliciosos do que comeis agora. Vós poderíeis ter tranqüilas habitações, nas quais poderíeis manter a luz e afastar a noite. Poderíeis inclusive vestir-vos igual a mim.”

Então olhamos e vede, ele usava vestes que brilhavam como prata e ouro, e tinha uma coroa em sua cabeça e jóias em seu cabelo. “Se desejais ser como eu” disse ele “, ensinar-vos-ei”. Então aceitamo-lo como mestre.

Ele era menos rápido do que esperávamos a ensinar-nos como encontrar, ou criar por nós mesmos, as coisas que desejávamos, embora ele houvesse despertado muitos desejos em nossos corações. Mas se qualquer um duvidasse ou ficasse impaciente, ele trazia e colocava diante de nós tudo o que havíamos desejado. “Sou o Provedor de Presentes” disse ele “, e os presentes nunca faltarão enquanto vós confiardes em mim”.

Por conseguinte, reverenciamo-lo, e por ele fomos cativados, e dependíamos de seus presentes, temendo retornar a uma vida sem eles que agora parecia-nos pobre e dura. E acreditamos em tudo que ele ensinou. Pois estávamos ávidos para saber sobre o mundo e sua existência: sobre as feras e pássaros, e as plantas que cresciam na Terra; sobre nossa própria criação; e sobre as luzes do céu, sobre as estrelas incontáveis, e a Escuridão na qual elas estão.

Tudo o que ele ensinava parecia bom, pois ele possuía um grande conhecimento. Mas cada vez mais ele falava da Escuridão. “Maior de todas é a Escuridão” disse ele “, pois Ela não tem limites. Vim da Escuridão, mas sou Seu mestre. Pois eu criei a Luz. Criei o Sol e a Lua e as incontáveis estrelas. Proteger-vos-ei da Escuridão, que de outro modo devorar-vos-ia”.

Então falamos-lhe da Voz. Mas sua face tornou-se terrível, pois ele enfurecera-se. “Tolos!” disse ele. “Aquela era a Voz da Escuridão. Ela deseja afastar-vos de mim, pois Ela está faminta por vós”.

Ele então foi embora, e não o vimos por um longo tempo, e sem seus presentes éramos pobres. E então chegou um dia no qual a luz do Sol repentinamente começou a falhar, até que foi apagada, e uma grande sombra caiu sobre o mundo, e todas as feras e pássaros temeram. Então ele veio novamente, caminhando através da sombra como um fogo brilhante.

Prostramo-nos. “Há alguns entre vós que ainda estão dando ouvidos à Voz da Escuridão” disse ele “e, portanto, Ela aproxima-se. Escolhei agora! Podeis ter a Escuridão como Senhor, ou podeis ter a Mim. Mas a menos que tomeis a Mim por Senhor e jureis servir-Me, partirei e deixar-vos-ei, pois possuo outros reinos e moradias, e não preciso da Terra, nem vós”.

Então em medo falamos conforme ele ordenara, dizendo: “- Vós sois o Senhor. Apenas a Ti serviremos. À Voz renunciamos e não mais escuta-la-emos”.

“- Que assim seja!” disse ele. “Agora construí a Mim uma casa sobre um local elevado e chamai-na Casa do Senhor. Para lá irei quando desejar. Lá visitar-Me-eis e fazer-Me-eis vossas súplicas”.

E quando tínhamos construído uma grande casa, ele veio e colocou-se diante do alto assento, e a casa foi iluminada como que por fogo. “Agora” disse ele “apareça qualquer um que ainda dê ouvidos à Voz!”

Havia alguns, mas por medo eles permaneceram imóveis e nada disseram. “Então curvai-vos diante de Mim e reconhecei-Me!” disse ele. E todos curvavam-se ao solo diante dele, dizendo: “- Vós sois o Único Grande, e somos Vossos”.

Com isso, ele ergueu-se como em uma grande chama e fumaça, e fomos queimados pelo calor. Mas repentinamente ele partira, e estava mais escuro que a noite, e fugimos da Casa.

Posteriormente sempre íamos com um grande pavor da Escuridão, mas ele raramente aparecia novamente entre nós em uma forma bela, e trazia poucos presentes. Se em grande necessidade ousávamos ir à Casa e orar-lhe para que ajudasse-nos, escutávamos sua voz, e recebíamos suas ordens. Mas agora ele sempre ordenava-nos a executar alguma tarefa ou dar-lhe algum presente antes de ouvir a nossa prece; e as tarefas tornavam-se sempre piores, e mais difícil abrir mão dos presentes.

A primeira Voz nunca mais ouvimos, exceto uma vez. No silêncio da noite Ela falou, dizendo: “- Renunciastes a Mim, mas vós permaneceis Meus. Dei-vos a vida. Agora ela encurtar-se-á, e cada um de vós em pouco tempo virá a Mim, para aprender quem é vosso Senhor: aquele que idolatrais ou Eu que criei-o”.

Então nosso terror pela Escuridão aumento, pois acreditávamos que a Voz era da Escuridão por trés das estrelas. E alguns de nós começaram a morrer em horror e angústia, temendo sair para a Escuridão. Chamamos então por nosso Mestre para que salvasse-nos da morte, mas ele não respondeu. Mas quando fomos à Casa e todos lá curvaram-se, ele por fim veio, grande e majestoso, mas seu rosto era cruel e orgulhoso.

“- Agora sois Meus e deveis fazer Minha vontade” disse ele. “Não preocupo-me que alguns de vós morrais e vades para aplacar a fome da Escuridão, pois de outro modo logo haveria muitos de vós, rastejando como parasitas sobre a Terra. Mas se não fizerdes Minha vontade, sentireis Minha ira, e morrereis mais cedo, pois matar-vos-ei”.

Com isso fomos dolorosamente afligidos, pelo cansaço, fome e enfermidades; e a Terra e todas as coisas nela viraram-se contra nós. Fogo e água rebelaram-se contra nós. Os pássaros e feras evitavam-nos ou, se eram fortes, atacavam-nos. Plantas deram-nos veneno, e temíamos as sombras sob as árvores.

Então ansiamos pela nossa vida como fora antes que nosso Mestre chegasse; e nós o odiamos, mas o temíamos não menos que a Escuridão. E cumprimos sua ordem, e mais do que sua ordem; pois tudo que pensávamos que agradar-lhe-ia, embora maligno, fazíamo-lo, na esperança de que ele aliviaria nossas aflições e que ao menos não mataria-nos.

Para a maioria de nós isso foi em vão. Mas a alguns ele começara a favorecer: os mais fortes e mais cruéis, e aqueles que iam com maior freqüência à Casa. Deu-lhes presentes e conhecimentos que mantiveram em segredo; e eles tornaram-se poderosos e orgulhosos, e escravizaram-nos, de modo que não tínhamos descanso do nosso trabalho no meio de nossas aflições.

Então ergueram-se alguns dentre nós que diziam abertamente em seu desespero: “- Agora finalmente sabemos quem mentiu e quem desejava devorar-nos. não a primeira Voz. É o Mestre que tomamos a Escuridão; e ele não veio dela, como disse, mas nela habita. não mais servi-lo-emos! Ele é nosso Inimigo”.

Então com medo, para que ele não ouvisse-os e punisse a todos nós, matávamo-los se pudéssemos; e aqueles que fugiam nós caçávamos; e, se quaisquer eram pegos, nossos mestres, amigos dele, ordenavam que eles fossem levados à Casa e lá mandados para a morte pelo fogo. Isso agradava-lhe enormemente, seus amigos diziam; e, de fato, por um tempo parecia que nossas aflições foram aliviadas.

Mas conta-se que houve alguns que escaparam-nos, e partiram para países longínquos, fugindo da sombra. Ainda assim eles não escaparam da ira da Voz, pois eles haviam construído a Casa e curvaram-se nela. E por fim chegaram ao final da terra e às praias da água intransponível; e vede, o Inimigo estava lá diante deles.

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E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.

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É de se pensar que após a "queda", o homem "punido" por Iluvatar tenha estado num dilema essencial quanto ao contato pelo divino, ou seja, trataria-se da incapacidade do homem em conhecer o sagrado, seja pela natureza ou história (provável que os homens pós-queda à Melkor/Sauron, teriam perdido tal capacidade). Isso se espelha, na minha opinião, à Teologia Barthiana: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_de_Karl_Barth

Com muita veemência, Barth rejeita qualquer modalidade de teologia natural. Para ele, Deus não pode ser conhecido pela capacidade da razão humana, ele também não se revela na natureza e nem na história.

Essa recusa de Barth a qualquer tipo de teologia natural, levou-o a travar uma disputa com o teólogo reformado Emil Brunner. A rejeição total da teologia natural e a desconsideração por uma revelação mais ampla, por parte de Barth, foram criticadas por Brunner, que reconhecia a existência de um ponto de contato entre o Evangelho e a natureza humana. Em 1934, Barth escreveu uma declaração em resposta a Brunner intitulada Nein (Não), rejeitando a teologia natural. Brunner também observou que a doutrina da eleição, formulada por Barth, desembocava num universalismo.

Acentuando que a revelação de Deus aconteceu exclusivamente em Jesus Cristo, Barth posicionou-se contrário à doutrina católica romana da analogia entis (analogia do ser), contrapondo-a à analogia fidei (analogia da fé).

Para Tomás de Aquino, há uma correspondência (analogia) e até uma semelhança entre Deus e sua criatura, o que nos permitiria aplicar conceitos humanos em referência a Deus. Essa correspondência do ser foi denominada de analogia entis. Barth salientou que a correspondência (analogia) acontece somente numa relação de fé, e exclusivamente por iniciativa de Deus. Ela não acontece naturalmente. Por isso, ele acentuou a analogia fidei. Qualquer pretenso conhecimento racional de Deus vem a ser "culpada arrogância religiosa".

A teologia católica seguia o princípio tomista da analogia entis: a ideia de que é possível falar de Deus a partir do conhecimento humano. Segundo Barth, a analogia entis é o abominável caminho que vai de baixo para cima, com a presunção de que a partir da terra se penetre no mistério divino. O caminho correto seria o que parte da revelação de Deus – de cima para baixo; é o caminho daanalogia fidei. É a partir da fé que o cristão compreende a verdade de Deus e não se baseando na sua própria razão. Quando a fé procura suportes racionais, ela deixa de ser fé. Segundo Barth:

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"… se nós conhecemos Deus como Senhor (Criador, Reconciliador e Redentor), não é porque conhecemos outros senhores e senhorias. E também não é verdade que o nosso conhecimento de Deus como Senhor deve-se em parte ao nosso conhecimento de outros senhores e senhorias e em parte à revelação. O nosso conhecimento de Deus como Senhor deve-se total e exclusivamente à revelação de Deus".
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E Barth prossegue, argumentando em prol da analogia fidei:

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"À pergunta de como conseguimos nós conhecer Deus por meio do nosso pensamento e da nossa linguagem, devemos dar a resposta que, por nós, não podemos jamais alcançá-lo e conhecê-lo. Isso só acontece quando a graça da revelação de Deus nos alcança e nossos métodos de pensar e falar, adota-nos e a eles, perdoa, salva e protege a nós e a eles. A nós só é concedido e permitido fazer uso – e uso com êxito – dos instrumentos postos à nossa disposição. Não somos nós que criamos esse êxito e sequer os nossos meios, mas sim a graça da revelação de Deus".
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Mas, de acordo com a perspectiva barthiana, o homem pode (e deve) falar de Deus deixando que Deus, e só Ele, fale. E "a Palavra de Deus outra coisa não é do que o próprio Jesus". É neste sentido que pode-se falar da concentração cristológica da teologia de Barth.

A perda deste contato, conhecimento do divino seria total aos Edains? Creio que não, não obstante a "Problemática do Mal" evidenciada pela queda, fora daí que o "Cristo" de Arda se fez necessário, e a revelação numa forma de profecia encontra-se no "Diálogo entre Finrod e Andreth". Isso é pura "Doutrina da Retribuição": http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/8797/8797_3.PDF

- Assim seja! Custosas lhes sairão essas canções e serão, entretanto, uma boa aquisição. Pois o preço não poderia ser outro. Assim, exatamente como Eru nos falou, uma beleza ainda não concebida chegará a Eä e ainda terá sido bom que o mal tenha existido.

- E mesmo assim continuará sendo o mal – retrucou Mandos, porém

O elemento do sistema teológico que pretende elucidar o problema do sofrimento é a doutrina da retribuição, segundo a qual o infortúnio configura-se no castigo infligido por Deus a quem viola seus mandamentos (Embora essa visão seja especialmente veterotestamentária, dela o cristianismo nunca se desvencilhou: como veremos, a retribuição permanece integralmente - e com requintes de crueldade - no dogma do pecado original)
A harmonia da criação implica lógica do nexo de causalidade: nenhum ato é sem efeito. Todos os eventos decorrem de alguma causa, ainda que conhecida apenas de Deus. Não há, pois, no sistema metafísico monoteísta, absolutamente nenhum espaço para o absurdo. Há o incompreensivo, o secreto, o misterioso e o sagrado, mas nunca o absurdo. O que ainda não foi manifestado por Deus, ou que não foi ainda compreendido pelo homem, certamente o será no futuro, pois a revelação é um processo lento e contínuo, que aguarda a consumação do tempo e o fim da história ser concluída.

e

“Eles dizem”, respondeu Andreth, “eles dizem que o próprio Único entrará em Arda, e curará os Homens e toda a Desfiguração do princípio até o fim. Isso, eles dizem também, ou fingem, é um rumor que veio através de anos incontáveis, mesmo dos dias de nosso ferimento”.

Engraçado que mesmo possuindo o contato direto com o divino, os elfos e Ainur que esclareceram a "verdade" aos Edain, agiriam como os anjos que supostamente desejavam transmitir a Revelação aos homens: http://www.valinor.com.br/71

"Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar" ( 1Pd 1:12).

Ademais:

De fato, o pensamento de Ilúvatar com relação a vocês não é do conhecimento dos Valar; e ele não revelou tudo o que está por acontecer.
Mesmo assim, muitas gerações de homens ainda não nascidos poderão passar antes que esse propósito seja conhecido. E a vocês ele será revelado, não aos Valar

Não obstante a sutileza dos ditos elementos "sagrados" e a (alegada) inexistência de cultos, é de se supor um papel muito, mas muito relevante à 2 personagens citados, mas que não é dada a atenção merecida: Allatar a Pallando, os magos azuis: http://forum.valinor.com.br/topico/os-magos-azuis-e-os-espectros-do-anel.88860/page-4#post-2251619

Blue-Wizards.jpg


Sabemos que foram para o leste e tiveram algum êxito na diminuição da influência de Sauron. É possível que na luta do oriente, na revelação de artes e conhecimentos anti-saurônicas, eles teriam introduzido as artes "mágicas" que geraram sacerdócios e elites (praticamente) religiosas que gozassem de status, servindo de base de muitas religiões de mistérios. Sejam as necromânticas, demonológicas ou quem sabe um zoroastrismo nascera deles:

Olha, acho que podemos deduzir, pela análise das citações com os pontos elencados tanto por Tar-Mairon quanto por Elessar Hyarmen, que se por um lado eles tiveram êxito na diminuição da influência de Sauron no leste, esses mesmos magos acabaram por introduzir os povos do leste nas artes "Mágicas" (podendo ter se provado um erro). Neste sentido, ao mesmo tempo em que eles pudessem revelar artes e conhecimento de índole anti-saurônica (já que o conhecimento "arcano" podia ser de interesse de seres humanos que queriam ter poder e informações inéditas, exclusivas, à fim de dominar, pelo saber "revelado", a sociedade ignorante quanto à essas ideias. Ou seja, gozarem de status perante os demais, gerando assim elites "religiosas" que: "Fazem tal conhecimento dizer ou favorecer esse grupo seleto"), eles podem ter gerado (ou dado continuidade) à um interesse para que esses povos complementassem o conhecimento adquirido com técnicas que remetessem ao próprio senhor de Mordor.
Ora, o acesso à tais cultos mágicos "bons" sempre iriam fazer que tais (futuros) seguidores/asseclas quisessem mais informações, mais elementos dessa "nova ciência" apresentada por esses magos.

Sendo assim, mesmo que os magos tivessem desviado uma das formas de dominação de Sauron, qual seja: a criação de cultos à sua imagem, seu caráter divino etc (lembrar da morada de Fogo que tanto aterrorizava os povos que o serviam; seguindo assim um dos intentos de Sauron: usar o terror e o medo para o domínio, e nada melhor do que um culto/religião degenerada); por força da apresentação do verdadeiro conhecimento ou até mesmo a demonstração de prodígios que desmentissem ou "enfraquecessem" o poderio da figura/falso "deus" adorado/a (me parece ser um conceito parcialmente utilizado com o que Moisés fez no conto bíblico da libertação dos Hebreus no Egito: "Porque eu estenderei a minha mão, e ferirei ao Egito com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele; depois vos deixará ir." Êxodo 3:20).

Essa intenção "benevolente" e "libertadora" pode ter feito com que esses mesmos povos que perderam o interesse pelo culto de Sauron e, portanto, repeliram/baniram seu conhecimento/artes malignas, pudessem ter, no futuro, buscado "novos saberes" (complementando um conhecimento "bom" dos sábios do oeste, já que a curiosidade humana sempre quer ser alimentada) e terem retornado à artes que foram embriões de adorações Necromânticas, ou seja, arte esta que já existia e era usada por Sauron, mas sobrevivera à sua queda. Esse mesmo processo e acesso ao poder/novo culto (para esses povos influenciados pelos magos) deve de ter sido um dos pontos nodais para incrementar a corrupção que viria mesmo após a destruição do senhor do escuro; conceito este dito até mesmo por Tolkien que o contato com um poder "mítico" seria um perigo aos elfos, um caminho passível de corrupção, então há de se entender que também para os povos do leste-libertos pudessem retornar (em parte) à condição pré-contato de Palando e Allastar.

Se houve essa demonstração de conhecimentos e realizações "mágicas"-divinas para repelir possíveis fenômenos impressionáveis e amedrontadores (para mantença em uma adoração) por parte de Sauron, os Magos já de cara falharam, pois não deviam ter apresentado seus poderes, pois o intento de livrar esses povos do domínio do Necromante pode ter se dado pelo amedrontamento que os orientais sentiram em ver outros prodígios dos "benevolentes" Istaris: "Fins justificam os meios".

Sem dissentir:

seus emissários estavam proibidos de se revelar em formas de majestade, ou de procurar dominar as vontades dos homens ou dos elfos através da demonstração aberta de poder; mas, vindos em formas débeis e humildes, tinham a incumbência de aconselhar e persuadir os homens e os elfos para o bem, e procurar unir no amor e na compreensão todos aqueles que Sauron, caso retornasse, tentaria dominar e corromper. - Contos Inacabados

Para os povos que continuaram nesta terrível condição (dominação e corrupção "em Sauron"), e que não puderam ser "esclarecidos" (ou não tiveram contato) com os conselhos desses 2 magos, a semente da servidão continuou e perdurou mesmo na 4ª era, então, a adoração de um monstro demoníaco como Sauron pode ter servido de tradição/base para as "demonologias" de várias culturas ou desvio teológico com o culto de falsos "deuses" punitivos, vingativos e sanguinários (além da somatória da confusão que os homens já tinham feito em achar que os Valar seriam deuses). Além, é claro, da consolidação da influência do entendimento exclusivamente humano que deu continuidade à Necromancia (achar que tal arte foi exclusiva da criação humana, e que, portanto, já faz parte da tradição e costumes essenciais para uma sociedade, quando em verdade, fora uma criatura maligna que trouxe tais conceitos. Assim, não adiantaria nada, um dos legados de Sauron perduraria, neste caso, pois agora estaria ainda mais enraizado no homem, de forma que, qualquer tentativa do Reino de Gondor em mostrar/esclarecer e redimir tais povos com a mostragem do "erro" decorrente de uma maldade enganosa da Mão Negra seria virtualmente inútil).

Obs¹: Eu achar que Sauron seria o "Deus" majestoso da "Queda do homem" - Annatar, senhor das dádivas, Sauron/serpente; e Melkor:
"Pois ele ainda era um Valar, e podia mudar sua apresentação ou andar sem forma, como seus irmãos; embora esse poder ele logo perdesse para sempre."

" Ora, Melkor chegou a Avathar e a procurou. Assumiu novamente a forma que havia usado como tirano de Utumno: a de um Senhor cruel, alto e terrível. Nessa forma, ele permaneceu eternamente. "

Obs²: Sobre a comparação entre elfos e anjos. Lembrar de:

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"A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra"
Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam,"

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Última edição:
Eu particularmente, chamo pelos ainur, e principalmente pelos aratar. Não seria complicado esquematizar um culto aos valar e valier, mas não tenho a prentensão de instituir a religião assim como talvez o próprio Tolkien não quereria, entretanto pessoalmente eu vivencio ela. Se alguém me pergunta qual minha religião, posso até explicar e falar dentro de uma concepção antropológica-filosófica-teológica sobre qual são meus deuses (os ainur). Agora sem querer "converter" alguém para isso. Pois tal como é no Legendarium, acho que os próprios ainur não desejam, ao menos os valar e valier, serem cultuados de tal maneira. A veneração aos ainur é uma coisa pessoal. É através da compreensão das outras religiões que eu posso afirmar a mitologia tolkiniana como sendo também ela verdadeira, portadora de uma parte da verdade como um todo, sendo que os ainur, também eles, conhecem apenas os temas que Eru lhes permite conhecer da sua canção.
 
Eu acho que ele se refere à religiões no mundo real, Morfs, e não dentro do legendarium.

Se for nesse sentido, sugiro o livro Handbook of Hyper-real Religions, editado pelo sociólogo Adam Possamai. Ele tem um capítulo intitulado "The spiritual milieu based on J.R.R. Tolkien's literary mythology", de autoria de Markus Altena Davidsen, que inclusive você pode ler no Google Books, aqui! =]

Muito obrigada Fëanor. Eu escrevi um texto detalhando os grupos que criaram algum tipo de religiosidade baseada no Legendarium do Tolkien a partir do trabalho do Davidsen, caso possa interessar alguém: https://www.valinor.com.br/forum/to...-a-iluvatar-no-mundo-real.159229/post-2845530
 

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