não consegui fazer top 5, fiz top10 de melhores e 5 de piores
lá pro bró. vou deixar aqui só a parte dos melhores para não desviar o assunto no tópico (se criarem um tópico de piores leituras me avisem
)
MELHORES LEITURAS DE 2013
1. Haunted (Chuck Palahniuk)
Eu sou da opinião que livro bom é livro que fica com você mesmo depois de muito tempo, e
Haunted é exatamente o caso. Li em junho mas ainda não posso ver uma piscina e não lembrar da história do Saint Gut-Free e aí consequentemente de como esse livro mexeu comigo. E é isso: a galeria de personagens criada pelo Palahniuk acaba te assombrando, objetos ordinários fazem com que você lembre dos relatos extraordinários de cada um dos confinados. Mas mais do que os contos que mostram o que fez com que aquelas pessoas fossem ao “retiro de escritores”, o comportamento delas no tal retiro é bastante chocante também, e acaba trazendo bastante questões sobre a natureza humana. Saiu no Brasil como
Assombro, pela Rocco.
2. Garota Exemplar (Gillian Flynn)
Enquanto ainda planeja um top5, tinha só duas certezas:
Haunted e
Garota Exemplar. Eu gostei tanto de
Garota Exemplar que depois fui ler os outros livros da Flynn (e também gostei bastante), e depois até segui aquelas sugestões duvidosas de “Este é o próximo
Garota Exemplar“. Mas é óbvio que não há como repetir a experiência de leitura, especialmente se já te avisam o que você poderá encontrar. Se por acaso você ainda não leu
Garota Exemplar, fuja de resenhas e qualquer outro tipo de texto e simplesmente confie, vale a pena ler.
3. Tipos de Perturbação (Lydia Davis)
Eu me enrolei um pouco para começar a ler
Tipos de Perturbação por aquele pé atrás completamente idiota que tenho com livros que de repente todo mundo ama (
O Escolhido Foi Você tá no meu kindle há tempos por causa disso, por exemplo). Eu digo que é completamente idiota porque se todo mundo ama, há uma razão para isso, bastante óbvia: caramba, o livro é bom MESMO. Tem passagens de
Tipos de perturbação que parece que a Davis estava ali, falando diretamente comigo, e talvez nesse reconhecimento das nossas esquisitices que ela nos conquiste. Nota mental: para com esse pé atrás, Anica.
4. House of Leaves (Mark Z. Danielewski)
Já tinha ideia de que seria um livro diferente e que provavelmente gostaria bastante dele, mas ainda não sabia
como seria. Sei que na parte de terror
House of Leaves deixa a desejar, mas na estrutura eu me surpreendi bastante. Não só pelo esquema “nota-de-rodapés-enormes-com-história-paralela”, mas pelo trabalho de representação do labirinto com o texto mesmo, é o tipo de coisa que você sabe que não é só invencionice pela invencionice, porque você consegue ver funcionando ali mesmo, na frente dos seus olhos. Respondendo o que me perguntaram com frequência depois que publiquei o post sobre o livro: não, não tem tradução no Brasil e até onde eu sei, não, não tem edição em capa dura disponível.
5. Noites de Alface (Vanessa Barbara)
Certo, quase que o
Love is a Mixtape entrou aqui na lista. Mas achei que
Noites de Alface merecia um lugar até por lembrar que nem só de inovações narrativas se faz uma ótima história, e que muitas vezes a beleza está na simplicidade e, mais ainda, no cuidado dedicado às personagens. É história para te deixar com saudades de gente que você nunca viu (e que bem, nem existe). É livro para te fazer se sentir bem, por mais estranho que seja dizer isso sobre um livro que essencialmente fala sobre como lidar com a perda de uma pessoa querida.
6. Eleanor & Park (Rainbow Rowell)
É young adult, eu sei. Mas acho que a esta altura você já deve ter percebido que eu não tenho esse tipo de preconceito com este tipo de livro. Eu poderia colocar qualquer um da Rowell aqui, para falar bem a verdade
Attachments é ótimo, especialmente se você viveu os anos 90 e
Fangirl é uma declaração de amor para qualquer um que já fez parte de um fandom. Mas
Eleanor & Park foi o que fez com que eu conhecesse a autora, então por isso ele ganhou um espaço na lista. Sai ano que vem no Brasil pela Novo Século.
7. Cadê Você Bernadette (Maria Semple)
Gente, que livro gostoso. É isso: gostoso. A Bernadette é fantástica, a história é divertida e verdade seja dita, fiquei louca para fazer uma viagem como a que Bee pede para a família. É daqueles livros que você termina e depois fica torcendo para que façam logo um filme dele, porque não tem como dar errado. Olha, podem até me dizer “ai, Anica, esse aí é
chick-lit“. Mas eu me diverti tanto (TANTO) enquanto lia que eu acho que merece um espaço na lista, nem que seja por isso, lembrar que literatura é (boa) diversão.
8. O Oceano no Fim do Caminho (Neil Gaiman)
Olá, meu nome é Ana Paula e eu sou uma Gaimete. E na realidade eu já estava meio enciumada, porque há tempos o autor só escrevia livro voltado para crianças (que eu lia mesmo assim, porque né, Neil Gaiman). E aí ele chega com esse livro fantástico e eu até esqueci que fazia tanto tempo que ele não escrevia algo para adulto. Tem de tudo ali: horror, aventura, comédia, até um tico de
Sandman, no final das contas. Ah, e não dá para deixar passar em branco: ponto para a Intrínseca por lançar o livro na mesma data que o lançamento internacional.
(e aqui eu faço fusquinha para vocês de novo e lembro que o Fábio me deu de presente a edição especial ilustrada pelo McKean e autografada pelo Gaiman, que virou obviamente o xodó da minha estante, he.)
9. Love Is a Mix Tape: Life and Loss, One Song at a Time (Rob Sheffield)
Lembro que quando começou a onda de nostalgia dos anos 80 eu e o Fábio comentávamos que logo chegaria a dos anos 90, mas eu dizia aquilo como se eu não fosse fazer parte daquele grupo, entende? Aí eu leio um livro como esse do Rob Sheffield e me dou conta de que, caramba, como os anos 90 foram legais. Mas não se engane, não é só a nostalgia que agrada aqui. Se você gosta de música e principalmente, se você já gostou muito de alguém, a identificação será instantânea. Ainda sem tradução no Brasil.
10. Toda Poesia (Paulo Leminski)
É, faltou um post só para ele, li numa época em que não estava com a menor vontade de atualizar o blog. No fundo foi até bom, acho que ia chover no molhado: falar o quê? Que foi como reencontrar um velho amigo? Que vou ter que deixar um altarzinho aqui em casa para a Companhia das Letras por ter relançado a poesia do Leminski, possibilitando que de “cult” ele passasse para “pop” e que outros livros dele como o
Agora é que são elas ficassem mais fáceis de encontrar? Não tem como você ler
Toda Poesia e falar na minha cara que não gosta de nenhuma poesia. Simples assim.