Ana Lovejoy
Administrador
A menos de uma semana do começo da Feira do Livro de Frankfurt, onde o Brasil será o país homenageado, o escritor Paulo Coelho cancela sua participação na programação do evento. A informação foi dada por Coelho ao jornal alemão “Die Welt”, a qual o GLOBO teve acesso, e será publicada no domingo. Paulo Coelho acaba de cancelar a participação como protesto por autores como Eduardo Spohr, Thalita Rebouças e Raphael Draccon não terem sido convidados. Ele tentou levá-los por conta própria à feira, mas não conseguiu.
Em entrevista ao jornal alemão, Paulo Coelho disse manter contato com jovens escritores do Brasil, mas que, quando o governo chega para apresentar oficialmente a cultura brasileira em outros lugares, infelizmente esses são ignorados e a políticagem interna acaba predominando.
"Falei publicamente e conversei com muitos colegas escritores que não foram convidados para Frankfurt como Eduardo Spohr, Carolina Munhóz, Thalita Rebouças, André Vianco, Felipe Neto e Raphael Draccon, só para mencionar alguns nomes. Eu tentei ao máximo levá-los para a feira, mas sem sucesso. Então, por protesto, eu decidi não ir mais para Frankfurt, o que foi uma decisão difícil por diversos motivos", disse Paulo Coelho ao “Die Welt". "Primeiro porque eu sempre quis ser convidado para um evento como este pelo meu governo, mas também porque tenho fortes laços com a Feira de Frankfurt, especialmente com seu diretor Jürgen Boos, que não só reconheceu o processo de transformação do impresso para o digital, como colocou o tópico até na programação da feira".
Os autores citados pelo escritor, são alguns dos principais best-sellers do país, e representam o gênero da literatura infanto-juvenil, grande fenômeno de vendas do mercado editorial brasileiro. Em posições públicas, Paulo Coelho tem se manifestado um apoiador desses autores. Na entrevista ao jornal alemão, ele critica ainda feiras de livros como a de Genebra e Paris, por caírem no mesmo problema.
“Outras feiras do mesmo molde, como a de Genebra e Paris estão deteriorando porque se prendem a antigos conceitos. Eu não vou para Frankfurt mesmo com a alta estima que tenho por essa feira, porque simplesmente não aprovo o modo que está sendo representada a literatura brasileira. Não quero posar de um Robin Hood brasileiro. Nem de Zorro ou Cavaleiro Solitário. Mas não pareceria certo ser parte da delegação oficial brasileira, do qual não conheço a maioria dos escritores e que exclui tantos outros”, disse Coelho na entrevista.
O best-seller brasileiro disse ainda ficar chateado com a situação, criticando o governo da presidente Dilma.
“Isso é apenas um dos diversos pontos críticos do atual cenário governamental brasileiro. Eu apoiei esse governo e estou muito decepcionado com isso. Existe uma lei que permite grandes empresas como a Volkswagen investirem parte de seus impostos em projetos culturais. Essa lei foi modificada de tal forma que a alta costura brasileira é sustentada por essas taxas, uma indústria que não precisava desse tipo de apoio de forma alguma”, afirmou Coelho. “Para mim, o atual governo brasileiro é um desastre. Onde quer que eu vá, as pessoas sempre me perguntam o que está acontecendo de errado em meu país. O governo fez grandes promessas e não as manteve. Isso é o que está acontecendo de errado.”
Paulo Coelho tinha dois auditórios reservados para ele. Um no Hotel Maritmim, de dois mil lugares, e outro na própria feira, com 800.
fonte
Em entrevista ao jornal alemão, Paulo Coelho disse manter contato com jovens escritores do Brasil, mas que, quando o governo chega para apresentar oficialmente a cultura brasileira em outros lugares, infelizmente esses são ignorados e a políticagem interna acaba predominando.
"Falei publicamente e conversei com muitos colegas escritores que não foram convidados para Frankfurt como Eduardo Spohr, Carolina Munhóz, Thalita Rebouças, André Vianco, Felipe Neto e Raphael Draccon, só para mencionar alguns nomes. Eu tentei ao máximo levá-los para a feira, mas sem sucesso. Então, por protesto, eu decidi não ir mais para Frankfurt, o que foi uma decisão difícil por diversos motivos", disse Paulo Coelho ao “Die Welt". "Primeiro porque eu sempre quis ser convidado para um evento como este pelo meu governo, mas também porque tenho fortes laços com a Feira de Frankfurt, especialmente com seu diretor Jürgen Boos, que não só reconheceu o processo de transformação do impresso para o digital, como colocou o tópico até na programação da feira".
Os autores citados pelo escritor, são alguns dos principais best-sellers do país, e representam o gênero da literatura infanto-juvenil, grande fenômeno de vendas do mercado editorial brasileiro. Em posições públicas, Paulo Coelho tem se manifestado um apoiador desses autores. Na entrevista ao jornal alemão, ele critica ainda feiras de livros como a de Genebra e Paris, por caírem no mesmo problema.
“Outras feiras do mesmo molde, como a de Genebra e Paris estão deteriorando porque se prendem a antigos conceitos. Eu não vou para Frankfurt mesmo com a alta estima que tenho por essa feira, porque simplesmente não aprovo o modo que está sendo representada a literatura brasileira. Não quero posar de um Robin Hood brasileiro. Nem de Zorro ou Cavaleiro Solitário. Mas não pareceria certo ser parte da delegação oficial brasileira, do qual não conheço a maioria dos escritores e que exclui tantos outros”, disse Coelho na entrevista.
O best-seller brasileiro disse ainda ficar chateado com a situação, criticando o governo da presidente Dilma.
“Isso é apenas um dos diversos pontos críticos do atual cenário governamental brasileiro. Eu apoiei esse governo e estou muito decepcionado com isso. Existe uma lei que permite grandes empresas como a Volkswagen investirem parte de seus impostos em projetos culturais. Essa lei foi modificada de tal forma que a alta costura brasileira é sustentada por essas taxas, uma indústria que não precisava desse tipo de apoio de forma alguma”, afirmou Coelho. “Para mim, o atual governo brasileiro é um desastre. Onde quer que eu vá, as pessoas sempre me perguntam o que está acontecendo de errado em meu país. O governo fez grandes promessas e não as manteve. Isso é o que está acontecendo de errado.”
Paulo Coelho tinha dois auditórios reservados para ele. Um no Hotel Maritmim, de dois mil lugares, e outro na própria feira, com 800.
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