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Cientistas implantam "memória falsa" em ratos

Siker

Artista Comercial / Projetista Gráfico
No filme "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças", o protagonista se submete a uma série de processos complexos para apagar a ex-namorada da memória. Agora, a medicina está mais próxima desta realidade.

Pesquisadores do MIT implantaram "memória falsa" no cérebro de um rato via indução de luz azul. A técnica, conhecida como optogenética, permite controlar com precisão os circuitos cerebrais ao ativar determinadas proteínas que funcionam como interruptores de certos tipos de células. Quando impactadas por luzes específicas, as proteínas "ligam" ou "desligam" os neurônios.

Na tentativa de descobrir se era possível criar sentimentos nos ratos, a equipe realizou uma série de testes. O primeiro passo foi reunir um grupo de animais em um ambiente completamente novo. Então, choques foram aplicados nas cobaias, que registraram a experiência negativa. Sempre que colocados nesse local, os ratos sentiam medo.

Com o experimento, os cientistas descobriram onde se localiza a informação do medo no hipocampo. Em seguida, utilizaram um vírus capaz de copiar o gene e suas informações para transmiti-las a outras proteínas cerebrais.

O vírus foi aplicado exatamente na mesma região do hipocampo de ratos que nunca receberam os choques – tudo com a indução de luz. O conhecimento do "medo que existia naquele local" foi transmitido a outros animais da espécie, que evitaram ir ao mesmo ambiente dos choques.

Os pesquisadores concluíram que, por indução de luz, é possível controlar determinadas células cerebrais e, então, implantar memória nelas. As coisas não vão longe a ponto de comandar totalmente o pensamento dos animais, mas representa um avanço significativo nas pesquisas neurológicas.

fonte

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Com a possibilidade das memórias serem "falsificadas", o que resta para definir os limites do que é a realidade?
 
E o teste ainda foi feito com a implantação do medo, se for imaginar os tipos de "controle" que poderiam surgir na alteração de alguma consciência, seria a verdadeira prisão da mente.
 
Isso me lembrou a coruja branca do filme "Contatos de 4º Grau".

Essas experiências têm, em sua maioria, o objetivo de consolidar a ideia maluca da clonagem humana, e a capacidade de implementar as lembranças do clonado para o clone. É o delírio humano ideal de imortalidade que também vemos em Aeon Flux (2005) e The Fifth Day (2000).

Pera lá, Seiko. Essas experiências tem, em sua maioria, o objetivo de entender como o cérebro humano funciona. Clicando no link da notícia pra fonte, dá pra achar um texto que explica melhor a experiência. (E nele tem o link pro original, publicado na Science, que infelizmente tá com acesso restrito, ao que parece.) Isso que você falou está muito distante da realidade e eu realmente duvido que seja o objetivo, ainda que distante, de qualquer um desses pesquisadores.

No texto que eu linkei aí, eles apresentam, por alto, o objetivo da experiência: "Susumu Tonegawa of the Massachusetts Institute of Technology and his colleagues wanted to find out whether they could create a new, negative association by flipping the switch on an old, neutral memory while giving the mouse a negative experience. Would this lead the mouse to be scared of the old memory?" O que eles conseguiram fazer foi, basicamente, associar uma sensação negativa a uma memória que o ratinho já tinha.

Vou tentar descrever rapidamente a experiência. Eles pegaram os ratinhos e levaram pra um novo lugar que eles não conheciam, digamos o lugar A. Os ratinhos exploraram, conheceram o lugar e tudo sussa. Depois, levaram os ratinhos prum outro lugar, ativaram, usando as técnicas da tal optogenética, a memória do lugar A e começaram a dar choques nos ratinhos. Os ratos associaram os choques não ao lugar onde de fato foram eletrocutados, mas ao lugar A. Depois, ao colocarem os ratinhos próximos ao lugar A de novo, eles o evitavam. Notem: a técnica havia funcionado. Os ratos associaram os choques ao lugar A, mesmo não tendo sofrido nada lá.

Uma coisa importante: percebam que eles não conseguiram criar memórias, apenas modificar memórias existentes. O texto chama atenção pra isso num outro ponto: "Admittedly, “Uh-oh, Place A!” is not on the same level as the elaborate, special effects-laden falsehoods that featured in Christopher Nolan’s Inception. We cannot script new memories. The best recent fictional analogy for these experiments is one for fans of the Hunger Games trilogy: in the “hijacking” process, the Capitol authorities render existing memories traumatic by pairing them with doses of hallucinogenic poison."

Então, tipo, implementação de lembranças é algo muito, muito distante, podem ficar sossegados.

E o teste ainda foi feito com a implantação do medo, se for imaginar os tipos de "controle" que poderiam surgir na alteração de alguma consciência, seria a verdadeira prisão da mente.

O medo provavelmente foi o 'sentimento' usado por ser mais fácil associar a reação dos ratos ao sentimento. Imagina que eles tenham tentado implantar algo como 'felicidade'. O que o rato poderia fazer que corresponderia a uma sensação de alegria? Trabalhar com sistemas biológicos é algo extremamente complicado.
 
Última edição:
Entendo perfeitamente tua posição, Lew. Meu comentário foi sobre meras lembranças de filmes, meio correlacionados com o assunto. Mas uma coisa vai puxando outra, e aí... :obiggraz:

Isso que você falou está muito distante da realidade e eu realmente duvido que seja o objetivo, ainda que distante, de qualquer um desses pesquisadores.

São assuntos aparentemente desconexos, mas há um link entre eles, se observar: a manipulação artificial de lembranças, que poderá sim ser utilizada com fins escusos. Tudo bem que não há como implementar ainda lembranças inexistentes, mas algo assim pode ser utilizado para fins de manipulação de depoimentos ou espionagem industrial. Agentes/vítimas sob esse tipo de influência poderiam ser facilmente convincentes sob o teste do polígrafo, por exemplo.

Eu quero muito acreditar que sejam pesquisas voltadas ao tratamento de pacientes vítimas de estresse pós traumático ou traumas infantis, mas em se tratando de fianciamento de pesquisas, não duvido de absolutamente nada. E você?
 
Última edição:
Entendo perfeitamente tua posição, Lew. Meu comentário foi sobre meras lembranças de filmes, meio correlacionados com o assunto. Mas uma coisa vai puxando outra, e aí... :obiggraz:

Ah, tá, agora entendi.
Eu e minha mania de levar as coisas a sério demais. :P


São assuntos aparentemente desconexos, mas há um link entre eles, se observar: a manipulação artificial de lembranças, que poderá sim ser utilizada com fins escusos. Tudo bem que não há como implementar ainda lembranças inexistentes, mas algo assim pode ser utilizado para fins de manipulação de depoimentos ou espionagem industrial. Agentes/vítimas sob esse tipo de influência poderiam ser facilmente convincentes sob o teste do polígrafo, por exemplo.

Eu quero muito acreditar que sejam pesquisas voltadas ao tratamento de pacientes vítimas de estresse pós traumático ou traumas infantis, mas em se tratando de fianciamento de pesquisas, não duvido de absolutamente nada. E você?

Não duvido também, Seiko. É aquele velho problema: o conhecimento, por si só, não é bom, nem ruim. É simplesmente conhecimento, o que a gente sabe sobre as coisas, as pessoas, o mundo. O grande problema é o que fazemos com o conhecimento que temos. Caso conseguíssemos realmente alterar memórias de seres humanos a nosso bel prazer, poderíamos usar em ambos os casos que você citou, tanto pra manipulação e espionagem, quanto para tratamento de vítimas de estresse pós-traumático. Precisaríamos de leis e instituições que controlassem esse tipo de coisa, seria algo que a humanidade realmente precisaria aprender a lidar.

Mas sobre a mudança de memória em geral, nós mesmos fazemos isso o tempo todo. Nossa memória é diariamente reconstruída, então sobre o que o Siker falou sobre limites de realidade no primeiro post... Mesmo agora, numa sociedade onde cientistas nem políticos nem ninguém alteram nossa memória, realidade já é algo muito mais difícil do que parece de ser definido.

Se vocês me permitem, sugeriria a leitura de 'O sentido de um fim', do Julian Barnes, que ele toca bastante nessa coisa de construção de memória. (Memória é um assunto que eu gosto deveras. Tivesse eu estômago pra estudar medicina, investiria em neurologia, neurociência, ou sei lá como chamam 'sas coisas do cérebro.) E outro livro interessante e aparentemente não relacionado que poderia trazer discussões interessantes sobre essa questão de memória é a trilogia 'Fundação' do Asimov.

(Seiko, peguei carona na sua viagem e fui longe... :dente:)
 
Bem vindo ao 'Admirável Mundo Novo', amigão... :obiggraz:
Só agora que fui ler a sinopse, e é exatamente dessa forma que eu imaginava o problema, me interessei.

O que o rato poderia fazer que corresponderia a uma sensação de alegria?
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Mas sobre a mudança de memória em geral, nós mesmos fazemos isso o tempo todo. Nossa memória é diariamente reconstruída, então sobre o que o Siker falou sobre limites de realidade no primeiro post... Mesmo agora, numa sociedade onde cientistas nem políticos nem ninguém alteram nossa memória, realidade já é algo muito mais difícil do que parece de ser definido.
Agora falando sério, memória é algo muito delicado de se tratar. No momento to lendo 1984 e percebendo que nossa noção de realidade depende muito da memória, acreditar ou não em informações que nos é dita sobre o passado; em Ghost in the Shell me lembro de um caso de memória falsa implantada para forçar um homem a fazer certas entregas, ameaçando uma família que ele nunca teve, em Total Recall já vemos como ter uma ou outra sequência de memórias altera nossa identidade pessoal, e o que eu acho estar mais perto dos testes dessa pesquisa seria a lavagem cerebral de Laranja Mecânica. É fácil imaginar um uso errado de qualquer nova (ou velha) tecnologia, por isso se costuma discutir as implicações de levar em frente ou não determinados experimentos, se algo pode salvar a humanidade e ao mesmo tempo a destruir, dependendo de em que mãos estiver, então não é viável.
Quando começamos a questionar a realidade podemos supor se vivemos em um mundo gerado por computador, ou em um show de truman, só confiando naquilo que vimos e/ou tivemos contato, citando O Homem que rege o Universo, do Guia do Mochileiro: "Não sei. Nunca vi todas essas pessoas de que você fala. E nem você, suspeito. Elas existem apenas nas palavras que ouvimos. É loucura dizer que você sabe o que está acontecendo com as outras pessoas. Só elas sabem, se é que existem. Elas têm seus próprios Universos a partir de seus olhos e seus ouvidos.", mas tudo desaba quando não pudermos confiar nem nas nossas memórias.
 
É uma pesquisa que aborda um tema interessante.

Vale pensar em alguns pontos da metodologia e do alcance do estudo.

Por exemplo, é preciso perguntar se cada passo do experimento foi bem isolado. Isso é importante porque em pesquisas de estimulação negativa (pelo medo ou pela dor) os animais tendem a se estressar e detectar por instinto o comportamento de medo dos outros mesmo que estejam mantidos a distância em outra sala ou que não tenham contato visual com os animais que levaram choque num comportamento parecido com o de bovinos que esperam separados antes da sala de abate (o ambiente e até as roupas dos funcionários ficam impregnados de substâncias químicas emitidas e liberadas em momento de dor e medo). Isso pode prejudicar ou anular um resultado.

Considerando que tenha havido um isolamento correto dos fatores estranhos e confirmado o funcionamento do mecanismo biológico das proteínas apontadas (é preciso um número de amostras animais estatisticamente grande para ser significativo e corrigir aquilo que tende a ser um erro comum em pesquisas devido ao pequeno orçamento liberado na maioria dos casos). É uma pena que não tenhamos acesso ao diário e histórico do estudo. A partir daí a coisa fica interessante...

O tema da pesquisa foca no prolongamento dos efeitos observados durante transplante de órgãos quando o organismo entra em contato e assimila partículas biológicas estranhas ou do recebimento de memória nas vacinas. Nesses casos o organismo reage produzindo um metabolismo baseado no corpo estranho em que o órgão, proteína ou vírus tendem a gerar um novo estado de equilíbrio e fortalecer o corpo ou, em caso de rejeição, gerar uma transestase exaustiva (não sustentável) que pode levar a doença ou morte.

Para quem curte estudar sobre memória vale a interpretação dessa pintura abaixo. O conceito de memória, anteriormente atrelado ao tipo físico e material passa a ser visto de forma mais ampla:

4382156682_fd00543558_m.jpg

Knowledge, mural by Robert Lewis Reid. The painting suggests knowledge is within a book, a view in contrast with Socratic thinking

http://mnemosynosis.livejournal.com/28724.html

Um desenho enigmático e uma das imagens que acho mais interessantes. Em tradução simples, "A pintura sugere que o conhecimento esteja num livro,..." (...sendo que o conhecimento ultrapassa o livro).

Há quem diga que Huxley, o escritor de "The Doors of Perception", tenha tido contato com material ocultista para escrever os livros no que este volume em específico comenta que o cérebro tenderia a funcionar como um filtro ou funil que canaliza a realidade em uma direção ou foco.

O que também leva a implicações filosóficas e espirituais uma vez que a interpretação da intervenção de seres e elementos em níveis semânticos (e de memória) diferentes requerem um sistema de manutenção de memória dimensionado a altura (inteligências dimensionais, anjos etc...). De modo que pela lógica (não apenas espiritual mas filosófica), ocasionalmente alguns níveis ou dimensões da própria memória do sistema nervoso necessitem de ajustes em níveis não acessíveis e que submetam a natureza a um controle.

No âmbito do novo sistema de múltiplas inteligências (inteligência física, inteligência emocional, etc...) a manutenção da forma como se aborda a memória pública tem sido matéria de interesse geral na mídia.

Seiko pode ter curiosidade em ler os insights nesse texto:

http://imensidaodossentidos.blogspot.com.br/2013/05/programacao-monarca.html
 
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globo.com

Isso me lembrou a coruja branca do filme "Contatos de 4º Grau".

Essas experiências têm, em sua maioria, o objetivo de consolidar a ideia maluca da clonagem humana, e a capacidade de implementar as lembranças do clonado para o clone. É o delírio humano ideal de imortalidade que também vemos em Aeon Flux (2005) e The Fifth Day (2000).

e ainda tem o filme oblivion (2013) onde aparece uma frase + ou - assim: "vc é oq vc lembra". sem spoilear p quem ainda n viu, o filme levanta questionamentos interessantes no tema deste tópico. um deles é a manipulação das memórias como uma forma d controle sobre as massas.

p quem quiser ver a notícia em vídeo na globo:
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/...mprovam-que-e-possivel-manipular-memoria.html
 
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