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Indústria legal da maconha nos EUA tem mercado bilionário

Pim

God, I love how sexy I am!
Ontem apareceu no Fantástico uma reportagem de 18 minutos sobre a maconha parcialmente legalizada e seu mercado bilionário que eu não consegui digerir como pró ou contra. Por hora estou achando que é um pró com roupa de contra...

A reportagem está acessível neste link: http://g1.globo.com/fantastico/vide...conha-nos-eua-tem-mercado-bilionario/2706562/ Tem como colocar o vídeo direto aqui?

Bom, depois de assistirem o que foi dito o que vocês acham? O mundo ruma pra legalização e exploração deste mercado, que ficará banal pras gerações que virão, é só desculpinha pra maconheiro usar sem encheção de saco ou o que?
 
A erva em si não é má - depende da utilização que se faz dela. Se for usada para fins benéficos, não vejo problema algum em legalizarem.
 
Impressionante a reportagem. Acho alta a probabilidade do mundo rumar pra legalização. Um forte evidência é a diversificação dos produtos que foram exibidos na reportagem. Se estamos falando do uso médico, então pq criar sucos, cookies e outros trocentos produtos para vender numa Medbox? A aposta dos empresários está claramente voltada para a ampliação desse mercado bem além do uso médico.

A questão do uso médico (ou "fins benéficos", que é um termo excessivamente abrangente) é bem curiosa, pq parece um argumento meio cínico. Como foi mostrado na reportagem, o estresse está na lista de males para os quais a maconha é indicada. Ora, hoje em dia qualquer um pode alegar que sofre de estresse, né? É virtualmente uma legalização. Não sou contra o uso médico, mas não está claro se o assunto está bem regulado. Aliás, um dos efeitos mais óbvios da liberação do uso médicos é a proliferação da venda de receitas.
 
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Penso que se fosse unicamente para produzir medicamento sob receita seria simples, mas aqui entra mais de uma questão.

A princípio precisamos discernir que para se criar um produto de uso convencional e seguro, tipo pílulas ou injeções, a "apresentação de fumo ou cigarro" é a menos saudável para aproveitar o(s) princípio(s) ativo(s) em terapia. Em outras palavras, dentre os defensores existe uma parte que deseja fumo livre ao invés de apenas produtos controlados vendidos em farmácias, no que é importante observar essa diferença.

Uma das partes mais problemáticas das drogas emerge através do histórico por ter desenvolvido relações com o submundo em que a maconha atua como porta para um mercado clandestino mais perigoso e pesado. De modo que quem vende maconha tende a juntar interesses com quem vende contrabando, falsificações, sonegação, a simpatizar e proteger quem vende coca, heroína, crack, tráfico de pessoas... Por décadas a fio, aquilo que o comprador comum tem feito é adquirir o produto sem fazer perguntas e financiar uma rede escura que seria esquecida da noite para o dia em caso de liberação.

É preciso pontuar para reflexão que se por um lado tradicionalmente os EUA tem sido o maior consumidor de drogas nas américas também é necessário dizer que existe uma quantidade muito grande de pessoas naquele país que precisem diretamente de tratamento contra a dor e desequilíbrio devido a traumas que aqui no Brasil não existem. É só contar o número de guerras em que os cidadãos americanos se envolveram e perceber a diferença da necessidade de analgésicos e anestésicos entre Brasil e Eua. Também é preciso notar que as catástrofes naturais nos EUA tendem a ser mais mortíferas devido ao clima (deserto, neve, furacão, montanha, vulcão, terremotos...). Agregue-se a isso o poder econômico e o mercado para consumo de drogas ilegais se torna extremamente atraente.

A pressão de encabeçar a liderança do mundo também cria condições para experimentos extremos e loucos, principalmente hollywoodianos, de glamourização da decadência e da retirada do contexto original em que se insere o fumo e a maconha na antigüidade.

Nesse quesito é preciso considerar que uma liberação simples não resolve os problemas porque a cura de um paciente depende mais do nível de entendimento e do compromisso com o tratamento do que da simples disponibilização de fumo.

Pessoalmente, na qualidade de contribuinte prefiro direcionar o dinheiro dos impostos para melhorar o ambiente social e assegurar uma estrutura que ampare integralmente a pessoa do que estimular crescimento de futuros doentes de fumo no sistema (enxugar gelo). Até porque aprovar tudo na base do "muita gente faz e o governo é incompetente para evitar então vamos aprovar" tem sido uma linha que eu venho combatendo cada vez mais. Minha opinião de eleitor é que o melhor a fazer é oferecer alternativas ocupacionais a qualquer tipo de fumo e disso eu não abro mão.
 
A princípio precisamos discernir que para se criar um produto de uso convencional e seguro, tipo pílulas ou injeções, a "apresentação de fumo ou cigarro" é a menos saudável para aproveitar o(s) princípio(s) ativo(s) em terapia. Em outras palavras, dentre os defensores existe uma parte que deseja fumo livre ao invés de apenas produtos controlados vendidos em farmácias, no que é importante observar essa diferença.

Pois é. Se o argumento é o uso medicinal, pq não isolam o THC e produzem os medicamentos com essa substância? :think:
 
Impressionante a reportagem. Acho alta a probabilidade do mundo rumar pra legalização. Um forte evidência é a diversificação dos produtos que foram exibidos na reportagem. Se estamos falando do uso médico, então pq criar sucos, cookies e outros trocentos produtos para vender numa Medbox? A aposta dos empresários está claramente voltada para a ampliação desse mercado bem além do uso médico.

Pois é, a impressão que passou foi que estão descobrindo um mercado com bastante potencial (porque os usuários de maconha são fieis) e ainda inexplorado (pela proibição), então estão comprando estudos e matérias pró-legalização para incutir essa ideia goela abaixo na população mais conservadora (a maioria). O "uso medicinal" parece ser só uma máscara para tornar este mercado menos negro e mais justificado.

A questão do uso médico (ou "fins benéficos", que é um termo excessivamente abrangente) é bem curiosa, pq parece um argumento meio cínico. Como foi mostrado na reportagem, o estresse está na lista de males para os quais a maconha é indicada. Ora, hoje em dia qualquer um pode alegar que sofre de estresse, né? É virtualmente uma legalização. Não sou contra o uso médico, mas não está claro se o assunto está bem regulado. Aliás, um dos efeitos mais óbvios da liberação do uso médicos é a proliferação da venda de receitas.

Se bem justificado, em casos bem estritos (como glaucoma de ângulo fechado, antiemético para pacientes em quimioterapia ou analgésico em portadores de câncer) e com evidência clínica abundante (o que não tem) até seria justificado o uso, só que o uso medicinal da maconha, nos estudos mais sérios, vistos no The Cochrane Collaboration, perde para todas as drogas de escolha da atualidade na grande maioria das doenças citadas anteriormente. Eu tinha um artigo no Note antigo que comparava a maconha com as drogas de escolha do mercado atualmente e mostrava sua menor eficácia em tudo que se propunha a fazer, mas não consigo achar aqui. Isso sem contar que o nível de maconha a ser usada para ter, por exemplo, efeitos positivos no glaucoma, faz mais mal do que bem.

"Os defensores do uso medicinal da maconha citam a evidência que os produtos derivados da erva podem baixar a pressão intra-ocular nas pessoas com glaucoma. Tais produtos são razoavelmente eficazes em relação a outros tratamentos mais seguros e disponíveis. A dose elevada da maconha necessária para produzir um efeito clinica relevante para baixar a PIO, num intervalo curto de tempo requer o uso constante, tanto a cada três horas. O número dos efeitos colaterais significativos gerados pelo uso oral a longo prazo da maconha ou o uso a longo prazo do fumo da maconha fazem com que esta seja uma escolha errada no tratamento do glaucoma, uma doença crônica que requer o tratamento aprovado e eficaz.

Atualmente, a maconha é designado como a droga da programação (as drogas que têm um potencial elevado após o uso e nenhuma aplicação médica ou valor terapêutico provado). A única marijuana aprovada atualmente para o uso médico é Marinol, uma forma sintética do componente - o mais ativo da maconha - o tetrahidrocanabinol (THC), que não estão prontamente disponíveis e cujos os efeitos no glaucoma não são expressivos. Foi desenvolvido como um antiemético (um agente que reduzisse o náusea adquirida em tratamentos do quimioterapia), que pudesse ser feito uso oral em forma da cápsula.

Para ressaltar, nenhum estudo mostrou que a maconha - ou algum de seus aproximadamente 400 componentes químicos – pode, com segurança e eficácia, baixar a pressão intra-ocular, bem como alguma dentre as variadas drogas atualmente no mercado. A maioria das pesquisas a respeito do uso da maconha ocorreram antes que alguns dos tratamentos atuais com poucos efeitos colaterais estivessem disponíveis. Efeitos colaterais, como aumento do bombeamento no coração e da pressão arterial, foram relatados nos pacientes que utilizaram o fumo da erva. Atualmente, não há nenhum estudo da NEI, nos Estados Unidos, a respeito do uso da maconha para o benefício no tratamento do glaucoma."

Fonte: http://www.vejam.com.br/glaucoma-saiba-mais/#maconha

Em outra busca rápida, encontrei este estudo sobre a ação antiemética da maconha comparada com placebo e a proclorperazina (a atual droga de escolha).

"The antiemetic activity and side-effects of delta-9-tetrahydrocannabinol (THC) were evaluated in 116 patients (median age 61 years) receiving combined 5-fluorouracil and semustine (methyl CCNU) therapy for gastrointestinal carcinoma. In a double-blind study, patients were randomized to receive THC, 15 mg orally three times a day, prochlorperazine, 10 mg orally three times a day, or placebo. The THC had superior antiemetic activity in comparison to placebo, but it showed no advantage over prochlorperazine. Central nervous system side-effects, however, were significantly more frequent and more severe with THC. With the dosage and schedule we used, and in our patient population of largely elderly adults, THC therapy resulted in an overall more unpleasant treatment experience than that noted with prochlorperazine or placebo. Although THC may have a role in preventing nausea and vomiting associated with cancer chemotherapy, this role must be more clearly defined before THC can be recommended for general use."

Fonte: http://annals.org/article.aspx?articleid=693567

Uma das partes mais problemáticas das drogas emerge através do histórico por ter desenvolvido relações com o submundo em que a maconha atua como porta para um mercado clandestino mais perigoso e pesado. De modo que quem vende maconha tende a juntar interesses com quem vende contrabando, falsificações, sonegação, a simpatizar e proteger quem vende coca, heroína, crack, tráfico de pessoas... Por décadas a fio, aquilo que o comprador comum tem feito é adquirir o produto sem fazer perguntas e financiar uma rede escura que seria esquecida da noite para o dia em caso de liberação.

É preciso pontuar para reflexão que se por um lado tradicionalmente os EUA tem sido o maior consumidor de drogas nas américas também é necessário dizer que existe uma quantidade muito grande de pessoas naquele país que precisem diretamente de tratamento contra a dor e desequilíbrio devido a traumas que aqui no Brasil não existem. É só contar o número de guerras em que os cidadãos americanos se envolveram e perceber a diferença da necessidade de analgésicos e anestésicos entre Brasil e Eua. Também é preciso notar que as catástrofes naturais nos EUA tendem a ser mais mortíferas devido ao clima (deserto, neve, furacão, montanha, vulcão, terremotos...). Agregue-se a isso o poder econômico e o mercado para consumo de drogas ilegais se torna extremamente atraente.

A pressão de encabeçar a liderança do mundo também cria condições para experimentos extremos e loucos, principalmente hollywoodianos, de glamourização da decadência e da retirada do contexto original em que se insere o fumo e a maconha na antigüidade.

Genial!

Pessoalmente, na qualidade de contribuinte prefiro direcionar o dinheiro dos impostos para melhorar o ambiente social e assegurar uma estrutura que ampare integralmente a pessoa do que estimular crescimento de futuros doentes de fumo no sistema (enxugar gelo). Até porque aprovar tudo na base do "muita gente faz e o governo é incompetente para evitar então vamos aprovar" tem sido uma linha que eu venho combatendo cada vez mais. Minha opinião de eleitor é que o melhor a fazer é oferecer alternativas ocupacionais a qualquer tipo de fumo e disso eu não abro mão.

x2

Pois é. Se o argumento é o uso medicinal, pq não isolam o THC e produzem os medicamentos com essa substância? :think:

Pra não prejudicar o mercado de venda de colírios Moura Brasil, hahaha, é um mercado ajudando o outro, fraternidade pura, sóóóóó, mermão. :uhu:.
 
É realmente difícil agir e encontrar solução quando o governo não se prepara para o que as pessoas estão pensando. Lembra o comercial dessa clínica aqui:

(Título: Se pudéssemos ver dentro do coração dos outros: Vida)


Tipo assim, duvido que esse tanto de gente fumaria maconha se as condições de vida urbana estivessem boas.
 
Afinal, é comprovado que a maconha causa dependência? Porque se for, aquele fiel ali no post da Pim me lembra os consumidores "fieis" de coca cola =D
Praticamente toda droga gera uma certa dependência, tem ate um pessoal viciado na Neosa, mas dizem que a maconha causa dependência de forma mais rápida e mais forte (do que os remédio convencionais, e menos do que outras drogas ilegais).
Agora, não é um tanto quanto contraditório você fumar um remédio? Quando tive no EUA eu conheci um numero grande de pessoas que fumava maconha alegando que comprava pra uso medicinal, e aquilo sempre me parecia papo furado de cara que não quer ter peso na consciência.
 
Pim confesso que não tenho uma opinião definida no quesito legalização total, ou seja, "liberar geral".

Porém no quesito "uso medicinal", mesmo que haja algumas dúvidas e/ou exploração comercial, acho que não dá pra fazer vistas grossas a essa situação: havendo comprovação real que existe algumas aplicações benéficas pra saúde, acho que no mínimo merece ser considerada e analisada.

Isso me faz lembrar muito ao que acontece na Bolívia país que já visitei e lá eles defendem vários usos saudáveis a partir da folha da coca desde o lado medicinal até o comercial como sabonete, pasta de dente, entre outros.
 

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