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[VIDEO] Stop learning and start thinking

Lew Morias

Luck is highly overrated
Talvez esse vídeo merecesse até um tópico separado pra discuti-lo...

O cara tem 14 anos e tá defendendo a tese de doutorado. São 18 minutos muito bem aproveitados, recomendo a todos assistir. Sensacional a palestra do sujeito. SENSACIONAL. :clap:

 
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Re: Imagens e Vídeos Aleatórios

Talvez esse vídeo merecesse até um tópico separado pra discuti-lo...

O cara tem 14 anos e tá defendendo a tese de doutorado. São 18 minutos muito bem aproveitados, recomendo a todos assistir. Sensacional a palestra do sujeito. SENSACIONAL. :clap:


Afora eu ficar afim de matar o moleque por estar fazendo isto na idade dele, hahahaha
 
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Re: Imagens e Vídeos Aleatórios

Talvez esse vídeo merecesse até um tópico separado pra discuti-lo...

O cara tem 14 anos e tá defendendo a tese de doutorado. São 18 minutos muito bem aproveitados, recomendo a todos assistir. Sensacional a palestra do sujeito. SENSACIONAL.

Seria ótimo criar um tópico específico para esse assunto mesmo. Pelo que consegui entender - ele fala muito rápido - ele foi diagnosticado com um nível de autismo, quando na verdade apresenta um raciocínio não-linear e tridimensional que o permite digerir teorias físicas complexas por meio de imagens e cores, é isso? A teoria criada por ele é realmente fantástica: pare de aprender, comece a pensar e, assim, criar. Se essa teoria for realmente comprovada, será a desconstrução dos métodos de aprendizado que conhecemos hoje.

Adorei o vídeo, Lew! Um ótimo pra ti! :clap:
 
Re: Imagens e Vídeos Aleatórios

Talvez esse vídeo merecesse até um tópico separado pra discuti-lo...

O cara tem 14 anos e tá defendendo a tese de doutorado. São 18 minutos muito bem aproveitados, recomendo a todos assistir. Sensacional a palestra do sujeito. SENSACIONAL. :clap:


Seria ótimo criar um tópico específico para esse assunto mesmo. Pelo que consegui entender - ele fala muito rápido - ele foi diagnosticado com um nível de autismo, quando na verdade apresenta um raciocínio não-linear e tridimensional que o permite digerir teorias físicas complexas por meio de imagens e cores, é isso? A teoria criada por ele é realmente fantástica: pare de aprender, comece a pensar e, assim, criar. Se essa teoria for realmente comprovada, será a desconstrução dos métodos de aprendizado que conhecemos hoje.

Adorei o vídeo, Lew! Um ótimo pra ti! :clap:

Ótima contribuição, Lew. Fantástico o vídeo! Foram minutos muito bem gastos. Eu concordo contigo que esse vídeo talvez gere um tópico a parte, mas não sei se o assunto é o interesse do pessoal. Eu também não entendi muito bem como funciona a mente dele, mas se entendesse, seria um gênio também. Acho que ele possui algum tipo de sinestesia, sei lá.

A ideia do "stop learning and start thinking" é muito boa, mas acho que deve ser avaliada com cuidado, justamente pq não acho que a principal implicação seja a desconstrução dos métodos de ensino atuais. No final do vídeo ele pergunta se Einstein e Newton realizaram suas proezas matemáticas apenas por serem gênios. Com certeza a resposta é não. Como o próprio garoto diz, o mundo está cheio de indivíduos com elevado QI que não conseguem usar o máximo de suas capacidades. Em termos objetivo, QI não é uma condição suficiente para grandes proezas. Será talvez uma condição necessária? Eu acho que sim.

Ser uma condição necessária quer dizer que por si só não basta para garantir a realização de grandes proezas. E é nesse sentido que entra a filosofia do "stop learning and start thinking", já que permite a mente se livrar das restrições do que já é sabido para então se aventurar pelo espaço desconhecido.

Isso quer dizer que se todos nós pararmos de aprender e começarmos a pensar seremos como Einstein, Newton ou então Jacob Barnett? Duvido muito. Isso não quer dizer que não possamos tirar algum proveito disso, né? Talvez se as escolas e as empresas estimulassem esse "tempo criativo" (mas pra valer, tipo por 24 hrs, como ele falou - e não como uma brincadeira de 1 horinha), então poderíamos encontrar resultados interessantes - Desde ideias criativas até o descobrimento de potenciais gênios.

Pra finalizar, achei a camisa dele muito foda. Vou ali comprar e já volto.
 
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Re: Imagens e Vídeos Aleatórios

Sabia que ia render algo por aqui. :g:

Afora eu ficar afim de matar o moleque por estar fazendo isto na idade dele, hahahaha

:lol:

Seria ótimo criar um tópico específico para esse assunto mesmo. Pelo que consegui entender - ele fala muito rápido - ele foi diagnosticado com um nível de autismo, quando na verdade apresenta um raciocínio não-linear e tridimensional que o permite digerir teorias físicas complexas por meio de imagens e cores, é isso? A teoria criada por ele é realmente fantástica: pare de aprender, comece a pensar e, assim, criar. Se essa teoria for realmente comprovada, será a desconstrução dos métodos de aprendizado que conhecemos hoje.

Adorei o vídeo, Lew! Um ótimo pra ti! :clap:

Ótima contribuição, Lew. Fantástico o vídeo! Foram minutos muito bem gastos. Eu concordo contigo que esse vídeo talvez gere um tópico a parte, mas não sei se o assunto é o interesse do pessoal. Eu também não entendi muito bem como funciona a mente dele, mas se entendesse, seria um gênio também. Acho que ele possui algum tipo de sinestesia, sei lá.

A ideia do "stop learning and start thinking" é muito boa, mas acho que deve ser avaliada com cuidado, justamente pq não acho que a principal implicação seja a desconstrução dos métodos de ensino atuais. No final do vídeo ele pergunta se Einstein e Newton realizaram suas proezas matemáticas apenas por serem gênios. Com certeza a resposta é não. Como o próprio garoto diz, o mundo está cheio de indivíduos com elevado QI que não conseguem usar o máximo de suas capacidades. Em termos objetivo, QI não é uma condição suficiente para grandes proezas. Será talvez uma condição necessária? Eu acho que sim.

Ser uma condição necessária quer dizer que por si só não basta para garantir a realização de grandes proezas. E é nesse sentido que entra a filosofia do "stop learning and start thinking", já que permite a mente se livrar das restrições do que já é sabido para então se aventurar pelo espaço desconhecido.

A parte de como o raciocínio dele funciona eu nem prestei atenção direito, Seiko. Mas acho que é bem nessa linha que você e o Grimnir expuseram, pelo pouco que entendi.

Mas tem um equívoco no que você disse: não é que ele criou uma teoria sobre parar de aprender e começar a criar e, bom, não vejo como algo nesse sentido possa ser comprovado ou não. O ponto dele é: chega um determinado momento que, para criar coisas novas, você precisa se desvincular daquilo que está em voga, precisa ser criativo, you need to think outside the box (a expressão é essa mesmo? Corrijam-me se estiver equivocado.). E ele exemplifica suas ideias através de Newton e Einstein, sujeitos que revolucionaram a física, a ciência e a nossa maneira de enxergar o mundo através de suas ideias. Mas perceba que a proposta dele é muito mais geral: essa quebra de paradigma, por assim dizer, deve acontecer em qualquer área. Vamos pegar você, que é designer (ou eu tô errado de novo?) como exemplo, Seiko. Você estuda várias coisas pra criar o seu trabalho, arte, história, movimentos culturais e tudo mais. Mas, na hora que você o faz, é a Seiko que tá passando suas ideias pro papel (ou pra tela do pc), você não está simplesmente reproduzindo o que estudou, está criando algo diferente, novo.

E o Grimnir tocou num ponto fundamental: temos que entender a proposta do garoto com cuidado. Ok, Newton e Einstein pararam de aprender pra criar a Mecânica Clássica e a Relatividade Especial e Geral, respectivamente. Mas, antes disso, eles aprenderam PRA CARALHO. Nós devemos sim parar de aprender, largar os livros num certo momento, mas apenas depois de termos uma bagagem considerável e, evidentemente, pessoas diferentes demandam tempos diferentes pra adquirir essa bagagem. Ele aprendeu em duas semanas o que eu estou estudando na faculdade há quatro ANOS. Com 14 anos, ou até antes, ele já tinha conhecimento suficiente pra parar de aprender cosmologia e começar a criar. Eu sequer entendo cosmologia, então não adianta eu resolver começar a criar em cima de algo que sequer aprendi.

A minha ideia sobre o vídeo é: em algum momento, você deve parar de aprender SIM. Se soltar das amarras, tentar algo novo, criar algo. Isso é bom pra você e é bom pra humanidade também. Se der tudo errado, é como dizem por aí: pelo menos o próximo que tentar sabe que aquele caminho que você seguiu não leva a lugar nenhum e ele poderá tentar um novo, atacar o problema sob uma diferente ótica.

Isso quer dizer que se todos nós pararmos de aprender e começarmos a pensar seremos como Einstein, Newton ou então Jacob Barnett? Duvido muito. Isso não quer dizer que não possamos tirar algum proveito disso, né? Talvez se as escolas e as empresas estimulassem esse "tempo criativo" (mas pra valer, tipo por 24 hrs, como ele falou - e não como uma brincadeira de 1 horinha), então poderíamos encontrar resultados interessantes - Desde ideias criativas até o descobrimento de potenciais gênios.

Concordo plenamente com o que você disse aí, Grimnir.


:lol:

Nem tinha reparado direito. xD
 
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Re: Imagens e Vídeos Aleatórios

E o Grimnir tocou num ponto fundamental: temos que entender a proposta do garoto com cuidado. Ok, Newton e Einstein pararam de aprender pra criar a Mecânica Clássica e a Relatividade Especial e Geral, respectivamente. Mas, antes disso, eles aprenderam PRA CARALHO. Nós devemos sim parar de aprender, largar os livros num certo momento, mas apenas depois de termos uma bagagem considerável e, evidentemente, pessoas diferentes demandam tempos diferentes pra adquirir essa bagagem. Ele aprendeu em duas semanas o que eu estou estudando na faculdade há quatro ANOS. Com 14 anos, ou até antes, ele já tinha conhecimento suficiente pra parar de aprender cosmologia e começar a criar. Eu sequer entendo cosmologia, então não adianta eu resolver começar a criar em cima de algo que sequer aprendi.

Exato. Não acho que ele esteja dizendo que as escolas básicas devam ser repensadas sob essa ótica do "start thinking". Talvez uma adaptação possível às escolas seja com o intuito de ajudar a encontrar as paixões ou vocações das crianças e jovens, por exemplo. Entendo que a essência do discurso dele é que tanto no trabalho do dia-a-dia quanto na pesquisa acadêmica, o "start thinking" é imprescindível para criar, para identificar enigmas (os puzzles das evidências empíricas, ou seja, as constatações do mundo real que não batem com as predições teóricas) e para encontrar soluções ainda não imaginadas. Só que o mais importante é que você só pode parar de estudar e começar a pensar se você souber no que vai pensar, né? Parece óbvio, mas não duvido nada que deve ter gente que viu o vídeo e pensou em largar a escola e ficar deitado num campo verde durante o por-do-sol e pensando em porra nenhuma. Nas palavras dele:

What I’d like you to do is—I’d like you to go into some field—you all have some passion…you all know what it is—so I want you to think about that field instead of learning about that field. Instead of being a student of that field, be the field—whether it’s music, or architecture, or science, or whatever.

Em certa medida eu acho que é isso que o Google faz quando concede 20% da jornada de trabalho para os seus empregados trabalharem em seus projetos pessoais. Eu não sei até onde isso é um mito, mas a ideia parece ótima. Com certeza vai ter muita gente usando os 20% pra pensar em besteira, mas aqueles com potencial vão ter maior chance de aproveitar esse tempo.
 
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Bom, confesso que ao menos 20% do que ele disse eu realmente não entendi, porque ele realmente fala muito rápido, quando não resmunga/come algumas palavras, hehehe.
Sorry! Preciso de um curso de inglês urgente... :oops: Mas vamos por partes, porque o tema rende!

Ótima contribuição, Lew. Fantástico o vídeo! Foram minutos muito bem gastos. Eu concordo contigo que esse vídeo talvez gere um tópico a parte, mas não sei se o assunto é o interesse do pessoal. Eu também não entendi muito bem como funciona a mente dele, mas se entendesse, seria um gênio também. Acho que ele possui algum tipo de sinestesia, sei lá.

Provavelmente sim, pois todas as pessoas dotadas de uma forma de raciocínio não-linear têm algum tipo de memória associativa a algum sentido físico. Ele usa janelas de vidro para poupar papel, mas o uso do vidro deu a ele maior noção de profundidade - o que quer dizer que ele têm uma excelente noção espacial/de proporção, ou seja, o tato aliado à visão. Posso estar enganada, mas Jacob Barnett usa dodecaedros e formas geométricas coloridas para compor seus cálculos - estou procurando as referências para postar aqui - e isso indica uma forma de raciocínio tridimensional, que escapa ao linear conhecido. O que quero dizer com linear e não-linear a gente vê adiante, para o post não ficar repetitivo.


A ideia do "stop learning and start thinking" é muito boa, mas acho que deve ser avaliada com cuidado, justamente pq não acho que a principal implicação seja a desconstrução dos métodos de ensino atuais. No final do vídeo ele pergunta se Einstein e Newton realizaram suas proezas matemáticas apenas por serem gênios. Com certeza a resposta é não. Como o próprio garoto diz, o mundo está cheio de indivíduos com elevado QI que não conseguem usar o máximo de suas capacidades. Em termos objetivo, QI não é uma condição suficiente para grandes proezas. Será talvez uma condição necessária? Eu acho que sim.

Isso quer dizer que se todos nós pararmos de aprender e começarmos a pensar seremos como Einstein, Newton ou então Jacob Barnett? Duvido muito. Isso não quer dizer que não possamos tirar algum proveito disso, né? Talvez se as escolas e as empresas estimulassem esse "tempo criativo" (mas pra valer, tipo por 24 hrs, como ele falou - e não como uma brincadeira de 1 horinha), então poderíamos encontrar resultados interessantes - Desde ideias criativas até o descobrimento de potenciais gênios.

Creio que a pessoa não precisa ser um gênio, criança-índigo ou ter um QI muito além da maioria das pessoas para descobrir como sua mente funciona. O que pude ler nas entrelinhas de sua teoria é o fato de que, por ter uma forma de raciocínio diferenciada, ele foi diagnosticado como problemático. Aí é que começam os problemas com os sistemas didáticos atuais.

As crianças, durante o período de aprendizado e na aquisição da bagagem de conhecimento, não são tratadas de forma individual, mas como uma massa uniforme. Não é de agora que descobrimos gênios que, na época escolar, eram tratados como 'alunos problemáticos', pois o sistema didático não se adequa às suas necessidades, e aos diferentes tipos de inteligências existentes. É óbvio que Barnett, assim como Einstein, Newton, Thomas Edison e tantos outros possuem certas áreas cerebrais ativas que permitem um raciocínio não-linear, mas trabalhar a inteligência específica daquele aluno não é difícil. Digo isso porque Barnett teve a incrível 'sorte' de ser diagnosticado autista, e sua educação foi trabalhada de forma diferente.

O erro do sistema didático atual, assim como a maioria dos testes de QI, é deduzir que todo ser humano em idade de aprendizado detém um raciocinio linear: aquele regido pelo lado esquerdo do cérebro (também deduz que toda criança seja destra, o que é absurdo), com capacidade para aplicar a metodologia aprendida, adicionada à velocidade no processamento de cálculos, para obtenção de resultados. Isso é um erro terrível. Um teste de QI pode até detectar um gênio com incrível velocidade de processamento de cálculos mentais e de dedução lógica (testes sempre baseados em cálculos matemáticos), mas jamais irá detectar um gênio da arte, da comunicação ou da música, que por excelência têm um raciocínio não-linear.

O raciocínio não-linear é caracterizado pelo uso do lado direito do cérebro (o que gera indivíduos canhotos ou ambidestros), com capacidade para abstrair a metodologia aprendida e, a partir do acúmulo de bagagem cognitiva, não somente processar, mas criar resultados novos. São indivíduos que possuem certo nível de sinestesia e criatividade acima da média, mas baixa capacidade de processamento de cálculos. São áreas completamente distintas do cérebro humano em atividade, que caracterizam o conceito de Inteligências Múltiplas.
Portanto, a 'sorte' de Barnett foi a de ter sido tirado do ambiente didático linear, tendo outras áreas do cérebro estimuladas, despertando sua capacidade cognitiva diferenciada - pois se ele tivesse sido mantido no sistema tradicional, seria considerado um 'aluno problemático', com dificuldades de aprendizado e baixo rendimento escolar, além de dificuldades de relacionamento interpessoal. Tudo bem que o sistema de educação especial não surtiu tanto efeito visível sobre ele, mas decerto abriu conexões e atividades neuroquímicas o suficiente para que ele 'desabrochasse' sua capacidade cerebral sem as amarras do ensino engessado.

Penso que o pior erro do sistema didático atual é não levar em consideração o conceito de Inteligências Múltiplas, analisando individualmente cada criança e encaminhando-a um sistema de ensino que seja adaptado e adaptado às suas capacidades cognitivas dominantes, de forma que ela adquira a bagagem de conhecimento necessária ao indivíduo adulto, mas de forma a possibilitar esse desabrochar das capacidades totais.


A parte de como o raciocínio dele funciona eu nem prestei atenção direito, Seiko. Mas acho que é bem nessa linha que você e o Grimnir expuseram, pelo pouco que entendi.

Mas tem um equívoco no que você disse: não é que ele criou uma teoria sobre parar de aprender e começar a criar e, bom, não vejo como algo nesse sentido possa ser comprovado ou não. O ponto dele é: chega um determinado momento que, para criar coisas novas, você precisa se desvincular daquilo que está em voga, precisa ser criativo, you need to think outside the box (a expressão é essa mesmo? Corrijam-me se estiver equivocado.). E ele exemplifica suas ideias através de Newton e Einstein, sujeitos que revolucionaram a física, a ciência e a nossa maneira de enxergar o mundo através de suas ideias. Mas perceba que a proposta dele é muito mais geral: essa quebra de paradigma, por assim dizer, deve acontecer em qualquer área.

Perfeitamente, Lew. Tu pegou o cerne da teoria dele: a quebra de paradigmas, ao olhar pra fora da caixa. O ruim é que o sistema didático nos educa e nos engessa, desde cedo, a só olhar para dentro dela. Indivíduos com raciocínio linear conseguem ir bem, como já expliquei, mas indivíduos de raciocínio não-linear costumam enfrentar muitas dificuldades. Vou dar um exemplo simples de como eu via a escola, antes de entender como a minha mente funciona, e depois desse processo - claro, eu não estou comparando ou igualando minha capacidade cognitiva à de Barnett, porque seria absurdo demais. Ele de fato é um gênio, eu não - para esclarecer alguns pontos.

Sempre tive muita dificuldade em exatas. Tomando o conceito de raciocínio linear/não-linear, nasci canhota, mas fui educada como destra para me adequar ao sistema didático (claro, é mais fácil para uma professora ensinar uma criança destra a escrever), o que desenvolveu certo senso de ambidestria. Na escola, tinha dificuldades terríveis de relacionamento, em exatas e análise sintática, mas era excelente em redação, em artes e esportes. Com sorte, fiz reforço escolar com uma professora que apresentou uma forma de cálculo onde aprendi a raciocinar com porporções, e não com fórmulas - desperta essa capacidade, comecei a empregar a capacidade de processamento de cálculos por proporções, cores e imagens, ao invés de fórmulas prontas e lineares.

Isso ficou evidente na faculdade de design, onde a maioria se matava em 'desenho técnico' (matéria exclusivamente exata, que lida com geometria e cálculos para desenhos tridimensionais de produtos para que sejam desenhados de forma matematicamente exata) e eu tirava as maiores notas. Por que? Porque ali tinham indivíduos com a mesma capacidade cognitiva que a minha e o mesmo perfil neurológico - canhotos e ambidestros, músicos, artistas plásticos e ilustradores, terrivelmente ruins em exatas e em raciocínio lógico - mas ainda engessados pelo método de cálculo do sistema didático linear, que lhes foi marretado desde cedo e eles ainda tinham dificuldades terríveis. A diferença é que aprendi a adequar a informação à minha forma de raciocinar - cores, formas e proporções - ignorando as fórmulas prontas dadas pelo professor.

O resumo: essa quebra de paradigmas só acontece quando identificamos e eliminamos as amarras impostas à capacidade cognitiva inerente a todos, nesse caso, implementadas desde cedo pelo sistema didático que tende a uniformizar os indivíduos, facilitando o processo para os educadores, mas abafando ou até anulando capacidades raras de garotos como Barnett, que são gênios em potencial.


E o Grimnir tocou num ponto fundamental: temos que entender a proposta do garoto com cuidado. Ok, Newton e Einstein pararam de aprender pra criar a Mecânica Clássica e a Relatividade Especial e Geral, respectivamente. Mas, antes disso, eles aprenderam PRA CARALHO. Nós devemos sim parar de aprender, largar os livros num certo momento, mas apenas depois de termos uma bagagem considerável e, evidentemente, pessoas diferentes demandam tempos diferentes pra adquirir essa bagagem. Ele aprendeu em duas semanas o que eu estou estudando na faculdade há quatro ANOS. Com 14 anos, ou até antes, ele já tinha conhecimento suficiente pra parar de aprender cosmologia e começar a criar. Eu sequer entendo cosmologia, então não adianta eu resolver começar a criar em cima de algo que sequer aprendi.

Esse é o ponto chave da teoria dele. Ele aprendeu em duas semanas o que você precisou de quatro anos por dois motivos: primeiro, por obviamente ter uma linha de raciocínio totalmente não-linear (lado direito do cérebro) aplicado ao conhecimento puro em exatas (lado esquerdo do cérebro), o que dá a ele áreas cerebrais ativas extras + mais conexões neurais para o processamento da informação. Segundo, porque ele não aprendeu por um professor, mas adaptou a carga de informação à sua capacidade cognitiva. Ele não foi marretado por um sistema linear que obriga a decorar e aplicar fórmulas, mas ele primeiramente absorveu o conceito do que estava aprendendo, e depois aplicou a metodologia. A maioria acha física, cosmologia e matemática muito hard porque faz o processo completamente inverso.

'Perguntar pelo João sem conhecer o João' é impossível, por isso ele precisou aprender sobre o que pensar, antes de pensar - mas a ele não foi imposto 'como pensar'. Tendo memorizado a carga teórica sem amarras, ele digeriu e memorizou tudo de acordo com sua capacidade cognitiva - e o mais interessante, sem ficar com o nariz nos livros em tempo integral, tentando decorar isso ou aquilo. Isso faz dele um gênio: a sua capacidade de aplicar o que aprendeu, à sua forma, e reter tudo isso sem dificuldades.


Em certa medida eu acho que é isso que o Google faz quando concede 20% da jornada de trabalho para os seus empregados trabalharem em seus projetos pessoais. Eu não sei até onde isso é um mito, mas a ideia parece ótima. Com certeza vai ter muita gente usando os 20% pra pensar em besteira, mas aqueles com potencial vão ter maior chance de aproveitar esse tempo.

O Google é hoje uma das maiores megacorporações do planeta não por um motivo à toa, mas por atuar como uma mega laboratório experimental de neurolinguística em tempo integral, que valoriza seu material humano não somente como material humano, mas como amostragem. Já é cientificamente comprovado que os períodos de 'ócio criativo' não são só necessários, mas são fundamentais para grandes criações - que é a matéria-prima do Google, diga-se de passagem.
Só que, num mundo onde isso é ainda visto como coisa de gente louca, é uma realidade que iremos demorar para presenciar a chegada dessa leitura neurolinguística em empresas mais conhecidas. :joinha:

Eta post comprido. Se alguém leu tudo, comenta aí... :lol:
 
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Nossa, Iza, adorei o post. Li tudo, tipo assim:

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:lol:

Eu li tudo, tá? :obiggraz:

Bom, confesso que ao menos 20% do que ele disse eu realmente não entendi, porque ele realmente fala muito rápido, quando não resmunga/come algumas palavras, hehehe.

Isso sem falar as alterações no tom de voz, né? Puberdade...

Provavelmente sim, pois todas as pessoas dotadas de uma forma de raciocínio não-linear têm algum tipo de memória associativa a algum sentido físico.

Pesquisei um pouco, mas não encontrei nenhuma definição clara do tipo de sinestesia que ele possui. O máximo que encontrei foi alguém dizendo que ele tem uma combinação de dois tipos (Forma numérica e Grapheme).

Um teste de QI pode até detectar um gênio com incrível velocidade de processamento de cálculos mentais e de dedução lógica (testes sempre baseados em cálculos matemáticos), mas jamais irá detectar um gênio da arte, da comunicação ou da música, que por excelência têm um raciocínio não-linear.

Por partes:

1) Jacob fala em QI pq talvez essa seja a medida de inteligência mais conhecida. De qualquer forma, o espírito do discurso dele é que o mundo está repleto de pessoas de elevado potencial, mas que não consegue alcançar grandes realizações.

2) Será que o QI identifica apenas gênios matemáticos? Tenho sérias dúvidas sobre isso, Iza. Se a arte e a música guardam um tipo especial de relação com a matemática, pq esse teste também não revelaria aptidões artísticas? Eu não acho que o teste de QI seja a medida definitiva de inteligência, mas será que ele revela apenas a dominância esquerda do cérebro? Como você falou, linear e não-linear são formas de pensar, de modo que alguém pode aplicar uma lógica não-linear e ter resultados incríveis no teste de QI. Do ponto de vista bem objetivo, Jacob Barnett é o melhor exemplo, já que tem QI elevadíssimo e raciocina de forma não-linear (através daquela sinestesia incompreensível dele).

3) Uma forma de testar isso que estamos falando aqui, seria correlacionar QI com o tipo de profissão. Nesse exemplo que encontrei, os cientistas sociais estão no Top 5. Encontrei outro exemplo que fala sobre a estimação do QI de gênios do passado (não sei direito como isso foi calculado, então usem com moderação). No Top 10 temos Goethe, Kant e Mozart.

4) Eu não discordo que o teste de QI não mede todas as dimensões da inteligência humana, mas também não sei se é apenas aquela regida pelo hemisfério esquerdo do cérebro.

O erro do sistema didático atual, assim como a maioria dos testes de QI, é deduzir que todo ser humano em idade de aprendizado detém um raciocinio linear: aquele regido pelo lado esquerdo do cérebro (também deduz que toda criança seja destra, o que é absurdo), com capacidade para aplicar a metodologia aprendida, adicionada à velocidade no processamento de cálculos, para obtenção de resultados. Isso é um erro terrível.

Não sei se concordo sobre a parte do QI, mas não dá pra discordar que o ensino tradicional não estimula o desenvolvimento do raciocínio não-linear e que isso realmente é um problema.
 
Eu li tudo, tá? :obiggraz:

:abraco:

Pesquisei um pouco, mas não encontrei nenhuma definição clara do tipo de sinestesia que ele possui. O máximo que encontrei foi alguém dizendo que ele tem uma combinação de dois tipos (Forma numérica e Grapheme).

Porque o tipo de sinestesia que ele tem ainda nem foi mapeado pela neurolinguística, provavelmente! É um campo da percepção e processamento de informação totalmente novo, e aposto um segredo que ele tem http://pt.wikipedia.org/wiki/Memória_eidéticamemória eidética. :yep:

Ah, e obrigada por falar da sinestesia cor-grafema, é este o tipo de sinestesia que eu tenho, mas não sabia que isso existia (citei no comentário anterior, a associação a formas e cores), mas é mais comum do que pensei. Descobri isso quando estagiava na Lafarge, onde eu cadastrava códigos de diferentes tipos de cimentos e seus graus de dureza: eram diversos códigos de nove números, e nos dois ultimos dígitos, via 'cores' e memorizava todos os códigos facilmente. Quando se têm consciência disso, é possível atribuir cores às fórmulas matemáticas mais complexas. É muito interessante, e vou procurar ler mais sobre o assunto.


1) Jacob fala em QI pq talvez essa seja a medida de inteligência mais conhecida. De qualquer forma, o espírito do discurso dele é que o mundo está repleto de pessoas de elevado potencial, mas que não consegue alcançar grandes realizações.

Isso é verdadeiro. Aliás, em um passado não muito distante, pessoas com dislexia eram consideradas 'problemáticas' na escola porque os professores não sabiam o que fazer com eles. No final, sem saber nada sobre o distúrbio, as pessoas se acham burras e limitadas, e isso afeta demasiado a autoestima, desencorajando-as a tentar outros métodos de aprendizado, de desenvolvimento de potenciais e até de perspectiva de crescimento pessoal. Isso só acabou com a descoberta do distúrbio e o modo correto de lidar com ele, já que não tem cura. Um grande exemplo de um gênio que não se enquadra no detectável por testes de QI, por exemplo, é Tom Cruise.

Sim, pasmem. Tom Cruise é disléxico, e precisa de alguém para ler as falas e roteiros para ele, que memoriza tudo, adapta ao personagem e desenvolve a interpretação. Agora, além de excelente ator, o cara está se aventurando a dirigir filmes e documentários, isso sem conseguir ler nem um post it. É ou não um traço de genialidade diante da limitação física?


2) Será que o QI identifica apenas gênios matemáticos? Tenho sérias dúvidas sobre isso, Iza. Se a arte e a música guardam um tipo especial de relação com a matemática, pq esse teste também não revelaria aptidões artísticas? Eu não acho que o teste de QI seja a medida definitiva de inteligência, mas será que ele revela apenas a dominância esquerda do cérebro?

Eu não diria gênios matemáticos, mas certamente identifica características ligadas à racionalidade, e portanto, ao lado esquerdo do cérebro. Me lembro de ter começado a fazer um teste de QI quando eu tinha 16 anos e parei na terceira questão, porque implicava tempo e cálculos. Eu sou péssima em cálculo, e me senti bem burra por empacar logo de cara, pois meu raciocínio lógico (eles usam problemas de lógica que vemos em livros de matemática e que, pra mim, não fazem nenhum sentido) não correspondeu a nada ali. :lol:
Se você conhecer algum teste de QI válido, me avise, eu adoraria fazer e comprovar se sou mesmo uma besta quadrada, hahaha.

Mas a música e a arte são talentos tão abstratos que geralmente não são aprendidos de forma consciente, creio eu. Aprendi a desenhar sozinha, talvez pela predominância do lado direito do cérebro. Na verdade, tenho a crença de toda criança nasce sabendo desenhar, mas algumas 'desaprendem' ao longo da vida por causa da opressão do ensino voltado ao raciocínio linear, entende? Enquanto as que geralmente não se enquadram nele e têm dificuldades de se encaixar em seus parâmetros tendem a aprimorar as técnicas e se tornam profissionais. Digo por vivência própria. Isso não faz de mim um gênio, mas não me considero tão estúpida a ponto de nem conseguir fazer um simples teste de QI... :lol:

3) Uma forma de testar isso que estamos falando aqui, seria correlacionar QI com o tipo de profissão. (...)
4) Eu não discordo que o teste de QI não mede todas as dimensões da inteligência humana, mas também não sei se é apenas aquela regida pelo hemisfério esquerdo do cérebro.

Decerto utilizaram parâmetros aplicáveis ao conceito de Inteligências Múltiplas. Mas me pareceu tendencioso, porque sabemos que eles de fato são gênios. Isso deveria ser aplicável ás pessoas comuns. Seria interessantíssimo descobrirmos gênios entre conhecidos, numa inteligência específica. :yep:

Sobre a realidade dos testes de QI atuais, procurarei me informar se realmente estão se adequando à realidade de que pessoas de raciocínio não-linear... Mas é cultural pensar que pessoas que se destacam em Exatas sejam mais 'inteligentes' do que quem têm formação em Humanas ou Biológicas, por exemplo. Afinal, é muito mais comum ouvir comentários de 'oooh, ele é PhD em Física Teórica, que cara foda' do que 'uau, esse cara é um gênio da publicidade', por exemplo.

Talvez porque justamente os testes de QI mais comuns são elaborados e tabulados através de um raciocínio linear - exceto quando o cara é um gênio da música, ou da arte, porque aí ele realmente 'materializa' toda a sua genialidade em forma de arte, e isso é indiscutível, porque a grande maioria é simplesmente incapaz de reproduzir tais feitos.
 
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Excelente vídeo Lew.

Tudo bem que ele fala da aprendizagem. Mas fico me perguntando hoje em dia em que as pessoas são bombardeadas de informações e não param para pensar sobre elas. Tempo para pensar é algo que está se tornando um luxo e as pessoas acabam ficando cada vez mais automáticas.

Grimnir e Seiko-Chan, estou adorando os posts de vocês. Eu lembro de um vídeo de um palestrante inglês falando que nosso sistema de ensino beneficia apenas conhecimentos matemáticos/linguísticos porque desde da revolução industrial houve a necessidade de pessoas assim, que soubessem calcular e escrever, enquanto que outras áreas como as artes foram deixadas de lado, ele cita um exemplo de uma menina que não sabia calcular, mas era uma dançarina maravilhosa, porém para aqueles que decidiram ser bailarinos quantas vezes não deve ter ouvido "mas você vai dançar e não seguir uma carreira?". O palestrante defende que com a visão tão limitada do ensino, nós perdemos nossa criatividade, e provavelmente vários potenciais gênios deixaram de existir. Nesse vídeo o Jacob fala algo do tipo, fala que se você tem algo que gosta, vai lá e construa!
 
Concordo com o post acima, mas como professora (educadora não, cazzo!!) so tenho a dizer que TUDO nas escolas precisa ser reformulado. Não só a maneira de ensinar, mas a maneira de como se vê a escola. Eu adoraria que a escola fizesse jus a seu nome grego, que fala de lazer, e não fosse confundida com um lugar massivo, chato e, atualmente, depósito de crianças e jovens.

Dou aula particular e em curso de idiomas, mas fico feliz quando escuto um aluno dizer: "Gostei da aula de hoje". Um ambiente legal, descontraído, não aquela que se pinta sobre escola e educação.

Tá tudo muito defasado nesse aspecto, e não é só no Brasil.
 
Mas a música e a arte são talentos tão abstratos que geralmente não são aprendidos de forma consciente, creio eu. Aprendi a desenhar sozinha, talvez pela predominância do lado direito do cérebro. Na verdade, tenho a crença de toda criança nasce sabendo desenhar, mas algumas 'desaprendem' ao longo da vida por causa da opressão do ensino voltado ao raciocínio linear, entende? Enquanto as que geralmente não se enquadram nele e têm dificuldades de se encaixar em seus parâmetros tendem a aprimorar as técnicas e se tornam profissionais. Digo por vivência própria. Isso não faz de mim um gênio, mas não me considero tão estúpida a ponto de nem conseguir fazer um simples teste de QI... :lol:

Acho muito difícil de responder isso, Iza, já que há evidências sobre a correlação entre o aprendizado musical e aumento de QI. Na verdade não é nem correlação, mas causalidade mesmo. Talvez a mesma relação seja válida para o aprendizado artístico. Não estou dizendo que é tudo a mesma coisa, mas a matemática guarda uma relação especial com a música e outras artes. Se for possível mostrar que músicos e artistas em geral não tem desempenho sistematicamente inferior ao dos matemáticos e engenheiros nos testes de QI, então talvez esse seu argumento não seja totalmente válido.

Eu concordo, no entanto, que a forma de ensinar nas escolas privilegia totalmente o raciocínio linear. Pra falar a verdade, eu não tenho ideia de como seria o estímulo ao raciocínio não-linear, já que talvez não seja possível ensiná-lo, né?

Só por diversão, ouça a "Música do Pi":


Mas é cultural pensar que pessoas que se destacam em Exatas sejam mais 'inteligentes' do que quem têm formação em Humanas ou Biológicas, por exemplo. Afinal, é muito mais comum ouvir comentários de 'oooh, ele é PhD em Física Teórica, que cara foda' do que 'uau, esse cara é um gênio da publicidade', por exemplo.

Realmente é cultural. Como a habilidade e o esforço para resolver um problema quantitativo são muito mais visíveis do que no caso do desenvolvimento artístico, acho que tendemos a valorizar mais a genialidade do físico teórico do que a do publicitário. No caso específico que você citou, as derrotas dos publicitários são muito mais óbvias do que as dos físicos, né? :mrgreen:

Talvez porque justamente os testes de QI mais comuns são elaborados e tabulados através de um raciocínio linear - exceto quando o cara é um gênio da música, ou da arte, porque aí ele realmente 'materializa' toda a sua genialidade em forma de arte, e isso é indiscutível, porque a grande maioria é simplesmente incapaz de reproduzir tais feitos.

Não entendi o que você quis dizer no trecho em itálico.

Uma outra coisa que pensei agora: Acho que quando ele fala "stop learning and start thinking", a mensagem é justamente para tentarmos encontrar um pouco da nossa própria não-linearidade. Como ele fala logo no começo da palestra: "In order do succeed you've to look at eveything with your own unique perspective". Por um lado, para ele, falar isso é fácil, já que a perspectiva dele realmente é única. Ele diz que não, mas ele é um gênio sim e ponto final. Acho que o espírito da coisa é que o diferencial para os indivíduos é buscar essa não-linearidade, o olhar sob a perspectiva única.

Eu lembro de um vídeo de um palestrante inglês falando que nosso sistema de ensino beneficia apenas conhecimentos matemáticos/linguísticos porque desde da revolução industrial houve a necessidade de pessoas assim, que soubessem calcular e escrever, enquanto que outras áreas como as artes foram deixadas de lado, ele cita um exemplo de uma menina que não sabia calcular, mas era uma dançarina maravilhosa, porém para aqueles que decidiram ser bailarinos quantas vezes não deve ter ouvido "mas você vai dançar e não seguir uma carreira?". O palestrante defende que com a visão tão limitada do ensino, nós perdemos nossa criatividade, e provavelmente vários potenciais gênios deixaram de existir. Nesse vídeo o Jacob fala algo do tipo, fala que se você tem algo que gosta, vai lá e construa!

Acho que essa tendência antecede a própria Revolução Industrial, tendo começado no período do Iluminismo, quando o método científico foi "estabelecido".

Sobre o exemplo que você citou, realmente é uma situação complicada. Acho que há dois problemas em questão. O primeiro você já citou, ou seja, ainda há um certo preconceito com as profissões artísticas. Por outro lado, essas profissões são claramente mais arriscadas do que as não-artísticas. Os salários dos economistas, por exemplo, ficam todos bem próximos de uma determinada média, tendo pouca variação. Já no caso dos músicos, por exemplo, a variação dos salários é muito maior. Para cada grande talento que ganha milhões há centenas ou milhares de músicos que ralam pra sobreviver. Acho que é uma escolha de risco que nem todos querem incentivar. Não que estejam certos em pensar assim, mas acho que é isso que acontece, né?
 
Última edição por um moderador:
Acho muito difícil de responder isso, Iza, já que há evidências sobre a correlação entre o aprendizado musical e aumento de QI. Na verdade não é nem correlação, mas causalidade mesmo. Talvez a mesma relação seja válida para o aprendizado artístico. Não estou dizendo que é tudo a mesma coisa, mas a matemática guarda uma relação especial com a música e outras artes. Se for possível mostrar que músicos e artistas em geral não tem desempenho sistematicamente inferior ao dos matemáticos e engenheiros nos testes de QI, então talvez esse seu argumento não seja totalmente válido.

Concordo, não há como validar meu argumento como verdade absoluta porque estamos levando em consideração características individuais aqui. Sabemos que há determinadas áreas cerebrais que são ativadas por determinadas tarefas enquanto outras permanecem latentes, e isso também varia de indivíduo para indivíduo. O aprendizado musical está correlacionado ao aumento de QI porque, durante a atividade musical, são ativadas diversas áreas do cérebro que ficam em latência durante outras atividades, mas permeiam e estimulam o cérebro como um todo:

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O inverso não acontece de forma natural (exceto no caso de pessoas com predominância de raciocínio linear que possuem aprendizado musical). Nem sempre alguém com área cerebral predominantemente linear ativa consegue atingir a mesma proporção de atividade neuroquímica - mesmo em picos de atividade mental - equivalente ao aprendizado musical ou artístico, pois estes ultimos geralmente usam mais sentidos, como o tato por exemplo. Pode-se confirmar então que:

- um músico/artista pode apresentar mais áreas cerebrais ativas, num único processo, do que um potencial 'gênio' em exatas;
- há uma proporção muito maior de músicos/artistas canhotos ou ambidestros a destros, o que por si significa maior uso do córtex cerebral;
- nem sempre ter mais áreas cerebrais ativas significa maior 'inteligência', mas somente uma maior capacidade cognitiva;
- nem sempre (quase nunca) ser um gênio de exatas significa ter senso de musicalidade. :lol:

Isso acontece pela proporção de estímulo cerebral dentro de cada atividade, mas o aprendizado musical implica sim na expansão de áreas cerebrais ativas, criação de novas conexões neurais em áreas normalmente inativas e, consequentemente, aumento de QI. Não deixa de ser um 'boost' cerebral, pois implica no aumento de área de processamento, mas mesmo assim, a correlação da matemática com o ritmo nem sempre é uma atividade consciente, muitas vezes é inata: a percepção musical brota muito cedo, e há pessoas com incrível talento/percepção musicais que aprendem música sem sequer saber como escrever uma partitura. A matemática é aprendida racionalmente: a música é sentida. Você não ouve /faz música com a intenção de fazer dela um cálculo, portanto as áreas cerebrais estimuladas não são necessariamente as mesmas.

Eu concordo, no entanto, que a forma de ensinar nas escolas privilegia totalmente o raciocínio linear. Pra falar a verdade, eu não tenho ideia de como seria o estímulo ao raciocínio não-linear, já que talvez não seja possível ensiná-lo, né?

Depende. O sistema público de ensino não possuem tais ferramentas, porque o método de ensino aprendido pelos professores é por excelência linear, e, portanto, ensinado desta forma como padrão. Há escolas experimentais particulares que já usam métodos didáticos que estimulam formas de raciocínio não-linear por prestar uma assistência mais personalizada ao aluno, o que é privilégio de poucos.

E eu iria adorar a música do 'Phi', será que existe?

Realmente é cultural. Como a habilidade e o esforço para resolver um problema quantitativo são muito mais visíveis do que no caso do desenvolvimento artístico, acho que tendemos a valorizar mais a genialidade do físico teórico do que a do publicitário. No caso específico que você citou, as derrotas dos publicitários são muito mais óbvias do que as dos físicos, né? :mrgreen:

Fato, é só ver no nosso famigerado tópico dos 'publissitários': o erro de um cara desses está sendo massivamente veiculado, ao ponto de uma teoria incorreta elaborada por um físico teórico não exceda publicações veiculadas para um público específico. :lol:
E essa colocação do 'cultural' cai exatamente no comentário irrepreensível feito pela Pearl acerca da preferência de pessoas que saibam calcular/ler/escrever a produzir arte: é muito mais frequente que um artista brilhante, em início de carreira, ouça bisonhices do tipo 'mas você vai ganhar dinheiro fazendo isso?' , 'arte não enche barriga', ou 'artista é tudo vagabundo' do que um aluno no limiar do medíocre cursando Matemática, por exemplo. Coisas da vida...


Não entendi o que você quis dizer no trecho em itálico.

Uma outra coisa que pensei agora: Acho que quando ele fala "stop learning and start thinking", a mensagem é justamente para tentarmos encontrar um pouco da nossa própria não-linearidade. Como ele fala logo no começo da palestra: "In order do succeed you've to look at eveything with your own unique perspective". Por um lado, para ele, falar isso é fácil, já que a perspectiva dele realmente é única. Ele diz que não, mas ele é um gênio sim e ponto final. Acho que o espírito da coisa é que o diferencial para os indivíduos é buscar essa não-linearidade, o olhar sob a perspectiva única.

O trecho em itálico especifica que o artista exprime sua genialidade através de sua arte - seja música, pintura ou escultura - e o simples fato de que quase ninguém irá conseguir reproduzir seu feito torna isso indiscutível. Mesmo que vejamos várias cópias d'O Beijo de Rodin por aí, ter concebido e executado esta peça primeiro é que faz dele um gênio da escultura. O restante são meras reproduções. O conceito de genialidade não está somente na capacidade cognitiva ou velocidade de processamento de informação (a inteligência) como a grande maioria pensa de forma errônea, mas no potencial criativo do indivíduo.

Parar de aprender e buscar a própria não-linearidade é justamente a chave do processo, e de fato o raciocínio é simples. O que é difícil é o processo. Não de encontra-la, mas de adequar sua realidade a ela, depois de descoberta. É fácil para Jacob assim como para pessoas que se conhecem tão bem a ponto de saber a forma correta de adaptar o que aprendem à sua forma de pensar, pois ele não foi oprimido por fatores culturais como os citados acima - a maioria de nós sim. Afinal, não deve ser mesmo fácil para um economista, por exemplo, descobrir que raciocina melhor através de música convencer seu chefe de que produzirá mais se trabalhar ouvindo música - ou ele mesmo se descobrir um músico genial, resolver jogar tudo pra cima e se engajar na nova carreira. :lol:


Grimnir e Seiko-Chan, estou adorando os posts de vocês. Eu lembro de um vídeo de um palestrante inglês falando que nosso sistema de ensino beneficia apenas conhecimentos matemáticos/linguísticos porque desde da revolução industrial houve a necessidade de pessoas assim, que soubessem calcular e escrever, enquanto que outras áreas como as artes foram deixadas de lado, ele cita um exemplo de uma menina que não sabia calcular, mas era uma dançarina maravilhosa, porém para aqueles que decidiram ser bailarinos quantas vezes não deve ter ouvido "mas você vai dançar e não seguir uma carreira?". O palestrante defende que com a visão tão limitada do ensino, nós perdemos nossa criatividade, e provavelmente vários potenciais gênios deixaram de existir. Nesse vídeo o Jacob fala algo do tipo, fala que se você tem algo que gosta, vai lá e construa!

Isso é verdade. Ser criativo e quebrar paradigmas está se tornando uma característica muito rara, até mesmo porque quase tudo o que se possa imaginar já foi inventado, visto e pesquisado... Esse 'parar e pensar' que Jacob cita é unicamente um grito de alerta para que ouçamos nossa voz interior, e as ideias que dela provém. O ser humano passa por uma terrível crise criativa, justamente por abafar o tempo todo o nosso poder de olhar as coisas por novas perspectivas. Grandes invenções, antigas e atuais, derivam obviamente de pesquisa e metodologia, mas também de ver a realidade e a necessidade por uma perspectiva diferente. Obrigada por comentar! :yep:
 
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Nossa, vi o vídeo hoje. Uma das melhores palestras que já vi!
Ele simplesmente confirmou com dados e pesquisas, numa palestra totalmente diferenciada, coisas que eu pensava no 'achômetro'. Fantástico.
 
Focando um pouco no ponto que a Seiko mencionou sobre crianças e desenhar: imaginem uma criança de, sei lá, 2 anos, a quem você dá papel e lápis e pede para que ela desenhe qualquer coisa que ela queira. O que ela desenhará? Provavelmente várias formas que para nós não farão sentido algum, mas que para ela devem fazer, ou que ao menos são resultado do processo imaginativo/instintivo dela. Agora repita o experimento com a mesma criança ao longo dos anos. Com o passar do tempo ela passará a desenhar objetos e formas mais regulares, repetidas, que lhe foram ensinadas: árvores, carros, casas, pessoas. Esse "ensinar" de certa maneira fez a criança perder grande parte de sua criatividade. Ela não é mais capaz de desenhar qualquer coisa como antes, pois sua mente aos poucos foi aprendendo a pensar dentro de certos padrões a ela ensinados, e os instintos anteriores foram sendo esquecidos. O "ensinar" impôs certos modelos mentais à criança, limitou a capacidade dela de perceber/entender coisas fora desse modelo.

Em certa medida, todo ato de aprender é ao mesmo tempo um "desaprender". Nos são dadas ferramentas para entendermos o mundo, mas isso ao mesmo tempo limita nossa capacidade de construir nossas próprias ferramentas. Em geral, quanto mais nos aprofundamos no aprendizado, mais difícil fica para rompermos com os modelos mentais. E isso volta naquele ponto do pensamento divergente do vídeo que postei.

Não lembro onde originalmente li essa analogia da criança. Achei que era em Nietzsche, mas não encontrei nada aqui.
 
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Focando um pouco no ponto que a Seiko mencionou sobre crianças e desenhar: imaginem uma criança de, sei lá, 2 anos, a quem você dá papel e lápis e pede para que ela desenhe qualquer coisa que ela queira. O que ela desenhará? Provavelmente várias formas que para nós não farão sentido algum, mas que para ela devem fazer, ou que ao menos são resultado do processo imaginativo/instintivo dela. Agora repita o experimento com a mesma criança ao longo dos anos. Com o passar do tempo ela passará a desenhar objetos e formas mais regulares, repetidas, que lhe foram ensinadas: árvores, carros, casas, pessoas. Esse "ensinar" de certa maneira fez a criança perder grande parte de sua criatividade. Ela não é mais capaz de desenhar qualquer coisa como antes, pois sua mente aos poucos foi aprendendo a pensar dentro de certos padrões a ela ensinados, e os instintos anteriores foram sendo esquecidos. O "ensinar" impôs certos modelos mentais à criança, limitou a capacidade dela de perceber/entender coisas fora desse modelo.

Observação muito oportuna, Fëanor. Ela me lembra uma frase de Picasso: "Quando eu tinha 15 anos sabia desenhar como Rafael, mas precisei uma vida inteira para aprender a desenhar como as crianças".
Isso acontece porque a criança, aos 2 anos, ainda não cedeu ao aprendizado e ainda têm liberdade o bastante para 'ditar suas próprias regras'. Mesmo assim, para muitos, essa 'evolução' do desenho até uma certa etapa - a criança não 'aprende' conscientemente, mas imita detalhes que vê em outros desenhos com muita frequência, ou até mesmo tenta memorizar pontos de fotos, criando assim seu 'acervo mental' de referências - sempre acaba estagnando por algum motivo.
Normalmente, ou a criança se interessa por outros talentos inatos, ou acaba cedendo ao ensino linear, bloqueando sua capacidade de abstrair. Sua observação acerca de 'ensinar a maneira correta faz a criança perder grande parte de sua criatividade' é fato, pois ou ela se torna mera copista, ou desiste da área artística por achar que não tem talento para tal e volta a atenção para outras coisas, como a própria escola. Essa opressão do ensino linear afeta muito mais as crianças do que se imagina.

Não é raro observar que a maioria das pessoas, já em idade adulta, apresentam desenhos infantilizados, muito semelhantes aos de crianças de 10, 12 anos: sua capacidade artística estancou justamente a idade onde a criança começa a 'desaprender' a desenhar, e perde a noção de proporção e profundidade que são fundamentais para o desenho à mão livre, e não mais evoluiu a partir daquele ponto. No final das contas, Picasso fez uma alusão à opressão do aprendizado, da busca pela perfeição, e através dela perdemos nossa capacidade de abstração e consequentemente, de criar coisas novas.


Em certa medida, todo ato de aprender é ao mesmo tempo um "desaprender". Nos são dadas ferramentas para entendermos o mundo, mas isso ao mesmo tempo limita nossa capacidade de construir nossas próprias ferramentas. Em geral, quanto mais nos aprofundamos no aprendizado, mais difícil fica para rompermos com os modelos mentais. E isso volta naquele ponto do pensamento divergente do vídeo que postei.

Esse ato de desaprender é um processo complexo, traumático às vezes, até mesmo para pessoas com raciocínio não-linear. O ato de nos compararmos com os demais a fim de supera-los é algo entranhado nos genes, a competitividade. Pessoas que inovam e têm grande potencial criativo estão menos preocupadas com o desempenho de outros indivíduos, por isso conseguem abstrair o suficiente para quebrar os tais paradigmas: é mais fácil citar falas de outras pessoas que façam muito sentido para nós, do que criar nossas próprias 'frases', que relatem nossa própria visão da vida. São hábitos arraigados tão prematuramente que a grande maioria enxerga com naturalidade, o fato de ser correto viver e pensar de acordo com parâmetros estabelecidos por outras pessoas. É complicado isso.
 
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