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As Flores do Mal - Charles Baudelaire

Ronzi

Oh, Crap!
Acabei de terminar esse livro para a faculdade e fiquei abobado, desconhecia a obra de Baudelaire, apesar de conhecer seu nome, mas sempre como aqueles poetas "chatos" do romantismo. Para mim ele é um daqueles casos de como uma boa explicação pode elucidar muita coisa e mudar nossa visão de mundo.

Longe de romantico, descobri um Baudelaire ácido, irônico, atormentado e muitas vezes surreal, até erótico. Um homem moldado por sua época, onde a modernidade e o progresso afligiam um Homem que já se esquecia do que era a luz e vivia sobre as névoas da nova urbanidade que tomava conta de Paris. Para Baudelaire a beleza não era uma alma pura e bucólica beirando o riacho co alvos pés e sim uma puta maquiada que desfilava sobre os sombrios lampiões a gás das grandes cidades, com uma maquiagem que ao mesmo tempo a torna bela e a mascara.

Acho que me empolguei...:grinlove:
 
O Bauds na verdade abre o simbolismo, né. Aliás, com o "As Flores do Mal".

Então, no final das contas, como fanzoca do Poe não tinha como não curtir o cara também. Para quem não sabe, o poeta se identificava completamente com o americano, naquele esquema de alma gêmea mesmo. E é por causa dele (e das traduções que ele fez do Poe para o francês) que no final das contas o nome do Poe não caiu no anonimato com o passar do tempo.

Enfim, devo muito ao sujeito.
 
:D O ritmo dele é empolgante.
Dá vontade de ler em voz alta, ou, o_O sussurrar - ao gosto do cantante.
 
Anica disse:
O Bauds na verdade abre o simbolismo, né. Aliás, com o "As Flores do Mal".

Então, no final das contas, como fanzoca do Poe não tinha como não curtir o cara também. Para quem não sabe, o poeta se identificava completamente com o americano, naquele esquema de alma gêmea mesmo. E é por causa dele (e das traduções que ele fez do Poe para o francês) que no final das contas o nome do Poe não caiu no anonimato com o passar do tempo.

Enfim, devo muito ao sujeito.

Os franceses dizem que o Poe era um péssimo autor americano que teve um fantástico tradutor para o francês :lol:

Paracem até argentinos...
 
Eu o conheci pelo Simbolismo também, com este livro.
Mas só tive contato com parte dele, da qual gostei bastante.
Depois que terminar os tantos que tenho para ler vou dar uma olhada
em As Flores do Mal também (:
 
EStou procurando agora "Pequenos Poemas em Prosa" que parecem ser excelentes. "O Mau Vidraceiro", o único que li desse livro, é super sarcastico a quanto hipocrisia da sociedade.
 
Esse é um dos livros que eu mais tenho vontade de ler, uma que faz parte do Simbolismo, e eu me identifico demais, demais, e outra é que de tanto ouvir aquele expressão: LES FLEURS DU MAL sabe???? Inclusive tem músicas com esse mesmo nome, agora eu não sei se tem a ver com a expressão, ou com o livro, mas seria muito interessante pra mim!!! =D
 
O rpoblema d'As Flores do Mal no Brasil é a tradução. A única maomeno é a do Ivan Junqueira, que é tosca, então image as outras. Ele é muito interprativo. Eu sou do ditado que prefiro uma feia fiel do que uma linda infiel.

Para quem quiser uma boa tradução tem "As flores das flores do mal", que é do Guilherme de Almeida, mas não tem todos os poemas.
 
Tá aí um livro que sempre tive vontade de ler mas nunca li. Quanto a tradução o negócio é meio difícil, ainda mais q mesmo vc sabendo a língua materna às vezes não consegue achar o livro no original. Eu por exemplo já cansei de procurar livros do Edgar A. Poe em inglês e não consegui...
 
Aquela edição da Nova Aguilar é boa?

Aqui na biblioteca tem ela, uma da Abril e uma da Martin Claret. Imagino que a última seja a pior.

Qual compensa mais (melhor tradução, prefácio, notas...)?
 
Pena que eu não sei francês. =/

Mas vi a notícia do plágio. Pelo jeito das completas a melhor é a da Nova Fronteira, que é a mesma usada pela Nova Aguilar. Vou pegá-la na biblioteca então.

Valeu.
 
Alguns esclarecimentos ao pessoal para ajudar na compreensão da obra:

Fiz algumas matérias de poesia e estudei quase toda obra de Baudelaire.
Alguns mitos e verdades:

Sim, Baudelaire foi lido na chave simbolista por Mallarmé e seguidores, entretanto, o principal escopo das Flores do Mal é (a estes esclarecimentos indico o livro de Walter Benjamin) não a crítica da sociedade de sua época (basta ler seu ensaio sobre a moda e a maquiagem), mas o retrato de seu tempo aos olhos de um dandi: o entrechoque dos passantes em meio às ruas amplas e povoadas em contraposição às periferias ainda não desenvolvidas, a cidade que começava a se estabelecer radiante (com a instalação da iluminação elétrica) e ao mesmo tempo conservava aspectos antigos, seus becos escuros e uma vida noturna de onde pululam a lubricidade, os prazeres recônditos e uma nova vida obscura.
Baudeilaire foi muito comparado a Dante, até mesmo com paralelismos entre as Flores do Mal e a Divina Comédia.
O exotismo é o que está sempre frequente (afeição à cultura e aos objetos orientais, culto do profâno, etc...
Em Baudelaire há sempre um movimento de repulsa e atração, escárnio e afeição, ódio e amor: os oxímoros são frequentes e os opostos procuram se conjugar.
Baudelaire também foi um dos primeiros a retratar a condição do poeta diante do crescimento do comércio cultural (edição de livros). O poeta lhe estaria à margem da sociedade, como um dandi, tipo excêntrico, não inserido no comércio, adepto de uma arte acessória. O poema O Albatroz retrata um pouco disso: situação em que o poeta foi como que abandonado pela Musa e ignorado pelo seu público adorador (como nos velhos tempos).
Para quem quiser se preparar para a leitura das Flores, recomendo Huysmans À Rebours (Às avessas), Poe e os primeiros poemas de Victor Hugo.
Quem quiser esclarecer dúvidas, podemos conversar. Sempre se pode aprender muito em debates e conversas ;p
 
Ainda estou lendo. Acho que o livro exige bastante por causa de um certo preciosismo do Baudelaire com relação ao vocabulário (ou vai ver que meu vocabulário é pequeno, ou as duas coisas). Cheguei na parte dos Vinhos.

Por enquanto deixo aqui que apesar de toda a propaganda como "poeta da modernidade" ou primeiro poeta moderno (o que Baudelaire é, por ser um poeta do urbano como nenhum foi antes, por exemplo, entre outras características dele) é interessante que ele ainda use imagens de Vênus, de Dianas, tenha feito poemas em latim. Apesar da obsessão pelo novo (outra característica moderna) é meio desconcertante quando algo assim aparece em Baudelaire (na verdade aparece bem pouco).

É também um livro de imaginação. Alguns (a maioria?) dos poemas é de uma viagem "interior" como só tinha visto nos ultra-românticos. Mas Baudelaire faz isso de uma maneira diferente também.

Depois das Flores, pretendo seguir para outros ainda e para a crítica. Talvez reler o Benjamin, provavelmente ler Jakobson e a análise do Les chats.
 
Última edição:
Ainda estou lendo. Acho que o livro exige bastante por causa de um certo preciosismo do Baudelaire com relação ao vocabulário (ou vai ver que meu vocabulário é pequeno, ou as duas coisas). Cheguei na parte dos Vinhos.

Jorge, você está lendo no original ou em versão para o português? Se for a traduzida, qual?
 

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