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Análise "técnica" da relação Sauron/"The One Ring.

Tar-Mairon

DARK LORD AND LOVING DAD
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Tema muito citado neste fórum, a relação Sauron/Anel Mestre me levou a criar este tópico de análise "técnica".

Então, vamos às palavras do Professor sobre isto:

"While he (Sauron) wore it, his power on earth was actually enhanced. But even if he did not wear it, that power existed and was in 'rapport' with himself: he was not 'diminished'." Carta 131.

Das palavras de Tolkien temos que:

A) O Anel "enhanced" ("realçava", "melhorava", "ampliava" etc) o poder de Gorthaur quando este o usava;

B) Se por algum motivo, Sauron não usasse o Anel, o poder original daquele (Sauron) não era diminuído, afinal ambos estavam em "rapport" ("sintonia").

Mas, o Professor não explicou como se dava este "realce"/"melhora"/"ampliação" no poder de Mairon e nem em que grau.

Parte considerável do fandom de Tolkien acredita que isto se dava por meio da captação do "Ingrediente Melkor" aka "Elemento Morgoth". Mas há quem discorde desta interpretação.

De qualquer forma, mais textos de Tolkien sobre o tema são muito bem-vindos

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Eu tenho como humilde opinião que ele concentrou grande parte de seu pode no Um, e ficou meio que "dependente" dele. Podia fazer as coisas normalmente sem o Um, mas dependia dele para que o "fána" continuasse existindo e etc.

Sobre o Elemento Morgoth, provavelmente ele fora captado pelo Um, e ali estivesse. Creio que o "fána" de Sauron sozinho não podia capturar o Elemento Morgoth.
 
Olha, Tar Mairon, eu diria que MUITO do que poderia ser discutido aqui JÁ APARECEU em outros tópicos, principalmente no recente "O propósito do Um Anel".

Virtualmente TUDO que eu, pessoalmente, tenho pra dizer sobre esse assunto, no estágio atual de divulgação de manuscritos do Tolkien, eu já ou disse ou linkei diretamente lá e uma síntese foi apresentada nesse post aí, o famoso "666"

Acho que, lá, no tópico, ficou DEMONSTRADO que as idéias de Tolkien a respeito do assunto não permaneceram imutáveis enquanto ele redigia o livro e CONTINUARAM a mudar MUITO depois que ele foi publicado e que a questão do Elemento Morgoth representa o estágio final de desenvolvimento do material, em termos de conexão com o mecanismo de operação dos anéis.

Portanto, quanto às palavras do próprio Tolkien a respeito do assunto* o problema com elas, como acontece com TODOS os casos semelhantes, é a questão da DATA em que elas foram emitidas: a criação da Terra Média era uma preocupação constante na cabeça de Tolkien e ele estava, constantemente, revisando, alterando e acrescentando pedaços e fragmentos de informação RETROATIVOS pra explicar a metafísica e melhor definir, conceitualmente, a realidade do Universo dele.

*Pra piorar, elas são escassas, porque, pra poder explicar como se dava essa ampliação do nível de poder, e a estreita relação do Elemento Morgoth com a criação dos Anéis do Poder e seu funcionamento,no fim das contas, Tolkien teria que detalhar a metafísica pra magia no seu cosmo subcriado, uma coisa que ele NÃO QUERIA fazer porque , inevitavelmente, iria de encontro à( ed:thanks to Meneldur) ortodoxia católica-cristã que o norteava, uma vez que o cânone cristão baniu esse tipo de questionamento ou investigação pra aquilo que se chama Cristianismo Esotérico.

nesse post vc encontrará evidência da obra de Tolkien sugerindo que Tolkien ERA FAMILIARIZADO com teorias do Cristianismo Esotérico e sua longa influência em cima de todas as tradições neo-pagãs/espiritualistas dos séculos XIX e XX.
 
Última edição:
Tolkien teria que detalhar a metafísica pra magia no seu cosmo subcriado, uma coisa que ele NÃO QUERIA fazer porque , inevitavelmente, iria de encontro à heterodoxia católica-cristã que o norteava, uma vez que o cânone cristão baniu esse tipo de questionamento ou investigação pra aquilo que se chama Cristianismo Esotérico.
Acho que aí você quis dizer ortodoxia, né? Porque heterodoxo é uma coisa que Tolkien não queria ser. :dente:
 
Acho que aí você quis dizer ortodoxia, né? Porque heterodoxo é uma coisa que Tolkien não queria ser. :dente:

Sim, sim, veíce e pressa são fodas...:P

Ficaria muito mais fácil se o tópico sobre Tolkien e Esoterismo não fosse um dos sumidos no crash da Valinor de princípios de 2010, eu tenho muito material salvo de lá mas sua transcrição aqui seria muito time consuming e, como já disse, eu estava com pressa.

Essa materiazinha aí está explicando em linhas gerais a relação que a Magia Branca Ocidental mantém com o cristianismo esotérico

Magic of the Ordinary
reflections on the mysteries


E aí um site portal com artigos sobre as conexões esotéricas dos Inklings ( a respeito disso: os fatos são esses mesmo que estão lá, as CONCLUSÕES é que podem variar conforme a posição ideológica/epistemológica de quem lê)

Um livro em inglês que, provavelmente, DEVE, quase que certamente, esclarecer, tintim por tintim, TUDO que Tolkien imaginava, conjecturava e pensava a respeito do assunto da magia, sua conexão com o Fogo Secreto e com o Elemento Morgoth/AKA o Fogo Negro, é o pequeno tomo que o Charles Williams, membro dos Inklings, ex-membro da Golden Dawn Society e convertido ao Anglicanismo além de professor honorário em Oxford, publicou sobre a Witchcraft (Feitiçaria).

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Pra quem não sabe, extraoficialmente, o Charles Wiliams é hiperinfluente no trabalho moderno do Alan Moore e do Grant Morrison.

Reparem só no curioso detalhe que NINGUÉM, até onde vi, ( estranho né?)comentou em inglês: uma das melhores amigas do Charles Williams, membro da Sociedade da Aurora Dourada, tinha o sobrenome Underhill, o codinome usado por Frodo quando deixou o Shire.

Confiram aí: Evelyn Underhill que era, no começo, CATÓLICA.

Provavelmente, era a respeito dela que o Tolkien disse que provia o Charles Williams com uma proteção espiritual que o salvaguardava das piores influências na Golden Dawn que, uma vez, também albergaram "A Grande Besta", Aleister Crowley.

A propósito, uma série de anime que estou começando a acompanhar aqui em BH, Fate Stay Night, um anime pra TV de 24 episódios mais duas séries OVAs prequels de 13 cada( Fate Stay Night Zero) e um movie é, SIMPLESMENTE, a cara do trabalho do Charles Williams que, também, muito provavelmente, influenciou a Joanne K. Rowling ( Cálice "mágico" escolhendo candidatos pra disputar uma competição de perícia em que o prêmio é uma "taça" do torneio tri-bruxo" isso aí, até certo ponto, é um análogo do Fate Stay Night em muita coisa).

Fate_zero_anime_1st_season.jpg

The three novels that followed War in Heaven are more openly metaphysical in content: their exploration of the nature of power and of supernatural experience draws on Neo-Platonic doctrine, on gnosticism and the Cabballa. In each book the world of perceived reality is invaded and welnigh overthrown by a supernatural force, evoked by magical incantation (as in The Place of the Lion [1931]) or embodied in objects charged with power (in Many Dimensions [1931] the stone in the crown of Solomon, in The Greater Trumps [1932] the Tarot pack). As a result of these invasions the material order is only restored to stability through the selfless devotion of men and women who refuse to harness these energies for self-gratifying ends, choosing to worship the power that maintains them in being. Despite their eloquent, highly coloured prose, these books are not so much concerned to provide easy thrills for lazy readers as to uphold their author’s Christian belief in the supreme importance to the universe of the virtues of intelligence and love. Although in no way a polemicist (he distrusted all such) Williams can be a highly persuasive preacher. But his novels do not beg any questions they are not prepared to answer.

A série de anime parece um cruzamento entre War in Heaven, que lida com o Graal, a pedra mágica da Coroa de Lúcifer, e o The Place of the Lion que lida com arquétipos encarnados na Terra, ambos livros do Charles Williams.

Dois outros artigos explorando as conexões de Tolkien e Lewis com outro colega esotérico Inkling, o Owen Barfield.

Under the Shadow of the Hideous Strength by Dale Nelson


Dale Nelson
Legacy of the Second Friend
 
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Então, lendo um comentário interessante do Gerbur no tópico do GoT e juntando aquilo do tópico de Gandalf contra o Balrog me ocorreu que o poder do anel passava pelo que acontece quando alguém "toma à força" a vontade de outra pessoa ou até de um outro ainur.

O poder do anel era capaz de realçar o presente em detrimento do passado aos olhos do portador, criando a ilusão de que o momento presente seria melhor que o passado por estar de posse daquela jóia. Era a geração da dúvida em primeira mão. Na verdade o passado e o presente podiam ser uma coisa só aos olhos dos poderes sentados nos tronos da eternidade. Para Sauron a mentira de que o presente "usando o anel no dedo" era melhor que o passado era mais lucrativa.

E seria um humano, elfo ou anão capaz de diferenciar qualquer estrutura ou sistema que possuísse um tempo e um lugar próprio distante de qualquer conhecimento que fosse separado do mundo?

De acordo com os livros, a sintonia de Sauron com o Um anel é descrita como existindo num tempo-espaço à parte que é o que parece acontecer durante o capítulo do espelho de Galadriel. Em meio a uma batalha de intenções igual a de Aragorn no Palantir. Ou trocando em miúdos, a essência de Sauron ocupava uma dimensão maior do mundo do que aquela que podia efetivamente ser mostrada pela limitação das regras físicas. Nessa questão a porção física do anel e o hroa de Sauron eram acessórios ou roupas que recobriam a existência primária dele. Quando Frodo coloca o anel ele sente imediatamente o olho de Sauron sobre si, uma impressão fantasma em nosso mundo, mas real no mundo do anel.

O uso do anel apagava os apelos do mundo real construído pelos poderes e seduzia o olhar na direção do plano de Sauron. De modo que havia o esquecimento seletivo (de si mesmo e do mundo) e embotamento de todas as possibilidades que não concorressem para o bem do anel.

Nas obras não temos muitos parâmetros para o grau de habilidade das obras de uma Maiar mas podemos fazer uma dedução com o maior artista élfico que foi Feanor.

O filho de Finwe parece ter trabalhado o uso de lentes (que aumentam a visão no espaço) e de pedras videntes (que eram ampliadoras da visão também na direção do tempo e não apenas do espaço).

Do ponto de vista de um maia as opções de criação de aparelhos de aumento e ampliação se tornam mais ricas. Um anel pode aumentar não apenas a visão no espaço mas também a audição. E se a audição e possível, então porque não a força física? E se a força física é possível então porque não um ampliador de controle ou uma lente de incremento que concentre a capacidade de governo como se fossem raios de sol?

Se o poder de Melkor escurecia em ondas negras dentro do mundo então Sauron passou a usar suas mãos para cortar sombras. Enquanto aquilo que fosse bom no mundo fazia com que todos sentissem maravilhosos, o que era ruim era insuportável e horrível e aquilo que fechava a mente aprisionava e perdia. O anel criava a ilusão da separação entre o passado e o presente recém-encontrado e criava também uma outra separação em relação ao futuro. Na dúvida o usuário do anel escolhia sempre aquilo que acreditava possuir que era o presente infinitamente imediatista, o mundo inteiro comprimido numa minúscula janela de tempo permitida pela vontade de Sauron.

E assim ele tomava a pessoa a força. Mas a pessoa não percebia e quando notava já havia "dormido na cama de Sauron".
 
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