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Autor da Semana Gabriel García Márquez

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Gabriel José García Márquez nasceu em Aracataca (Colômbia), e foi criado na casa de seus avós maternos, que iriam influenciar o futuro literato com as histórias que contavam. O avô, coronel Nicolas Márquez, veterano da guerra civil colombiana (que se estendeu de 1899-1902), narrava-lhe suas aventuras militares, e a avó, Tranquilina Iguarán, relatava fábulas e lendas que transmitiam sua visão mágica e supersticiosa da realidade.

García Márquez, ou simplesmente Gabo, completou os primeiros estudos em Barranquilla e Zipaquirá, onde teve um professor de literatura, Carlos Julia Calderón Hermida, que desempenhou papel marcante em sua decisão de se tornar um escritor e a quem dedicaria seu romance "O Enterro do Diabo" (1955). Por insistência dos pais, Márquez chegou a iniciar o curso de direito na Universidade Nacional, em Bogotá, mas logo enveredou para o jornalismo, assumindo uma coluna diária no recém-fundado jornal "El Universal". Nunca se graduou.

Nessa época, final da década de 1940, publicou seus primeiros contos, "La Tercera Resignación" e "Eva Está Dentro de su Gato". Consagrou-se na carreira jornalística ao ingressar na redação de "El Espectador", onde se tornou o primeiro crítico de cinema do jornalismo colombiano e depois um brilhante cronista e repórter, que exerceu influência na vida cultural do país. Em 1955, viajou para a Europa como correspondente do jornal, após a publicação de uma extensa reportagem, "Relato de um Náufrago", que desagradou ao governo do general Roja Pinillas.

No final dos anos 50, de volta às Américas, trabalhou em Caracas (Venezuela), em Cuba, onde passou seis meses, e em Nova York, dirigindo a agência de notícias cubana Prensa Latina. Em 1960, García Márquez mudou-se para a Cidade do México e começou a escrever roteiros para cinema. No ano seguinte, publicou "Ninguém Escreve ao Coronel" e, em 1962, "O Veneno da Madrugada", que ganhou o Prêmio Esso de Romance, na Colômbia.

Em 1966, segundo depoimento do escritor mexicano Carlos Fuentes, quando voltava do balneário de Acapulco para a Cidade do México, García Márquez teve o momento de inspiração para escrever o romance que ruminava há mais de uma década. Largou o emprego, deixando o sustento da casa e dos dois filhos a cargo da mulher, Mercedes Barcha. Isolou-se pelos próximos 18 meses, trabalhando diariamente por mais de oito horas. No ano seguinte, publicou aquele que seria sua obra mais conhecida, "Cem Anos de Solidão" (1967) - unanimemente uma obra-prima da literatura em língua espanhola.

Com o sucesso, mudou-se para Barcelona, Espanha, onde permaneceu até 1975, passando temporadas em Bogotá, México, Cartagena (Colômbia) e Havana. Em 1981, voltou para a Colômbia. Acusado pelo governo de colaborar com a guerrilha, exilou-se no México. Nesse período, publicou novos romances, livros de contos e antologias de sua produção jornalística e de ficção. Em 1982, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Segundo se soube posteriormente, a premiação foi disputada com o escritor inglês Graham Greene e o alemão Günther Grass. Diante da Academia Sueca e de quatrocentos convidados, pronunciou o discurso "A Solidão da América Latina", questionando os estereótipos com que os latino-americanos eram vistos na Europa e a falta de atenção dos países ricos ao continente.

O escritor retornou ao jornalismo em 1999, quando passou a dirigir a revista "Cambio". Em 2002, publicou "Viver Para Contá-la", primeiro volume de sua autobiografia. Entre outras obras de destaque, García Márquez é o autor de "Crônica de uma Morte Anunciada" (1981), "O Amor nos Tempos do Cólera" (1985), "O General em Seu Labirinto" (1989) e "Notícias de um Seqüestro" (1996). O último romance que publicou, em 2004, intitula-se "Memórias de Minhas Putas Tristes".

Alguns de seus textos foram adaptados para o cinema, como "Eréndira", de 1983, estrelado por Cláudia Ohana e dirigido por Ruy Guerra, e "O Amor nos Tempos do Cólera", de 2007, dirigido pelo inglês Mike Newell, e com a participação de Fernanda Montenegro.

Principais Obras:

  • O enterro do diabo: A revoada (La Hojarasca)
  • · Memória dos prazeres
  • · Relato de um náufrago
  • · A sesta de terça-feira
  • · Ninguém escreve ao coronel
  • · Os funerais da mamãe grande
  • · Má hora: o veneno da madrugada
  • · Cem anos de solidão
  • · A última viagem do navio fantasma
  • · Entre amigos
  • · A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada
  • · Um senhor muito velho com umas asas enormes
  • · Olhos de cão azul
  • · O outono do Patriarca
  • · Como contar um conto
  • · Crônica de uma morte anunciada
  • · Textos do caribe
  • · Cheiro de goiaba
  • · O verão feliz da senhora Forbes
  • · O Amor nos tempos do cólera
  • · A aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile
  • · O general em seu labirinto
  • · Doze contos peregrinos
  • · Do amor e outros demônios
  • · Notícia de um sequestro
  • · Obra periodística 1: Textos Andinos
  • · Obra periodística 3: Da Europa e América
  • · Viver para contar
  • · Memória de minhas putas tristes


Realismo Mágico:
O realismo mágico é uma escola literária surgida no início do século XX também é conhecida por realismo fantástico ou realismo maravilhoso, sendo este último nome utilizado principalmente em espanhol.

É considerada a resposta latino-americana à literatura fantástica européia. Entre seus principais expoentes estão o colombiano Gabriel García Márquez, Premio Nobel de Literatura, o peruano Manuel Scorza em suas cinco novelas[SUP][1][/SUP] onde são descritas as lutas do campesinato dos Andes Centrais e os argentinos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges. Muitos consideram o venezuelano Arturo Uslar Pietri o pai do realismo mágico. No Brasil, destacam-se os nomes de Murilo Rubião e José J. Veiga.

O cubano Alejo Carpentier, no prólogo de seu livro Reino deste mundo, enquadra sua obra no conceito de realismo maravilhoso, definindo este como semelhante ao conceito de realismo mágico característico da obra de Gabriel García Márquez, sem, no entanto, confundir um com o outro.
O realismo mágico se desenvolveu fortemente nas décadas de 1960 e 1970, como produto de duas visões que conviviam na América hispânica e também no Brasil: a cultura da tecnologia e a cultura da superstição. Surgiu também como forma de reação, através da palavra, contra os regimes ditatoriais deste período.

Este conceito pode ser definido como a preocupação estilística e o interesse em mostrar o irreal ou estranho como algo cotidiano e comum. Não é uma expressão literária mágica: sua finalidade é a de melhor expressar as emoções a partir de, sobretudo, uma atitude específica frente à realidade. Uma das obras mais representativas deste estilo é Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.
Apesar de aparentemente desatento à realidade, o realismo mágico compartilha algumas características com o realismo épico, como a intenção de dar verossimilhança interna ao fantástico e ao irreal, diferenciando-se assim da atitude niilista assumida originalmente pelas vanguardas do início do século XX, como o surrealismo.

Prêmios recebidos:

  • Prémio de Novela ESSO por "má hora:o veneno da madrugada" (1961)
  • · Doutor Honoris Causa da Universidade de Columbia em Nova Iorque (1971)
  • · Medalha da Legião Francesa em Paris (1981)
  • · Condecoração Águila Azteca no México (1982)
  • · Nobel de Literatura (1982)
  • · Prémio quarenta anos do Círculo de jornalistas de Bogotá (1985)
  • · Membro honorário do Instituto Caro y Cuervo em Bogotá (1993)
  • Doutor Honoris Causa da Universidade de Cádiz (1994)

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(essa é a última linha de "Cem anos de solidão")


(Primeira parte do discurso de aceitação do Nobel. Infelizmente só encontrei o áudio)

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Última edição por um moderador:
Percebam o baita "spoiler" do "Cem Anos de Solidão"...
E percebam como a sua magnum opus teria o seu final épico absolutamente abalado e enfraquecido se, como é costume hoje entre iletrados, ele trocasse "oportunidade" por "chance". :mrgreen:
 
Não acho que seja spoiler. :dente:

Cem anos de solidão é um livro forta da primeira até a última linha ^^
 
Li apenas dois livros do García Márquez: Memória de Minhas Putas Tristes e Crônica de Uma Morte Anunciada. Os dois livros são muito bons. De alguma forma, eu e surpreendi com as duas histórias. A primeira porque
o vovô vai num bordel querendo um presente pro seu aniversário e acaba se apaixonando pela virgem,
é inesperado. E a segunda (eu nem preciso dizer) é pelo jeito como ele constrói o enredo.

Quero ler antes de morrer: Cem Anos de Solidão e O Amor Nos Tempos do Cólera, pelo menos.
 
Li apenas dois livros do García Márquez: Memória de Minhas Putas Tristes e Crônica de Uma Morte Anunciada. Os dois livros são muito bons. De alguma forma, eu e surpreendi com as duas histórias. A primeira porque
o vovô vai num bordel querendo um presente pro seu aniversário e acaba se apaixonando pela virgem,
é inesperado. E a segunda (eu nem preciso dizer) é pelo jeito como ele constrói o enredo.

Quero ler antes de morrer: Cem Anos de Solidão e O Amor Nos Tempos do Cólera, pelo menos.

Eu tenho uma paixão gigantesca por "Crônica de uma morte anunciada" justamente pela construção do enredo.
 
Bom, encontrei sem querer e como gosto dos dois, taí: o Gabriel García Márquez é fã do Nelson Ned. Gabo afirmou que escreveu Crônica de uma morte anunciada ao som de Tudo passará e Se as flores pudessem falar, sucessos do cantor. Prova de que os "cafonas" também são geniais.

E o Chico Buarque tentou essa:

"As suas preferências musicais causam um espanto em muita gente, principalmente aqui no Brasil. Eu queria saber se os seus romances fossem música, seriam samba, tango, som cubano ou um bolero vagabundo mesmo?". De forma elegante, García Márquez respondeu: "Eu gostaria que fossem um bolero composto por você e cantado pelo Nelson Ned".

In: Eu não sou cachorro, não: música popular cafona e ditadura militar, Paulo Cesar de Araújo.


O García Márquez subiu ainda mais no meu conceito. Além de tudo, é um romântico. Não foi à toa que ganhou o Nobel.
 
Última edição por um moderador:
Percebam o baita "spoiler" do "Cem Anos de Solidão"...
E percebam como a sua magnum opus teria o seu final épico absolutamente abalado e enfraquecido se, como é costume hoje entre iletrados, ele trocasse "oportunidade" por "chance". :mrgreen:
acabou de chegar meu exemplar que encomendei da saraiva e nesta tradução nova do Eric Nepomuceno, para seu desgosto, está, sim, escrito "chance" :lol:

e a edição que veio é desse ano já, que teve uma mudança que ao mesmo tempo me agradou e decepcionou: é a mesma capa, mas agora em cartão normal e com orelhas... Gostava daquele tipo de cartão mais duro, mas, como não tinha orelhas devia envergar fácil... De modo que acabei gostando um tantinho mais do modo atual...

e lá já consta, ao lado do nome do autor, 1928-2014 :'(
 
Última edição:
e a edição que veio é desse ano já, que teve uma mudança que ao mesmo tempo me agradou e decepcionou: é a mesma capa, mas agora em cartão normal e com orelhas... Gostava daquele tipo de cartão mais duro, mas, como não tinha orelhas devia envergar fácil... De modo que acabei gostando um tantinho mais do modo atual...

Em outro tópico você mencionou "orelhas" pra explicar porque preferia edições normais da Companhia àquelas da Penguin. Que fetiche é esse, cara? :lol:
 
putz, além de ter um fetiche E-N-O-R-M-E com orelhas, por serem bonitas e conterem informações sobre o livro, tem tbm (e por isso prezo ainda mais por elas) a parte prática, no sentido de que a capa fica melhor sustentada, menos suscetível a dobras e a ficar levemente (ou até gravemente) levantada, quando um livro possui orelhas XD

btw, pior que fui olhar no original, e realmente estava assim:
"porque las estirpes condenadas a cien años de soledad no tenían una segunda oportunidad sobre la tierra."
 

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