Ana Lovejoy
Administrador
Diretor: David O. Russell
Roteiro: David O. Russell (screenplay), Matthew Quick (novel)
Com: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro e outros.
Sinopse: Depois de deixar um hospital psiquiátrico, Pat vai morar com os pais planejando melhorar para poder se reconciliar com sua esposa. Sim, a sinopse é boba, mas eu estou contando com a possibilidade de você ler o livro antes de ver o filme, e para o livro quanto menos você souber, melhor.
Trailer: [video=youtube_share;RpuXzNk-ZLM]http://youtu.be/RpuXzNk-ZLM[/video]
***
Eu acabei de escrever sobre o livro e o filme lá no Hellfire >> http://www.anica.com.br/2013/01/22/o-lado-bom-da-vida/, vou citar aqui a parte em que falo do filme:
Seriously, não sei se foi por falta de opção, mas tá muito errada essa indicação para melhor roteiro adaptado. MUITO.
Roteiro: David O. Russell (screenplay), Matthew Quick (novel)
Com: Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro e outros.
Sinopse: Depois de deixar um hospital psiquiátrico, Pat vai morar com os pais planejando melhorar para poder se reconciliar com sua esposa. Sim, a sinopse é boba, mas eu estou contando com a possibilidade de você ler o livro antes de ver o filme, e para o livro quanto menos você souber, melhor.
Trailer: [video=youtube_share;RpuXzNk-ZLM]http://youtu.be/RpuXzNk-ZLM[/video]
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Eu acabei de escrever sobre o livro e o filme lá no Hellfire >> http://www.anica.com.br/2013/01/22/o-lado-bom-da-vida/, vou citar aqui a parte em que falo do filme:
Porém, entra aí a parte do que é a alma do livro, a questão de ir descobrindo aos poucos, junto com Pat, os elementos da história. No filme O lado bom da vida não há nada disso – tudo é colocado de forma bem clara, sim mistérios. Nesse sentido confesso que fiquei um pouco decepcionada: como sempre digo, sei que adaptações são diferentes e que é virtualmente impossível conseguir reproduzir na tela exatamente o que havia nas páginas. Mas do mesmo jeito, acredito que há decisões boas ou ruins, seja sobre o roteiro ou sobre como a história é montada. Aqui, a decisão de David O. Russell (roteirista e diretor do filme) em cortar os pequenos mistérios envolvendo Pat acabou tirando o brilho da história, transformando mais em um romance entre duas pessoas deslocadas do que qualquer outra coisa.
Muito acabou ficando de fora, não só o que Pat não sabe sobre seu passado. Por exemplo: a relação do protagonista com o pai é muito mais complicada no livro. No filme, não sei se para tornar a personagem de De Niro mais simpática para a audiência, a questão toda se resume ao fato de o pai querer o filho por perto durante os jogos do Eagles porque acredita que isso traz sorte. Outra coisa é o próprio processo de aproximação entre Pat e Tiffany, recheado de silêncios nos livros, mas “imposto” pela personagem de Jennifer Lawrence no filme.
A impressão que fica é que o diretor teve receio que o público não fosse conseguir digerir a história tal como ela é. Que várias cenas com Pat correndo e sendo seguido em silêncio por Tiffany, ou mesmo sofrendo com os silêncios do pai não seriam palatáveis. E não é só isso que faz com que eu tenha impressão de que o diretor subestima o público. Tem uma cena, logo no começo, em que a câmera mira os peitos de Tiffany, como para dizer “Olha, o Pat está olhando para ela daquele jeito, sacou, sacou?”, e como que para confirmar que a audiência captou a mensagem, ainda faz Tiffany dizer depois “Eu vi como você me olhou”. O mesmo recurso se repete em uma conversa entre Pat e Cliff, aí o foco são as mãos de Pat, para mostrar como ele está nervoso. Enfim, acabou me parecendo um pouco covarde.
Mas o engraçado é que lá para frente você vai se deixando levar e o filme acaba não sendo uma experiência tão ruim assim. Se ele erra em outras ‘n’ questões, gostei muito de como O. Russell aliviou um tanto o fim e, principalmente, tirou aquele momento de completa forçação de barra em que um Pat todo machucado acaba chegando por acaso na casa de um amigo que conheceu enquanto estava internado, como acontece no livro.
Então fica a mesma sensação de A importância de ser invisível, de um filme ruim como adaptação mas tolerável se vendo como algo separado. Mas vocês vão me perdoar: de todas aquelas indicações para o Oscar ali, não acho que nenhuma tenha sido de fato merecedora. Adoro a Jennifer Lawrence e o De Niro, mas eles não fizeram o melhor deles ali, não. Jacki Weaver teve sua importância na história mutilada pelo roteiro e Bradley Cooper foi, por sua vez, “poupado” pelo roteiro de ter um desafio muito maior. O que juntando a+b já dá para entender que também não achei a indicação para roteiro adaptado justa, ceeeerto? Hmmkay. Mas considerando minha boca santa que sempre erra, é provável que vocês tenham aí o grande campeão da noite.
Seriously, não sei se foi por falta de opção, mas tá muito errada essa indicação para melhor roteiro adaptado. MUITO.