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Notícias A arte da impressão – Os livros artesanais da Arte & Letra

Ana Lovejoy

Administrador
Lá do mais1livro:

Na mesma semana em que foi divulgada a BiblioTech, a primeira biblioteca do mundo sem livros físicos, no condado texano de Bexar, aqui no Brasil a editora Arte & Letra anunciou uma coleção de livros produzidos artesanalmente, impressos por um tipógrafo e encadernados manualmente.

Mas nada de competição entre o moderno e o retrô. O mercado editorial parece começar a assimilar o momento, encontrando o espaço adequado para o impresso e o e-book.

A série limitada da Arte & Letra conta com três títulos clássicos: Um coração singelo, de Gustave Flaubert (tradução de Beatriz Sidou); Assassinatos na Rue Morgue, de Edgar Allan Poe (tradução de Guilherme Braga); e Luzes, conto de Anton Tchekhov (tradução de Gabriela Soares da Silva).

Todos os duzentos exemplares de cada livro são numerados, montados página a página, com ilustrações em xilogravura assinadas por Frederico Tizzot, Santidio Pereira e Mariana Leme. Material de primeira para quem é apaixonado por livros, resgatando uma experiência mais tátil e afetiva entre o leitor e a obra.

Para quem se interessou por essas futuras raridades, os livros estarão disponíveis a partir do dia 23 de janeiro, exclusivamente na livraria Arte & Letra, em Curitiba, e no site da editora.

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:babar:

vou ganhar os 3 de presente do fábio :grinlove:
 
Agora saiu na Gazeta. Minha sugestão é que quem quer o livro não fique sapeando muito, compre o quanto antes :ahhh:

O mesmo cuidado do autor que escreveu o texto, na encadernação de cada um dos exemplares da edição. Movida por esta ideia, a editora Arte & Letra lança amanhã em Curitiba o projeto Livros Artesanais: uma coleção de livros feitos à mão, impressos em tipografia e encadernados manualmente.

“Queremos publicar não apenas bons livros, mas livros bem feitos. Buscamos resgatar um processo de feitura do livro que se perdeu hoje em dia”, explica Frederico Tizzot, um dos sócios da editora.
Os clássicos Um Coração Singelo, de Gustave Flaubert, Assassinatos na Rue Morgue, de Edgar Allan Poe, e Luzes, conto de Anton Tchekhov, compõem a coleção de edições numeradas e de tiragem limitada a 200 exemplares cada título.

Segundo Tizzot, foram escolhidas obras cujas primeiras publicações provavelmente saíram em edições parecidas com as do projeto. “A sonoridade dos textos tem relação com o formato final dos livros”, disse.

Zelo

Todo o projeto, da ideia à arte final, durou cerca de um ano. As impressões foram feitas por um tipógrafo em São Paulo, que montou página por página dos livros com linotipos e ilustrações em xilogravura, assinadas pelo próprio Frederico Tizzot, além de Santidio Pereira e Mariana Leme.

Na segunda parte da empreitada, o encadernador Daniel Barbosa fez a montagem, livro por livro. Desde a dobra do papel e a costura à confecção da capa, em tecido.

Barbosa já detinha um savoir-faire de edição manual, em sua editora Caderno Listrado, em especial com livros de poesia. Ele disse, porém, que pode “experimentar mais” nesta coleção, pois além da quantidade maior de texto, a opção foi pelo “caminho mais difícil”, ou seja, com a utilização das técnicas da xilo e tipografia para garantir o resultado final.

“É um processo lento, eu preciso cuidar de cada livro pessoalmente. É um trabalho demorado, sujeito a alguns percalços”, contou.

Como resultado deste zelo, cada exemplar é único, com pequenas diferenças na intensidade de tinta nas letras e das poucas gravuras que conversam com os textos.

A textura do tecido que encobre a capa e o relevo das impressões também dão ao leitor uma experiência tátil com o livro, que, para Tizzot “vira uma obra de arte em si, não apenas um suporte para o texto”.

Os livros podem ser adquiridos individualmente em uma caixa com a coleção completa. Estarão à venda exclusivamente na Livraria Arte & Letra (Al. Presidente Taunay, 130 – Fundos da Casa de Pedra) no bairro Batel ou no site da editora (www.arteeletra.com.br).

A produção de livros artesanais

Com um novo projeto, a Arte & Letra lança uma tiragem limitada de livros impressos em tipografia e encadernados manualmente
 
o ruim é que to achando que eles só devem vender no site deles mesmo, né? Ou seja: nem rola um descontinho =/
 
Quase um real por página. :dente:
Devem ser lindões os livros, mas o preço e a escolha dos títulos não me seduziram.
Ainda.
 
60 reais por um livro de 75 páginas? Certo que a arte ficou bonita, mas os títulos nem me atraem muito e meu orçamento não permite tamanho investimento.
 
são exemplares p quem gosta d sentir o livro, ainda + feito à moda antiga.

tô pensando aqui se compro p cheirar passar a mão levar p cama e depois revender por 4x mais.

edit: me senti 1 proxeneta agora.
 
Última edição:
Saco esse site da Arte & Letra, que só aceita pagamento através do Paypal.

:eek:


Quis me dar de presente uns livros de lá (um deles é o Curso de Quenia, que namoro faz alguns anos) e quando fui, toda alegre e saltitante, fechar a compra com meu cartãozinho nacional do BB...

meme-ok.png
 
Última edição:
Mas Paypal é mó útil!
O Curso de Quenya tem na Loja Valinor: http://loja.valinor.com.br/valinor/livros.html

Da última vez que olhei na loja Valinor não tinha!
Agora tem!!! E mais barato que na Cultura e na editora!!! :ahhh:

Comprarei djá!


E o peipau só aceita cartão internacional.
O internacional que tenho é Amex, mas com ele, só compras em dólares.
E o cadastro deles é uma frescura sem fim.

#prontofalei #bancária #pobretona #peipausucks
 
Ora, como assim?

Eu comprei livros da Estante Virtual esses dias, pelo Paypal, e meu cartão é nacional.
 
Ora, como assim?

Eu comprei livros da Estante Virtual esses dias, pelo Paypal, e meu cartão é nacional.

Acho que o seu é internacional, hein?


De qualquer forma, escrevi pra editora e eles responderam ontem mesmo, avisando da opção de pagto. via depósito em conta.

Embora já tenha comprado o curso de Quenia aqui no Valinor, tem outros livros da A&L que eu tenho interesse, então devo escrever pra eles ainda hoje. :yep:
 
Não, diz claramente "valid only in Brazil". :think:



No site da PayPal Brasil:

Quais cartões de crédito podem ser cadastrados no PayPal?
O PayPal aceita os cartões de crédito Visa e MasterCard, nacional e internacional.
 
Não, diz claramente "valid only in Brazil". :think:



No site da PayPal Brasil:

Agora me senti mal. =(

Porque nas vezes em que fui tentar pagar com meu cartão nacional (cadastrado no Paypal) veio sempre a mensagem de que eu não tenho saldo neste cartão para pagamento.
Não sei nem pra que eles aceitam o cadastramento da merda do cartão, se não dá pra pagar nada com ele (via paypal).
=/
 
Eu não posso, mesmo, ter dinheiro. Se tivesse, eu não pensaria duas vezes para comprar essas coisas lindas. E dane-se o fato de que a minha casa mal cabe pessoas e que os meus livros já estão querendo me expulsar daqui.
 
Para o caso de alguém ainda não ter visto:

Coleção "Livros Artesanais" da editora Arte & Letra
por Tiago Guilherme Pinheiro

É significativo que nas últimas semanas hajam coincidido, mesmo que por acaso, tantas reportagens sobre um assunto que já há algum tempo não ganhava tanto destaque: o livro artesanal. Com aquele interesse que se desperta por práticas e técnicas no justo momento em que, acreditamos, elas começam a desaparecer, acompanhamos a inauguração de uma exposição no Centro de Artes do Livro de Londres em que artistas e autores produzem seus próprios volumes manualmente e a abertura de cursos de edições artesanais na Faculdade de Artes Gráficas de Leipzig. Não é redundante, portanto, adicionar a essas iniciativas – infelizmente, um pouco distantes – uma outra, mais ao alcance de nossas mãos e que, talvez, corra o risco de passar desapercebida. A editora curitibana Arte & Letras acaba de lançar uma bela coleção de livros impressos à moda antiga, com tipografia, costurada manualmente, com capa de tecido e, além disso, ilustrações em xilogravuras. A primeira leva é composta por três clássicos da narrativa breve: Os assassinatos da Rua Morgue de Edgar Allan Poe (tradução de Guilherme Braga e ilustrações por Frederico Tizzot), Um coração singelo de Gustave Flaubert (trad. Beatriz Sidou e ilustr. Mariana Leme) e Luzes de Anton Tchékhov (trad. Gabriela Soares da Silva e ilustr. Santidio Pereira).

Basta iniciar a leitura de qualquer um desses volumes para compreender o que está em jogo nessa discussão em torno da edição artesanal. Que no caso dos textos de Poe e de Flaubert se trate possivelmente de releituras, não minimiza em nada essa experiência. Pelo contrário: ela se torna inclusive mais aguda. Afinal, mais que nostalgia repentina frente às novas tecnologias, ou alimento para o fetichismo cultural, essa iniciativa é uma oportunidade para se dar conta de como a diversidade de modos de apresentação de um livro interfere nas possibilidades de relação com o texto.

Não só porque adiciona elementos, como as ilustrações, ou porque oferece outra versão do texto, com as novas traduções, mas porque lembra que a atividade editorial consiste em abrir novas oportunidades para que o leitor possa conectar-se com o texto, preenchendo-o. Esse gesto é o complemento necessário ao impulso de inserir novos nomes ao catálogo dos escritores disponíveis ao público brasileiro, algo que a Arte&Letra já vinha praticando com a revista que leva o nome da casa e que já se encontra na vigésima primeira edição, a de letra “T”, e que já disponibilizou uma lista tão larga quanto heteróclita de narrativas curtas, e que inclui J. M. Coetzee, Valêncio Xavier, Mikhail Bulgákov, Enrique Vila-Matas, Karel Čapek, E.T.A. Hoffman, Vladimir Nobokov, Joca Terron e D. F. Wallace.

As edições artesanais, entretanto, abrem uma reflexão sobre o vínculo entre o suporte livro e o processo cognitivo e afetivo que chamamos leitura. O neurologista e ensaísta inglês Oliver Sacks, num texto recente (“Reading the Fine Print”), aponta justamente como a redução da variedade de formas de apresentação dos textos diminui as chances de indivíduos formarem modos singulares de ler e mesmo de estabelecer conexões com a escrita. Isso porque a formação do processo de leitura é único e vai muito além da decodificação de signos textuais, já que cada cérebro estabelece, ao seu próprio modo, conexões entre a área de formação de palavra e outras partes, com as mais distintas funções. Portanto, dependendo da pessoa, tal atividade pode necessitar ou prescindir de páginas impressas, leituras não-lineares, ilustrações, sons, letras maiores ou menores e mesmo de um suplemento táctil. Ao estudar casos extremos de alexia (no qual o indivíduo consegue escrever, mas não ler) ou de cegueira (inclusive dentro de sua experiência pessoal), Sacks mostra como tais variações não afetam apenas aqueles cuja prática de leitura teve que ser bruscamente ressignificada devido a alguma modificação radical em seu corpo. A multiplicidade ou a planificação dos elementos de composição de um livro (a página, o papel, o tamanho das letras, a tipografia, as ilustrações) não só dá corpo ao texto, mas também possibilita a criação de um corpo de leitura. Multiplicar as variações desses materiais – seja em relação ao suporte, às imagens que o ilustram ou à tradução que o reescreve – é proporcionar maiores possibilidades de construir ou reconstruir essa atividade de leitura, para novos e velhos leitores. De certo modo, a importância das edições artesanais reacende uma velha intuição: a de que a constituição da própria capacidade de leitura tem, ela própria, uma forma artesanal.

Assim, essas novas edições de Poe, Flaubert e Tchekhov destacam e diferenciam os três processos de tradução – textual, visual e também tátil – implícitos em qualquer publicação, para assim multiplicar as possibilidades de reinscrição do texto por parte do leitor.

Tchekhov inédito

A coleção da Arte & Letra, além de re-apresentar velhos clássicos do conto que já circulam entre os brasileiros, tem um destaque adicional: a publicação de um texto até hoje inédito em português de Anton Tchekhov (1860-1904), em tradução direta do russo. Trata-se do belíssimo Luzes, narrativa da fase madura do autor, escrito em 1888, um ano após aquela que é considerada uma de suas obras-primas no gênero, “O Beijo”.

Aqui, como em várias de suas histórias, o narrador, que trabalha como médico (tal como o próprio Tchekhov), descreve seu encontro com um engenheiro e seu ajudante, que lhe oferecem abrigo para fugir da noite e do frio que o encontram na volta para sua casa. Frente ao constante pessimismo do estudante, justificado por certo desprezo que o jovem tem pela fugacidade de todas as coisas, o engenheiro resolve narrar-lhe um episódio de sua vida, quando encontra uma amiga de infância, já casada, e que lhe pede que a leve embora, já que o marido a maltrata. Apesar da promessa, ele foge, pegando um trem para outra cidade. No caminho, vendo a paisagem, o futuro engenheiro tem uma espécie de iluminação, arrepende-se e retorna para buscá-la.

Entretanto, mais que confiar na eficácia exemplar desse episódio banal, o que em Luzes se mostra é a confiança no ato de recuperar e transmitir uma experiência simples, destinando-a a outra pessoa. Não é a história do engenheiro que está sendo posta em questão aqui, mas sim a importância do ato de contar tais banalidades, tal felicidade, como um modo de resistência contra a imobilidade derivada da contingência da vida. A distância que há entre o narrador-médico e esse engenheiro que nos conta a história é justamente o espaço que se abre para tal reflexão.

Nesse sentido, Luzes está aparentado com um brevíssimo relato, de 1894, intitulado “O estudante” (e que também foi publicado pela Arte e Letra: Estórias, no volume M), que foi considerado pelo próprio Tchekhov como o seu melhor texto até então. Ali, nada mais acontece do que um jovem seminarista que visita duas viúvas num dia de inverno sombrio e lhes narra uma das cenas bíblicas relacionadas à Santa Ceia, conhecido como “A negação de Pedro”. Logo depois, quando deixa as duas mulheres, esse catequizador, refletindo sobre a irrelevância do ocorrido, sente uma espécie de felicidade, e elabora uma reflexão sobre a história e como os pequenos acontecimentos também se elevam sobre ela, porque estabelece uma conexão entre fatos e pessoas, entre quaisquer pessoas e quaisquer fatos, mesmo que distantes no tempo. Esse talvez seja o conto no qual mais claramente Tchekhov apresenta uma espécie de “teoria” ética e estética de suas narrativas.

Por último, e o que parece mais raro, tanto Luzes como “O estudante” elaboram uma meditação e uma defesa sobre a felicidade, e mesmo de convocatória para enfrentamento da vida, como uma espécie de resistência, ainda que esteja claro que o destino dos homens e do mundo seja sombrio. Essa qualidade – a felicidade – que tão poucas vezes é oferecida aos personagens dos grandes clássicos literários do século XIX (ainda que não seja rara em seus leitores), torna esses contos de Tchekhov absolutamente singulares.

Serviço:

Um Coração Singelo
Gustave Flaubert
Trad.: Beatriz Sidou
Ilustrações: Mariana Leme

75 págs.
R$ 65

Assassinatos na Rue Morgue
Edgar Allan Poe
Trad.: Guilherme Braga
Ilustrações: Frederico Tizzot

75 págs.
R$ 65

Fonte.
 

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