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Disputa de Autores - 2º Embate

Neste segundo duelo da Disputa de Autores, quem é o melhor?


  • Total de votantes
    25
  • Votação encerrada .

Clara

Perplecta
Usuário Premium
Eleitor: pedimos que, antes de responder esta enquete, aguarde e leia as defesas dos representantes de cada autor.
Para maiores detalhes, acompanhe o tópico
Disputa de Autores

:yep:

Isso posto, vamos para mais um duelo de autores.
Dessa vez temos:

Gabriel Garcia Marques (Liv) vs. Jules Verne (Morfindel)


Relembrando algumas regrinhas:

1.2 Coloque uma foto do seu "cliente" e/ou a capa de uma de suas obras;

2. Campanhas "políticas" são válidas;

3. Uma enquete será aberta a cada chave e todos os usuários poderão votar no seu favorito, mesmo que não sejam os advogados do autor em disputa;
3.1 Os usuários/eleitores, poderão fazer perguntas sobre o autor e sua obra ao Advogado;

4. A enquete/discussão ficará aberta por 4 dias com o resultado parcial em aberto para todos (assim fica mais disputado).

Então, Liv e Morfindel, estejam à vontade para apresentar suas defesas.
 
Quem é: Gabriel García Márquez (Aracataca, 6 de março de 1927) é um escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século 20, ele foi premiado com o 1972 Prémio Internacional Neustadt de Literatura de 1982 e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado Cem Anos de Solidão. Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana. Viajou muito pela Europa e vive actualmente no México. É pai do cineasta Rodrigo García.
Em abril de 2009 declarou que se aposentou e que não pretendia escrever mais livros. Essa notícia viu-se confirmada em 2012, quando o seu irmão, Jaime Garcia Marquez, noticia que foi diagnosticada uma demência a Gabriel Garcia Marquez e que, embora esteja em bom estado físico, perdeu a memória e não voltará a escrever. ( Fonte )

O que escreveu: Cem anos de solidão, O amor nos tempos do cólera, Ninguém escreve ao coronel, Do amor e outros demônios, Relato de um náufrago, Memórias de minhas putas tristes, A incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada entre tantas outras obras. Defenderei “Cem anos de solidão”

Porque ele é o melhor romancista de todos? Para quem já leu algum livro dele, sabe o quanto esse cara é grande. Ele molda as palavras de uma forma única, que te transportam para dentro da história e você acaba se tornando mais um dos personagens, sofrendo, sorrindo e participando da história. Você começa o livro de um jeito e certamente termina de outro. Se as histórias do Gabriel García Márquez não te quebraram nenhum paradigma, acho bom você reler.

Exemplos: Em “Crônica de uma morte anunciada”, na primeira página já temos a dimensão da história, mas ao mesmo tempo, não sabemos sequer uma linha do que ela se trata exatamente. Como uma teia, pequenos fragmentos vão se abrindo e se transformando e você chega ao final do livro com aquela cara de “Ih, mas já acabou? No primeiro parágrafo eu já sabia o que ia acontecer e nem vi que só parei de ler na última página! COMO ASSIM, BRASIL?”.

Em “O amor nos tempos do cólera” temos uma das melhores histórias de amor escritas, onde o amor supera tudo, até o cólera. É quase como a história da Cinderella, o protagonista é um patinho feio e sem muitas perspectivas para o futuro. Porém, essa é uma história de amor e já dizia o poeta, “só o amor constrói”. Florentino encontra a felicidade nos braços da sua “deusa coroada”, em outra oportunidade que a vinha lhe oferta. Falo mais sobre esse livro aqui - Leia a resenha

Do amor e outros demônios é outro exemplo da fodicidade do Gabo. Não conheço um autor que misture o realismo mágico com sincretismo religioso e nos presenteie com uma história de amor linda e angelical. Aqui tem uma resenha leia

Mas vamos ao que interessa: Cem anos de solidão

Um resuminho bacana da nossa amiga Wikipédia:

Considerado um dos melhores livros de literatura latina ja escritos, sua história passa-se numa aldeia fictícia e remota na América Latina chamada Macondo. Esta pequena povoação foi fundada pela família Buendía – Iguarán. A primeira geração desta família peculiar é formada por José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán. Este casal teve três filhos: José Arcadio, que era um rapaz forte, viril e trabalhador; Aureliano, que contrasta interiormente com o irmão mais velho no sentido em que era filosófico, calmo e terrivelmente introvertido; e por fim, Amaranta, a típica dona de casa de uma família de classe média do século XIX. A estes, juntar-se-á Rebeca, que foi enviada da antiga aldeia de José Arcadio e Ursula, sem pai nem mãe. A história desenrola-se à volta desta geração e dos seus filhos, netos, bisnetos e trinetos, com a particularidade de que todas as gerações foram acompanhadas por Úrsula (que viveu entre 115 a 122 anos). Esta centenária personagem dará conta que as características físicas e psicológicas dos seus herdeiros estão associadas a um nome: todos os José Arcadio são impulsivos, extrovertidos e trabalhadores enquanto que os Aurelianos são pacatos, estudiosos e muito fechados no seu próprio mundo interior. Os Aurelianos terão ao longo do livro a missão de desvendar os misteriosos pergaminhos de Melquíades, o Cigano, que foi amigo de José Arcadio Buendía. Estes pergaminhos tem encerrados em si a história dramática da família e apenas serão decifradas quando o último da estirpe estiver às portas da morte.

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Por enquanto é isso. Depois do almoço coloco mais coisas =]
 
Só pra constar

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Ótimo, eu comprei um calibre 38. =]

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Um pouco sobre a escola literária do Gabo.

Realismo mágico:

O realismo mágico é uma escola literária surgida no início do século XX também é conhecida por realismo fantástico ou realismo maravilhoso, sendo este último nome utilizado principalmente em espanhol. É considerada a resposta latino-americana à literatura fantástica européia. Entre seus principais expoentes estão o colombiano Gabriel García Márquez, Premio Nobel de Literatura, o peruano Manuel Scorza em suas cinco novelas onde são descritas as lutas do campesinato dos Andes Centrais e os argentinos Julio Cortázar e Jorge Luis Borges. Muitos consideram o venezuelano Arturo Uslar Pietri o pai do realismo mágico. No Brasil, destacam-se os nomes de Murilo Rubião e José J. Veiga.

O cubano Alejo Carpentier, no prólogo de seu livro Reino deste mundo, enquadra sua obra no conceito de realismo maravilhoso, definindo este como semelhante ao conceito de realismo mágico característico da obra de Gabriel García Márquez, sem, no entanto, confundir um com o outro.

O realismo mágico se desenvolveu fortemente nas décadas de 1960 e 1970, como produto de duas visões que conviviam na América hispânica e também no Brasil: a cultura da tecnologia e a cultura da superstição. Surgiu também como forma de reação, através da palavra, contra os regimes ditatoriais deste período.

Este conceito pode ser definido como a preocupação estilística e o interesse em mostrar o irreal ou estranho como algo cotidiano e comum. Não é uma expressão literária mágica: sua finalidade é a de melhor expressar as emoções a partir de, sobretudo, uma atitude específica frente à realidade. Uma das obras mais representativas deste estilo é Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.

Apesar de aparentemente desatento à realidade, o realismo mágico compartilha algumas características com o realismo épico, como a intenção de dar verossimilhança interna ao fantástico e ao irreal, diferenciando-se assim da atitude niilista assumida originalmente pelas vanguardas do início do século XX, como o surrealismo.

Características do realismo mágico:

Os seguintes aspectos estão presentes em muitos romances e contos do realismo mágico, mas não necessariamente estão todos presentes em todas as obras desta escola. Do mesmo modo, obras pertencentes a outras escolas podem apresentar algumas características dentre aquelas aqui listadas:

  • Conteúdo de elementos mágicos ou fantásticos percebidos como parte da "normalidade" pelos personagens;
  • Elementos mágicos algumas vezes intuitivos, mas nunca explicados;
  • Presença do sensorial como parte da percepção da realidade;
  • O tempo é percebido como cíclico, como não linear, seguindo tradições dissociadas da racionalidade moderna;
  • O tempo é distorcido, para que o presente se repita ou se pareça com o passado;
  • Transformação do comum e do cotidiano em uma vivência que inclui experiências sobrenaturais ou fantásticas;
  • Preocupação estilística, partícipe de uma visão estética da vida que não exclui a experiência do real.

- - - Updated - - -

Lembrando que se alguém quiser fazer alguma pergunta ou pedir alguma indicação de leitura, é só falar. Tô aqui pra isso =]
 
Depois de O amor nos tempos do cólera, o Gabo é meu segundo escritor preferido. Não, minto. É o primeiro. O Lima Barreto é hors concours.

Além do mais, eu sou pelos latino-americanos, sempre.
 
Última edição:
Cantona, dê seu testemunho de fé de como Gabriel García Márquez te salvou. :grinlove:
 
Quando o García Márquez entrou na minha vida, os livros da Zíbia já estavam expostos num caixão no centro da sala, como nos velórios de antigamente. Eu sabia que tinham morrido, mas ficava olhando com aquela esperança do "tomara que se mexa". O Gabo acabou com essa frescura: foi lá, meteu os pregos na tampa e despachou os finados. E de uma forma tão contundente que nem guardei luto.
 
Liv, discorra um pouquinho sobre "O amor nos tempos do cólera".
Porque eu só vi o filme e o achei uma Merda com M Maiúsculo.
Quero apagar essa impressão ruim da memória.
 
Calib, O amor nos tempos do cólera.

É de conhecimento geral que as adaptações podem ser controversas pra caramba. Nesse caso, não seria diferente. Particularmente detestei a Fernanda Montenegro como Tránsito Soto e achei o filme meio "pra inglês ver", sabe? Muitos papagaios e bananeiras por todos os lados. Eu adoro o Javier Bardem mas acho que ele errou o tom pra construir o Florentino Ariza. Faltou a doçura e a inocência que a gente enxerga no livro. Nas cenas de sexo, faltou aquele desespero, aquela busca pela Fermina em todas as mulheres. Enfim, não foi uma boa adaptação na minha opinião. O filme não tem alma, mas você vê a alma no livro. Apesar da fotografia ser uma belezinha e aquela música da Shakira me arrepiar toda. =]

Uma resenha minha:

Pelo estilo literário que consagrou Gabriel García Márquez, O amor nos tempos do cólera é a consolidação do realismo fantástico. O livro é uma mágica homenagem ao amor. Nele, o protagonista é Florentino Ariza que nos conta a sua história Fermina Daza que começou na adolescência dos dois e indiretamente, durou uma vida. Florentino é como uma Cinderella ao contrário. Trabalha como “office-boy” em uma empresa de correspondências, enquanto levava cartas ao pai de Fermina. Na realidade, conhecer não é o termo adequado nessa história. Florentino viu Fermina e eles passaram a se corresponder por dois anos sem que ela soubesse quem era ele.

Durante as correspondências, o amor juvenil floresceu. Até o ponto em que o pai de Fermina descobriu e mandou a filha para outra cidade, para que ela o esquecesse. Florentino não viu a sua deusa coroada por aproximadamente dois anos. Noivaram por carta e estavam decididos a casar. Quando ela voltou para a cidade natal, Florentino, a viu passeando na cidade e deciciu finalmente se apresentar à ela. O que poderia ser a cena mais romântica do livro, foi para muitos fãs a mais cruel. Apesar de Fermina estar emocionada, percebeu que ele não representava o que ela queria, e acabou com o noivado acenando com a mão e dizendo : “não, por favor, me esqueça!”.

Ao mesmo tempo, para aumentar o desespero de Florentino, chega à cidade Juvenal Urbino, médico recém formado com idéias modernistas em relação a saúde pública e o melhor “candidato a marido” da cidade. Ele acaba cortejando Fermina que o aceita, mesmo sem amor, por oferecer segurança e estabilidade. Fermina e Juvenal tem uma vida aparentemente feliz. Mas a sombra do casal, sempre está Florentino. Ele não aparece publicamente perto deles, mas está sempre perto da sua deusa coroada. Mesmo tendo outros relacionamentos a amor obsessivo por Fermina permanece o mesmo ao longo dos anos. Juvenal é o contrponto de Florentino. O primeiro não se mostra inteiramente fiel a esposa, mesmo confessando amá-la. Já o segundo cataloga os escassos encontros.

Passaram-se então, cinquenta e um anos e é dia de Pentecostes. Jeremiah de Saint-Amour, fotógrafo e amigo de Florentino suicida-se por não querer envelhecer. Na outra parte da cidade Juvenal morre depois de cair de uma árvore tentando pegar um papagaio. Florentino nunca deixou de amar Fermina e agora tem uma oportunidade e esperanças. Durante o funeral, ele tentando expressar condolências e reafirmando seu amor, é expulso violentamente por ela. Porém, ao longo das semanas ela vai se deixando levar e amar para o escândalo dos filhos.

Ao final do livro, os dois partem em um navio e finalmente Florentino está livre para amar Fermina depois de cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias. O amor nos tempos do cólera é um livro com diversos significados e interpretações: pode ser uma história de amor, uma de obsessão, ou até mesmo uma de depravação. Onde o amor é tratado como uma doença visceral, o que torna a sua leitura indispensável.
 
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