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Disputa de Autores - 1º Embate

Neste primeiro duelo de autores, quem é o melhor?


  • Total de votantes
    21
  • Votação encerrada .

Clara

Perplecta
Usuário Premium
Atenção eleitores, pedimos que, antes de responder esta enquete, aguarde (e leia) as defesas dos representantes de cada autor.
Para maiores detalhes, acompanhe o tópico
Disputa de Autores
;)

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E começamos a Disputa de Autores com o primeiro embate, entre:

Vladimir Nabokov (Mavericco) vs. Clarice Lispector (Gabrielzinho)


Relembrando algumas regras:

1.2 Coloque uma foto do seu "cliente" e/ou a capa de uma de suas obras;

2. Campanhas "políticas" são válidas;

3. Uma enquete será aberta a cada chave e todos os usuários poderão votar no seu favorito, mesmo que não sejam os advogados do autor em disputa;
3.1 Os usuários/eleitores, poderão fazer perguntas sobre o autor e sua obra ao Advogado;

4. A enquete/discussão ficará aberta por 5 dias com o resultado parcial em aberto para todos (assim fica mais disputado).


Mavericco e Gabriel, podem apresentar suas defesas.
 
Última edição:
Com certeza vou aguardar o pronunciamento dos amigos defensores para escolher um dos dois grandes escritores.
 
Cadê o sangue? Tiros? Gritaria?


Gente....


CADÊ OS ADEVOGADOS DESSA DISPUTA?
 
Passei mensagem pra os dois devogados, ontem à noite.

A votação vai até sábado, espero que eles se pronunciem ainda hoje, se possível. =/
 
Cadê o sangue? Tiros? Gritaria?


Gente....


CADÊ OS ADEVOGADOS DESSA DISPUTA?

Calma, tamos chegando :dente:
_________________________________

Então, vamos lá, uma apresentação:

claricelispector5_49834942.jpg


Bem, Clarice sempre disse que não era uma escritora por profissão, escrevia livros assim que lhe vinha a inspiração. Era sobretudo uma escritora intuitiva. Gêneros muitas vezes se confundem em suas obras - principalmente a partir de A paixão segundo G.H., em que, no monólogo da protagonista, é difícil dizer de que gênero realemente se trata. Em Água viva, por exemplo, um outro livro em que há um monólogo direto ao leitor, Clarice pôs o subtítulo de simplesmente "Ficção". Ao contrário do que se possa pensar, Clarice não é hermética(termo que, aliás, ela odiava), porém o que faz em seus textos, e o que pode induzir à esse pensamento, é mostrar o mistério do ser humano, esse sim complexo, e não tentar resolvê-lo. Requer de sua leitura uma sensibilidade e aceitação para o desconhecido, conceitos que, ao contrário de estarem distantes, estão sim muito presentes em nós, já que somos cheios de questões sobre nossa vida, sobre nossas relações com os outros, enfim, sobre um mundo de possibilidades que nos cerca. Muitos são os temas que Clarice aborda, entre eles: a busca da identidade; a religiosidade como busca de uma compreensão da vida; relações entre indivíduos(sociais, familiares, amorosos etc); o aprendizado(é recorrente a figura do professor, que contribui na formação dos personagens, nos seus textos); a infância; a solidão etc...
Assim, a titia Lispector é uma escritora, creio, deveria ser mais connhecida e explorada(e aqui digo em relação aos seus textos inteiros: seus romances, contos crônicas, não as frases do fb e do twitter - que sabe-se lá quantos mesmo são dela :p), pois não consigo imaginar que entre tantos de seus escritos, entre seus tantos temas, não haja ao menos algo que não diga especificamente a você. Clarice nos aproxima do que mais nos falta: o mistério de nós mesmos. E isso, tenho certeza, é uma algo que todos já paramos para refletir :D


E, por final, uma entrevista bacanuda com a escritora, de pouco antes de morrer:








2. Campanhas "políticas" são válidas;

Ah, já ia me esquecendo: quem votar na Clarice ganha uma consulta astrológica grátis - só não é minha culpa se o seu fim também for igual ao da Macabéa :dente: :rofl:


Não sei se era muito isso que era pra fazer, em especial na apresentação, já que é a primeira vez que participo da brincadeira... então se tiver algo errado, vocês corrijão ^^
 
Última edição por um moderador:
Gabrielzinho disse:
2. Campanhas "políticas" são válidas;
Ah, já ia me esquecendo: quem votar na Clarice ganha uma consulta astrológica grátis - só não é minha culpa se o seu fim também for igual ao da Macabéa

Um louro numa mercedes... :loserdance:

Até sábado? Ótimo! Domingo será um dia de derramamento de sangue :hihihi:

A Liv vai conseguir um casaco de pele (de lobo) pro inverno.

Pobre Morfs.

:no:
 
Tinha que defender uma obra em específico tbm? Sabia não, pensei que fosse da autora em si, foi bom você falar, hehe... já volto então :think:
 
Senhoras e senhores.

Meu cliente é ninguém mais ninguém menos que Vladimir Vladimirovitch Vladimitovitcha Vladimirovatchim Nabokov.

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Cadê o Nabokov? Cadê o Nabokov?
ACHOU!

Sim, meu cliente é essa pessoa povoada de sonhos que vocês podem observar na sorridente foto.

No entanto, não desejo falar da vida de meu cliente, pois meu cliente teve uma vida sofrida. Imagino que nenhum de vocês tenha algum dia saboreado a sensação de se ver desumanamente de sua própria casa, correto? Pois bem, uma vez eu saí de casa e esqueci a chave. Eu sei do que estou falando, senhoras e senhores. Agora imaginem a dor que um homem sentiu ao se ver expulso de seu país... de seus costumes... de sua terra... de sua língua!

Aposto que o pobre Nabokov não sorriu tantas vezes como nessa foto. Naturalmente, ele não sorriu... Mas ele nos fez sorrir, senhoras e senhores! Ele nos fez sorrir a partir de tudo o que soube fazer com sua língua... Ah, sim... A língua. Como diria Marco Antônio na peça de Shak... É, o Shakespeare tá na disputa... Ops.

Enfim. Imagino que todos saibam quão boa é a sensação de se ler um livro. Nós sabemos bem disso pois um livro nos transporta para uma nova realidade, seja lá onde ela for: se dentro de nós, como no caso da poesia, ou se fora de nós, como no caso da prosa. E essa viagem nos permite ampliar a vida, nos permite enriquecê-la. No entanto, não basta apenas viajar. Viajar é muito pouco, pois a história em si é apenas um processo no todo a que chamamos "encantamento de ler". O como uma história é contada... é que conta.

E, se me permitem a modéstia, meu cliente sabia como ninguém contar uma história danada de boa. Ela sabia usar a língua... Ah, se sabia! Vamos observar apenas uma pequena passagem de um romance de meu cliente denominado "Pnin":

Surpreendeu-o verificar o quanto era afeiçoado a seus dentes. A língua, aquela foca gorda e lustrosa, costumava deixar-se cair com um baque e deslizar alegre entre os rochedos familiares, conferindo os contornos de um reino ameaçado mas ainda seguro, mergulhando da grota na angra, encontrando um pedaço de alga doce na mesma fenda de sempre; mas agora não restava nenhuma das antigas marcas do terreno, tudo o que existia era apenas uma grande fenda sombria, numa terra incógnita de gengivas…

A passagem é de quando Pnin arranca seus dentes. Coisa banal, se considerarmos o contexto em que a obra foi escrita... Quantos de nossos avós não usavam dentaduras, não é mesmo? Drummond escreveu um poema sobre isso: "Dentaduras duplas". Mas voltando ao assunto, que descrições, senhoras e senhores! Fico tão emocionado que tenho vontade de jogar confetes...

:confete:

A metaforização da língua que se espraia num reino perdido reflete a condição lastimável que meu cliente sofreu ao longo de sua vida. Aliás, grande parte de sua obra trata desse tema, do exilado, do desterro. Pnin é a história de um professor que se refugia da Rússia revolucionária, aliás. Desse modo, quando meu cliente caracteriza a língua como uma "foca gorda e lustrosa", é provável que ele esteja se lembrando do final do capítulo 1 do romance Ulysses, de James Joyce, o qual, aliás, foi brilhantemente estudado por meu cliente: "A sleek brown head, a seal's, far out on the water, round."

Menciono este detalhe pois a próxima frase é: "Usurper". Sim, senhoras e senhores, um adjetivo que, para um exilado, é um tanto quanto duro e revelador, não acham? Pois sim... Essa mesma língua, essa mesma foca que pode remeter ao regime russo, como se, no final das contas, até mesmo a língua de Pnin tivesse sido também (e secretamente) tomada dele (como de fato o foi para meu cliente); essa mesma língua deslizava alegre nos "rochedos familiares", pois, afinal de contas, costumamos nos lembrar da dentição na fase da infância, quando a perdemos (novamente o verbo "perder", senhoras e senhores!), ou quando estamos velhos e não podemos mais cuidar de nós mesmos...

E o que dizer de "conferindo os contornos de um reino ameaçado mas ainda seguro"? É claro que tudo o que resta a Pnin é sua fala, é sua voz de protesto contra as vicissitudes crudelíssimas do inumano regime russo. E tanto o é que o que resta a Pnin é "grande fenda sombria, numa terra incógnita de gengivas...". É o destino de um exilado, senhoras e senhores. O destino de um exilado exposto por um episódio banal, um episódio que fez parte do cotidiano de muitos mas que somente meu cliente soube conduzir com seu estilo comumente citado como "mágico".

Enfim. Minha apresentação neste embate foi singela. Um só parágrafo, a meu ver, é o suficiente para que todos possam observar com clareza o alcance da linguagem e a profundidade que os mínimos detalhes da linguagem de meu cliente é capaz de alcançar.

Com amor,
 
Não vou nem esperar defesa. Meu voto é da Clarice.

Eu sou meio Galvão Bueno quando o Brasil tá em campo.

Não sabe brincar não desce pro Play

momento Aline do BBB13 on :dente:

Falando serio agora. Tá dificil. To chorando ainda pela defesa que o Mavericco fez. :cry:
 
Última edição:
Mavz se esqueceu de que aqui não é o CTI, porque não parou de falar sobre como o cliente dele sabe usar a língua. :dente:

Olha, é uma disputa complicadíssima para mim. Primeiro porque eu vivo dizendo a clássica frase "E se nada mais der certo, leia Clarice". E, ó, não sejam hipsters, ok? O fato de as pessoas pegarem as frases dos participantes do BBB e dizerem que elas são da Clarice não diminui, em nada, o trabalho dela. Aproveitando a deixa, nem sou fã do Caio Fernando Abreu, mas Morangos Mofados é legalzinho.

A assinatura do Mavz tá me pressionando, gente:

Nolyon da Cléocléocléocléocléocléocléocléocléocléocléo (...)
Que merda de saitorë eu serei se não votar no indicado do meu nolyon? Ok, eu sou uma péssima saitorë, o Gigio nem aparece mais por aqui. :cry:
Aprendi a ser saitorë na escola da Medéia?

Mas, ó, ainda não decidi o meu voto. E tentarei ser menos parcial possível (porque imparcialidade é um mito, cês sabem). Votarei no autor que for melhor defendido, não no meu preferido que é, obviamente, a Clarice. Sou exigente, quero que o Biel desenvolva melhor a sua defesa (especificando qual livro defenderá. Pô, se for A hora da Estrela, será sacanagem, não consigo deixar de amar a inocência da Macabéa, assim como amo a inocência do Biel-Charlie). E quero, também, que o Mavz seja mais incisivo.
 
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