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Eu quase que nada não sei, mas desconfio de muita coisa

Melian

Período composto por insubordinação.
O título deste tópico poderia ser "eu tenho uma teoria", mas acho que seja pecado perder a oportunidade de citar Guimarães Rosa. Qual é a ideia da coisa? Tecer teorias literárias, uai. E, ó, não precisa ser uma teoria crível, ok? E a teoria não precisa ser inédita. É só um tópico para brincarmos com situações literárias. Como assim, Melian? Vamos aos exemplos:

HarryeHermione4ever diz: acho que a J.K queria que o Harry e a Hermione ficassem juntos, mas acabou fazendo com que o Rony fosse o par da Hermione porque não sabia o que fazer com ele, aquele inútil!

Cultyyyzzz diz: Capitu não traiu Bentinho, não se deixe trair pelo engrendramento estético da obra.
Acultyzzzz diz: É tão óbvio que Capitu traiu. Se você acha o contrário, não leu o mesmo livro que eu.

CPIdonarcotráfico diz: Acho que sei muito bem qual era a pedra que estava no meio do caminho de Drummond.

Roseando diz: acho que nada escapava ao Guimarães e, por isso, o "mistério" de Grande Sertão, para mim, foi, sim, todo elaborado com o propósito de tratar da temática do amor que independe de orientação sexual.


É claro que a coisa não precisa ser tão simplista como coloquei nos exemplos, pode ser algo mais explicado e talz.
 
De novo o exemplo da Capitu? Ohhhh nooooo.

Vou pegar minhas teorias conspiratórias e voltar com algo.
 
Eu tenho duas certezas muito simplistas. Ofélia e Hamlet transaram e Snape morreu virgem.
 
Cabe nessa teoria da Ofélia, então, uma depressão pós-parto? :lol:

EDIT: Após muito refletir... sei lá, acho que nem prenha. Ela tava histérica mesmo. :rofl:
 
O amor que rei Lear tinha por Cordélia não era um amor de pai para filha, era um amor de homi para muié. :lol:
 
Cabe nessa teoria da Ofélia, então, uma depressão pós-parto? :lol:

EDIT: Após muito refletir... sei lá, acho que nem prenha. Ela tava histérica mesmo. :rofl:

contextualiza: a menina tinha certeza que o príncipe estava apaixonado. dá pra ele, perdendo assim a virgindade - algo muito importante naquele tempo. o príncipe a rejeita, óbvio que ela surta - uma guriazinha de nada, que sabe que não terá futuro com homem nenhum por não ser mais virgem.

mas o lance da gravidez é sério, tem um monte de teoria acadêmica sobre isso. eu não vou lembrar da argumentação toda, mas lembro que alguém citou que as plantas que ela cita num diálogo pra gertrudes (quando já está louca), são todas plantas abortivas.
 
Pips disse:
De novo o exemplo da Capitu?
:cry:
Cê num entendeu a coisa toda. Coloquei como exemplo para ninguém colocar nas teorias, entende? A ideia foi evitar que o tópico se transformasse em mais um Traiu x Não traiu.
 
MUITO legal a ideia desse tópico, e o título também.

Eu acho que o Dumbledore tinha mó vontade de dar uns pegas no Snape mas o cara simplesmente não largava a obsessão que tinha pela paquerinha morta.

Acho também que o Barbárvore era pai do Tronco!
 
contextualiza: a menina tinha certeza que o príncipe estava apaixonado. dá pra ele, perdendo assim a virgindade - algo muito importante naquele tempo. o príncipe a rejeita, óbvio que ela surta - uma guriazinha de nada, que sabe que não terá futuro com homem nenhum por não ser mais virgem.

mas o lance da gravidez é sério, tem um monte de teoria acadêmica sobre isso. eu não vou lembrar da argumentação toda, mas lembro que alguém citou que as plantas que ela cita num diálogo pra gertrudes (quando já está louca), são todas plantas abortivas.

De fato, tem "arruda" (rue) na história... Hum, agora faz sentido ele gritar pra ela "go to the nunnery", embora eu seja da opinião de que ele sabia que o pai dela e o rei estavam escondidos.
 
Pra mim, o amor do Lear pela Cordélia era o amor de um filho para a mãe. Até onde eu me lembre, não existem mães no Rei Lear... Mesmo porque a esposa do Lear morreu: I would divorce me from thy mother's tomb, / Sepulchring an adultress. E o Lear fala bem no começo, quando fica puto com a Cordélia:

I lov'd her most, and thought to set my rest
On her kind nursery.


E, um pouco depois, ao chutar o pau da barraca e ir embora (eu sei, sou ótimo com sinopses):

Turn all her mother's pains and benefits
To laughter and contempt


Mais cedo a Cordélia disse:

Good my lord,
You have begot me, bred me, lov'd me: I
Return those duties back as are right fit,
Obey you, love you, and most honour you.


Assim, isso dá a entender que o Lear foi um pai sozinho... Um pai solteiro para suas três filhas. Assim sendo, quando a Cordélia diz:

Sure I shall never marry like my sisters,
To love my father all.


Dá até pra entender um pouco porque toda a raiva do Lear... Afinal de contas, ele foi um pai atencioso, ao contrário do Gloucester:

Sir, this young fellow's mother could: whereupon she grew round-wombed, and had indeed, sir, a son for her cradle ere she had a husband for her bed.

Depois ele fala que foi um bom esporte fazer o filho. É por isso que a tragédia dele é e não é maior que a do Lear: é maior porque, fisicamente, ela é mais brutal; e é menor porque ele, de certo modo, mereceu, visto que não cumpriu seu papel de mãe numa tragédia onde as mães inexistem.

De resto, o Bobo fala também em determinada parte pro Lear: "I have used it, nuncle, e'er since thou mad'st thy daughters thy mothers"
 
ela é a única que ama o lear de fato, o negócio é que o lear não queria o amor que ela tinha. lear era um puto, pra falar bem a verdade. mereceu o destino dele.
 
Sobre o Conde de Gloucester, Mavericco, fico pensando se Shakespeare não estava brincando com a história edipiana: o filho natural que mata o pai por força do destino - ou complexo, diria Freud. Porque Édipo também é alertado de tal destino, mas foge pra não matar o pai adotivo - ele não sabe que foi adotado -, e acaba matando o próprio pai por acaso. Edmund é adotivo e se volta contra o pai, mas é o filho natural quem sofre as consequências, quem se angustia. Muito antes de Vernant considerar a história edipiana uma base fraca para a teoria freudiana, Shakespeare já discutia sobre a qualidade de ser "pai" - uma condição naturalmente adquirida ou condicionada? Me deu mesmo o que pensar. Valeu pela dica, Mavericco. :)
 
Última edição:
Édipo foi o primeiro detetive da literatura. Para desvendar os mistérios inerentes a ele, desvendava os enigmas que cruzavam o seu caminho. É meio que uma relação de espelhamento resultante do fato de que o "eu" só se constitui em relação a um "tu". Alteridade, eu já disse que te amo?
 

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