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Após repercussão nas redes sociais, jornal O Tempo afasta colunista Walter Navarro

Mercúcio

Usuário
A polêmica gerada pela coluna de Walter Navarro, publicada na última quinta-feira (8) pelo jornal O Tempo, culminou em seu afastamento da função que exercia na Sempre Editora. A decisão foi divulgada em um comunicado postado agora há pouco na fan page da empresa no Facebook.

“Informamos que o jornal O TEMPO decidiu afastar o colunista Walter Navarro do seu quadro de colunistas e que a Sempre Editora não compactua com nenhum tipo de preconceito e/ou manifestação preconceituosa. Reforçamos, assim, o nosso compromisso com o bom jornalismo.”


O texto de Navarro intitulado “GUARANI KAIOWÁ É O C… MEU NOME AGORA É ENÉAS P…” se tornou alvo de críticas nas redes sociais nesta terça-feira (13) após ser compartilhado por diversos internautas. Na coluna, ele critica a postura de usuários que adotaram o nome Guarani Kaiowá em suas páginas no Facebook.


“Tem coisa mais chata, hipócrita, brega e programa de índio que este pessoal do Facebook adotando o nome Guarani Kaiowá? Gente cuja relação com o verde se resume à alface do McDonald’s…”, afirma no início do texto.


A revolta dos internautas se deu, principalmente, diante das opiniões do colunista que denegriam a imagem dos índios e diminuíam a importância deles para o Brasil.


“Uma dessas chatas do Facebook reclamou da minha gozação dizendo que todo brasileiro é guarani kaiowá. Eu não! Nunca nem ouvi falar e, se é pra escolher, prefiro descender dos tapaxotas ou tapaxanas. Mas bom mesmo é de destapar… Guarani, só meu time em Campinas, campeão brasileiro de 1978. Como diriam o Marechal Rondon e os irmãos Villas Boas, “Índio bom é índio morto”! “Matar, se preciso for, morrer, nunca!”.

A coluna foi retirada do site do jornal O Tempo na noite desta terça-feira (13). Durante a tarde, o Bhaz publicou uma crítica ao texto de Navarro escrita por Pedro Guadalupe (confira aqui).



Confira o texto que foi removido do site do Jornal O TEMPO


” Tem coisa mais chata, hipócrita, brega e programa de índio que este pessoal do Facebook adotando o nome Guarani Kaiowá? Gente cuja relação com o verde se resume à alface do McDonald’s…

Uma dessas chatas do Facebook reclamou da minha gozação dizendo que todo brasileiro é guarani kaiowá. Eu não! Nunca nem ouvi falar e, se é pra escolher, prefiro descender dos tapaxotas ou tapaxanas. Mas bom mesmo é de destapar…

Guarani, só meu time em Campinas, campeão brasileiro de 1978.


Como diriam o Marechal Rondon e os irmãos Villas Boas, “Índio bom é índio morto”! “Matar, se preciso for, morrer, nunca!”.

Tudo em São Paulo tem nome de índio. Consciência pesada dos bandeirantes: Anhanguera, Ibirapuera, Canindé, Aricanduva, Morumbi, Jabaquara, Tucuruvi, Tatuapé e agora Haddad, da tribo dos Ali Babás… Ô raça!


Por falar na terra de Maluf e do PT, o que está acontecendo em São Paulo? Acho que a Lei do Desarmamento não pegou por lá. Principalmente quando tem eleição. É assim: Lula liga pro Zé Dirceu, que liga pro Gilberto Carvalho; daí pro Genoíno, que liga pro Marcos Valério, que liga pros presídios e manda matar o Celso Daniel; quer dizer, matar policiais e concorrentes, em troca de banho de sol, visita íntima e regalias mensais.


Outra paulistana, aquela maconheira da Rita Lee, tem até modinha cantando: “Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio, viver pelado, pintado de verde, num eterno domingo, ser um bicho preguiça, espantar turista e tomar banho de sol…”.

Credo! Fico pelado só para fins de reprodução, odeio domingo, preguiça é pecado; sou viajante (turista, gosto nem de ver) e banho de sol, repito, é coisa pra petista.


Viver pelado, pintado de verde, também é bom não. Imaginem se me confundem com um palmeirense.


E chamar índio de preguiçoso é preconceito, ignorância histórica. Índio é correligionário do ócio criativo… Ou, simplesmente do ócio, pronto.


Tem mais. Estes petistas, ambientalistas de Facebook, de passeata e de domingo, partidários dos Espelhinhos & Miçangas (Guaranis Kaiowá), também enchem o saco dizendo que todo mundo lamenta os estragos do furacão nos EUA e fala nada sobre Cuba. Ô raça!


É aquela piada: “Barak Obama e Gordon Brown estão num jantar na Casa Branca. Um dos convidados aproxima-se e pergunta: ‘De que é que estão conversando de forma tão animada?’.

‘Estamos fazendo planos para a terceira Guerra Mundial’, diz Obama.

‘Uau!’, exclama o convidado: ‘E quais são esses planos?’

‘Vamos matar 14 milhões de argentinos e um dentista’, responde Obama.

O convidado, confuso, pergunta: ‘Um… dentista? Por que é que vão matar um dentista?’.

Brown dá uma palmada nas costas de Obama e exclama: ‘Não te disse? Ninguém vai perguntar pelos argentinos!’.

Argentino, cubano, tudo boliviano!


E se Nova York acabar, onde vou comer meus “hot dogs” do Nathan’s? No Haiti? Façam-me o favor… Misericórdia! Jesus me chicoteia!


Quando Darwin, Lévi-Strauss e Diogo Mainardi descobriram o Brasil, tiraram várias conclusões sobre os guaranis kaiowá, um povo pescador de baiacus, que captura borboletas, retalha suas asas e coloca-as em cinzeiros de vidro para espantar, melhor, para vender aos turistas.


Protérvia ignara! Os guaranis kaiowá não passam de recolhedores de mel no meio do mato. É o povo mais primitivo do mundo, nem chegou à Idade da Pedra. Petistas “avant la lettre”! Comem cupim. Intimidam até malária! Pigmeus, parecem formigas gigantes e caracterizam-se pela insuportável pneumatose intestinal, o que faz deles companhia deveras desagradável.


Além de incestuosos, trocam os filhos por um reles anzol. Por isso, o Brasil é assim, uma mistura de índios flatulentos com criminosos portugueses…


Andam nus, exibindo suas vergonhas; os homens portam nem mesmo um estojo peniano. As mulheres são libidinosas e se vão com qualquer um. As moças tomam banhos coletivos, fazem suas necessidades nas moitas, fumam juntas e entregam-se a brincadeiras de gosto duvidoso, como cuspir uma na cara da outra.


PS: A vadiagem dos guaranis kaiowá pelo menos é lucrativa. Ontem, troquei um canivete suíço (falso) por várias toras de mogno de sua reserva. “



FONTE: http://www.bhaz.com.br/apos-repercu...rnal-o-tempo-afasta-colunista-walter-navarro/
 
Saiu até na imprensa um índio falou que se não fossem pelas campanhas no facebook eles não teriam conseguido essa vitória, é um idiota.

É aquela piada: “Barak Obama e Gordon Brown estão num jantar na Casa Branca. Um dos convidados aproxima-se e pergunta: ‘De que é que estão conversando de forma tão animada?’.

‘Estamos fazendo planos para a terceira Guerra Mundial’, diz Obama.

‘Uau!’, exclama o convidado: ‘E quais são esses planos?’

‘Vamos matar 14 milhões de argentinos e um dentista’, responde Obama.

O convidado, confuso, pergunta: ‘Um… dentista? Por que é que vão matar um dentista?’.

Brown dá uma palmada nas costas de Obama e exclama: ‘Não te disse? Ninguém vai perguntar pelos argentinos!’.

Foi só eu (espirito de porco) que ri dessa piada.
 
Ele não tá sendo totalmente errado nas idéias dele.
Brasileiro gosta de "mostrar" para o mundo o QUANTO gosta de seu pais tropical, mas quando é pra escolher entre beber uma coca-cola e beber uma dolly...ele logo agarra a marca norte americana.
Brasileiro gosta de mostrar seu orgulho pela pátria e muitos torcem pela argentina ou outros paises nos jogos da copa do mundo.
Brasileiro acha legal aderir a outras culturas e não aproveita o que a própria história que o pais dele tem.
Brasileiro americaniza tudo...desde termos em ingles como TEMOS FAST FOOD á nome dos filhos.
Enfim, pode se contar nos dedos quantos brasileiros REALMENTE conhecemos...Brasileiros que têm orgulho do pais onde mora e veste o estandarte com dignidade. Então eu confesso, EU não sou uma dessas brasileiras garanto. O simples fato de adotar uma idéia que está repercutindo na internet não faz vc de um grande patriota...Quer ajudar realmente? Filie-se a algum partido e seja defensor das idéias do mesmo, entenda politica, defenda a boa educação das nossas crianças, não incentive a politica do "quem com ferro fere, com ferro será ferido". Só uma nação que pensa diferente poderá fazer o pais um lugar diferente.
Grata!
 
Ele não tá sendo totalmente errado nas idéias dele.
Brasileiro gosta de "mostrar" para o mundo o QUANTO gosta de seu pais tropical, mas quando é pra escolher entre beber uma coca-cola e beber uma dolly...ele logo agarra a marca norte americana.
Brasileiro gosta de mostrar seu orgulho pela pátria e muitos torcem pela argentina ou outros paises nos jogos da copa do mundo.
Brasileiro acha legal aderir a outras culturas e não aproveita o que a própria história que o pais dele tem.
Brasileiro americaniza tudo...desde termos em ingles como TEMOS FAST FOOD á nome dos filhos.
Enfim, pode se contar nos dedos quantos brasileiros REALMENTE conhecemos...Brasileiros que têm orgulho do pais onde mora e veste o estandarte com dignidade. Então eu confesso, EU não sou uma dessas brasileiras garanto. O simples fato de adotar uma idéia que está repercutindo na internet não faz vc de um grande patriota...Quer ajudar realmente? Filie-se a algum partido e seja defensor das idéias do mesmo, entenda politica, defenda a boa educação das nossas crianças, não incentive a politica do "quem com ferro fere, com ferro será ferido". Só uma nação que pensa diferente poderá fazer o pais um lugar diferente.
Grata!

Li e reli o seu comentário e ainda não entendi onde o colunista está com a razão...
 
Se não fosse pela data da publicação, poderia jurar que li um texto medieval. Incrível que ainda exista gente com esse tipo de pensamento.

Mas o artigo não deixa de revelar uma realidade milenar; todas as culturas restantes dos troncos macro tupi e jê estão fadadas e ficarem confinadas em reservas cada vez mais pequenas. E com o lobby da agroindústria cada vez maior no congresso, vai ficar ainda pior a situação destes povos.
 
Li e reli o seu comentário e ainda não entendi onde o colunista está com a razão...

Não falo que ele está com razão...mas a idéia dele foi passar a mensagem de que brasileiro são hipócritas quando se trata da nacionalidade...(pelo menos foi oq eu entendi)
 
Se não fosse pela data da publicação, poderia jurar que li um texto medieval. Incrível que ainda exista gente com esse tipo de pensamento.

Mas o artigo não deixa de revelar uma realidade milenar; todas as culturas restantes dos troncos macro tupi e jê estão fadadas e ficarem confinadas em reservas cada vez mais pequenas. E com o lobby da agroindústria cada vez maior no congresso, vai ficar ainda pior a situação destes povos.

Muito bem lembrado! Essa é uma herança que vem desde a época das conquistas e que é reforçado, não só pelo texto citado, mas por obras recentes, como o Guia Politicamente Incorreto da América Latina, onde o índio é o selvagem, o indolente. E o crime histórico é renovado constantemente, apoiado pelos mesmos argumentos dos colonizadores.

O texto buscou o humor. Lembro da música do Gabriel, sobre o racismo: "Em forma de piadas que teriam bem mais graça, se não fossem o retrato da nossa ignorância, transmitindo a discriminação desde a infância".
 
Última edição:
Ele não tem razão em nada. Quando muito compartilho um pouco da canseira que me dá esses revolucionários de facebook militando mudando nominho na rede social. Mas isso é uma frescura minha, não faria um artigo dogmatizando uma frescura minha.

De resto o texto é um lixo, preconceituoso mesmo, malescrito, e cheio de idiossincrasias e trejeitos e modinhas burguesas. Até as críticas políticas e pseudo-ironias são uma caricatura de conservadorismo do pior tipo. Lixo burguês. Poucos medievais e mesmo modernos escreveriam algo tão tosco e de tão mal gosto.

Se não fosse pela data da publicação, poderia jurar que li um texto medieval. Incrível que ainda exista gente com esse tipo de pensamento.

Dei fail pelo preconceito com a Idade média. Quisera esse sujeito ter um milionésimo da inteligência de um Aquino, de um Suarez, um Ockham, um Dante...
 
Não falo que ele está com razão...mas a idéia dele foi passar a mensagem de que brasileiro são hipócritas quando se trata da nacionalidade...(pelo menos foi oq eu entendi)

Entendo, Fefe. Mas vou discordar. Pela minha leitura, acho que a questão nacional não é nem de perto o foco do autor, que não faz mais que descaracterizar a luta de um grupo indígena cada vez mais ameaçado, destilando uma série de preconceitos asquerosos e insustentáveis, além de considerar qualquer mobilização virtual em torno da causa como "petismo".

Eu poderia aqui enumerar uma série de casos em que as redes sociais tiveram peso político significativo (inclusive no Brasil), mas não vou fazer isso. Vou dizer apenas que é muita prepotência e arrogância julgar saber dos bastidores da vida de cada pessoa que adotou o nome "guarani kaiowa" no facebook. Quem pode dizer se são "ambientalistas de facebook"? Quem pode dizer o que essas pessoas fazem pela sociedade? Onde se situam as suas lutas, as suas bandeiras? E mesmo que não tenham um histórico de atuação política, quem poderá condenar o fato de terem sido sensibilizadas para uma causa muito concreta e de suma importância, contribuindo para difundir essa percepção em meio à sociedade civil através dos meios de que dispõem?

Se o texto foi pensado em algum momento como uma crítica à hipocrisia, esse caricato fascistazinho tupiniquim (já que ele tem tanto asco de nomenclaturas indígenas) errou feio a mão, produzindo um verdadeiro tratado de ódio a um povo oprimido, disseminando essa cultura da ignorância num jornal de grande circulação.

Como disse um amigo: após a poeira baixar, não me surpreenderia nem um pouco se esse sujeito aparecesse como colunista da Veja. É o mesmo dna jornalístico. Falta apenas se tornar mais palatável no linguajar politicamente correto.
 
Última edição:
Ele não tem razão em nada. Quando muito compartilho um pouco da canseira que me dá esses revolucionários de facebook militando mudando nominho na rede social. Mas isso é uma frescura minha, não faria um artigo dogmatizando uma frescura minha.

De resto o texto é um lixo, preconceituoso mesmo, malescrito, e cheio de idiossincrasias e trejeitos e modinhas burguesas. Até as críticas políticas e pseudo-ironias são uma caricatura de conservadorismo do pior tipo. Lixo burguês. Poucos medievais e mesmo modernos escreveriam algo tão tosco e de tão mal gosto.



Dei fail pelo preconceito com a Idade média. Quisera esse sujeito ter um milionésimo da inteligência de um Aquino, de um Suarez, um Ockham, um Dante...

Mas tu adora esse botãozinho, hein? E medieval não se refere somente a Europa. Aqui no Brasil, índio e negro nem eram considerados pessoas, pegue qualquer publicação de jornal dos Séculos 16, 17 ou 18 e vai ver como eram retratados. Agora não lembro, mas teve um artigo no Caderno Cultura da Zero Hora que mostrava o ponto de vista de turistas europeus na época do Brasil Imperial que ficaram alarmados com a naturalidade dos brasileiros na manifestação do racismo. E acho pouco provável que os Senhores de Engenhos e burgueses do império tenham sido tocados por estes autores.

E, sim, haviam vozes contra as mazelas do país como Castro Alves, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Machado de Assis e por aí vai. Só que, diferente daquela época, hoje em dia, o acesso digital também dá voz a cretinos como este colunista para expor seu pensamento. E não duvido que não existam pessoas que devem ter dado um curtir para o que ele publicou.
 
Gostaria de ver também a posição do colunista e de outros colegas colunistas em relação ao trabalho de colunismo, desse texto em especial e dos assuntos abordados.

Óbvio que eu também condeno agressões aos direitos dos indígenas ou de qualquer povo mas o texto ficou confuso e pode dar a entender várias coisas, tipo, pode significar que não conseguiu amarrar a abordagem de vários assuntos complexos fazendo uso da ironia como corda em assuntos que não explorou corretamente. Por exemplo, falar da situação indígena pouco nítida no Brasil + engajamento epidêmico e irrefletido + política + internet + PT+ etc...

Entende-se que ironia é uma ferramenta fácil de errar na mão mas pelo texto não sei o que ele desejou fazer se é para acabar com uma imagem específica dos índios, acabar com algumas práticas e produtos culturais condenáveis na sociedade ou promover a condenação das sociedades indígenas.

Em tempos em que a população usa o significado das palavras como se fossem fraldas é arriscado tratar de assuntos de forma confusa. A saber:

O que uma pessoa diz não é sempre o que ela quer. O que uma pessoa quer nem sempre é o que ela realmente precisa.
 
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Editorial de O Tempo, escrito pelo dono do jornal, Vittorio Medioli (texto de novembro de 2010)

A liberdade de errar

Evidentemente, a editoria deste jornal dormiu no ponto ao deixar passar para publicação a última coluna de Walter Navarro no Magazine de quinta-feira.
Palavras chulas que não são tradição de O TEMPO, mas invadiram suas páginas para ilustrar pensamento, que, mesmo legítimo enquanto fruto da liberdade de expressão, precisava encontrar termos apropriados e, não, ofensivos e preconceituosos.

Não é a primeira vez que isso acontece com Walter Navarro – faceta irreverente de uma parcela da sociedade não necessariamente rica e burguesa. Como atleticano, gerou problemas com o Cruzeiro; como filho de Barbacena, com cidades “rivais” do entorno. Entretanto, esse colunista, nos seus dias melhores, consegue escrever textos que recolhem a admiração de um público “fiel”, gente que gosta de Walter, da sua irreverência, da sua sátira, da sua forma peculiar de misturar línguas (morou muito tempo na França), de suas fórmulas popularescas e ao mesmo tempo esnobes. Decididamente, não é um analista político, é um desastre político e bem por isso deveria ficar longe desse quadrante escorregadio.

Mesmo quem o odeia, tente escrever com o sarcasmo acompanhado da versatilidade linguística dele. Será difícil. Até acadêmicos me confessaram ao pé do ouvido que ele é um “fenômeno”. Provavelmente, um fenômeno do mal, mas um que atrai para sua leitura.
A própria reação feroz que ele estimula nestes dias comprova que não é propriamente um cachorro morto, um que apenas escreve ofensas. O texto, apesar de não ter sido recusado (erro de O TEMPO), é daquele que, por vias tortas e indignas, bateu fundo e fez explodir uma cadeia de reações proporcionais à sua infelicidade.

Não pretendo defendê-lo, até porque me estragou os últimos dois dias, nos quais tive que atender a telefonemas e reclamações. Erraram feio ele, nós, talvez eu, que insisti para “mais uma oportunidade” em outras ocasiões. Isso está doendo, assim como o linchamento que vem sofrendo no próprio espaço que o jornal deixou à disposição de comentários, a ele nitidamente desfavoráveis e até ofensivos.

Pode também custar perdas imediatas a este jornal e a outros profissionais que neles atuam, mas, como fundador deste veículo, pretendo que fique claro: “O TEMPO permite em suas páginas a mais ampla liberdade de expressão”, inexistente em espécie e grau em outras publicações, especialmente mineiras. Temos que ser fiéis até o limite estoico de publicar ações que pretendem boicotar nossa publicação.

Se a coluna de Walter Navarro é daquelas que, apesar de tudo, “passaram” e não deveriam ter passado, defenderei sua permanência como colaborador. Não faz parte da minha conduta jogar pela janela um articulista que escreve para um público, embora minoritário, que lhe devota fidelidade. Defenderei sua permanência, como defendi neste mesmo espaço, aquela de Zé Dirceu, mesmo sob o fogo cerrado de quem ameaçava o boicote.

Tratarei seriamente, no âmbito do jornal, para que certas expressões sejam usadas onde ele preferir, mas não em nossas páginas.
Como disse a nova presidente logo após a confIrmação de sua vitória, “prefiro o barulho da mídia ao silêncio da ditadura”. Completo o pensamento que espero ser dela: “A liberdade de expressão é também liberdade de errar e, acima de tudo, de saber receber a crítica sem ocultá-la”.
Quem acredita na liberdade de expressão sabe o que O TEMPO representa hoje e saberá perdoar.

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Resenha escrita por Pedro Guadalupe:


Bullyng no Navarro



Tem coisa mais chata, hipócrita e brega do que um primo de colunista social metido a sub-Mainardi? Gente cuja única chance de sucesso é a indicação de parentes “importantes”?

Gente, ora vejam só, que acha bonito fazer graça com o genocídio e chama de ociosos os indígenas que trabalham na roça. E em que trabalha o Walter mesmo? Ah, sim, é “colunista social”. Isso que é trabalho duro que produz riquezas para o país!

O mesmo Walter que se vangloria em seu blog de ter ficado anos em Paris no “bem-bom” recebendo bolsa de estudos para um doutorado que nunca concluiu (e cujo dinheiro nunca devolveu), é o Walter que ganha a vida fazendo trocadilhos bestas que ninguém lê na coluna que mantém n’O Tempo sabe-se lá porque.

O problema do Walter é que ele acha que é “politicamente incorreto” e imagina que isso seja desculpa para ser cruel, mesquinho e irresponsável. Repetir que “índio bom é índio morto” não é “politicamente incorreto”, é incitar a violência, crime previsto na lei.

Isso não é engraçado, é bobo, besta e, principalmente, irresponsável. O colunista mais parece uma criança que acabou de aprender a língua e se diverte falando despautérios.

Eu concordo mesmo é com o Vittorio Medioli, dono do jornal O Tempo, que em 2010 escreveu um editorial chamando Walter de um desastre político, e concluindo que “bem por isso deveria ficar longe desse quadrante escorregadio”. No mesmo texto, o empresário ainda diz que Navarro “precisava encontrar termos apropriados e, não, ofensivos e preconceituosos.”

A irresponsabilidade dele chega ao ponto de decretar a “extinção” de uma população indígena ainda viva, os Nambikwara. Mal sabe ele que gente não é “extinta”, isso é coisa de bicho e planta, gente é assassinada. E quando é todo um povo, o nome é genocídio.

E gente morrendo é gente morrendo, não importa se índio, preto, branco ou colunista social. Gente morrendo tem família, tem entes queridos, mas não tem graça.

Humor, Walter, é outra coisa. Não se trata de fazer gracinhas para os dois ou três amigos que você deve ter e, de quebra, ofender todo um povo e as pessoas que se importam com o destino deles. Humor de qualidade, Waltinho, é aquele que pega no pé de gente como você: os amiguinhos alienados do poder que, não tendo nada de importante a dizer, ficam por aí dando chiliques de pré-adolescente.

Você é a piada pronta, uma piada sem graça, que deve ser exposta em todo o seu ridículo, para aí sim, as pessoas rirem de você. Você acha que faz bullying, mas, no fundo, nasceu para ser bolinado.

PS: E o que você quis dizer quando afirmou que só fica pelado para fins de reprodução? Que toma banho de burca? Que não faz sexo por prazer? Ou não quis dizer nada e apenas achou que estava sendo engraçado?

Coluna escrita em resposta ao texto publicado no Jornal O TEMPO (veja aqui).

* Pedro Guadalupe é empresário, mágico e pai do João Pedro e do Francisco.

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Fonte: http://www.bhaz.com.br/bullying-no-navarro/
 
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navarro é um imbecil. apesar da opinião dele não ser necessariamente falsa (representa a mesma de alguma parcela da sociedade brasileira), foi colocada de forma intencionalmente agressiva para atingir repercussão na mídia. fail pra ele, pois o máximo que conseguiu foi ser demitido. n vou perder tempo com a crucificação do cara. já já preparam uma fogueira na praça da sé e mandam queimar o bruxo, rs.



voltando ao tema que interessa, que é o do resgate da cultura brasileira através de índios. essas iniciativas para preservação das culturas indígenas são exclusivamente de caráter humanitário-altruísta. elas, de forma indireta, trazem sim uma boa justificativa para preservação de áreas verdes do brasil (embora, imo, é muito mais interessante defendermos o verde diretamente), e boa parte que apoia, o faz pensando neste aspecto.

convenhamos que índios jamais influenciaram de forma significativa a nossa cultura. eles, na verdade, nem possuíam uma cultura muito complexa/consistente a ponto de conseguir alterar de forma significativa os padrões europeus que foram criados a partir de 1500. tão verdade que é muito tranquilo afirmar que os africanos, meros escravos no nosso país, influenciaram infinitamente mais o nosso modo de vida de hoje.

Essas medidas pró-índios são bem interessantes, de um ponto de vista altruísta. Mas jamais de um ponto de vista brasileiro! Não nos auxilia em nenhum aspecto de progresso ou cultural. Toda essa busca pela identidade brasileira através de civilizações enterradas é balela, o momento que vivemos hoje é absolutamente único e o suficiente para criar uma identidade por si só. quer dizer, a identidade já existe, só falta um atropólogo foda formalizar isso.

Mas não deixa de ser interessante como somos sinceros em relação a nossa história. Que outra nação se preocupa tanto com a injustiça que os antepassados reproduziram contra outros povos? Mais um aspecto praticamente único que é nosso :)



E medieval não se refere somente a Europa. Aqui no Brasil
brasil nem existia na idade média :think:
 
Essas medidas pró-índios são bem interessantes, de um ponto de vista altruísta. Mas jamais de um ponto de vista brasileiro! Não nos auxilia em nenhum aspecto de progresso ou cultural. Toda essa busca pela identidade brasileira através de civilizações enterradas é balela, o momento que vivemos hoje é absolutamente único e o suficiente para criar uma identidade por si só. quer dizer, a identidade já existe, só falta um atropólogo foda formalizar isso.

Eu acho que Darcy Ribeiro fez exatamente isso que você apontou em seu livro "O povo Brasileiro", não acha?

convenhamos que índios jamais influenciaram de forma significativa a nossa cultura. eles, na verdade, nem possuíam uma cultura muito complexa/consistente a ponto de conseguir alterar de forma significativa os padrões europeus que foram criados a partir de 1500. tão verdade que é muito tranquilo afirmar que os africanos, meros escravos no nosso país, influenciaram infinitamente mais o nosso modo de vida de hoje.
Aqui eu discordo. A influência indígena no brasileiro é um traço forte sim. Só não é mais pq diferente do negro, do judeu e do branco, o indio foi aniquilado, morto em suas tribos e enormes troncos culturais dos mesmos desapareceram com eles, afinal, toda a tradição e cultura no indio brasileiro é passada oralmente, se o indio não sabe falar portugues e é morto antes de pensar em tentar passar algo para o branco é claro que a cultura dele ficará desconhecida.
Mesmo assim, vários habitos brasileiros são de origem indigena. O banho diário é um exemplo, o banho de mar, o consumo de raízes como a mandioca, inumeras técnicas ribeirinhas para pesca de peixes entre varios outros elementos.
Em São Paulo existia uma linha de pensamento que afirmava queo paulista era um povo tão emprendedor e bem realizado no Brasil exatamente pela mistura índio x judeu x bandeirante, e que esse "DNA" mestiço que fez do paulistano povo que é. Não defendo essa idéia, mas ela existiu por muito tempo no imaginário sociológico do paulista, só ver, como indicado no texto, a quantidade de nome indígena na nossa capital, além do próprio nome da cidade, que é São Paulo de Piratininga.

Quanto aos índios não terem uma cultura bem desenvolvida, ai eu discordo ainda mais. Levi-Strauss, Florestan Fernandes, tantos outros passaram a vida estudando a complexidade cultural desses povos... O índio tem uma forma de concretizar sua cultura e de transmitir ela que é muito diferente da nossa, por isso as vezes ela escapa aos nossos olhos.
 
Última edição:
Concordo com o Felagund. Pra mim inferiorizara cultura indígena é reminiscência de discurso colonizador além daquela velha noção ocidental de civilização superior, cristã, bla bla, coisa que vem do helenismo, da latinidade, da cristandade. Enfim, o Ocidente que deseja levar sua civilização, ou melhor, exercer domínio não só através da ocupação e exploração econômica mas também pela submissão da cultura.

Os sistemas mítico-religiosos são mais simples, menos teologizados, unificados e abstratos porque a 'história religiosa' desses povos segue um ritmo diverso dos ocidentais. O Ocidente, a partir do Oriente Médio, Índia, Rússia e Europa, foram um terreno fértil de diversos povos autóctones sendo subjugados por povos nômades que ali se estabeleciam e realizavam sincretismos inconscientes, misturas e trocas simbólicas, interpenetração de ideias e mitos, troca de valorações religiosas e rituais etc. Isso vai gerando certos campos, certos escopos centrais, universos religiosos que não só possuem vitalidade própria como preparam o caminho dos grandes reformadores que irão engendrar as grandes sínteses, reformas, revalorizações, unificações teológicas e filosóficas que criarão as grandes religiões universais.

Nas Américas isso não ocorreu. Principalmente no Brasil nossas tribos viveram isoladas de outros complexos culturais e as únicas trocas simbólicas e influências culturais que recebiam vinham de seus irmãos mais próximos e isso vai gerando um escopo religioso bem mais aparentemente uniforme ainda que vivido de forma mais ou menos densa de acordo com a índole de cada um. Esses complexos simbólicos unidos culturalmente e simbolicamente caóticos nunca precisaram, até pela simplicidade de sua história (não tendo, por exemplo, suas ideias de tempo sagrado sido estupradas por grandes catástrofes históricas que poderiam ser interpretadas como escatologias), de grandes reformas e unificações, nem de maior aprofundamento psicológico e metafísico. A 'inferioridade' dessas culturas está na sua fidelidade aos tempos primitivos, na sua permanência na tradição.

Óbvio que o ocidental cada vez mais secularizado e mesmo quando religioso, como o cristão medieval, que separava cada vez mais sua fé dos aspectos 'práticos' de sua vida, jamais entenderia como o estilo de vida dos índios americanos era algo muito mais puro e unido que suas sínteses artificiais. O índio é orgânico, é filho da Terra, muda com as águas, está integrado na vida do mundo, dos bosques e das florestas. É uma existência que o Ocidente medieval entenderia mal, e que o Ocidente moderno mecanicista desprezaria. E mesmo hoje, quando nós tornamos mais conscientes desses fatos, ainda vemos apenas o aspecto material do índio, e o vemos como 'inferior'.

Eliade e principalmente Levy-Strauss escreveram muito e longamente sobre isso. Recomendo lerem 'Tristes trópicos' desse último pra jogar umas belas luzes sobre esse assunto, principalmente no que se refere à vivência em uma tradição brutalmente deturpada e relativizada pelo contato com o homem branco, histórico, mecanicista, secular.
 

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