Anica
Usuário
Se a Segunda Guerra Mundial está marcada pela noção de “guerra limpa”, com suas bombas de extermínio em massa, o uso extensivo de aviões, tanques e de armas de longo alcance, inaugurando uma espécie de “tecnologia de alienação da morte” (cujo símbolo maior, fora dos campos de batalha, foram os campo de concentração), a Primeira Guerra Mundial foi a última “guerra suja” (européia, não esqueçamos). É nessa chave que devemos entender a afirmação do historiador inglês Eric Hobsbawn, de que essa foi um evento mais traumático para os europeus do que aquela: uma guerra generalizada, muitas vezes decididas na batalha corpo a corpo, pelo uso extensivo de baionetas; soldados vivendo em trincheiras durante meses, enquanto cidades eram arrasadas como nunca tinha sido possível; uma comida estocada e distribuída precariamente (a engenharia de alimentos só passaria a se desenvolver depois de 1917); terminando em uma derrocada total da confiança romântica em projetos nacionais (derrocada não muito bem resolvida, como o nazi-fascismo iria mostrar).
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