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Jovens estudam humanas, mercado pede exatas

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
[h=2]Estudo mostra quais são as profissões que têm sido mais demandadas e em que áreas os salários estão subindo ou caindo[/h]

As profissões das áreas exatas e técnicas estão com a demanda em alta no Brasil, segundo estudo baseado nos Censos de 2000 e 2010, realizado pelo economista Naercio Menezes Filho, do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper)e Universidade de São Paulo (USP).

Por outro lado, o aumento da oferta de profissionais acima da demanda do mercado fez com que os salários caíssem entre 2000 e 2010 em profissões não ligadas à área técnica, como Administração, Comunicação e Jornalismo, e Marketing e Publicidade, com quedas de respectivamente 17,8%, 14,1% e 7,4%

No topo da remuneração entre todas as formações universitárias em 2010, estavam profissões como Medicina, graduados em academias militares, Engenharia Civil e Odontologia, com salários mensais médios de respectivamente R$ 6.952, R$ 6.359, R$ 4.855 e R$ 4.854.

"Há mais demanda na área de exatas, mas a oferta está crescendo mais rápido na área de humanas",
comenta Menezes.

O detalhadíssimo trabalho leva em conta um amplo conjunto de informações sobre os 10,6 milhões de brasileiros de 18 a 60 anos que detinham diploma universitário em 2010 (e os 5,4 milhões na mesma situação em 2000). O estudo foi feito por encomenda da BRAiN Brasil, uma associação de bancos, BM&F, Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban) e outras entidades, que tem como objetivo transformar o Brasil num polo internacional de investimentos e negócios.

A pesquisa partiu de um aparente paradoxo. Apesar de se constatar no Brasil um apagão de mão de obra qualificada, o salário real médio de quem tem o ensino médio completo caiu de R$ 1.378 em 2000 para R$ 1.317 em 2010. Da mesma forma, os diplomados no curso superior viram seu rendimento médio cair de R$ 4.317 em 2000 para R$ 4.060 em 2010. Se o ganho de quem tem o ensino médio ou grau universitário caiu, é um sinal de que a demanda por qualificação recuou - o que aparentemente contradiz a o fenômeno do apagão de mão de obra.

O estudo detalhado de mais de 40 tipos de formação universitária, porém, explica a contradição. Na verdade, há algumas profissões de grau universitário extremamente demandadas, nas quais a oferta de mão obra cresceu insuficientemente de 2000 a 2010.
"São as profissões que o país está pedindo",
diz Menezes Filho.

Proporção

É o caso, por exemplo, da Engenharia Civil. Havia 141,8 mil engenheiros civis no Brasil em 2000, número que cresceu para apenas 146,7 mil em 2010. Dessa forma, a proporção de engenheiros civis no total da população com diploma universitário caiu de 2,76% para 1,45% no período. A alta da demanda fica claro na evolução salarial da categoria no período, com elevação de 20,6%. Em 2010, na média, um engenheiro civil ganhava 211% a mais do que os trabalhadores apenas com ensino médio completo. Em 2010, essa vantagem subiu para 266%.

Um fenômeno muito parecido ocorreu com a Medicina, que está no topo de rendimento, e também tem a menor taxa de desemprego entre as profissões (excetuando-se os militares), de apenas 0,62% em 2010. O número de médicos cresceu pouco no Brasil entre 2000 e 2010, saindo de 207 mil para 225 mil. Com isso, sua proporção no total da população diplomada caiu de 4,04% para 2,23%. Já o salário deu um salto de 18,13%.

Algumas profissões fora da área técnica, porém, tiveram aumento de oferta com queda de salário - isto significa que o sistema universitário produziu mais profissionais desse tipo do que o País estava demandando. Em Administração, por exemplo, houve um salto de 594 mil para 1,473 milhão. A profissão passou de 11,6% do total dos diplomados para 14,6% entre 2000 e 2010. A oferta tornou-se excessiva, como fica claro pelo recuo de 17,8% na remuneração.

Em hotelaria, alimentação e turismo, o contingente diplomado quase quintuplicou, fazendo com que a remuneração caísse 22,6%, para R$ 2.585, em 2010.

Impacto nos salários. Algumas profissões rentáveis também tiveram um salto tão forte na oferta de novos profissionais entre 2000 e 2010 que acabaram sofrendo impacto na remuneração. O número da atuários no País aumentou seis vezes em dez anos, de 2,1 mil para 12,5 mil. A profissão é bem remunerada, sendo a sexta no ranking, com ganho médio mensal de R$ 4.723 em 2010. Ainda assim, a remuneração média caiu 11,5% desde 2000.

Outras profissões sofreram queda tanto de oferta quanto de demanda (medida pelo salário), como Filosofia. Em 2000, havia 29,1 mil pessoas de 18 a 60 anos formadas em Filosofia, número que caiu para 24,9 mil em 2010. Mesmo com menos oferta, os salários caíram 14,6%, para R$ 2.390. Aliás, é a menor remuneração entre todas as profissões que exigem diploma universitário.

Outra característica da Filosofia é ser o grau universitário em que uma menor proporção das pessoas diplomadas trabalha na própria área de formação, com apenas 3,9% em 2010. Em contraste, 79,9% dos médicos trabalham com medicina.

"O problema é menos que há poucas pessoas com formação universitária no Brasil, e mais que essas formações estão muito mal distribuídas",
diz André Sacconato, economista da BRAiN.

Ele nota que é mais barato abrir cursos universitários em áreas não técnicas
"Dá para criar uma faculdade de Economia só com professores e livros, mas Medicina e Engenharia precisam de materiais, máquinas, equipamentos e tecnologia - estamos formando muitos administradores e poucos engenheiros".

Fonte
 
Vou confessar... só li o titulo e passei o olho pelo texto...

Mas posso indicar um fator que cause esse efeito: Se todas as areas de exatas estiverem ficando como a minha e o bradesco(cliente que mais lidei até hoje), é muito padrãozinho, regrinha e pouco espaçõ pra criatividade... Ai quem gosta de criar e amava programarpor isso, começaapensar e migrar prauma area onde possa desenvolver acriatividade epassa pra humanas(como eu pretendo fazer :P)

Sei la,é uma suspeita minha...
 
Encarei o texto macanudo.

Parabéns pelo post Morfs!
Eu realmente precisava ouvir que não estava entrando no ninho de loucos a toa... rsrss
Achei interessante a reportagem, principalmente que, pelos dados, na área de exatas, apesar de uma grande demanda, sempre terá espaço.

E convenhamos, não é qualquer um que encara exatas. :lol:
 
Mas posso indicar um fator que cause esse efeito: Se todas as areas de exatas estiverem ficando como a minha e o bradesco(cliente que mais lidei até hoje), é muito padrãozinho, regrinha e pouco espaçõ pra criatividade... Ai quem gosta de criar e amava programarpor isso, começaapensar e migrar prauma area onde possa desenvolver acriatividade epassa pra humanas(como eu pretendo fazer :P)

Sei la,é uma suspeita minha...

Eu confesso com MUITO alívio que não sou crânio ou cdf o suficiente pra ter me aventurado em programação, ciências da computação e afins e quem sabe tido a chance de ter sido mais um nerd brazuca solteiro e estressado morando no Vale do Silício. Isso é muito pra minha cabeça :lol:

Na eletro-eletrônica onde estou há mais de 20 anos ainda existe espaço pra criatividade.
 
Esse lance da criatividade depende muito da empresa. Tem muita empresa por aí que quer profissionais criativos sim, principalmente para criar sistemas/programas melhores que podem ser vendidos depois.
 
Esse lance da criatividade depende muito da empresa. Tem muita empresa por aí que quer profissionais criativos sim, principalmente para criar sistemas/programas melhores que podem ser vendidos depois.
O problema é que eu desenvolvo sistemas pra bancos, bel... a a criatividade é totalmente sufocada pela burocracia em nome da segurança...
 

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