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Se o plebiscito de 1993 (Monarquia x República e Parlamentarismo x Presidencialismo) pudesse ser rep

Se o plebiscito de 1993 pudesse ser repetido HOJE qual seria o sistema de governo que você desejaria


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Um rei deve servir ao povo e não o povo ao rei. Não vejo superioridade em servir.
Nunca gostei dos desenhos da Disney, salvo Rei Leão.

E dizer que monarcas sempre foram ruins é apelar pra tua ignorância (Ciro II, Alexandre Magno, Pedro I da Rússia, Catarina, a Grande e deve ter muito mais.
Nenhum foi santo, assim como nenhum político é santo.
Hehe, existiram muitos reis santos. São Constantino, são Constantino XI Paleólogo, são Vladimir, são Luíz, o Piedoso, enfim, vários, fora outros nobres. Já políticos... rsrs.

E sim, monarquia não é apenas romantismo, a monarquia, em países tradicionais, tem profundas raízes na memória e na cultura do povo. Ver os mitos do 'retorno do rei', em Portugal, Inglaterra, Gales etc.

Agora se você acha ridículo, morfs, o problema é seu. Milhares de outras pessoas não acham.

Ainda mais tratando de tantos reis com feitos memoráveis, dizer que admirar os feitos de Carlos Magno, Luís XIV, Constantino Magno, Alfredo Magno etc, são comparáveis a filmes da Disney é demais pra minha cabeça.
 
Hehe, existiram muitos reis santos. São Constantino, são Constantino XI Paleólogo, são Vladimir, são Luíz, o Piedoso, enfim, vários, fora outros nobres. Já políticos... rsrs.

E sim, monarquia não é apenas romantismo, a monarquia, em países tradicionais, tem profundas raízes na memória e na cultura do povo. Ver os mitos do 'retorno do rei', em Portugal, Inglaterra, Gales etc.

Agora se você acha ridículo, morfs, o problema é seu. Milhares de outras pessoas não acham.

Ainda mais tratando de tantos reis com feitos memoráveis, dizer que admirar os feitos de Carlos Magno, Luís XIV, Constantino Magno, Alfredo Magno etc, são comparáveis a filmes da Disney é demais pra minha cabeça.

Por "santo" quis dizer que todos erraram, não "santo" no sentido literal... De qualquer forma, nenhum político entrou pra lista de canonizados. Meio estranho isso... :roll:
 
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Por "santo" quis dizer que todos erraram, não "santo" no sentido literal... De qualquer forma, nenhum político entrou pra lista de canonizados. Meio estranho isso... :roll:
:lol: Né, eu diria que é pela relação do catolicismo com a monarquia, mas é um fator um pouco mais profundo. Mesmo líderes conservadores não conseguiram ser grandes modelos de santidade.

Mas eu entendi o que você quis dizer: não haverão reis perfeitos porque não existem pessoas perfeitas. Simples.
 
Nossa, Paganus, dei um fpalm gigantesco aqui quando vi que tu interpretou o "santo" do General Artigas de modo literal. Justo você, que já sabe bater as asas e voar bem. Essa religiosidade toda tá fazendo muito mal pro teu raciocínio.
 
Nossa, Paganus, dei um fpalm gigantesco aqui quando vi que tu interpretou o "santo" do General Artigas de modo literal. Justo você, que já sabe bater as asas e voar bem. Essa religiosidade toda tá fazendo muito mal pro teu raciocínio.
Religiosidade nunca fez mal pro meu raciocínio, pelo contrário, só me fez bem.

A interpretação literal foi intencional, coloquei de zoa, pra poder inserir essa relação entre monarquia e religião, que até já foi apontada aqui. ;)
 
O sistema bicameral existe para representar os Estados (Senado, mesma quantidade para todos os estados) e o povo (Câmara, quantidade proporcional), se tivéssemos apenas a Câmara, os estados pequenos não teriam nenhuma representação.
O Senado representa o coronelismo dos pequenos estados. Os maiores investimentos precisam ir para os estados mais populosos, questão de bom senso. O que acontece no senado é que os estados com 500 mil moradores conseguem sugar investimentos da união.
Claro que todos os estados precisam de orçamento e etc, mas o senado só serve para enriquecer os caciques dos estados pequenos, infelizmente.

E dizer que monarcas sempre foram ruins é apelar pra tua ignorância (Ciro II, Alexandre Magno, Pedro I da Rússia, Catarina, a Grande e deve ter muito mais.
Nenhum foi santo, assim como nenhum político é santo.
Catarina declarou os judeus como estrangeiros e espoliou a terra de milhares deles.
Mas eram outros tempos. Mas ainda acho difícil comparar dois reinados da antiguidade (Ciro e Alexandre), dois czares do inicio da era moderna com qualquer tipo de monarquia no século XX, XXI.

E eu acho que todo mundo tem certo fascinio pela mornaquia. É o romantismo. Todos aqui são fans de Senhor dos Anéis e obras do gênero, é impossível não se vislumbrar com grandes reis e reinados.
Mas a roda da história gira ao contrario disso, nós caminhamos para a Democracia no seu estado mais absoluto, precisamos lutar contra todo e qualquer tipo de dominação "natural", seja o rei, o burocrata ou o empresário.
Um regime monárquico trabalha com castas. Níveis sociais ainda mais intransponíveis do que aqueles que já existem no capitalismo. Aliás, a monarquia trabalha totalmente na contra=mão do capitalismo moderno. O sistema de produção que mais enriqueceu a monarquia foi o feudalismo lá do século XVI, XVII com o surgimento da pequena burguesia. Não vejo como conciliar nobreza "tradicional"com a alta burguesia brasileira.
 
Catarina declarou os judeus como estrangeiros e espoliou a terra de milhares deles.
Mas eram outros tempos. Mas ainda acho difícil comparar dois reinados da antiguidade (Ciro e Alexandre), dois czares do inicio da era moderna com qualquer tipo de monarquia no século XX, XXI.

E eu acho que todo mundo tem certo fascinio pela mornaquia. É o romantismo. Todos aqui são fans de Senhor dos Anéis e obras do gênero, é impossível não se vislumbrar com grandes reis e reinados.
Mas a roda da história gira ao contrario disso, nós caminhamos para a Democracia no seu estado mais absoluto, precisamos lutar contra todo e qualquer tipo de dominação "natural", seja o rei, o burocrata ou o empresário.
Um regime monárquico trabalha com castas. Níveis sociais ainda mais intransponíveis do que aqueles que já existem no capitalismo. Aliás, a monarquia trabalha totalmente na contra=mão do capitalismo moderno. O sistema de produção que mais enriqueceu a monarquia foi o feudalismo lá do século XVI, XVII com o surgimento da pequena burguesia. Não vejo como conciliar nobreza "tradicional"com a alta burguesia brasileira.

Lênin mandou matar crianças inocentes, Stalin fez o mesmo. Getúlio queimou bandeiras estaduais, declarou ilegal o ensino de italiano, alemão e japonês no Brasil (considerando que o imbecil nasceu no Rio Grande do Sul, onde grande parte da população descendia de italianos e alemães, ele fez um dos maiores desserviços da história), Collor deu calote, Lula encobriu falcatruas e mentia não saber de nada e por aí vai.
Catarina foi uma das responsáveis pela contínua modernização russa até a monarquia czarista entrar na lama antes de serem assassinados.

Ninguém é santo, como eu disse antes.

O ser humano sempre viveu sob lideranças. O presidente, no sistema de hoje, é um rei, querendo ou não.
Vive num palácio (que é uma coisa feia de dar dó, me desculpem os fãs do Niemeyer),e tem a corja de políticos em Brasília. Ainda tem que ficar fazendo troca de favores, Brasília se tornou um bordel de luxo.

Ninguém aqui falou que a monarquia serviria pra enriquecer a Corte. O rei poderia muito bem viver com salário, como vivem os monarcas de hoje (claro que com um salário bem menor do que os monarcas europeus, aquilo é dinheiro jogado fora), além de poder ganhar dinheiro com negócios próprios. Uma monarquia eletiva como era no Sacro Império poderia ajudar a impedir a dominação total, além do sistema de câmara alta e câmara baixa.
Não vejo impossibilidade de monarquia estar a frente de um país que a visão econômica tem como alvo o lucro.
 
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O sistema de produção que mais enriqueceu a monarquia foi o feudalismo lá do século XVI, XVII com o surgimento da pequena burguesia. Não vejo como conciliar nobreza "tradicional"com a alta burguesia brasileira.

Eu não sei se entendi bem o que você colocou nesse trecho, Felagund. Na verdade as monarquias feudais eram muito mais digamos "frágeis" e fragmentadas, do que os estados modernos que temos se consolidando nos séculos XVI e XVII. Não há parâmetro para comparação, numa nova situação em que se começa, entre outras coisas, a constituir um aparato fiscal centralizado e que as grandes monarquias européias estabelecem domínios ultramarinos, que significam um aumento de receitas da Coroa. A não ser que estejamos chamando a França do século XVIII de feudal, por exemplo. Embora historiadores marxistas como Vovelle vejam na França pré-revolucionária determinadas conformações das relações de poder que denominam "feudais", não podemos enquadrar a França de Luís XVI num modo de produção como o feudalismo. Embora haja permanências, como as noções de privilégio, elas se inserem num novo contexto e foram ressignificadas. Além do mais, há uma certa confusão entre relações feudais e relações senhoriais, crítica apontada pelo historiador liberal Alfred Coban que tem, a meu ver, relevância. Consideremos que o liberalismo clássico, que alguns dizem ter sua "certidão de nascimento" na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (não digo certidão de nascimento, mas um marco que encerra uma compilação de teóricos e uma síntese), apresentava pressupostos vagos que permitiram diversas interpretações e apropriações em contextos os mais diversos, que conjugaram monarquia e liberalismo (inclusive para o caso brasileiro falamos em uma monarquia liberal... a Constituição de 1824 era extremamente avançada se a comparamos com alguns casos europeus do período). "O Capital", de Marx, é inclusive um estudo sobre o caso inglês, berço do capitalismo moderno, e uma monarquia. Eu entendo quando você diz que num certo sentido uma monarquia é anti-liberal... e é mesmo. Porque criamos categorias privilegiadas de cidadãos. Apenas atentando para a não absolutização do conceito anyway. :think:

Coragem. Santo Inácio e Santo Agostinho também tiveram uma juventude pecadora.

Não é à toa que a mãe de Santo Agostinho também virou santa: Santa Mônica. :lol: #brinks

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Levemos em conta ainda que os ditos monarquistas brasileiros se apegam demasiadamente aos estudos do historiador José Murilo de Carvalho, tendo sido ele mesmo um monarquista. José Murilo de Carvalho aponta o 15 de novembro como uma quartelada a qual o povo teria assistido "bestializado". Em seus trabalhos a república teria sido um retrocesso em termos de cidadania comparativamente aos tempos monárquicos, o que é uma afirmação extremamente controversa. A historiografia avançou e, embora o estudo de Carvalho seja um clássico, há problemas a considerar em sua abordagem. O 15 de novembro não deixou de ser uma quartelada. Mas não foi apenas isso. Não gerou nenhuma comoção significativa... apenas alguns levantes localizados. A elite da primeira república era a elite do segundo reinado. O ponto é: a monarquia brasileira falhou em criar um senso de identidade mais profundo, se nos basearmos nas discussões de Eric Hobsbawn sobre invenção de tradições e de Benedict Anderson quanto às "comunidades imaginadas", que influenciaram as discussões sobre o caso brasileiro em especial na historiografia que discute problemáticas inerentes aos conceitos de nação, nacionalismo e identidade nacional.

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Quanto ao plebiscito de 1993, os defensores da monarquia enfrentaram um problema. Havia uma cisão entre os descendentes da família imperial: o ramo de Vassouras e o ramo de Petrópolis. Faz muito tempo que não lido com essa discussão, mas pelo que me parece (corrijam-me se eu estiver enganado) a questão é que um dos herdeiros abdicou dos direitos sucessórios, que passaram para seu irmão. Tempos depois, um descendente do ramo de Petrópolis não aceitou a abdicação de seu ancestral... e iniciou uma querela com o ramo de Vassouras, que se tinha por legítimo. Eu não acredito que houvesse reais chances da monarquia vencer, mas o fato é que essa cisão enfraqueceu o movimento. Quanto ao dito atual herdeiro, D. Luís de Orleans e Bragança, ele e seus irmãos são ligados à TFP, como disse no Diário, conservadorismo da pior espécie, fascista e base dos governos militares. Se apegam ao tradicionalismo ibérico das monarquias, apenas permitindo casamento de seus membros com descendentes de famílias nobres (se não estou enganado D. Luís e D. Bertrand são solteiros... apenas D. Antônio, o irmão mais novo, é casado com Christine de Ligne, da família principesca belga). Enfim, que Deus nos livre de ter um trono! E mais, que Deus nos livre de ter ESSA família no trono!
 
A família real hoje tá falida, não no sentido financeiro, mas no sentido de "se botarem o rabo no trono a merda escorre feito rio".

Cambada que se acha sem ter o mínimo motivo. Um erro foi o governo militar (saímos da monarquia direto pra uma ditadura militar, que beleza de país) ter exilado Dom Pedrinho e família, outro erro foi ter retirado a proibição de botarem os pés aqui de novo. Povinho nojento, pelo menos é a mensagem que passam pesempre que eu os vejo aparecerem em algum lugar.

E uma monarquia hoje não tem como ser comparada com uma monarquia medieval, onde qualquer nobrezinho vagabundo conseguia juntar pelo menos 100 soldadinhos de bosta. Os títulos hoje em dia são vazios, se não me engano. Hoje recebe-se o título e só (não sei se é dado algum saco com moedas de ouro quando a rainha da Inglaterra concede título a alguém, mas enfim).
Uma monarquia absoluta é impraticável, sempre foi. E antes que digam que monarquia é coisa do passado, democracia tem o que? Três mil anos se formos contar desde Atenas? Monarquia constitucional também não é coisa moderna, vide esparta com os diarcas e o conselho de esparciatas acima dos 60 anos.

Nada se cria, tudo se renova.
 
A família real hoje tá falida, não no sentido financeiro, mas no sentido de "se botarem o rabo no trono a merda escorre feito rio".

Cambada que se acha sem ter o mínimo motivo. Um erro foi o governo militar (saímos da monarquia direto pra uma ditadura militar, que beleza de país) ter exilado Dom Pedrinho e família, outro erro foi ter retirado a proibição de botarem os pés aqui de novo. Povinho nojento, pelo menos é a mensagem que passam pesempre que eu os vejo aparecerem em algum lugar.

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Um ramo é unha e carne com a TFP e outro está falidaço (dizem que são donos de boteco na periferia de Sampa e coisas do gênero, lenda urbana? Talvez.)

E um outro é dono de meia Petrópolis e meia Parati (pode ser lenda urbana, também).

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E uma monarquia hoje não tem como ser comparada com uma monarquia medieval, onde qualquer nobrezinho vagabundo conseguia juntar pelo menos 100 soldadinhos de bosta. Os títulos hoje em dia são vazios, se não me engano. Hoje recebe-se o título e só (não sei se é dado algum saco com moedas de ouro quando a rainha da Inglaterra concede título a alguém, mas enfim).
Uma monarquia absoluta é impraticável, sempre foi. E antes que digam que monarquia é coisa do passado, democracia tem o que? Três mil anos se formos contar desde Atenas? Monarquia constitucional também não é coisa moderna, vide esparta com os diarcas e o conselho de esparciatas acima dos 60 anos.

Nada se cria, tudo se renova.


Amigo Sepé, títulos não são vazios. Eles carregam uma forte carga simbólica de distinção social.

E se não cabe comparar uma monarquia feudal com uma monarquia moderna, também não cabe comparar uma democracia liberal com a democracia ateniense. Seria anacrônico estabelecermos essas relações sem maiores problematizações. Sobre essa concepção histórica cíclica, eu vou discordar também... mas isto é outra discussão. :mrgreen:

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E um outro é dono de meia Petrópolis e meia Parati (pode ser lenda urbana, também).

Não é lenda urbana. Não sei quanto à Parati... mas o ramo de Petrópolis recebe uma porcentagem do laudêmio, imposto sobre cada transação imobiliária na cidade. Não me lembro qual a porcentagem anyway, mas numa cidade com as dimensões de Petrópolis deve render uma graninha boa.

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Edit:

Artigas, não acho que foi um erro exilar Pedro II e a família. Mantê-los no Rio de Janeiro com a república proclamada era tido como um perigo à nova ordem que se pretendia construir.
Cara, e Pedro II foi uma figura e tanto. Mesmo alguns republicanos tinham por projeto esperar a sua morte para tomar o poder, em respeito à sua figura. Há registros inclusive de que o Imperador declarou sua preferência pela república à monarquia. Até que os eventos sob o gabinete Ouro Preto precipitaram os eventos de novembro de 1889.

Outra coisa... e a sucessão? D. Isabel teve o nome projetado com a abolição da escravatura em alguns setores da sociedade, mas angariou o ódio dos escravocratas: os chamados republicanos do 13 de maio, que até a Lei Áurea eram apoiadores da monarquia. Era também um tanto carola... o que também suscitava oposição dos setores regalistas. Além disso, seu marido, Conde D'Eu era detestado... e parte da imprensa se referia a ele simplesmente com o termo "o francês". D. Pedro Augusto enlouqueceu. Enfim, muitos riscos para a elite política de então... e os partidos republicanos ganhavam força desde 1870, enquanto o Partido Liberal entrou em colapso em 1884, se não me engano, e o Conservador em 1888 (posto que foi o gabinete conservador de João Alfredo responsável pela abolição da escravatura).
Não estou querendo dizer que essa foi a causa da queda da monarquia. Apenas problematizando um pouco mais. ^^
 
Última edição:
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Eu só tinha certeza do ramo ligado à TFP, por isto coloquei as ressalvas, e que negócio mais louco é este laudêmio...

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Amigo Sepé, títulos não são vazios. Eles carregam uma forte carga simbólica de distinção social.

E se não cabe comparar uma monarquia feudal com uma monarquia moderna, também não cabe comparar uma democracia liberal com a democracia ateniense. Seria anacrônico estabelecermos essas relações sem maiores problematizações. Sobre essa concepção histórica cíclica, eu vou discordar também... mas isto é outra discussão. :mrgreen:

Por vazio eu quis dizer "sem terras ou poder maior que o próprio título em si". Hoje em dia, que eu saiba, a rainha não concede terras a ninguém, porque ela teria que tirar do sapato dela as terras pra poder agraciar um novo nobre. As famílias nobres possuidoras de terras as têm porque são antigas. Tô errado?

Dei exemplos de Atenas e Esparta pra mostrar que a democracia é tão velha quanto a monarquia e as duas foram mudando de tempos em tempos. Por isso monarquia e capitalismo não são incompatíveis. Todos os sistemas acabam tendo de ser reinventados de tempos em tempos.


Edit:

Artigas, não acho que foi um erro exilar Pedro II e a família. Mantê-los no Rio de Janeiro com a república proclamada era tido como um perigo à nova ordem que se pretendia construir.
Cara, e Pedro II foi uma figura e tanto. Mesmo alguns republicanos tinham por projeto esperar a sua morte para tomar o poder, em respeito à sua figura. Há registros inclusive de que o Imperador declarou sua preferência pela república à monarquia. Até que os eventos sob o gabinete Ouro Preto precipitaram os eventos de novembro de 1889.

Outra coisa... e a sucessão? D. Isabel teve o nome projetado com a abolição da escravatura em alguns setores da sociedade, mas angariou o ódio dos escravocratas: os chamados republicanos do 13 de maio, que até a Lei Áurea eram apoiadores da monarquia. Era também um tanto carola... o que também suscitava oposição dos setores regalistas. Além disso, seu marido, Conde D'Eu era detestado... e parte da imprensa se referia a ele simplesmente com o termo "o francês". D. Pedro Augusto enlouqueceu. Enfim, muitos riscos para a elite política de então... e os partidos republicanos ganhavam força desde 1870, enquanto o Partido Liberal entrou em colapso em 1884, se não me engano, e o Conservador em 1888 (posto que foi o gabinete conservador de João Alfredo responsável pela abolição da escravatura).
Não estou querendo dizer que essa foi a causa da queda da monarquia. Apenas problematizando um pouco mais. ^^

Dom Pedro admitiu que teria sido muito mais feliz como professor do que como imperador. Fora a Guerra do Paraguai, não lembro de nenhuma merda durante o reinado dele (exclui-se a regência e a cambada de incompetentes no poder).
Dona Isabel era um perigo, nisso concordamos. Pelo que eu sei uma cambada de ex-escravos morreu graças a Lei Áurea. Enquanto Dom Pedrinho ia aos poucos dando a liberdade aos negros (a começar pela lei das crianças nascerem livres, coisa que com o tempo acabaria com a escravidão, e os escravos mais velhos serem libertados) veio a mulher e joga todo o planejamento por água abaixo. Ela não tinha o mínimo senso de governo. A monarquia ia acabar com Dom Pedrinho, a família imperial querendo ou não. Ele não tinha nenhum neto que o pudesse suceder à época, tinha?

De qualquer forma, a proclamação da república e banimento da família imperial atrasaram o Brasil. O Pedrinho não mantinha escolas do próprio bolso (que era cheio através dos impostos, mas é um mero detalhe técnico). Quando chutaram o velho as escolas pararam de serem sustentadas, já que de fato quem as sustentava era o Pedrinho. É isso ou to enganado?
 
Por vazio eu quis dizer "sem terras ou poder maior que o próprio título em si". Hoje em dia, que eu saiba, a rainha não concede terras a ninguém, porque ela teria que tirar do sapato dela as terras pra poder agraciar um novo nobre. As famílias nobres possuidoras de terras as têm porque são antigas. Tô errado?

Dei exemplos de Atenas e Esparta pra mostrar que a democracia é tão velha quanto a monarquia e as duas foram mudando de tempos em tempos. Por isso monarquia e capitalismo não são incompatíveis. Todos os sistemas acabam tendo de ser reinventados de tempos em tempos.

Entendo o que você disse com relação ao sentido que quis dar a "vazio"... mas insisto em ressaltar que essa distinção simbólica cria uma categoria privilegiada de cidadão. O universo do cultural é governado por práticas e representações simbólicas. Quando digo que é uma distinção simbólica não quero significar algo desimportante, mas o disseminar de uma cultura da diferença, sustentáculo da monarquia - em alguns casos mais ressaltada, em alguns casos menos... mas sempre presente.
Eu entendo. Se falamos em democracia temos algumas noções que se encaixam no mundo antigo e no mundo contemporâneo. Mas a democracia liberal não é uma simples evolução da democracia ateniense. Cabe contextualizar o conceito, mas vou parar de ser chato... porque aí entraremos no campo da teoria da História. :mrgreen:

Ah... em tempo. Concordo com você: monarquia e capitalismo não são incompatíveis. Vide o caso da Inglaterra, emblemático nesse sentido...

Dom Pedro admitiu que teria sido muito mais feliz como professor do que como imperador. Fora a Guerra do Paraguai, não lembro de nenhuma merda durante o reinado dele (exclui-se a regência e a cambada de incompetentes no poder).
Dona Isabel era um perigo, nisso concordamos. Pelo que eu sei uma cambada de ex-escravos morreu graças a Lei Áurea. Enquanto Dom Pedrinho ia aos poucos dando a liberdade aos negros (a começar pela lei das crianças nascerem livres, coisa que com o tempo acabaria com a escravidão, e os escravos mais velhos serem libertados) veio a mulher e joga todo o planejamento por água abaixo. Ela não tinha o mínimo senso de governo. A monarquia ia acabar com Dom Pedrinho, a família imperial querendo ou não. Ele não tinha nenhum neto que o pudesse suceder à época, tinha?

De qualquer forma, a proclamação da república e banimento da família imperial atrasaram o Brasil. O Pedrinho não mantinha escolas do próprio bolso (que era cheio através dos impostos, mas é um mero detalhe técnico). Quando chutaram o velho as escolas pararam de serem sustentadas, já que de fato quem as sustentava era o Pedrinho. É isso ou to enganado?

A fala referente ao "ser professor" também procede. E também procede uma fala em que D. Pedro diz que preferiria o cargo de Presidente da República à posição de monarca, conforme sua biografia escrita pelo mesmo José Murilo de Carvalho. Não quero dizer com isso que ele fosse um republicano convicto... mas esse registro existe.
Bom, eu não sei porque você está chamando a questão da Guerra do Paraguai de merda. A região do Prata era uma área de conflito... e o que estava em jogo era a soberania do Império. Além disso, o próprio Imperador partiu para a fronteira como "o voluntário número um"... e a Guerra em si gerou explosões de nacionalismo. Basta consultar os jornais da época. Mas após a guerra, a monarquia viveria um período de desgaste. Os manuais de história dividem didaticamente em três problemas fundamentais: "a Questão militar", "a Questão religiosa" e "o Abolicionismo". Mas enfim, são muitos fatores. A saúde do imperador não ia bem... e isso apontava dúvidas quanto ao destino da monarquia. Pedro II tinha sim netos: Pedro Augusto (que acabou louco), filho de D. Leopoldina, e Pedro (não estou certo, mas acho que era ele quem tinha uma das mãos defeituosas... o que era inclusive escondido nas fotografias), Luís e mais um cujo nome não me recordo, filhos de Isabel. Temia-se Isabel no trono, temia-se "o francês" no trono. Pedro e Luís eram por demais jovens e poderiam acabar tendo a mãe ou o pai como regentes. Pedro Augusto, neto mais velho, tinha seus partidários. Foi educado desde cedo para suceder o avô, porque Isabel não conseguia ter filhos. Mas foi jogado pra escanteio com o nascimento do primogênito de Isabel... e acabou surtando. Se não estou enganado ele se matou num sanatório europeu anos mais tarde. Enfim, o destino da monarquia era muito incerto. E além disso, a monarquia falhou em construir um senso de identidade mais profundo.

Com relação às escolas, o que você colocou é uma meia verdade. O que ocorre é que, com a República, o Governo Federal passou a atribuição dos assuntos educacionais aos estados. Pedro II de fato foi uma figura interessante: homem erudito, afeito às ciências, regalista, conhecedor de línguas (inclusive línguas mortas), pretenso poeta, cioso dos seus deveres e mesmo idealista num certo sentido. (Teve inúmeras amantes, como o pai... mas era polido demais para assinar como D. Pedro I o fazia nas suas cartas à Marquesa de Santos: "Seu demonão", mas isso são curiosidades históricas :lol:). Teve alguns filhos homens... mas todos morreram pouco após o nascimento, de modo que não conseguiu legar à monarquia brasileira nenhum varão.
 
Acho que não sobrou muito a comentar, Felagund, Mercúcio e Morfindel já falaram mais ou menos o que penso.

Sobre o assunto do tópico, propor parlamentarismo no Brasil nos dias de hoje, descolado como foi na época do plebiscito, ainda mais se vindo dos demotucanos, é golpe. Na época do plebiscito eu tinha 11 anos, quase 12, mas me lembro bem do processo, e fui iludido por ele. Achava que parlamentarismo era uma boa, mas não sabia de tudo que estava por trás, que era ampliar o poder de algumas oligarquias regionais. No final das contas, a manutenção do presidencialismo acabou se mostrando mais válida ao Brasil, na minha opinião.

Por isso, se na época votaria parlamentarismo (na verdade, votei de certa forma, pois entrei com meu pai na urna e fiz o X :lol:), hoje, desconsiderando o meu entendimento de que uma revolução é necessária, votaria presidencialismo. Mas entendendo, como o Fela, que o plebiscito é uma maneira falha e descolada da discussão de se decidir um sistema político.

E sim, monarquia não é apenas romantismo, a monarquia, em países tradicionais, tem profundas raízes na memória e na cultura do povo. Ver os mitos do 'retorno do rei', em Portugal, Inglaterra, Gales etc.

Agora se você acha ridículo, morfs, o problema é seu. Milhares de outras pessoas não acham.

Ainda mais tratando de tantos reis com feitos memoráveis, dizer que admirar os feitos de Carlos Magno, Luís XIV, Constantino Magno, Alfredo Magno etc, são comparáveis a filmes da Disney é demais pra minha cabeça.

A monarquia teve sua importância histórica, mas ela não cabe mais numa sociedade humana como a do século XXI em diante. Milhares de pessoas podem ainda gostar dela, mas para bilhões ela é apenas história, fantasia e perda de tempo e (muito) dinheiro para potências falidas e países periféricos (Escandinávia, Oriente Médio).

O Morfs trollou citando Disney, mas o que posso dizer é que monarca, fora dos nossos livros favoritos de fantasia e dos RPGs, e nos países onde existe, só serve para mascarar quem realmente governa, que é o capital. Bom, mas na verdade nisso independe de ser república ou monarquia.

E pagar pau pra Luis XIV? Pfv, amg.

Ah... em tempo. Concordo com você: monarquia e capitalismo não são incompatíveis. Vide o caso da Inglaterra, emblemático nesse sentido...

Acho curioso o caso da Inglaterra. Estudei recentemente a Revolução Inglesa encabeçada por Oliver Cromwell, e uma das conclusões que cheguei é de que os ingleses simplesmente não conseguiam entender como funciona um governo sem rei. Cito isso pelo título de "Lorde Protetor" dado a Cromwell e pelos vários convites de trono endereçados a ele. De qualquer forma, quem saiu ganhando foi a burguesia, que passou a realmente comandar, via Parlamento. Os eventos dessa época já alavancavam as bases do capitalismo, que vinha sendo formado há algum tempo, e já era um prenúncio de mais de 100 anos do que viria: Revoluções Francesa e Americana.
 
Aristocratas que fornecem imperadores ao Impérios, monarcas menos ligados a clubes reais fechados, dinastias, e sim ligados a órgãos que sirvam como reguladores de suas atividades, que derrubem os monarcas incompetentes e instaurem novos, de melhores famílias, prodígios nas artes políticas e filosóficas, piedosos, e mestres na arte da guerra.

Isso tudo parece bem anacrônico, mas... é fato que esse sistema, ainda que tremendamente enfraquecido, atacado, sobrevive na consciência do povo do Oriente, gregos e eslavos.

Um resumo da minha opinião pode ser encontrados nesses 4 posts do blog Cetro Real, do diácono Marcelo, da Igreja russa:

http://cetroreal.blogspot.com.br/2009/06/monarquia-sacra-crista.html

http://cetroreal.blogspot.com.br/2009/06/monarquia-sacra-crista-parte-ii.html

http://cetroreal.blogspot.com.br/2009/06/monarquia-sacra-crista-parte-iii.html

http://cetroreal.blogspot.com.br/2009/06/monarquia-sacra-crista-final.html

Mas isso é sonho, é como eu digo: isso nada tem a ver com o Brasil. Pra nós eu só posso rezar que consigamos obter uma república presidencialista que consiga sanar os vícios do atual regime.

Entendido. :joinha:

Eu vi alguns pontos bem interessantes e não a toa lhe dei um "ótimo" pois acreditava que você iria explicar com a competência de sempre não apenas unicamente baseado no romantismo, que aliás seria uma enorme hiprocrisia de minha parte dizer que em algum momento eu não curti absolutamente nada de monarquia, pois é aquilo que com certeza em maior ou menor grau mexeu com a fantasia de nossas infâncias muito em parte pela influência da literatura e/ou cinema com grandes reis e imperadores que marcaram a história e simplesmente não há como não admirar nenhum deles.

E mesmo na britânica eu tive uma grande admiração pela Lady Dy figura humana que transcendeu com louvor em não ser apenas uma mera figura decorativa da elite real e seus projetos sociais em vários cantos do mundo, uma carisma ímpar e a forma como se relacionava sem essa de baixar a cabeça e dar tratamento vip apenas a líderes de estado, tudo isso somado era encantador. Após sua trágica morte, o pouco que eu tinha de simpatia com a monarquia britânica infelizmente morreu pra mim também. :roll:

Legal o que você postou, mas pena que é muito conflitante e incompatível com a atual sociedade brasileira e você mesmo explicou muito bem.

E atualmente sou da opinião que a monarquia na média geral ela cai muito bem e melhor em pequenas nações como o principado de Mônaco, Andorra, Luxemburgo, Liechtenstein que historicamente são nações com uma sociedade tradicionalmente muito bem alinhada com esse tipo de regime e mesmo assim entre as micro nações européias não existe uma unanimidade pois San Marino quis e até hoje se mantém firme como a república mais antiga do mundo.
 
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