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Geoglifos (notícias e novidades em geral)

Fúria da cidade

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Estudos datam a construção e ocupação dos geoglifos entre 2 mil e 700 anos.

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O início da construção dos geoglifos, formas geométricas encontradas no chão da Amazônia Ocidental pela primeira vez em 1977, no Acre, data de 2 mil anos antes do presente. Doze datações radiocarbônicas que datam a construção e ocupação dos geoglifos entre 2 mil e 700 anos antes do presente foram publicadas em um artigo intitulado “New radiometric dates for precolumbian (2000‐700 b.p.) earthworks in western Amazonia, Brazil”, em maio, no “Journal of Field Archaeology”.

O estudo sugere que “a construção desses aterros geométricos pode ter sido um fenômeno regional compartilhado, especialmente entre os povos Arawak e os Tacana, por eles usados para reuniões, atividades religiosas e, em alguns casos, como locais de moradia”.

Marcas misteriosas sobre solo amazônico

Conforme o estudo, sensoriamento remoto e levantamento em terra revelaram 281 geoglifos, localizados principalmente nas bordas de planaltos nos vales dos afluentes a sudeste do rio Purus. A pesquisa foi liderada por Denise Schaan, da Universidade Federal do Pará (UFPA), com Martti Pärssinen, do Instituto Iberoamericano de Finlândia, de Madrid; Sanna Saunaluoma, da Universidade de Helsinki, Finlândia; Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre (UFAC); Miriam Bueno, da Universidade Federal de Goiás e Antonia Barbosa, da UFPA.

Todos estes pesquisadores estarão em Rio Branco para participar do II Simpósio Internacional Arqueologia da Amazônia Ocidental – Geoglifos do Acre – 35 Anos de Descobertas, a ser realizado nos dias 27 a 30 de junho no Centro Cultural do Tribunal de Justiça. O seminário enfoca aspectos científicos, culturais, legais, com enfoque na preservação do patrimônio histórico do legado, e turísticos, com vistas à sustentabilidade das ocorrências arqueológicas.

A descoberta dos geoglifos no Acre ocorreu em 1977 numa expedição dos arqueólogos Ondemar Ferreira Dias Jr. e Franklin Levy, ambos do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), que estarão presentes e serão homenageados no evento. Na expedição de 1977, o estudante de Geografia da UFAC, Alceu Ranzi, foi destacado como auxiliar de campo para acompanhar os dois arqueólogos do IAB. No mesmo ano, ele acompanhou outra expedição no rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, Acre, com os paleontólogos Daryl Paul Domming e Árito Rosas Júnior, que veio a influenciar mais tarde na sua trajetória acadêmica com mestrado e doutorado sobre Paleontologia da Amazônia, Mamíferos Fósseis do Juruá.

O interesse de Alceu Ranzi pelos geoglifos ressurgiu em 1986 ao observar da janela do Boeing as formas geométricas desenhadas no chão de uma fazenda que havia substituído a cobertura florestal pelo pasto.

Depois, levou o fotógrafo Agenor Mariano para registrar o fenômeno em sobrevoo na área de Boca do Acre, Amazonas, em avião monomotor.
Em 2000, um novo sobrevoo sem uma porta traseira do monomotor registrou novas imagens dos geoglifos com o fotógrafo Edson Caetano, para publicação sobre o tema por Alceu Ranzi e Rodrigo Aguiar, na revista Munda, de Coimbra, Portugal, mais tarde ampliado no livro Geoglifos da Amazônia – Perspectiva Aérea, dos dois autores.

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Tão acho fascinante a descoberta e o estudo desses geoglifos, um dos grandes misterios da humanidade e que existem aqui no Brasil.

Impressionante que a cada ano que passa com a tecnologia de varredura dos satélites vão descobrindo novos.

Aqui nesse vídeo dá pra ter idéia melhor

 
Última edição por um moderador:
Putz, você iria pirar com as linhas de Nazca. Foi a coisa mais bonita que já vi na vida. (geoglificamente falando)

E o nosso estado do Acre tá ali vizinho e coladinho ao Peru. Quem sabe podem ter sido os mesmos que fizeram lá.

Eu me lembro de uma noticia que diz que os geoglifos do Acre se tornariam patrimônio da humanidade reconhecido pela Unesco, pois já estavam construindo estradas que cortavam alguns deles.
 
Isso é um baita misterio mesmo... precisa ser estudado tanto quanto as pirâmides!! Nem sabia que tinha isso no Brasil.
 
Depois que descobri que eles não estão tão longe da capital do Acre e tem até passeio de avião pra turistas por R$ 80,00 por pessoa, já me animei pra conhecer esses geoglifos até porque até o final do ano é praticamente 90% certo que vai pintar uma viagem de serviço pra mim em Rio Branco.
 
O misterioso geoglifo de 2 mil anos que deve se tornar patrimônio brasileiro

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    Conselho do Iphan decidiu tombar, ou seja, proteger por lei, geoglifo no Acre

Das estruturas mais misteriosas do passado, geoglifos são grandes figuras feitas no chão. O Brasil está prestes a reconhecer o valor histórico de um deles. Trata-se da representação de um quadrado com um círculo, concêntricos, que ocupa uma área 20 mil metros quadrados no Acre.

O desenho foi construído a partir de valas de aproximadamente 11 metros de largura e 2,5 metros de profundidade e, conforme calculam cientistas, deve ter sido feito em um período de 1,5 mil a 2,5 mil anos atrás. Fica no sítio arqueológico Jacó Sá, a cerca de 50 quilômetros da capital, Rio Branco.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vai se reunir nos dias 8 e 9 em Belém, no Pará, quando decidirá sobre o tombamento da curiosa estrutura. Se for tombada, será inscrita como patrimônio brasileiro e, portanto, ficará protegida por lei.

Será a primeira vez que um geoglifo terá o reconhecimento de patrimônio do Iphan. A gigantesca figura do Acre também está entre os bens candidatos a integrar a lista de Patrimônio Mundial - para isso, precisa ser avalizada pela Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Geoglifos no Brasil


Calcula-se que haja mais de 500 geoglifos no Brasil - a maior parte no Acre - e o estudo dessas estruturas pode ajudar a contar um pouco sobre a ocupação pré-colombiana no País.

"Trabalho realizado pela Universidade Federal do Pará entre 2010 e 2014 identificou 410 sítios arqueológicos denominados geoglifos no estado do Acre", contou à BBC News Brasil o arqueólogo Flávio Rizzi Calippo, diretor do Centro Nacional de Arqueologia (CNA) do Iphan. "Embora a maior concentração desses sítios esteja no Acre, também são encontrados nos Estados do Amazonas e Rondônia."
Calippo ressalta, entretanto, que esse número pode ser bem maior. Ironicamente, a descoberta de novos geoglifos aumenta com o desmatamento, porque muitas estruturas assim estavam cobertas pela Floresta Amazônica.

"Mais geoglifos vêm sendo encontrados em decorrência de novas pesquisas. Recentemente, mais de 80 novos sítios foram localizados no Mato Grosso, o que amplia bastante não apenas o número de geoglifos conhecidos, mas também sua distribuição espacial no território brasileiro", diz o arqueólogo.

"A estimativa é de que centenas de outros sítios sejam identificados com o levantamento de áreas atualmente recobertas por vegetação arbórea - que impede a identificação de novos sítios por meio de imagens de satélite convencionais."
Embora apenas uma das estruturas deva ser tombada nesta semana, o sítio Jacó Sá é formado por dois geoglifos. "Sítios arqueológicos onde são localizados os geoglifos comumente apresentam mais de uma estrutura e elas podem, inclusive, estar interligadas por valas que formam 'caminhos'", comentou à BBC News Brasil o arqueólogo Thiago Trindade, um dos responsáveis para elaboração do parecer técnico do tombamento. "A expectativa é de que novos sítios possam ser indicados para tombamento no futuro."

Trindade ressalta também a preocupação ambiental. "Acontece que, por coincidência, esses sítios arqueológicos se encontram inseridos majoritariamente no que se chama de 'cinturão de desmatamento' que avança sobre a Floresta Amazônica, e o que se pretende com o seu tombamento é dar visibilidade - tanto para o poder público como para a sociedade de maneira geral - a esse grande número de sítios cuja integridade está ameaçada pelo avanço do desmatamento e de empreendimentos agropecuários especialmente na região Norte do Brasil", diz o arqueólogo.

De acordo com o Iphan, a estrutura escolhida para o tombamento apresenta "elementos que são representativos do conjunto de sítios arqueológicos do
tipo geoglifo conhecidos até o momento". O instituto também frisa que o local selecionado apresenta "características facilitadoras de extroversão e socialização, tais como a facilidade de acesso e a possibilidade de exploração turística".

O que significam esses geoglifos?


"Existe uma correlação direta entre esses achados arqueológicos e o avanço da pecuária e do desmatamento ambiental. Esse fato chamou a atenção para a necessidade do poder público garantir a preservação daqueles visivelmente ameaçados pela ação humana contemporânea", pontua Calippo.
"Por outro lado, o tombamento busca não só a valorização do caráter científico, como também do aspecto afetivo, em especial para grupos indígenas, como também proprietários de terra da região."

Desde que os primeiros geoglifos foram identificados na região amazônica, debates na comunidade científica tentam compreender suas funcionalidades. "Inicialmente, diante das dimensões monumentais, da complexidade e precisão que algumas formas apresentam - sobretudo aquelas localizadas no norte do Acre e sul do Amazonas -, bem como pelo fato de que as figuras formadas por essas valas apenas poderem ser observadas plenamente do alto, especulou-se que essas estruturas teriam sido construídas com propósito cerimonial ou como uma espécie de oferenda aos deuses", afirma Trindade.

Com o avanço dos estudos, outras hipóteses passaram a ser aventadas. "Há relações possíveis entre essas estruturas e funções mais utilitárias, como o uso defensivo ou o manejo de recursos hídricos", completa Calippo.

"Hoje, acredita-se que as formas mais precisas e complexas encontradas no Acre sejam uma ressignificação das funções originalmente desempenhadas por essas estruturas a partir do desenvolvimento e de um maior grau de domínio da técnica construtiva das valas."
Os pesquisadores perguntaram também a populações de comunidades locais. E versões vão desde que as valas teriam sido construídas como trincheiras para batalhas da Revolução Acreana, ocorrida entre 1899 e 1903 - o que não bate com as datações científicas -, até que seriam currais para criação de tartarugas.

"Enquanto isso, alguns integrantes da etnia Huni Kuin que visitaram o sítio em 2016 descreveram-no como uma 'tatuagem na terra', estreitando a ideia de que essas estruturas estão de alguma forma relacionadas a aspectos identitários ancestrais", lembra Trindade.

Por suas características - dimensões, formas e materiais encontrados nos sítios -, há pesquisadores que também sugerem uma relação entre os geoglifos do Acre e as aldeias fortificadas encontradas no Alto Xingu. "Que são grandes aldeias organizadas no espaço de maneira a se 'comunicarem' por meio de estradas a outras aldeias ou áreas de interesse na paisagem, como rios ou roças", explica Calippo.

"Diante da vasta região na qual esses sítios se distribuem, que foram ocupadas historicamente por diferentes etnias indígenas, e diante das diferenças na cultura material por eles apresentadas, sobretudo vestígios de vasilhames cerâmicos, estima-se hoje que as valas que forma os geoglifos são apenas um traço cultural compartilhado por diferentes populações indígenas, o que favorece também distintas hipóteses de interpretação sobre seus usos e significados."

Quando foi identificado


O sítio Jacó Sá foi identificado no ano 2000, quando o paleontólogo da Universidade Federal do Pará Alceu Ranzi realizou um sobrevoo na região. Entre 2007 e 2008, a região foi sistematicamente pesquisada pela comunidade científica internacional, em um trabalho liderado pela arqueóloga finlandesa Sanna Saunaluoma, da Universidade de Helsinque. "Nessa ocasião, foram recolhidos vestígios materiais que, entre outros, permitiram estimar o período de ocupação do sítio", conta Trindade.

Graças ao método de datação por meio do Carbono 14, realizado a partir de restos de carvão encontrados no sítio e outros vestígios materiais, como fragmentos de vasilhames cerâmicos, concluiu-se que a região foi construída e habitada entre 550 e 950 d.C. Mas outros elementos apresentam datas que recuam até 500 anos a.C. "Isso dificulta a associação dos construtores e habitantes a uma determinada etnia indígena", diz Trindade.
 
Dizem que os Incas (Incas de sangue) davam uma população de uns 15 mil a 40 mil pessoas, mas que governavam um território com 10 milhões de pessoas. Algo parecido ao que havia em Teotihuacan que tinha 100 mil habitantes (top 10 em população no mundo da época) mas com influência bem ampla.

Nas áreas centrais o PIB ou economia devia girar um bom dinheiro, suficiente para artistas renomados e trabalhos caros em estátuas e esculturas.

Nas áreas mais periféricas os trabalhos podiam demorar bastante ou nunca ficarem prontos, usavam materiais mais baratos e tinham menos mão de obra. Além disso informações importantes como cores (incas não tinham vocabulário com logotipos igual os Astecas) podiam se apagar com o tempo nesse tipo de trabalho.

Razão pela qual tem boa diferença entre estátuas e imagens de jaguar (presumindo que seja realmente um jaguar) na américa pré-colombiana.

Contam que o jaguar era a forma animal (ou seria animal espírito?) de uma divindade.
 
Se tem uma viagem que ainda é uma grande lacuna em minha vida é visitar um geoglifo seja sobrevoando e indo presencialmente. Espero poder fazer quando a pandemia melhorar.
 

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