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'Jesus quer você para matar infiéis', diz trabalho escolar sobre cruzadas

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
jesus-infieis.png

Em letras miúdas, o cartaz também diz: "Obtenha um bilhete grátis para o céu"​

Em uma escola de Fresno, na Califórnia (EUA), um professor de história pediu a cada um dos estudantes da 7ª série que um fizesse um cartaz com base no que aprenderam sobre as cruzadas, as guerras santas promovidas pela Igreja Católica entre os séculos 9 e 13 para manter o domínio sobre a cidade de Jerusalém.

Um garoto de 8 anos desenhou um Jesus entre as inscrições: “Eu quero você para matar os infiéis”. Em letras pequenas, na parte de baixo, escreveu: “Encontrar-me em Jerusalém” e “Obtenha um bilhete grátis para o céu”.

O cartaz fez parte de uma exposição no saguão da escola de trabalhos de estudantes, criando uma polêmica com repercussão na imprensa.

O rabino Rick Winer, do Templo Beth Israel, insinuou que a escola estava incentivando ódio aos judeus e argumentou que, no caso, os estudantes deveriam ser orientados a produzirem imagens de paz, em oposição às de horror.

Alfaro.PNG

Alfaro, pai do menino, criticou a escola​

Chris Alfaro (foto), pai do menino, criticou a escola por ensinar algo inapropriado para estudantes daquela faixa etária.

Ele pediu à direção da escola que tirasse o cartaz da exposição. “A imagem vai contra tudo o que eu acho que o cristianismo representa”, disse ele à ABC.

Após a repercussão, Alfaro e direção da escola se reuniram para chegar a um entendimento.

Quanto ao garoto, ele merece nota 10, porque demonstrou que apresentou direitinho o que foram as cruzadas.

Fonte
 
Talvez a idade dos alunos seja inapropriada, mas o trabalho per si está fiel ao contexto das Cruzadas - ao menos segundo a historiografia moderna, que relata que a Igreja Católica realmente patrocinou as Cruzadas com discursos de salvação.
 
Talvez a idade dos alunos seja inapropriada mesmo, mas parece que isso só serviu como desculpa para aqueles que não gostaram de ver a imagem passada, pelo menos os 'argumentos' citados demonstram isso.
 
Ódio aos judeus? Mas as Cruzadas não foram feitas depois que os muçulmanos tomaram o controle de Jerusalém? Que coisa mais paranóica.
 
Ódio aos judeus? Mas as Cruzadas não foram feitas depois que os muçulmanos tomaram o controle de Jerusalém? Que coisa mais paranóica.

Sim, mas a ocupação islamica foi muito mais cordial com os judeus do que a cristã.

Não haveria as Cruzadas se não houvesse a Jihad. As Cruzadas foram uma reação, não uma agressão.

Pode ser, mas pera lá, Jerusalém e toda a região ali da Jordânia e Palestina estavam ocupadas por árabes desde o fim do Império Romano, não foi uma "reação"cristã atacar a região, foi uma tentativa de conquistar mesmo.
 
O garoto tem talento! É bom ver que o futuro da América não é tão branco e conservador.

Com relação as Cruzadas, elas foram a tacada de Mestre de Reis e da Igreja: enviou nobres cuja as cabeças estavam povoadas de ideais, honras e títulos, enfraquecendo os feudos que se opunham a Monarquia; ofereceu perdão a todos os assassinos, hereges, ladrões e larápios que matassem um mouro na Terra Santa, livrando os reinos de algumas mazelas; enviou os pobres e outros desgraçados que viam nas Cruzadas uma oportunidade de buscar a glória e um título de cavaleiro ou nobre; por fim fortaleceu a Igreja por declarar Ordens como os Templários de heresia e de se apropriar de seus bens.
 
Pode ser, mas pera lá, Jerusalém e toda a região ali da Jordânia e Palestina estavam ocupadas por árabes desde o fim do Império Romano, não foi uma "reação"cristã atacar a região, foi uma tentativa de conquistar mesmo.

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Na verdade, foi uma tentativa de deter o avanço islâmico após a derrota dos bizantinos para os turcos seljúcidas na batalha de Manzikert. Ou seja, conquistar a Terra Santa foi um pretexto para barrar o avanço seljúcida.

No fim das contas, elas foram um redondo fracasso, a Palestina foi reconquistada pelos muçulmanos e a população grega da Anatólia converteu-se em peso ao Islã.

Honestamente, culpá-las pelo declínio científico e cultural do mundo islâmico, como faz a correção política, é desconhecer completamente a História.

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Honestamente, culpá-las pelo declínio científico e cultural do mundo islâmico, como faz a correção política, é desconhecer completamente a História
Pera ai, não entendi essa parte eu acho.
Alguém culpa o declinio cientifico, economico, cultural e etc do Oriente Médio pelas guerras das cruzadas?
 
Sim, mas a ocupação islamica foi muito mais cordial com os judeus do que a cristã.



Pode ser, mas pera lá, Jerusalém e toda a região ali da Jordânia e Palestina estavam ocupadas por árabes desde o fim do Império Romano, não foi uma "reação"cristã atacar a região, foi uma tentativa de conquistar mesmo.
Exato. Reconquistar territórios bizantinos perdidos para os muçulmanos.

Não é só o discurso das crianças que está viciado, mas há uma ignorância histórica por trás disso tudo.

O Império Bizantino governava boa parte do Oriente Médio antes dos muçulmanos iniciarem sua jihad, as Cruzadas nada mais foram que uma reação contra a invasão e permanência dos infieis em territórios santos. Não só territórios santos, mas terras eclesiásticas pertencentes aos antigos Patriarcados de Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Além das Igrejas separadas da comunhão ortodoxo-bizantina.

A perda desses territórios incitou o Patriarcado antigo de Roma a vir em socorro dos irmãos orientais. Havia interesses políticos por parte dos europeus? Econômicos? Haviam, claro, mas é estupidez crer que não havia sinceridade religiosa, convicção de legitimidade cristã na conquista dessas terras. Todo cristão europeu tinha em sua mente como certo e óbvio que Deus queria aquelas terras retiradas das mãos sarracenas. Mas é claro! As terras onde viveu e sofreu o Salvador tomadas e mantidas nas mãos de infieis que blasfemavam contra seu santo nome? Absurdo! Anatéma!

Quem pode julgá-los? O Império Bizantino falhou em proteger os Patriarcados. Além disso, a mentalidade da época não fazia distinção entre Estado e Igreja, pelo menos não como fazemos hoje, logo, era natural que os assuntos políticos e econômicos estivessem entrelaçados com os religiosos. É até anacrônico pensar que o Papa de Roma 'manipulou' consciências e prometeu lugares no céu ou que os cruzados tinham interesses puramente profanos. Mas de jeito nenhum! Nada que o Papa prometeu ia contra a doutrina católica-romana, prometia méritos espirituais pela tarefa altamente religiosa de expulsar os infieis da Terra Santa!, e os cruzados TODOS tinham consciência de estarem indo fazer um trabalho santo! Óbvio, era a Idade média! Essas pessoas respiravam Deus, viviam pra Ele, tudo faziam com referência a Deus e Seu Juízo, e Seu Corpo presente na Terra, a Igreja, que criam ser de fato sua representante e não uma mera instituição humana (e frequentemente maquiavélica) como creem hoje mesmo a maioria dos historiadores! Essa historiografia que enxerga essa situação pela ótica moderna do iluminismo, laicismo e ateísmo secular é simplesmente CEGA e BURRA, é como tentar enfiar o mundo real em uma tigela de barro de idealização moderna de sociedade.

E ainda assim as Cruzadas fracassaram. Só fizeram de bom atrasar o avanço infiel sobre Bizâncio e levar para a Europa muito que existia de mais avançado e culturalmente sofisticado do Oriente para o Ocidente, e de ruim, exaurir as forças europeias, latinizar as Igrejas orientais, oprimi-las e atiçar mais ódio contra o Ocidente, mesmo entre cristãos.

Ah, e eu falei de atrasar a marcha dos fieis sobre Bizâncio? Esqueçam. Afinal, a Cruzada Bandida, mostrando como as guerras santas se desviaram de seu objetivo, chegaram a saquear a santa Constantinopla, colocar prostitutas pra dançar no Trono do Patriarca Ecumênico e a impor um Patriarca latino (entre outras latinizações) sobre a cidade, humilhando Bizâncio e a enfraquecendo enormemente. O resultado todos sabemos: a brilhante cidade santa caiu sob os turcos e mesmo hoje, só ruínas e o cristianismo ortodoxo restaram da devastação dos infieis. E por que? Roma nunca perdoou o Oriente por não se submeter ao seu Papa e sua megalomania nem o Ocidente perdoava seus irmãos cristãos de Bizâncio por serem tão mais educados, e por possuírem uma cultura e civilização tão avançadas e diferentes de seus reinos bárbaros acanhados e com seu cristianismo mecânico, racionalista e altamente corrompido. Isso explica a Segunda Cruzada, assim como o ódio que gregos possuem até hoje contra católicos e sua Igreja.

Mas isso são detalhes. O que me impressiona é ainda existir essa historiografia que insiste em colocar muçulmanos como vítimas indefesas e cristãos como animais predadores, colonizadores, ignorantes, bárbaros, violentos etc.

Ah, eu nunca queimaria um Alcorão, meus caros, mas não tenham dúvidas de que Bíblias e principalmente cristãos são queimados, soterrados, apedrejados, fuzilados, presos e torturados de diversas formas por grupos islâmicos radicais e mesmo governos no Oriente Médio. Isso no século XXI! Espanta, sabe, essa polarização.

http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/historia_da_igreja/novas_descobertas_sobre_as_cruzadas.html
 
A perda desses territórios incitou o Patriarcado antigo de Roma a vir em socorro dos irmãos orientais. Havia interesses políticos por parte dos europeus? Econômicos? Haviam, claro, mas é estupidez crer que não havia sinceridade religiosa, convicção de legitimidade cristã na conquista dessas terras. Todo cristão europeu tinha em sua mente como certo e óbvio que Deus queria aquelas terras retiradas das mãos sarracenas. Mas é claro! As terras onde viveu e sofreu o Salvador tomadas e mantidas nas mãos de infieis que blasfemavam contra seu santo nome? Absurdo! Anatéma!

Pera lá Paganus, os Muçulmanos também tinham ligações religiosas com a região, afinal, Maomé subiu ao céu por Jerusalem e tudo mais. Além de que, como já citado, a jihad coloca uma obrigação em todo o fiel de expandir a fé islamica, isso justifica um monte de atrocidade que eles cometem, assim como a fé cristã justificou um monte de barbaridades com indios, pagãos, judeus, ciganos e etc, as duas religiões tem sangue nas mãos Paganos...E sangue derrubado por esse "viver e respirar" deus, seja lá qual deus for...

Essas pessoas respiravam Deus, viviam pra Ele, tudo faziam com referência a Deus e Seu Juízo, e Seu Corpo presente na Terra, a Igreja, que criam ser de fato sua representante e não uma mera instituição humana (e frequentemente maquiavélica) como creem hoje mesmo a maioria dos historiadores! Essa historiografia que enxerga essa situação pela ótica moderna do iluminismo, laicismo e ateísmo secular é simplesmente CEGA e BURRA, é como tentar enfiar o mundo real em uma tigela de barro de idealização moderna de sociedade.

Pera ai Paganus, nbão força também, ver como o papado romano se comportava, as suas orgias, as amantes do Papa, a escolha politica para a sucessão de um papa por outro, o rompimento politico dos ingleses com Roma (pode ter tido algum ponto teológico, vc saberá bem mais que eu sobre isso, mas as principais causas foram politicas).

E desculpa Paganus, se teve uma coisa boa que o positivismo trouxe para o mundo foi a secularidade! Não repetiremos cruzadas e massacres em nome de fé mais alguma, pelo menos no ocidente, o oriente se mantém longe da secularização, longe da laicidade e do racionalismo, exatamente por isso que lá ainda se apredeja, fuzila, mata cristãos... Assim como se não fosse o secularismo, provavelmente estaríamos repetindo a mesma coisa.

Concordo que é errado de alguns historiadores esvaziarem por completo a idéia que de na idade média as pessoas não agissem pela fé, mas sim por interesses terrenos, isso é absurdo mesmo, é naturalizar um ponto da atual consciência capitalista moderna para toda a história (esse egocentrismo interesseiro é um dos fatores mais aplaudidos pelos capitalistas e pelos protestantes) e realmente não deve ser arrastado para toda a história humana, mas tentar justificar qualquer atitude religiosa na idade média é tão absurdo quanto, pelo menos para mim...
 
Que agiam pela Fé, concordo. Agora, querer afirmar que não havia nenhum interesse terreno-político-religioso em reconquistar Jerusalém é ignorar que a grande massa que marchou para lá foi usada por uma minoria que valeu-se da força que tinham sobre seus vilãos e outras pessoas de boa-fé. O resultado foi o esperado, um massacre.
 
Que agiam pela Fé, concordo. Agora, querer afirmar que não havia nenhum interesse terreno-político-religioso em reconquistar Jerusalém é ignorar que a grande massa que marchou para lá foi usada por uma minoria que valeu-se da força que tinham sobre seus vilãos e outras pessoas de boa-fé. O resultado foi o esperado, um massacre.
Afirmação que não fiz em nenhum momento.
 
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Podia ser um tempo em que a religião era o principal fator identitário das pessoas, mas a política, como sempre foi, era bem mundana. Como eu disse, conquistar a Terra Santa foi um pretexto, e uma forma de "sedução", para deter o avanço turco na Anatólia. Afinal, não consigo imaginar os cristãos ocidentais daquela época mobilizando-se para salvar o que restava do Império Bizantino apenas pelo fato de ele também ser cristão.

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Pera lá Paganus, os Muçulmanos também tinham ligações religiosas com a região, afinal, Maomé subiu ao céu por Jerusalem e tudo mais. Além de que, como já citado, a jihad coloca uma obrigação em todo o fiel de expandir a fé islamica, isso justifica um monte de atrocidade que eles cometem, assim como a fé cristã justificou um monte de barbaridades com indios, pagãos, judeus, ciganos e etc, as duas religiões tem sangue nas mãos Paganos...E sangue derrubado por esse "viver e respirar" deus, seja lá qual deus for...
Sim, ambos tem sangue nas mãos, mas eu acho errado colocar a jihad no mesmo nível das Cruzadas.

As Cruzadas buscavam REintegrar os territórios à posse de Bizâncio, pelo menos em teoria. A jihad buscava converter à força. Dá pra falar que cristãos tinham sangue nas mãos? Os muçulmanos por um acaso queriam saber de dialogar? Nem hoje muitos radicais querem, quanto mais na Idade média. Pra mim não é do mesmo nível, são guerras muito diferentes.

Pera ai Paganus, nbão força também, ver como o papado romano se comportava, as suas orgias, as amantes do Papa, a escolha politica para a sucessão de um papa por outro, o rompimento politico dos ingleses com Roma (pode ter tido algum ponto teológico, vc saberá bem mais que eu sobre isso, mas as principais causas foram politicas).
Mas em nenhum momento eu contestei nada do tipo. A própria ideia do papado eu já considero uma indecência, nunca negaria os óbvios abusos de muitos pontífices. Só quis colocar as coisas no seu devido lugar. Haviam interesses profanos? Haviam, mas os religiosos eram ainda maiores.
E desculpa Paganus, se teve uma coisa boa que o positivismo trouxe para o mundo foi a secularidade! Não repetiremos cruzadas e massacres em nome de fé mais alguma, pelo menos no ocidente, o oriente se mantém longe da secularização, longe da laicidade e do racionalismo, exatamente por isso que lá ainda se apredeja, fuzila, mata cristãos... Assim como se não fosse o secularismo, provavelmente estaríamos repetindo a mesma coisa.
Discordo. O secularismo é menos fanático e violento que o fundamentalismo religioso? Desculpa, mas isso é uma besteira. Basta ver o que a Rússia soviética fez com a Igreja Russa e o que o secularismo iluminista europeu fez com a Igreja católica no século XIX. Praticamente destruíram as Igrejas, tomaram propriedades, levaram monastérios e conventos à destruição, acabaram com as vocações religiosas, perseguiram a exposição de doutrinas que criticavam esse mesmo secularismo.

O secularismo atual é bem mais enxuto, decerto, mas ele nasceu como uma postura altamente violenta contra a religião organizada no Ocidente. Aliás, toda a mentalidade ocidental é tão pouco religiosa hoje muito por conta dessa separação que eu considero aberrante entre Estado e religião. No Oriente essa diferença praticamente inexiste. E não se trata de nesses países ser mais 'fácil' apedrejar hereges por conta disso, simplesmente nesses países, a religião não é um lado da existência do indivíduo, mas abarca toda a sua existência, molda todo o seu ser, como sempre tem feito desde a Pré-História. O Oriente é só mais tradicional, só isso, e esse tradicionalismo não implica em perseguição sistemática a religiões diferentes. Pelo contrário, onde o Ocidente se envolveu em guerras de religião e mesmo de ideologias, o número de mortes costumou ser bem maior.
Concordo que é errado de alguns historiadores esvaziarem por completo a idéia que de na idade média as pessoas não agissem pela fé, mas sim por interesses terrenos, isso é absurdo mesmo, é naturalizar um ponto da atual consciência capitalista moderna para toda a história (esse egocentrismo interesseiro é um dos fatores mais aplaudidos pelos capitalistas e pelos protestantes) e realmente não deve ser arrastado para toda a história humana, mas tentar justificar qualquer atitude religiosa na idade média é tão absurdo quanto, pelo menos para mim...
Eu justificaria se tivesse um referencial de modernidade no qual pudesse me apoiar para julgar a Idade média. Mas não tenho, meu referencial é Bizâncio e a Rússia medieval. Por esse meu referencial, não considero o secularismo a oitava maravilha da Terra nem considero a mentalidade medieval uma aberração, apenas acho o Ocidente um grande exemplo de como tradições religiosas se deturparam, muito por seus próprios abusos.

Já a Idade média bizantina e eslava, sorry, pra mim é o céu na Terra. E não conheço que nessas épocas hereges fossem queimados na fogueira. Isso ocorreu no Ocidente por conta das disputas doutrinárias entre romanos e protestantes. E por conta do pecado que é algo constante em todo tempo e espaço onde exista um ser chamado homem, seja ele teísta ou ateu.

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Já está tão arisco assim? Só fiz uma observação e nem foi em relação ao seu post :lol:

:lol: Só pra esclarecer desde já. =P

Podia ser um tempo em que a religião era o principal fator identitário das pessoas, mas a política, como sempre foi, era bem mundana. Como eu disse, conquistar a Terra Santa foi um pretexto, e uma forma de "sedução", para deter o avanço turco na Anatólia. Afinal, não consigo imaginar os cristãos ocidentais daquela época mobilizando-se para salvar o que restava do Império Bizantino.
A política também era fortemente religiosa. O medieval não separava uma coisa da outra, ver turcos avançando era ver o islamismo avançando. Mas é como eu disse, EM TESE, na prática, o Ocidente se via como grande heroi de libertação da Terra Santa e estava cagando pra recuperação do esplendor bizantino. Mas esses herois queriam compensações materiais E espirituais.
 
Sim, ambos tem sangue nas mãos, mas eu acho errado colocar a jihad no mesmo nível das Cruzadas.

As Cruzadas buscavam REintegrar os territórios à posse de Bizâncio, pelo menos em teoria. A jihad buscava converter à força. Dá pra falar que cristãos tinham sangue nas mãos? Os muçulmanos por um acaso queriam saber de dialogar? Nem hoje muitos radicais querem, quanto mais na Idade média. Pra mim não é do mesmo nível, são guerras muito diferentes.
Mas se formos pensar assim, podemos dizer que Bizâncio herdou as terras no Oriente Médio do Império Romano, que invadiu e expulsou os nativos daquelas regiões, que posteriormente se juntaram aos "invasores infiéis". Portanto é muito relativo falar de RECONQUISTAR territórios, especialmente tendo a consciência do carácter usurpador do Império Romano.

Mas em nenhum momento eu contestei nada do tipo. A própria ideia do papado eu já considero uma indecência, nunca negaria os óbvios abusos de muitos pontífices. Só quis colocar as coisas no seu devido lugar. Haviam interesses profanos? Haviam, mas os religiosos eram ainda maiores.
Sim, eu sei. Isso foi mais uma citação genérica sobre o assunto do que um argumento sobre o que vc disse.


Discordo. O secularismo é menos fanático e violento que o fundamentalismo religioso? Desculpa, mas isso é uma besteira. Basta ver o que a Rússia soviética fez com a Igreja Russa e o que o secularismo iluminista europeu fez com a Igreja católica no século XIX. Praticamente destruíram as Igrejas, tomaram propriedades, levaram monastérios e conventos à destruição, acabaram com as vocações religiosas, perseguiram a exposição de doutrinas que criticavam esse mesmo secularismo.
Sim, infelizmente muito dos secularistas repetiram os atos de violência e autoritarismo que eles tanto criticavam na igreja. Mas isso foi amadurecido como vc mesmo disse, claro que muito abusos rolaram, mas se fosse pesar os exageros dos secularistas junto com os dos religiosos, com certeza a balança penderia para o lado teísta. NÃo que isso justifique, mas se os positivista e comunistas exageraram na secularização de seus povos, foi porque o discurso religioso e suas praticas autoritaristas ainda se mantinham no inconsciente desses homens.


O secularismo atual é bem mais enxuto, decerto, mas ele nasceu como uma postura altamente violenta contra a religião organizada no Ocidente. Aliás, toda a mentalidade ocidental é tão pouco religiosa hoje muito por conta dessa separação que eu considero aberrante entre Estado e religião. No Oriente essa diferença praticamente inexiste. E não se trata de nesses países ser mais 'fácil' apedrejar hereges por conta disso, simplesmente nesses países, a religião não é um lado da existência do indivíduo, mas abarca toda a sua existência, molda todo o seu ser, como sempre tem feito desde a Pré-História. O Oriente é só mais tradicional, só isso, e esse tradicionalismo não implica em perseguição sistemática a religiões diferentes. Pelo contrário, onde o Ocidente se envolveu em guerras de religião e mesmo de ideologias, o número de mortes costumou ser bem maior.
Desculpa, mas não concordo. Para mim todos os exageros islâmicos são fruto da negação ao secular e ao laico. Tanto é que os grande inimigo desses povos se tornou os EUA pq esse representava tudo que os tradicionalistas queriam evitar, uma nação laica, desprendida da religião em seus níveis de governo (em partes né, mas isso é outra discussão).
E a religião é sim um lado da existencia humana Paganus, eu sei que vc não irá concordar comigo, por que vc é um homem de fé, mas eu não sou, não me sinto esvaziado de nada por conta disso.
Uma pessoa religiosa tem que saber separar suas crendices do estado e da sociedade em si, se não for por pensamentos positivistas, que seja, no minimo, por respeito as fés diferentes que coexistem, independente de relações históricas ou de simples maioria de uma sociedade com uma ou duas religiões.

Eu justificaria se tivesse um referencial de modernidade no qual pudesse me apoiar para julgar a Idade média. Mas não tenho, meu referencial é Bizâncio e a Rússia medieval. Por esse meu referencial, não considero o secularismo a oitava maravilha da Terra nem considero a mentalidade medieval uma aberração, apenas acho o Ocidente um grande exemplo de como tradições religiosas se deturparam, muito por seus próprios abusos.
Entendo, mas discordo.
Para mim, o ocidente evoluiu, e isso se deu pela coragem no enfrentamento com a religião, conseguimos superar uma parte da existencia humana, e entramos em uma era diferente, para mim melhor, para vc talvez não.

E não conheço que nessas épocas hereges fossem queimados na fogueira. Isso ocorreu no Ocidente por conta das disputas doutrinárias entre romanos e protestantes. E por conta do pecado que é algo constante em todo tempo e espaço onde exista um ser chamado homem, seja ele teísta ou ateu.
Onde existiu religião, existiu perseguição. Eu nao sei de nenhum caso também, mas provavelmente aconteceu, cristianismo e pacifismo nunca foram exatamente sinônimos...

á a Idade média bizantina e eslava, sorry, pra mim é o céu na Terra.
Por isso eu gosto de conversar com vc, vc é uma das pessoas mais diferentes que eu ja vi na vida! :lol: (totalmente no bom sentido Paganus!)
 

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