Sim, mas a ocupação islamica foi muito mais cordial com os judeus do que a cristã.
Pode ser, mas pera lá, Jerusalém e toda a região ali da Jordânia e Palestina estavam ocupadas por árabes desde o fim do Império Romano, não foi uma "reação"cristã atacar a região, foi uma tentativa de conquistar mesmo.
Exato. Reconquistar territórios bizantinos perdidos para os muçulmanos.
Não é só o discurso das crianças que está viciado, mas há uma ignorância histórica por trás disso tudo.
O Império Bizantino governava boa parte do Oriente Médio antes dos muçulmanos iniciarem sua jihad, as Cruzadas nada mais foram que uma reação contra a invasão e permanência dos infieis em territórios santos. Não só territórios santos, mas terras eclesiásticas pertencentes aos antigos Patriarcados de Alexandria, Antioquia e Jerusalém. Além das Igrejas separadas da comunhão ortodoxo-bizantina.
A perda desses territórios incitou o Patriarcado antigo de Roma a vir em socorro dos irmãos orientais. Havia interesses políticos por parte dos europeus? Econômicos? Haviam, claro, mas é estupidez crer que não havia sinceridade religiosa, convicção de legitimidade cristã na conquista dessas terras. Todo cristão europeu tinha em sua mente como certo e óbvio que Deus queria aquelas terras retiradas das mãos sarracenas. Mas é claro! As terras onde viveu e sofreu o Salvador tomadas e mantidas nas mãos de infieis que blasfemavam contra seu santo nome? Absurdo! Anatéma!
Quem pode julgá-los? O Império Bizantino falhou em proteger os Patriarcados. Além disso, a mentalidade da época não fazia distinção entre Estado e Igreja, pelo menos não como fazemos hoje, logo, era natural que os assuntos políticos e econômicos estivessem entrelaçados com os religiosos. É até anacrônico pensar que o Papa de Roma 'manipulou' consciências e prometeu lugares no céu ou que os cruzados tinham interesses puramente profanos. Mas de jeito nenhum! Nada que o Papa prometeu ia contra a doutrina católica-romana, prometia méritos espirituais pela tarefa altamente religiosa de expulsar os infieis da Terra Santa!, e os cruzados TODOS tinham consciência de estarem indo fazer um trabalho santo! Óbvio, era a Idade média! Essas pessoas respiravam Deus, viviam pra Ele, tudo faziam com referência a Deus e Seu Juízo, e Seu Corpo presente na Terra, a Igreja, que criam ser de fato sua representante e não uma mera instituição humana (e frequentemente maquiavélica) como creem hoje mesmo a maioria dos historiadores! Essa historiografia que enxerga essa situação pela ótica moderna do iluminismo, laicismo e ateísmo secular é simplesmente CEGA e BURRA, é como tentar enfiar o mundo real em uma tigela de barro de idealização moderna de sociedade.
E ainda assim as Cruzadas fracassaram. Só fizeram de bom atrasar o avanço infiel sobre Bizâncio e levar para a Europa muito que existia de mais avançado e culturalmente sofisticado do Oriente para o Ocidente, e de ruim, exaurir as forças europeias, latinizar as Igrejas orientais, oprimi-las e atiçar mais ódio contra o Ocidente, mesmo entre cristãos.
Ah, e eu falei de atrasar a marcha dos fieis sobre Bizâncio? Esqueçam. Afinal, a Cruzada Bandida, mostrando como as guerras santas se desviaram de seu objetivo, chegaram a saquear a santa Constantinopla, colocar prostitutas pra dançar no Trono do Patriarca Ecumênico e a impor um Patriarca latino (entre outras latinizações) sobre a cidade, humilhando Bizâncio e a enfraquecendo enormemente. O resultado todos sabemos: a brilhante cidade santa caiu sob os turcos e mesmo hoje, só ruínas e o cristianismo ortodoxo restaram da devastação dos infieis. E por que? Roma nunca perdoou o Oriente por não se submeter ao seu Papa e sua megalomania nem o Ocidente perdoava seus irmãos cristãos de Bizâncio por serem tão mais educados, e por possuírem uma cultura e civilização tão avançadas e diferentes de seus reinos bárbaros acanhados e com seu cristianismo mecânico, racionalista e altamente corrompido. Isso explica a Segunda Cruzada, assim como o ódio que gregos possuem até hoje contra católicos e sua Igreja.
Mas isso são detalhes. O que me impressiona é ainda existir essa historiografia que insiste em colocar muçulmanos como vítimas indefesas e cristãos como animais predadores, colonizadores, ignorantes, bárbaros, violentos etc.
Ah, eu nunca queimaria um Alcorão, meus caros, mas não tenham dúvidas de que Bíblias e principalmente cristãos são queimados, soterrados, apedrejados, fuzilados, presos e torturados de diversas formas por grupos islâmicos radicais e mesmo governos no Oriente Médio. Isso no século XXI! Espanta, sabe, essa polarização.
http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/historia_da_igreja/novas_descobertas_sobre_as_cruzadas.html