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Revista Época Afirma Que “A Dublagem Venceu as Legendas”

Morfindel Werwulf Rúnarmo

Geofísico entende de terremoto
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A Revista Época, publicação semanal da editora Globo, veicula esta semana uma matéria afirmando que “A dublabem venceu as legendas“. A peça assinada por Tônia Machado e Danilo Venticinque, contudo, mais parece um editorial encomendado por distribuidoras para forçar a aceitação de seus leitores à imposição de conteúdo dublado no cinema e na TV. Com 7 páginas (na versão tablet e 2 na versão impressa), a “reportagem”, que não está no editorial de opinião, gasta mais de 60% de seu espaço para enaltecer o áudio dublado sobre o original, dentre os quais destaca: o aumento da bilheteria e audiência, a “classe média acostumada com filmes dublados na TV aberta“, a popularização de filmes dublados em alguns países da Europa (ei, se lá é assim é porque deve ser chique ver dublado, né?), que “abrir mão das legendas pode até ser uma experiência prazerosa” (sic), chegando ao cúmulo de postar – em nome da própria revista e não de um entrevistado – este absurdo argumento na imagem abaixo:

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“É muita leitura para quem não está acostumado”.
O lobby da dublagem no Brasil parece ser tão grande a ponto de fazer com que uma revista que vive do hábito da leitura publique esta triste frase que não apenas tolera e justifica, como também incentiva a escolha da dublagem pelo espectador que tem preguiça de ler. A matéria oferece um pequeno contraponto com alguns prejuízos que a dublagem pode oferecer com exemplos retirados sem créditos deste texto sobre os Malefícios da Dublagem editado pelo crítico Pablo Villaça. E antes que digam que estou acusando a revista de cópia sem provas, eu que passei o link para a repórter e, se você comparar, verá que os exemplos (especialmente aqueles que citam o trabalho de interpretação de atores como Meryl Streep e Sean Penn) são os mesmos. Nas 7 páginas, a matéria também citou em uma linha o Movimento Dublado, Sem Opção, Não, após uma entrevista de uma hora que prestei sobre a necessidade de termos a opção e sobre as conquistas obtidas. E mesmo eu tendo enfatizado diversas vezes que o movimento busca a opção (afinal, como a própria matéria diz, a dublagem já venceu), ela preferiu citar os esforços dos signatários da petição como o de meros “defensores de legendas” na legenda da foto, de forma a polarizar.

Enfim, segue abaixo o texto que, ainda que assumidamente tendencioso, prova que esta já é uma guerra perdida e que quem prefere assistir filmes e séries do jeito que foram feitos depende agora apenas da boa vontade dos canais e de donos de cinema em oferecer a opção pelo áudio original e legendas. Direito do consumidor (e também daqueles que são portadores de deficiência auditiva) não mais importa. Eu não diria apenas que “a dublagem venceu as legendas”, diria que a mediocridade venceu. Embora necessária para crianças, analfabetos, pessoas com deficiência visual total ou parcial e para idosos com dificuldades de enxergar, a dublagem hoje não é imposta por esses motivos e para estas pessoas, e sim porque a maioria, plenamente capaz de ler (mas não “acostumada” em ler 30 páginas em 2 horas), já abandonou o hábito da leitura em prol da comodidade de ter um filme ou uma série narrada por estranhos à tela.

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Fonte
 
Última edição:
A bandeira do Pablo Villaça realmente é inquestionável.
Ele compara dublar ao ato de pegar a monalisa e cortar as arestas da tela para poder caber num canto da sala de exposição. Ou então xerocá-la e colocar com 3 metros de altura e 2 de largura para mais pessoas poderem ver. E é EXATAMENTE isso que a dublagem faz.
A dublagem tem a sua validade e isso é inegável. Mas é sim uma mutilação da obra original, e quem quer ver a obra por completo tem que ter essa opção. Por enquanto eu não reclamo de ter aumentado o número de salas dublado, desde que não cheguem ao ponto de sumirem com as versões legendadas (como já acontecem com os filmes animados ou para o publico infanto-juvenil).
Em um comentário do blog do Pablo ele posta um video de entrevistas com dubladores em que o entrevistador pergunta: "Vocês precisam dublar em 5 horas o trabalho que um ator levou 1 ano ou mais pra desenvolver, dá pra fazer um trabalho a altura?" E o dublador responde: "Dá pra fazer o melhor possível".
Pronto. Esse já deveria ser o argumento final.


Foda é que eu respeito pra caramba o trabalho de dublagem. Ainda mais no Brasil em que ele é feito muito melhor que na maior parte dos países. Não é um demérito dizer que filme dublado não é a mesma coisa que o filme em audio original, pois o objetivo da dublagem não é esse mesmo (como disse o próprio dublador), é simplesmente oferecer uma segunda opção pro espectador que tem problemas de leitura (como crianças que de fato ainda não sabem ler).
Uma SEGUNDA opção, não a opção única.


É triste mesmo ver esse tipo de matéria.
Desse jeito cada vez mais há de se defender não ir ao cinema e assistir em torrent ou DVD. Mas perder a experiencia de se assistir um filme na telona é uma perda lastimável.
O foda é que eles vão tirar essa experiência de se assistir o filme da forma como deveria ser (no cinema) para o público que realmente ama cinema. E vão deixar esse experiencia para o público que vê no cinema apenas como um passatempo qualquer. O público que não enxerga a diferença de se assistir no cinema ou em casa, e pra eles seria suficiente se fossem ver o filme nos dvds.



PS: Mas na França eu me surpreendi mesmo com a quantidade de filme dublados por lá.
Sempre tem que prestar atenção num selinho escrito VO (versão original) pra não cair numa roubada.
 
Eu queria dar um fail por causa da materia em si, mas não quis aitngir o Morfindel junto...

Poxa, eu aprendi a acompanhar as legendas com mais ou menos 10 anos...

revista epoca de merda disse:
enaltecer o áudio dublado sobre o original
:rofl:
Um filme parece ter 10 anos a mais só pela perda de qualidade de audio na dublagem, isso sim...

revista epoca de merda disse:
o aumento da bilheteria e audiência, a “classe média acostumada com filmes dublados na TV aberta“
Logico, eles estão diminuindo o numero de exibições legendadas, é muita cara-de-pau...
E será que a classe media em geral assiste mesmo filmes na TV aberta?

revista epoca de merda disse:
“abrir mão das legendas pode até ser uma experiência prazerosa”
Sim, tem razão... è muito bom voce descobrir que pode entender tudo no idioma original sem precisar das legendas :P
Enfim, toda vez que tento ver algo dublado, não aguento 5 minutos hoje em dia...
Além do fato de que os dubladores raramente conseguem emular a emoção que o ator colocou no personagem, de uns anos pra cá as dublagens pioraram MUITO...

E nem vou entar no ponto das traduções e adaptações que em muitos casos são bem diferentes de como eu mesmo traduziria(no caso do inglês, que é o unico idioma que conheço além do portugues)...

Os cinemas vão perder muita gente, acho eu, se pararem de colocar exibições legendadas...
E, nas TVs deveria haver sempre opção de eu assistir como preferir... Não quero obrigar a pessoa que tem preguiça de ler a ter que seguir as legendas, só espero também não ser obrigado a ouvir uma dublagem que destroi os filmes...

EDIT:
A bandeira do Pablo Villaça realmente é inquestionável.
Ele compara dublar ao ato de pegar a monalisa e cortar as arestas da tela para poder caber num canto da sala de exposição. Ou então xerocá-la e colocar com 3 metros de altura e 2 de largura para mais pessoas poderem ver. E é EXATAMENTE isso que a dublagem faz.
A dublagem tem a sua validade e isso é inegável. Mas é sim uma mutilação da obra original, e quem quer ver a obra por completo tem que ter essa opção. Por enquanto eu não reclamo de ter aumentado o número de salas dublado, desde que não cheguem ao ponto de sumirem com as versões legendadas (como já acontecem com os filmes animados ou para o publico infanto-juvenil).
Em um comentário do blog do Pablo ele posta um video de entrevistas com dubladores em que o entrevistador pergunta: "Vocês precisam dublar em 5 horas o trabalho que um ator levou 1 ano ou mais pra desenvolver, dá pra fazer um trabalho a altura?" E o dublador responde: "Dá pra fazer o melhor possível".
Pronto. Esse já deveria ser o argumento final.
Perfeito!
 
Última edição:
Acho que há duas coisas diferentes: dublagem e dublagem boa.
Honestamente, se o pessoal se der o trabalho de achar dubladores bons com vozes adequadas, e sincronizar bem, é só um pouco pior que a legenda. Mas quero ver isso acontecer algum dia.
 
Então, Lu Meyn, e dizem que a dublagem brasileira é a melhor do mundo, imagina o que os coitados fora daqui não sofrem...

Mas ainda acho que a tecnologia envolvida na hora de remover o audio do ator original e inserir o do dublador zoa com a qualidade do audio geral do filme de forma irreversivel...
Não sei se esxiste um sistema/aparelho melhor do que o usado aqui, mas há uma perda, a meu ver consideravel, de qualidade...
 
Acho que há duas coisas diferentes: dublagem e dublagem boa.
Honestamente, se o pessoal se der o trabalho de achar dubladores bons com vozes adequadas, e sincronizar bem, é só um pouco pior que a legenda. Mas quero ver isso acontecer algum dia.

não é tão simples assim. como diz o villaça:

Faça um teste: ao assistir a um filme dublado que traga parte do áudio original (numa canção ou através de personagens que conversam numa língua diferente daquela usada pelo protagonista), feche os olhos e preste atenção no som. Percebeu a diferença? Claro que sim. Aliás, você teria percebido mesmo ao manter os olhos abertos, já que a disparidade é gigante.

Isto se deve a uma questão técnica tão importante para o Cinema que a Academia criou uma categoria especial para premiá-la no Oscar: a da mixagem de som (ou Melhor Som).

Cada filme envolve, em sua pós-produção, um trabalho árduo e extremamente detalhista de combinação das diversas trilhas que trazem os vários elementos sonoros da produção: os diálogos, os ruídos, as trilhas incidentais e instrumentais e até mesmo o som ambiente, do silêncio, de cada set. Esta mixagem requer um estudo delicadissimo do nível preciso de cada faixa em cada segundo de projeção – um trabalho que, nas versões dubladas, tem seu equilíbrio arruinado quando os estúdios brasileiros atiram uma destas faixas fora para substituí-la pela versão em português.

Não acredita? Então coloque um DVD no seu player e repasse cenas inteiras em suas versões originais e brasileiras; se não perceber a diferença gritante da mixagem em cada uma delas, consulte urgentemente um otorrino.

de qualquer forma, insisto: o problema não é oferecerem filmes e séries dubladas, aliás, é ótimo que busquem agradar uma parcela cada vez maior do público. o problema é não oferecer opção, fazer da dublagem uma imposição. sobre o cinema a coisa ainda depende de um número equilibrado de oferta em salas de exibições, mas na tv chega a ser ridículo: é tecnicamente viável oferecer opção de áudio original com legenda *e* áudio dublado e os canais empurram o dublado goela abaixo.

***

sobre a reportagem da época em si, extremamente infeliz, né. até quando fala que as pessoas não estão mais acostumadas a ler (oi, uma revista falando isso?). tá mais do que na cara de que é matéria paga. e pior, baseada no preconceito de que o perfil do público pagante atual é basicamente formado por vagal que tem preguiça de ler. e, como qualquer preconceito, é estúpido.
 
Ganhou lol só pelo ultimo paragrafo da citação do villaça :P

de qualquer forma, insisto: o problema não é oferecerem filmes e séries dubladas, aliás, é ótimo que busquem agradar uma parcela cada vez maior do público. o problema é não oferecer opção, fazer da dublagem uma imposição. sobre o cinema a coisa ainda depende de um número equilibrado de oferta em salas de exibições, mas na tv chega a ser ridículo: é tecnicamente viável oferecer opção de áudio original com legenda *e* áudio dublado e os canais empurram o dublado goela abaixo.

exato... :yep:
 
O título passa sensacionalismo e cria revanchismo entre duas técnicas que poderiam conviver (mais que isso, deveriam conviver porque cada uma tem sua utilidade).

Da mesma forma que a legendagem é útil para quem não pode ouvir a dublagem é útil para quem não pode ler então penso que os dois deviam vir como opção em todos os dvds. Precisa haver mais ferramentas de acessibilidade no cinema e não menos, decretar a derrota da técnica é empobrecer as possibilidades. Pra piorar o discurso se baseia no fato de que o brasileiro é incapaz de aprender a ler ou usar a cabeça.

Nivelamento por baixo no Brasil tá soda.
 
Massa mesmo é na Rússia: Eles diminuem o som original e um ou dois narradores, um para os homens e outro para as mulheres, falam as falas por cima.
E nessa reportagem, falaram sobre o salário vergonhoso que os dubladores normalmente ganham?
 
O pior é que a dublagem brasileira nunca esteve tão decadente quanto está agora.

Pelo menos na época que eu era pirralho, os desenhos animados tinham ótimas dublagens. Hoje em dia a qualidade é terrível. É em desenho animado e jogo de video game que a dublagem tem que se focar, porque esse é o público alvo dela: criança. Mas filme? Todo mundo que eu conheço, quando quer assistir um filme bom, vai direto assistir legendado. Dublado é só se a pessoa achou aquele filme eventualmente na TV... mesmo assim, agora com as opções nas TVs a cabo digitais de mudar o áudio para o original e adicionar legendas, isso também já tá diminuindo.
 
A Anica falou tudo.

Se continuarem a ter filmes legendados e dublados para que eu possa escolher, tá ótimo.
Não quero saber o que é melhor e quem é melhor.

Tem filme como Nemo que prefiro dublado.

Tem filme como SdA que eu prefiro legendado.

E ponto.
 
não é tão simples assim. como diz o villaça:



de qualquer forma, insisto: o problema não é oferecerem filmes e séries dubladas, aliás, é ótimo que busquem agradar uma parcela cada vez maior do público. o problema é não oferecer opção, fazer da dublagem uma imposição. sobre o cinema a coisa ainda depende de um número equilibrado de oferta em salas de exibições, mas na tv chega a ser ridículo: é tecnicamente viável oferecer opção de áudio original com legenda *e* áudio dublado e os canais empurram o dublado goela abaixo.

***

sobre a reportagem da época em si, extremamente infeliz, né. até quando fala que as pessoas não estão mais acostumadas a ler (oi, uma revista falando isso?). tá mais do que na cara de que é matéria paga. e pior, baseada no preconceito de que o perfil do público pagante atual é basicamente formado por vagal que tem preguiça de ler. e, como qualquer preconceito, é estúpido.
Esse teste do villaça fica estridente quando se assiste a musicais dublados. Principalmente aqueles em que se dublam as falas mas não se dublam os cantos.


De qualquer forma, eu ainda acho que é um pouco de "desrespeito" com o próprio ator.
Em muitos casos não (alou Clooney, Keanu Reeves, etc), mas em muitos outros a voz é resultado de um estudo e do sentimento que o ator quer passar ao espectador.
Recentemente a Anne Hathaway comentou o estilo de enunciação que ela escolheu pra personagem da mulher-gato enumerando os motivos pra escolha, etc. Aí vão e colocam a voz de uma mulher com estilo de voz no lado oposto da proposta da atriz.
Se a escolha é certa ou errada pra sua opinião, se o trabalho do ator ficou bom ou não, aí são outros 500. Mas é inegável que você retalhou o trabalho desse artista. Seria como dizer: "Putz, esse quadro do Monet é muito borrado e sem bordas definidas, vamos passar uns lápis aqui pra definir melhor onde estão as coisas. Fica bem melhor"
Não é de sacanagem, obviamente, mas é simplesmente porque um artista construiu durante semanas/meses aquela forma de se expressar e o outro artista tem que gravar por cima tendo tido algumas horas ou no máximo 1 dia de preparo e estudo.
Claro que isso considerando-se a escalação de dubladores sérios. Quando escalam Luciano Hucks da vida, aí a coisa vai pro ralo completamente e nem vale ficar discutindo. Aí é MERDA mesmo.
 
Nada a ver com o tópico, mas 4 pessoas qualificaram o post do Fusa (até agora) e todas começam com a letra M.

Então, Lu Meyn, e dizem que a dublagem brasileira é a melhor do mundo, imagina o que os coitados fora daqui não sofrem...

Vi em algum lugar (talvez na Rússia mesmo), mas era na ex-URSS que eles faziam isso mesmo (o que o Hobbit Bonzinho disse), eles diminuíam o áudio original, então se você não entendia era só aumentar o volume que dava para escutar a voz original.

Tem canais (Fox) em que além de dublarem, eles não legendam quando devem, como em músicas aí ficam cantando e eu nãos ei oq ue estão cantando.
 
Acho que há duas coisas diferentes: dublagem e dublagem boa.
Honestamente, se o pessoal se der o trabalho de achar dubladores bons com vozes adequadas, e sincronizar bem, é só um pouco pior que a legenda. Mas quero ver isso acontecer algum dia.

Só uma palavra para você: Gollum

esperimenta legendado e depois tenta aguentar um minuto duplado e vê se você não pede para arrancarem seus ouvidos.
 
Última edição:
Acho que devemos ter sempre a opção da escolha. Afinal a voz original faz parte da interpretação.
Como alguém mencionou nós tivemos grandes dubladores e sempre procuravam adequar a dublagem ao ator.
Hj em dia está uma droga. Não sei se alguém chegou a ver uma versão dublada do Vampire Diaries no SBT.
Gente esles pareciam mais retardados do que o normal.
E a própria TV a cabo está dublando tudo, em função da nova classe que assina.
Nada contra mas desde que a gente tenha opção de legendas.
 

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