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Religião em Westeros (e no Oriente)

Qual sua religião preferida na série?

  • A Fé dos Sete

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  • O Senhor da Luz

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  • Outra (qualquer credo tribal/seita, whatever)

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Nesse tópico aqui discutimos um pouco sobre religião no mundo de Martin e acabei postando um texto meu no facebook com as minhas impressões sobre as várias religiões, seitas, crenças tribais etc.

Tem muito SPOILER! Ao menos sobre a mitologia.


Paganus disse:
Os novos e os antigos deuses

As religiões mais comuns em Westeros são a Fé dos Sete trazida do leste pelos invasores ândalos, hoje estabelecidos no Sul, e os deuses antigos, dos Filhos da floresta e adotados pelos primeiros invasores do continente, os Primeiros Homens. A religião antiga era comum em TODA Westeros mas no SUL é que foi destruída pelos ândalos que, segundo o livro sagrado Estrela de Cinco Pontas, foram conduzidos pelo Deus de Sete Formas (os Sete são manifestações desse Um Deus) para a conquista, sendo que mesmo as 'árvores-coração' dos antigos foram derrubadas, junto com a maioria dos bosques sagrados e extermínio e expulsão dos Filhos da floresta. Essa religião lembra o cristianismo que suplantou o paganismo na Europa.


O Norte, porém, se manteve firme na invasão ândala, tendo os Reis do Norte, os Stark, mantido os costumes antigos, a fé antiga, bosques e a amizade com os Filhos, apesar destes terem sumido mesmo do Norte há séculos. Acredita-se que os cranogmanos de Atalaia da Água Cinzenta, os Reed, sejam descendentes ou aprendizes dos segredos dos Filhos.

A fé antiga do Norte lembra mais o paganismo antigo.

O Senhor da Luz e a Escuridão Fria


Já a fé dos sacerdotes vermelhos surgiu em Asshai da Sombra, como uma interpretação maniqueísta das profecias do heroi Azor Ahai, que lideraria uma guerra contra os Outros, que voltariam durante um longo inverno, em uma segunda Longa Noite, milhares de anos depois da primeira. Os vermelhos creem fanaticamente na existência de dois deuses em eterna guerra, um maligno e outro bondoso, mais ou menos como os zoroastristas antigos e as heresias dos maniqueísta, cátaros e albigenses no nosso mundo.


No Norte Extremo, além da Muralha, os selvagens, longe de qualquer civilização e alvo de toda espécie de perigos, tem noções estranhas aos outros westerosi e alguns, como Craster, até adoram os Outros como deuses com medo de seu poder e até lhes sacrificam seres humanos. Mas é uma noção limitada a poucos selvagens; o povo de Mance Rayder, o Rei-para-lá-da-Muralha, adora os deuses antigos dos Stark como sempre fizeram desde que chegaram no Norte, como parte do povo dos Primeiros Homens.


Outras religiões orientais


Pouco é dito sobre eles, mas os valirianos tinham seus próprios deuses, sendo que os Targaryen, sobreviventes do caos que dizimou Valíria, nomearam seus dragões com o nome de seus deuses.


Existem diversas crenças orientais pregadas por seitas nas Cidades Livres, sendo a mais comum a dos sacerdotes vermelhos e a fé misteriosa do Deus de Muitas Faces. Na Baía de Escravos a situação é parecida, diferente do Mar Dothraki e Sothoryos ondem crenças tribais com vários deuses, culto aos ancestrais são mais comuns. O mesmo ocorre com os lhazarenos.


Referências sobre a religião dothraki abundam nas descrições de Dany no livro sobre seus costume, como a profecia do Garanhão-que-montará-o-mundo, um khal (chefe dothraki) que dominaria o mundo, além de ideias sobre a irmandade de todos os dothraki, independente de seus khalasares e khals e suas guerras e rivalidades, esquecidas à sombra da Mãe das Montanhas, em Vaes Dothrak, centro de sua cultura.


O Deus de Muitas Faces

Trata-se de uma religião sincrética, que prega que, como a única coisa certa e natural no destino dos homens é a morte, a ponto de TODAS as religiões terem um deus dedicado à morte (Estranho entre Os Sete, Cabra Negra de Qohor etc), lhes parecia claro que deveria haver um único deus, mas representado por várias concepções dele. Um Deus, mas de muitas faces, algo parecido com Os Sete, mas muito mais amplo.


Os Homens sem Rosto não são uma religião, mas um grupo de assassinos devotados a dar o 'presente' da morte de acordo com vontades de seus contratadores, não por serem mercenários, mas por não quererem se intrometer com suas vontades pessoais na busca do Deus pela morte, a verdadeira dádiva, presente divino. A vida é muito dolorosa e sofrida, só a morte pode libertar o homem de seus sofrimentos, mas não pode ser forçada: o Deus presenteia a quem quer, quando quer, como quer. Os Homens sem Rosto são apenas um de seus instrumentos, e dos mais fieis, e totalmente sem vontade e mestres de segredos na arte de matar e de se esconder. Seus preços são caríssimos. Nasceram entre capatazes de escravos na antiga Valíria, que, ao ver o sofrimento dos escravos que eles vigiavam e castigavam, viram que só tinham sua paz ao serem mortos. Estão estreitamente ligados à Fé Misteriosa do Deus de Muitas Faces.


Assim nasceu a Fé da morte. Valar morghulis. Espalharam-se pelas Cidades Livres, e se fixando em Bravos.

O tópico é uma enquete e um espaço para discutirmos concepções e elementos religiosos nas Crônicas de Gelo e Fogo. Aprocheguem-se e deem sua opinião!

EDIT: créditos da ideia de criar o tópico: aniversariante Belzinha :D
 
Última edição:
Eu gosto do Great Shepherd, deus dos Lambmen :hihihi:

sheep.gif
 
Os deuses antigos. Do norte. Os verdadeiros. =P
Eu gostava dos deuses antigos também, era os meus preferidos. Só mudei minha preferência pro Deus de Muitas Faces pela ligação dele com o POV da Arya (minha personagem preferida) e, desde o começo, eu percebia o valor filosófico da morte na jornada dela e como esse valor era a essência da Fé Misteriosa, acabei me apaixonando pela religião e pelos Homens Sem Rosto.

Se eu fosse me guiar por beleza de templos e liturgia, acho que escolheria a Fé dos Sete, mas eles lembram demais um cristianismo rico e corrupto pra mim, e são protetores dos ândalos que eu acho uns losers comparados aos Primeiros Homens. Detesto os Sete.Mas o que odeio mais é a Fé do Senhor da Luz. Fanáticos demais, apocalípticos demais, malignos demais.
 
Última edição:
R'hllor. Gosto do mistério envolvendo ele, já fiz até um tópico sobre isso. Pena que teve poucas respostas =/

Mas é praticamente a única religião sobre a qual a gente tem mais informações.
 
Prefiro os Deuses Antigos.

No quinto livro se fala mais deles pelo POV do Bran.

E fica meio que claro que vai haver uma rivalidade entre o campeão dos Deuses Antigos, o Bran, e a Melisandre no futuro, pois R'hlorr considera os Deuses Antigos como o seu rival, pelo menos nas visões da Melisandre. E a história dos rostos nos represeiros é contada direito também
 
Melisandre tem uma visão nas chamas e interpreta como o campeão do Deus da Escuridão, Grande Outro, Sei Lá o Nome.

Como ela sempre fala, o Deus Vermelho não se engana, mas os sacerdotes podem se enganar. O possível erro de interpretação dela pode levar a uma luta entre Bran e ela.
Ainda mais quando o Brynden Rivers, aquele bastardo Targaryen que virou o corvo de três olhos diz pro Bran que a escuridão o ensinará a controlar os poderes.
Mas como eu não terminei o livro ainda, pode acontecer algo que me leve a desacreditar nisso, mas até agora...
 
Votei nos deuses antigos, os deuses do Norte.

Mas o deus que deu resposta para as orações de seus devotos e mostrou seu poderio foi o deus da Luz, R'hllor.
 
Prefiro os Deuses Antigos. Me lembra o budismo no sentido de ser a religião em que as pessoas menos usam seus deuses para justificar interesses pessoais/políticos. A Fé dos Sete é obviamente inspirado no catolicismo, já o R´hllor tem o séquito mais fanático e extremista, daí meu repúdio.
 
Excelente tópico Paganus!

Tenho dificuldade em escolher porque as religiões estão todas sendo bem desenvolvidas e aprofundadas dando aquele ar de realismo que fica muito bom nas fantasias medievais.

Eu gosto muito dos deuses antigos, porque aco legal isso das árvores terem seus rostos esculpidos e elas ficarem "olhando" por nós. Aquela sensação de que deus é a natureza, são as árvores, é o frio do norte, isso é bacana. Esses deuses não tem nem nomes separadamente o que deixa a religião com um aspecto bem rústico, bem religião primitiva mesmo.

Também gosto dos deuses novos, os Sete. Bacana como Martin conseguiu escolher 7 "personalidades" que em determinado momento da vida são deuses para nós. Para qualquer criança o Pai é um deus, a Mãe, outro, ambos são superpoderosos e podem tudo ("meu paié mais forte, minha mãe é mais bonita, etc"), só depois quando crescemos que percebemos as falhas de nossos pais e eles se tonam mortais como nós.

Já a Donzela é a deusa dos adolescentes, que piram com as mocinhas na flor da idade, com todos os hormônios que só essa idade tem.

A Velha é a nossa deusa vovó, sempre sábia, sempre cheia de histórias, que viu tudo (até a infância dos Pais) com seu rosto envelhecido que lembra a idade das árvores.

O Estranho é o coringa, pode ser a versão "malvada" de qualquer outro deus, como quando os pais ou avós estão bravos e quando os desejos das mulheres se tornam imcompreenssíveis para os homens. O Estranho é a morte, o mendigo na sarjeta, o feio, o quebrado, o "homem do saco", o "bicho papão", um ladrão que chega sem avisar e muda sua vida.

E para fechar com chave de ouro, Mártin escolheu 2 profissões antigas que também poderiam ser encaradas como deuses naquela época e nessa: O Guerreiro e o Ferreiro.

O Guerreiro é fácil imaginar como um deus. Quase toda religião tem seu deus da guerra. O Guerreiro é o soldado, o policial, aquele que anda armado, que tem o poder de tirar vidas e também de salvá-las.

O Ferreiro é o deus criador, que fabrica o mundo, que constrói, que torna o mundo melhor, mais habitável. O ferreiro poderia ser nos dias de hoje, um comerciante, aquele que tem as coisas que você precisa. Você o busca quando tem frio, e volta com um edredon, você o busca quando tem fome e volta com comida, você o busca quando tem dor e volta com remédios. O Ferreiro é o deus que resolve seus problemas imediatos.

Estou aprendendo mais sobre o Deus de Muitas Faces e tenho gostado também. E o deus Vermelho é assustador! Martin está mandando muito bem com suas religiões!
 
Ótimo tópico Paganus! Mas senti falta de uma analise sobre o deus afogado das ilhas de ferro.
A qual religião real essa crença poderia se espelhar? Eu sinto alguns ponto messianicos nela, me faz pensar no judaismo (até com o simbolismo de ligar o deus com os homens, no caso o ritual de afogar a pessoa, e no judaísmo a circuncisão)

PS: Nunca imaginei que vc gostasse da crença do deus de muitas faces. Eles são praticamente mestres da eutanásia, e como vc tem seus preceitos morais bem critãos eu imaginei que vc não fosse gostar :mrgreen:
 
Eu vejo o Deus Afogado como um arquétipo presente em praticamente todas as religiões, principalmente as de iniciação de mistérios e de salvação (soteriológicas). Afogar-se seria como morrer em sua velha forma decaída, pecadora, corrompida e renascer da água (batismo) como um novo homem, imortal, santo, purificado do pecado original e da vida pregressa e pagã, pecadora. Mas os outros aspectos acho mais difíceis de relacionar... eu preferia que os homens de ferro cultuassem os deuses antigos, mais ou menos como os vikings aos deuses nórdicos, acho que seria mais propício.

Quanto ao Deus de Muitas Faces, é engraçado relacionar dessa forma, nunca pensei em eutanásia, mas é exatamente esse valor da morte, a morte filosófica, pela qual me livro do sofrimento do devir e da individuação pela destruição do corpo, fazendo minha alma abandonar esse vale de lágrimas e entrando novamente no abismo indiferenciado sem fim, sofrimento, dor, tempo, espaço. O Indiferenciado. O Ser sem ser, sem individuação, onde todos são Um.
 

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