Morfindel Werwulf Rúnarmo
Geofísico entende de terremoto
[h=2]Estudo foi elaborado a pedido do Ministério Público em dez municípios.
Deixar de pedir nota, baixar filme e furar fila não são vistos como algo grave.[/h]
O professor Uranilson Carvalho e o promotor do MP Maviael Souza (Foto: Katherine Coutinho/G1 PE)
O que é corrupção? Qual o ato mais grave? Uma pesquisa encomendada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) busca mostrar como a população enxerga a corrupção, como lida com ela e em que níveis ocorre em dez cidades do estado. Elaborada pelo Grupo de Estudo do Macroambiente Empresarial de Pernambuco (Gemepe), da Faculdade Frassinette do Recife (Fafire), a pesquisa aponta que os entrevistados se mostram mais tolerantes com a corrupção cotidiana, vista muitas vezes como algo aceitável, do que com as vindas dos políticos.
A pesquisa servirá como um apoio ao MPPE na campanha "O que você tem a ver com a corrupção?", que prevê ainda palestras, debates, cartilha e visitas a escolas e universidades. O promotor Maviael Souza lembra que o papel do MPPE vai muito além da repressão ao ato da corrupção.
Um questionário foi aplicado em 700 pessoas nas cidades de Camaragibe, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Recife, entre 05 e 12 de março de 2012. A pesquisa foi dividida em três temas maiores: a corrupção cotidiana; aquela que o indivíduo pratica contra o estado - como não pedir nota fiscal ou pagar para não receber multa; e a corrupção vinda dos políticos.
Para 99,12% dos entrevistados, a compra de votos em eleições utilizando verbas públicas é apontada como grave ou muito grave.
Em contrapartida, baixar músicas e livros de sites da internet é uma atitude aceitável para 55,25% dos entrevistados, sendo até mesmo correta para 28,43% deles. Comprar produtos piratas, para 45,92% das pessoas abordadas pela pesquisa é algo aceitável, mas 39,26% veem isso como uma atitude grave.
A pesquisa aponta que muitas pessoas acham grave ou muito grave o ato de furar a fila quando surge a oportunidade, mas não apontam maiores problemas em abrir mão do cupom fiscal para obter desconto na compra de uma mercadoria.
Fonte
Deixar de pedir nota, baixar filme e furar fila não são vistos como algo grave.[/h]
O professor Uranilson Carvalho e o promotor do MP Maviael Souza (Foto: Katherine Coutinho/G1 PE)
O que é corrupção? Qual o ato mais grave? Uma pesquisa encomendada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) busca mostrar como a população enxerga a corrupção, como lida com ela e em que níveis ocorre em dez cidades do estado. Elaborada pelo Grupo de Estudo do Macroambiente Empresarial de Pernambuco (Gemepe), da Faculdade Frassinette do Recife (Fafire), a pesquisa aponta que os entrevistados se mostram mais tolerantes com a corrupção cotidiana, vista muitas vezes como algo aceitável, do que com as vindas dos políticos.
A pesquisa servirá como um apoio ao MPPE na campanha "O que você tem a ver com a corrupção?", que prevê ainda palestras, debates, cartilha e visitas a escolas e universidades. O promotor Maviael Souza lembra que o papel do MPPE vai muito além da repressão ao ato da corrupção.
Essa pondera."pesquisa complementa a nossa ação, vem para auxiliar na hora de mostrar às pessoas que é preciso mudar essa cultura. Quem comete um pequeno ato de corrupção hoje, vai cometer um maior amanhã se surgir a oportunidade",
Um questionário foi aplicado em 700 pessoas nas cidades de Camaragibe, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Recife, entre 05 e 12 de março de 2012. A pesquisa foi dividida em três temas maiores: a corrupção cotidiana; aquela que o indivíduo pratica contra o estado - como não pedir nota fiscal ou pagar para não receber multa; e a corrupção vinda dos políticos.
conta o professor Uranilson Carvalho, que coordenou a pesquisa."Percebemos que o nível de intolerância é muito maior quando a atitude vem dos políticos",
Para 99,12% dos entrevistados, a compra de votos em eleições utilizando verbas públicas é apontada como grave ou muito grave.
analisa o professor."Uma das formas de combater a corrupção de políticos é a punição, mas essa pesquisa aponta que, mesmo não sendo punidos, há graves danos à imagem do político se for veiculado na imprensa que ele é corrupto",
Em contrapartida, baixar músicas e livros de sites da internet é uma atitude aceitável para 55,25% dos entrevistados, sendo até mesmo correta para 28,43% deles. Comprar produtos piratas, para 45,92% das pessoas abordadas pela pesquisa é algo aceitável, mas 39,26% veem isso como uma atitude grave.
acredita o promotor Maviael Souza."A população tem uma certa dificuldade de entender pequenas práticas rotineiras do dia a dia como corrupção. Por exemplo, comprar produtos piratas. Quando você faz isso, alimenta todo um mercado criminoso, que vai desde a subtração dos direitos autorais, até dar dinheiro para o crime organizado. Nós temos que começar a mostrar à população que pequenas práticas transformam você em uma pessoa melhor ou fazem de você, desculpem a expressão, mais um mau caráter",
A pesquisa aponta que muitas pessoas acham grave ou muito grave o ato de furar a fila quando surge a oportunidade, mas não apontam maiores problemas em abrir mão do cupom fiscal para obter desconto na compra de uma mercadoria.
analisa o professor. Outro ponto abordado pela pesquisa é a quantidade de pessoas que admite ter cometido algum ato de corrupção: 28% dos entrevistados assume ter cometido, em algum momento."Quando é afetada diretamente, a população tende a ver a situação como mais grave",
lembra Uranilson."Esse é um dado importante, porque é muito difícil as pessoas admitirem",
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