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Autor da Semana Érico Veríssimo

Lissa

Chocolatier Honoris Causa
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Érico Veríssimo

BIOGRAFIA

Érico Lopes Veríssimo, nascido em Cruz Alta - Rio Grande do Sul em 1905,
veio de uma família arruinada. Filho do farmacêutico Sebastião Verissimo da Fonseca (1880-1935) e da dona de casa Abegahy Lopes, ou Dona Bega, tinha também um irmão mais novo, Ênio, nascido em 1907 e uma irmã adotiva, Maria. Aos quatro anos, o pequeno Érico foi diagnosticado com meningite complicada com broncopneumonia e o tratamento pelo médico Olinto de Oliveira salvou a vida do menino.

Estudou no colégio Venâncio Aires, em Cruz Alta, e sempre foi um aluno comportado e calmo. Gostava de ir ao cinema e ver o pai trabalhar. Com quase dez anos, criou uma revista, Caricatura, na qual desenhava e escrevia pequenas notas.
Aos treze anos, já lia autores nacionais, como Joaquim Manoel de Macedo e Aluísio Azevedo. Dentre os autores estrangeiros, estavam Émile Zola, Walter Scott e Dostoiévski.

Em 1920, foi matriculado no extinto colégio Cruzeiro do Sul, um internato de caráter protestante em Porto Alegre. Apesar de sua aversão a matematica, foi por muito tempo o primeiro aluno da sala. No último ano de colégio, teve crises de claustrofobia e pesadelos. Em 1922, concluía os estudos e os pais se separaram: Bega era uma mulher reclusa e econômica, enquanto que Sebastião era gastador e farrista. Erico e os irmãos, então, foram morar com os avós maternos. O pai entrou em depressão e acumulou dividas, perdendo a famrácia. No ano seguinte, Erico arrumou um emprego como balconista do armazem do tio Américo Lopes e depois no Banco Nacional do Comércio. Nesse periodo, já transcrevia obras de Euclides da Cunha e Machado de Assis. Tambem descobriu a musica lírica. A cada dia aprofundava mais sua leitura de escritores brasileiros e estrangeiros.

Para que Ênio pudesse estudar, a familia mudou-se para Porto Alegre, mas retornou após um ano, devido a extrema dificuldade de se manter na capital.

Em 1926, Érico se tornou sócio da Farmácia Central com um amigo do pai, mas o empreendimento faliu em 1930, deixando uma divida que só seria quitada dezessete anos depois. Além de farmacêutico, Érico trabalhou como professor de literatura e inglês.
Conheceu sua futura esposa em 1927. Mafalda Halfen Volpe, na época com 15 anos, ficou noiva de Verissimo em 1929. Foi nesse ano que o primeiro texto de Érico foi publicado. Chico: um conto de Natal saiu na revista mensal Cruz Alta em Revista. Seu amigo Manuelito de Ornelas enviou os contos Ladrão de Gado e A Tragédia dum Homem à revista d'O Globo. O jornal Correio do Povo publicou o conto A Lâmpada Mágica.


Década de 30


O pai de Érico engajou-se na Revolução de 30 e resolveu se mudar para Santa Catarina. Numa manhã de outubro, pai e filho se despediram para nunca mais se verem.

Após a falência de sua farmácia, Érico voltou a Porto Alegre em dezembro de 1930 para viver de escrever. Mafalda, já noiva, continuou em Cruz Alta. Érico foi contratado como secretario de redação da Revista d'O Globo e durante o tempo livre, encontrava-se com intelectuais da época, como Augusto Mayer e Mário Quintana em bares no centro da cidade.

No ano seguinte, ele regressou a Cruz Alta para se casar com Mafalda e os dois foram para Porto Alegre, pois Érico ja obtivera certa estabilidade financeira.
Em 1935, nasce a primeira filha do casal, Clarissa Veríssimo e no ano seguinte, Luis Fernando Veríssimo (que tambem viria a ser escritor). O casamento de Érico foi bastante feliz e ele mais tarde escreveu que sua carreira literária jamais teria sido possível sem a paciencia e o bom senso de Mafalda.


Para complementar a renda ganha n'O Globo, Érico começou a traduzir livros do inglês para o português. Primeiramente, traduziu The Ringer (O Sineiro) de Edgar Wallace. Começou tambem a colaborar para as edições dominicais dos jornais Diário de Notícias e Correio do Povo. Logo foi promovido a diretor da Revista do Globo, em 1932.

Em 1933, Erico traduziu o famoso livro Point Counter Point (O Contraponto), de Aldous Huxley e publicou o primeiro romance, Clarissa, que vendeu sete mil exemplares em 5 anos. O segundo romance, Caminhos Cruzados, publicado em 1935, foi considerado subversivo pela Igreja Católica e pelo Departamente de Ordem Pública e Social, levando o autor a policia para ser interrogado acerca de sua posição e opinião política.

As continuações de Clarissa, Música ao Longe e Um Lugar ao Sol, foram publicadas em 1936. Ele ganhou o Prêmio Machado de Assis por Música ao Longe. Criou na Rádio Farroupilha um programa infantil chamado O Clube dos Três Porquinhos que saiu do ar quando a censura do Estado Novo atingiu a rádio.
Olhai os Lírios do Campo, sua primeira obra a obter repercussão fora do Brasil ao ser traduzida para o indonésio, foi lançada em 1938.
Então Erico foi encarregado de conselheiro literário da Editora do Globo, selecionando escritores estrangeiros como Thomas Mann, Virginia Woolf e Balzac, para serem traduzidos e participando da criação das coleções Nobel e Biblioteca dos Séculos.


Década de 40


Após o enorme sucesso de Olhai os Lírios do Campo, o autor publicou Saga, considerado pelo proprio como seu pior romance.
Em 1941, morou por três meses nos EUA para fazer conferências, financiado pelo Departamento de Estado, graças a Política da Boa Vizinhança, plano de Roosevelt. Em seu retorno ao Brasil, presenciou um acidente real que o inspirou a escrever O Resto é Silêncio, após presenciar a queda de uma mulher do alto de um prédio, enquanto passeava com seu irmão. O livro recebeu muitas criticas da Igreja.

Em 1943, voltou aos EUA, desta vez com a familia, novamente financiado pelo Departamento de Estado, para dar aulas de Literatura Brasileira na Universidade da California, campus de Berkeley. Erico escreveu dois livros sobre essa viagem: Gato Preto em Campo de Neve (1941) e A Volta do Gato Preto (1947). Aceitou ir aos EUA porque discordava fortemente da política Vargas.

Somente em 1947, sua obra prima, O Tempo e o Vento, começou a ser escrita. Sua ideia primaria era colocar duzentos anos da historia do Rio Grande do Sul (o periodo desde 1745 a 1945) em um unico volume. Por fim, em três volumes, totalizou 2.200 páginas. O Continente, primeiro volume, foi lançado em 1949 , marcando o momento mais importante da carreira de Verissimo. Desse volume, sairiam varios personagens populares e primordiais, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo Cambará.


Década de 50


Em 1950, Verissimo escreveu o segundo volume de O Tempo e o Vento, O Retrato, publicado no ano seguinte. Em 1952, tentou escrever o ultimo volume da trilogia, mas não conseguiu. Acabou por publicar Noite em 1954, fazendo muito sucesso fora do país. Foi agraciado nesse mesmo ano com o Prêmio Machado de Assis.

Entre 1953 e 1956, voltou a morar nos EUA como diretor do Departamento de Assuntos Culturais da OEA (Organização dos Estados Americanos) em Washington. Tentou novamente terminar o ultimo volume de O Tempo e o Vento, sem sucesso. Pouco antes de retornar, recebeu a noticia de que sua filha estava noiva de um americano chamado David Jaffe e os dois deram três netos a Verissimo.




Década de 60 e 70


Sofreu o primeiro infarto do miocárdio em 1961. Ficou em repouso absoluto e durante esse tempo finalmente trabalha n'O Arquipélago, ultima parte de O Tempo e o Vento. Decidiu viajar à Grécia com a esposa, em 1962, e entregou O Arquipélago pronto para a publicação. Em outubro de 1963, vítima de câncer no pulmão, faleceu a mãe de Érico, aos 78 anos. Em 64, Luis Fernando Verissimo casa-se com Lucia Helena Massa, e também deram três netos ao escritor.

Em 65, publicou o romance O Senhor Embaixador, uma obra de reflexão sobre os descaminhos da América Latina. Publicou sua autobiografia, O Escritor diante do Espelho, em 1966, ampliada mais tarde.


Incidente em Antares, romance de 1971, traçou um resumo da historia do Brasil desde o inicio e rumou na fantasia, com uma rebelião de cadáveres durante uma greve de coveiros na cidade fictícia de Antares. Em 72, no 40º aniversario de publicação de sua primeira obra, relançou Fantoches, com desenhos e notas de sua autoria.
Em 73, publica o primeiro volume de Solo de Clarineta, a segunda e ampliada autobiografia.


MORTE


No dia 28 de novembro de 1975, Érico Veríssimo sofre um enfarte fatal.
A segunda parte de sua autobiografia programada para ser uma trilogia e um romance que se chamaria A Hora do Sétimo Anjo foram interrompidos. Em 1976 foi publicado postumamente o segundo volume de Solo de Clarineta, editado por Flávio Loureiro Chaves.
O poeta Carlos Drummond de Andrade publicou o poema A Falta de Érico Veríssimo.


Obra


Os livros de Érico Veríssimo foram traduzidos para o alemão, espanhol, finlandês, francês, holandês, húngaro, indonésio, inglês, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e tcheco.

Contos

Fantoches
As mãos de meu filho
O ataque
Os devaneios do general
Chico: um conto de Natal

Romances

Clarissa – 1933
Caminhos cruzados – 1935
Música ao longe – 1936
Um lugar ao sol – 1936
Olhai os lírios do campo – 1938
Saga – 1940
O resto é silêncio – 1943
O tempo e o vento (1ª parte) — O continente – 1949
O tempo e o vento (2ª parte) — O retrato – 1951
O tempo e o vento (3ª parte) — O arquipélago – 1962
O senhor embaixador – 1965
O prisioneiro – 1967
Incidente em Antares – 1971

Novela

Noite (a publicação em Portugal contém ainda "A Sonata", uma pequena história sobre um solitário professor de música que se vê transportado ao passado, ao ano de seu nascimento, onde se apaixona por uma bela mulher) – 1954

Literatura infantojuvenil


A vida de Joana d'Arc – 1935
As aventuras do avião vermelho – 1936
Os três porquinhos pobres – 1936
Rosa Maria no castelo encantado – 1936
Meu ABC – 1936
As aventuras de Tibicuera – 1937
O urso com música na barriga – 1938
A vida do elefante Basílio – 1939
Outra vez os três porquinhos – 1939
Viagem à aurora do mundo – 1939
Aventuras no mundo da higiene – 1939
Gente e bichos – 1956

Narrativas de viagens

Gato preto em campo de neve – 1941

A volta do gato preto – 1946
México – 1957
Israel em abril – 1969

Autobiografias


O escritor diante do espelho – 1966 (em "Ficção Completa")
Solo de clarineta – Memórias (1º volume) – 1973
Solo de clarineta – Memórias 2 – 1976 (ed. póstuma, organizada por Flávio L. Chaves)

Ensaios


Brazilian Literature – an Outline – 1945
Mundo velho sem porteira – 1973
Breve história da literatura brasileira – 1995 (tradução de Maria da Glória Bordini)

Biografia

Um certo Henrique Bertaso – 1972

Compilações

Suas obras foram compiladas em três ocasiões:

Obras de Erico Verissimo – 1956 (17 volumes)
Obras completas – 1961 (10 volumes)
Ficção completa – 1966 (5 volumes)


Romances Traduzidos


O sineiro (The Ringer), de Edgar Wallace – 1931
O círculo vermelho (The Crimson Circle), de Edgar Wallace – 1931
A porta das sete chaves (The Door with Seven Locks), de Edgar Wallace – 1931
Classe 1902 (Jahrgang 1902), de Ernst Glaeser – 1933
Contraponto (Point Counter Point), de Aldous Huxley – 1934
E agora, seu moço? (Kleiner Mann, Was nun?), de Hans Fallada – 1937
Não estamos sós (We Are Not Alone), de James Hilton – 1940
Adeus Mr. Chips (Goodbye Mr. Chips), de James Hilton – 1940
Ratos e homens (Of Mice and Men), de John Steinbeck – 1940
O retrato de Jennie (Portrait of Jennie), de Robert Nathan – 1942
Mas não se mata cavalo? (They Shoot Horses, Don't They?), de Horace McCoy – 1947
Maquiavel e a dama (Then and Now), de Somerset Maugham – 1948
A pista do alfinete novo (The Clue of the New Pin), de Edgar Wallace – 1956
Contos
Psicologia (Psychology), de Katherine Mansfield – 1939 (Revista do Globo)
Felicidade (Bliss), de Katherine Mansfield – 1940
O meu primeiro baile (Her First Ball), de Katherine Mansfield – 1940 (Revista do Globo)


Documentário sobre o autor


Um contador de histórias - 1974
Curta-metragem com direção de David Neves e Fernando Sabino
Narração: Hugo Carvana

Adaptações de obras

-Para o cinema

Mirad los lirios del campo, Argentina – 1947
Baseado em Olhai os lírios do campo
Direção de Ernesto Arancibia
Roteiro: Túlio Demicheli.
Atores: Jose Olara e Mauricio Jouvert

O sobrado, Brasil – 1956
Baseado em O tempo e o vento
Direção: Cassiano Gabus Mendes e Walter George Durst
Atores: Rosalina Granja Lima e Lima Duarte

Um certo capitão Rodrigo, Brasil – 1970
Baseado em O tempo e o vento
Direção: Anselmo Duarte
Atores: Francisco di Franco e Newton Prado

Ana Terra, Brasil – 1971
Baseado em O tempo e o vento
Direção: Durval Gomes Garcia
Atores: Rossana Ghessa e Geraldo Del Rey

Noite, Brasil – 1985
Baseado em Noite
Direção: Gilberto Loureiro
Atores: Paulo César Pereio, Cristina Aché e Eduardo Tornaghi

-Para a televisão

O tempo e o vento, Brasil – 1967
Telenovela baseada no romance homônimo
Adaptação de Teixeira Filho
Direção: Dionísio Azevedo
Atores: Carlos Zara, Geórgia Gomide e outros
TV Excelsior

Olhai os lírios do campo, Brasil – 1980
Telenovela baseada no romance homônimo
Adaptação de Geraldo Vietri e Wilson Aguiar Filho
Direção: Herval Rossano
Atores: Cláudio Marzo, Nívea Maria, João Paulo Adour e outros
TV Globo

O resto é silêncio, Brasil – 1982
Minissérie baseada no romance homônimo
Adaptação de Mário Prata
Direção: Arlindo Pereira
Atores: Carmem Monegal, Fernando Peixoto e outros<br

Música ao longe, Brasil – 1982
Minissérie baseada no romance homônimo
Adaptação de Mário Prata
Direção: Edson Braga
Atores: Djenane Machado, Fausto Rocha e outros
TV Cultura

O tempo e o vento, Brasil – 1985
Minissérie baseada no romance homônimo
Adaptação de Doc Comparato
Direção: Paulo José
Atores: Tarcísio Meira, Glória Pires e outros
TV Globo

Incidente em Antares, Brasil – 1994
Minissérie baseada no romance homônimo
Adaptação de Charles Peixoto e Nelson Nadotti
Direção: Paulo José
Atores: Fernanda Montenegro, Paulo Betti e outros
TV Globo

O resto é silêncio, Brasil - 2005
Em teledramaturgia especial da RBS TV Cinco vezes Érico.
Direção: Marcio Schoenardie
Atores: Jairo de Andrade (Antônio Santiago), Cristina Kessler (Nora), Leonardo Barison (Roberto), Ida Celina (Lívia), Luciana Rossi (Joana Karewska), Nadya Mendes (Regina), Rodrigo Pessin (noivo), Marcelo Herrera (policial)
RBS TV

Prêmios e títulos


Prêmio Machado de Assis, da Cia. Editora Nacional, em 1934, por Música ao longe
Prêmio Fundação Graça Aranha por Caminhos cruzados
Título Doutor Honoris Causa, em 1944, pelo Mills College, de Oakland, Califórnia, onde dava aulas de Literatura e História do Brasil
Prêmio Machado de Assis, em 1954, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra
Título de Cidadão de Porto Alegre, em 1964, conferido pela Câmara de Vereadores daquela cidade
Prêmio Jabuti – Categoria Romance, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, pelo livro O senhor embaixador
Prêmio Intelectual do Ano (Troféu Juca Pato), em 1968, concedido pela Folha de São Paulo e pela União Brasileira de Escritores.


FOTOS

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Ninguém melhor do que uma pessoa que se chama Clarissa para criar este tópico, né? XD

O casamento de Érico foi bastante feliz e ele mais tarde escreveu que sua carreira literária jamais teria sido possível sem a paciencia e o bom senso de Mafalda.
Queria ser escritora, mas me falta o principal: saber escrever. :rofl: Eu só me casaria se fosse com alguém que tivesse paciência (e falta de bom senso, né?) para morrer de fome ao meu lado.

Ninguém, no mundo todo, gosta mais de "Noite" do que eu. Sério. Idolatro. E tenho um carinho todo especial pela minha edição, porque ganhei do meu melhor amigo.
 
Ninguém melhor do que uma pessoa que se chama Clarissa para criar este tópico, né? XD

Tá na listinha dos meus livros preferidos. Ela me deu o livro com essa capa LYNDAH
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no meu aniversário de 9 anos. Foi um PARTO pra achar. Íamo de livraria em livraria, não tinha em estoque nem pra encomenda. FINALMENTE achamos essa edição de 2003 numa livraria meio obscura do centro do Rio.

Eu li vários livros infantis dele: O Urso com Música na Barriga, Os Três Porquinhos Pobres, Outra Vez os Três Porquinhos, A Vida do Elefante Basílio... Destaque pra história do Elefante Basílio, que é muuuuuito gostosa. Livros que vou guardar com muito carinho pros meus filhos.
 
Parabéns pelo tópico! :mrgreen:
De E. Veríssimo eu li apenas um livro e achei maravilhoso, simplesmente assim! ^^
Olhai os lírios do campo foi uma leitura de três madrugadas insones, muito bom e aconselho a lê-lo, diálogo consigo mesmo, dúvidas, a filosofia marcante, é tão visível ver Platão no imaculado e perfeito Castanho e Hobbies no Realista/Pessimista Dr.Seixas.
Ótimo! *-*

Depois de começar, acho que não pretendo terminar em apenas um, vou continuar procurando livros de Érico Veríssimo.
 
Oia aqui, ó, saiu resenha de Clarissa no Meia Palavra, hoje. Coisa boa demais da conta, uai:

Liv disse:
Clarissa foi o primeiro romance escrito pelo escritor gaúcho Érico Veríssimo – conhecido pela trilogia O Tempo e o Vento – e publicado em 1933. O livro pertence à segunda fase do modernismo – considerada mais madura e crítica do que a fase anterior, nas obras eram abordadas problemas sócio-políticos como desigualdade social.

A história é simples, real e romântica. É o relato da vida da menina Clarissa, que sai da casa dos pais para estudar na cidade grande (Porto Alegre) e como ela percebe o mundo ao seu redor. A partir desse livro, percebem-se traços que acompanham o autor ao longo de sua carreira, como o gosto pelas descrições.

Ao chegar à pensão da Dona Zina, Clarissa descobre aos poucos que a vida não é um sonho cor-de-rosa e entra em contato com perspectivas que não condizem com a sua noção de otimismo, como a deficiência física de Tonico, que perdeu as pernas em um acidente e sonhava em marchar com os exércitos, mas acaba falecendo e toda a tristeza que isso causa à sua mãe e Amaro; o músico taciturno e sombrio que ama Clarissa em segredo ao longo da história – porém esse amor não é sexual e isso fica bem claro. Clarissa é o sopro de ar fresco na vida de Amaro, pois é aquilo que ele nunca fora: alegre e seguro. “O raio de sol é de um outro mundo. Clarissa se pudesse falar, se tu pudesses entender. Eu te diria que nunca desejasses que o tempo passasse. Eu te pediria que fizesses durar mais e mais este momento milagroso.”

Nessa passagem da infância para a adolescência, Clarissa entra em contato com sentimentos desconhecidos como o assombro em descobrir o adultério de Ondina, casada com Barata. Com os acontecimentos “cotidianos”, ela vai amadurecendo aos poucos e descobrindo o mundo.

Devido à sua curiosidade, temos a construção dos personagens através dos olhos da menina, que não gostava de estudar e sentia saudades de casa. Ela encarna toda a beleza da simplicidade por ser jovem e ingênua e por retratar uma Porto Alegre provinciana. A história de Clarissa é envolvente, pois o autor a escreveu de forma tão leve que temos a sensação de estar na pensão da Dona Zina como um dos hóspedes.

Clarissa
Páginas: 184
Sugestão de Preço: R$ 37,50

Fonte: http://blog.meiapalavra.com.br/2012...mo/?utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed
 
Oia aqui, ó, saiu resenha de Clarissa no Meia Palavra, hoje. Coisa boa demais da conta, uai:


Assim, já que tu citastes o Meia Palavra, e que eu estou a tempos por resolver um problema, pode ser que venha uma Luz ao meu fim de túnel.
Há séculos eu fiz um login no Meia (acho e espero) porque meu nome Arringa Hrívë está sendo usado e, quem neste mundo usa um nick tão eloquente e estranho como esse sem saber o seu devido significado? Ninguém, só pode ser meu login, que eu tentei fazer uma vez, postei uma vez e depois nunca mais consegui logar. =/
Cléo, tem como ajudar??? Please!
 
Parabéns pelo tópico. Bom ver o Rio Grande do Sul representado novamente no autor da semana. Bom saber que Érico também faz sucesso no estrangeiro :dente:

Para quem ainda não leu recomendo o "Tempo e o Vento" e "Saga".
 
Assim, já que tu citastes o Meia Palavra, e que eu estou a tempos por resolver um problema, pode ser que venha uma Luz ao meu fim de túnel.
Há séculos eu fiz um login no Meia (acho e espero) porque meu nome Arringa Hrívë está sendo usado e, quem neste mundo usa um nick tão eloquente e estranho como esse sem saber o seu devido significado? Ninguém, só pode ser meu login, que eu tentei fazer uma vez, postei uma vez e depois nunca mais consegui logar. =/
Cléo, tem como ajudar??? Please!
Olha, o que eu posso fazer por você, é chamar a Anica aqui. Se alguém tem como te ajudar, esse alguém é ela. XD
 
A Anica é a administradora do Meia Palavra, Blanda, por isso eu disse que ela pode te ajudar.
 
Olha só. Adoro Érico e quero compartilhar com vocês um pouco da minha obra preferida dele:

Olhai os Lírios do Campo é um romance de Érico Veríssimo, escrito em 1938. O título da obra foi baseado num trecho do Sermão da Montanha.

Narra a história de Eugênio Fontes, que, com muito sacrifício, se forma em Medicina. Na faculdade, Eugênio se apaixona por Olívia, mas se casa por interesse com Eunice, uma mulher rica. Com essa história ao fundo, o autor compõe um painel de tipos humanos sempre às voltas com o conflito segurança versus felicidade.
A primeira parte do romance começa com Eugênio viajando de sua propriedade rural em Santa Margarida, rumo à cidade que dista três horas de automóvel. O chamado veio de um hospital onde outra médica, Olívia, está morrendo. Enquanto aguarda a chegada à cidade, Eugênio, em sucessivos flashbacks, retoma seu passado. Evoca a infância infeliz, dada à pobreza do pai alfaiate, e o desejo que o acometera de tornar-se um homem rico e livrar a família de todas as vergonhas geradas pela miséria. Graças ao sacrifício dos pais, pudera estudar em ótimos colégios, inclusive em um internato de alto nível chamado Columbia College. Nesse meio tempo, um amigo da família, Florismal, anuncia o início da Primeira Guerra Mundial.
Em sua adolescência, ainda no colégio, Eugênio passa uma noite de tempestade aflito e presencia a morte de um professor, Mr. Tearle. Eugênio termina os estudos e inicia o curso de Medicina, sempre odiando a humildade da família e aspirando a uma posição de riqueza. Tinha um amigo da faculdade chamado Alcibíades, de quem tinha uma certa inveja devido aos seus automóveis, cavalos de corrida e quarenta gravatas.
Um ano antes de sua formatura, o pai morrera. E, na noite em que se formava, conheceu Olívia, colega de turma, tão pobre como ele. Eugênio e Olívia começam a trabalhar juntos no Hospital do Sagrado Coração. Nessa época inicia-se a Revolução de 30. Em uma dessas noites, Eugênio faz sua primeira operação e perde o paciente.
O relacionamento amoroso entre Eugênio e Olívia torna-se inevitável. Mas, em nenhum momento, Eugênio assumira qualquer compromisso com ela. Esta, no entanto, ao receber um convite para clinicar por alguns meses em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, resolvera partir. Eugênio permanece em Porto Alegre e conhece Eunice, filha de um grande empresário, com quem noiva. Escreve uma carta a Olívia para comunicar-lhe o fato. A jovem médica vem a capital e aceita resignadamente o casamento do seu amado. Mais tarde, quando ela retorna definitivamente para Porto Alegre, revela a Eugênio que ele é pai de sua filha, Anamaria.
O casamento de Eugênio como Eunice logo entrara em corrosão. O rapaz pensava em assumir Olívia e a filha, mas o fantasma da pobreza mais uma vez o afastaria da mulher que amava. Quando chega ao hospital, recebe a notícia da morte de Olívia.
Na segunda parte, Eugênio rompe o casamento com Eunice, sendo encorajado por causa da filha, e passa a ser um médico de pobres, iniciando uma amizade maior com Dr. Seixas. Encontra, então, a harmonia interior.
Sua visão de mundo resume-se na solidariedade e na tentativa de criação de um mundo melhor. Muda-se para a casa dos Falk, onde Olívia morava. Publica, em um jornal, uma nota à procura do irmão, Ernesto.
Certa vez, atendendo em seu consultório, entraram Simão e Dora. Eugênio surpreendeu-se ao saber que Dora estava grávida de três meses. Desesperado, Simão pede a Eugênio que faça um aborto, mas ele nega. Os dois saem dali e somem pelo resto do dia. No fim da noite, o Dr. Seixas informa à Eugênio que uma enfermeira realizou o aborto, e ela tivera uma hemorragia, vindo a falecer.
O livro termina com Eugênio e sua filha, Anamaria, em uma linda tarde ensolarada em uma praça.

Assim como coloquei no tópico sobre o autor no sub forum Autores Brasileiros, quero deixar essas partes da Carta que a Olivia mandou pro Eugenio aqui também :amor:

"O dia mais importante da minha vida foi aquele em que, recordando todos os meus erros, achei que já chegara a hora de procurar uma nova maneira de ser útil ao próximo, de dar novo rumo às minhas relações humanas.

Que era que eu tinha feito senão satisfazer os meus desejos, o meu egoísmo? Podia ser considerada uma criatura boa apenas porque não matava, porque não roubava, porque não agredia? A bondade não deve ser uma virtude passiva.

No dia em que achei Deus, encontrei a paz e ao mesmo tempo percebi que de certa maneira não haveria mais paz para mim. Descobri que a paz interior só se conquista com o sacrifício da paz exterior. Era preciso fazer alguma coisa pelos outros.

O mundo está cheio de sofrimento, de gritos de socorro. Que tinha eu feito até então para diminuir esse sofrimentos, para atender a esses apelos? Eu via a meu redor pessoas aflitas que para se salvarem esperavam apenas uma mão que as apoiasse, nada mais que isso. E Deus me dera duas mãos! Pensei em tudo isso numa noite de insônia. Quando o dia nasceu senti que tinha nascido de novo com ele."
e mais esse:

Quero que abra os olhos, Eugênio, que acorde enquanto é tempo. Peço-te que pegues a minha Bíblia que está na estante de livros, perto do rádio, leias apenas o Sermão da Montanha. Não te será difícil achar, pois a página está marcada com uma tira de papel. Os homens deviam ler e meditar esse trecho, principalmente no ponto em que Jesus nos fala dos lírios do campo que não trabalham nem fiam, e no entanto nem Salomão em toda sua glória jamais se vestiu como um deles.

Está claro que não devemos tomar as parábolas de Cristo ao pé da letra e ficar deitados à espera de que tudo nos caia do céu. É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.
 

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