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O psicopata mora ao lado.

Pim

God, I love how sexy I am!
Aproveitando o tema deste tópico resolvi abrir um só para falarmos sobre psicopatia.

Àqueles que não sabem, psicopata não é sinônimo de serial killer. Estes são só uma pequena parcela daqueles. A psicopatia, por definição, é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Ela se manifesta em espectro e varia desde grau leve até os gravíssimos.

O grau leve é aquela pessoa que tira vantagem de tudo e todos que o cercam. Ficam amigos por interesse, passam por cima de qualquer um, são mentirosos compulsivos, manipuladores, não tem senso moral, nem sentem remorso pelas suas atitudes. O moderado é, pra exemplificar bem, o dos líderes (geralmente de empresas, religiosos ou políticos), que roubam da população sem sentir um pingo de remorso. O grave é, enfim, o serial killer, que mata com requintes de crueldade para conseguir seus objetivos.

Estimativas apontam que 4% da população mundial é psicopata. Destes, 3% são compostos por homens e 1% por mulheres. Algumas características gerais ajudam bastante a identificar o real psicopata:

Emoções superficiais e teatralidade: Os psicopatas não sentem de fato as emoções, mas aprendem desde sempre a mimetizá-las. Eles fingem que sentem, agem como tal, mas estão atuando para passarem desercebidos entre nós.

Frieza e ausência de sentimentos: Este sintoma é bem clássico e fala por si mesmo. Os psicopatas não se abalam com nada e são incapazes de se colocar no lugar do outro e imaginar sentir o que eles estão sentindo.

Muito mais razão que emoção: Aqui é óbvio. Nós somos um balanço entre razão e emoção. Como eles não tem emoção, a razão move totalmente seus atos.

Encanto superficial e sedução: Os psicopatas são "predadores sociais". Assim como os predadores, na natureza, usam de cores e cheiros variadíssimos pra atrair suas presas, os psicopatas usam o charme, a aparente bondade e a prestatividade para conquistar alguém e sugar tudo que ela tem a oferecer.

Irritabilidade e intolerância às frustrações: Por não terem empatia (capacidade de sentir o que o outro sente), não conseguem se projetar na outra pessoa e perceber, através dos sentimentos, o motivo daquele "não". Quando recebem uma negativa que acham incoerente (porque pra eles o que vale é a lei da razão) eles ficam realmente bravos e, em alguns casos, agressivos.

Mentiras e comportamento fantasioso: Por não terem senso moral nem emoções, eles tendem a fazer o que for possível pra conseguir o que querem, e isso inclui mentir de modo convincentíssimo, inventar fatos e acreditar neles para passar veracidade. Quando as pessoas comuns mentem, o organismo delas reage de forma diferente, o coração acelera, a pessoa sua, etc; o dos psicopatas não.

Vazio existencial e tendência ao tédio: Psicopatas são pessoas excessivamente sensíveis ao tédio, monotonia e tudo o que for relativo à "constância". Necessitam constantemente de estímulos, pois são ausentes de emoções reais. Pessoas assim ficam entediadas muito facilmente, não suportam monotonia e rotina, e estão em busca constante por estímulos e excitações que lhe ofereçam perigo para se livrarem do tédio. Por isso, eles enjoam facilmente de tudo e todos. Então, seus relacionamentos, empregos, preferências e objetivos estão em constante mudança, porque enjoam muito fácil das coisas. Eles precisam sempre de novidades a fim de que não caiam na monotonia. Assim, seus relacionamentos não são duradouros, eles não param em um emprego fixo, seus objetivos perdem a graça muito fácil, seus gostos são instáveis etc.

Egoísmo e egocentrismo: Como psicopatas são seres incapazes de sentir sentimentos calorosos por outros seres humanos - tais como o amor, altruísmo, generosidade, humildade e pena - eles não conseguem amar outras pessoas; não ao menos da mesma forma que a maioria das pessoas consegue. Na realidade, nos psicopatas o que predomina é um grande sentimento de posse. Apesar do ciúme e possessividade andarem lado a lado, o ciúme geralmente é normal e - até certo ponto - necessário numa relação, mas o ciúme doentio é fruto de uma baixa auto estima e insegurança. Do outro lado, a possessividade - diferente do ciúme doentio visto como sinal de insegurança - é um sentimento egoísta e que geralmente não está relacionado a uma insegurança e sim a uma personalidade egoísta que não sabe diferenciar objeto de pessoa, tratando, assim, pessoas como meros objetos, pois enquanto o ciúme pode ser visto como um sentimento para com pessoas; a possessividade está muito mais relacionada a objetos, "ter apenas para si tal objeto" por puro egoísmo. É por isso que no psicopata o que predomina é a possessividade. Como eles são exímios egocêntricos e não sentem nada, eles não têm a insegurança típica de quem ama, mas sim um sentimento de posse, na qual a outra pessoa é vista como um objeto que é apenas dele e não deve ser dividido de forma alguma. Às vezes, quando eles demonstram afeto por alguém, ou é pura dissimulação ou um grande sentimento de possessividade por tal pessoa, o que faz frequentemente, a princípio, acreditarem que estão apaixonados, quando na verdade, não sentem nada mais que posse por tal pessoa. Além disso, tendem sempre a inventar desculpas de sua possessividade (por ex, "é porque eu te amo", "tenho medo de perdê-la (o)" ou ainda "é porque tenho ciúme de você").

Incorregibilidade e ausência de remorso: A incorregibilidade acontece porque o que faz com que a pessoa aprenda que uma coisa errada é errada é o remorso que sua ação causou. Você não mente pra sua namorada, por exemplo, porque uma vez mentiu, ela descobriu, ficou péssima e você teve remorso pelo que causou a ela. Com os psicopatas não tem isso! Como não sentem remorso, não tem a "trava emocional" que os impede de fazer os atos ditos errados, então são considerados incorrigíveis.

Tem uma entrevista ótima de uma psiquiatra aqui do Rio que escreveu um livro sobre o assunto, a Drª Ana Beatriz Silva. Segue abaixo:



E aí, o que vocês acham disso? Uma pessoa a cada 25 é psicopata. Provavelmente você conheceu - e identificou - pelo menos um, e tem mais alguns que conhecemos sem saber sua real natureza.

Eu mesma conheci dois bem clássicos. Morei com uma num pensionato e o outro foi um ex namorado da minha irmã. Ambos eram "casos de livro" e deixaram um rastro de mentiras e destruição por onde passaram.

Vocês conhecem alguém assim? Já tiveram que lidar com alguém desse jeito? Acham que identificaram essas características naquele teu colega de escola/faculdade/trabalho?

Opinem!
 
Última edição por um moderador:
Bem, puxando aqui na memória acho que diagnosticado mesmo o máximo que cheguei a conhecer foram esquizofrênicos (uma psicose que também adoece a mente).

Fazendo uma análise na parte do estímulo (lembrando o outro tópico em que estão discutindo sobre economia planificada versus capitalismo) uma professora na faculdade dizia que nada sobrevive sem estímulo. Por essa razão regimes e sociedades (que são a expressão dos indivíduos) precisam e sempre vão precisar de estímulo ou de um capital valoroso de troca. Os homens freqüentemente transformam as ferramentas úteis em desequilíbrios em que estímulos naturais da vida passam a ser encarados como patológicos.

Alguns tipos de estímulos específicos são buscados por pessoas com desequilíbrios psicológicos para alimentar a compulsão, a obsessão, o vício ou a doença.
 
Eu tenho 3 características acima, estou começando a ficar com medo da minha pessoa.
#éserio
 
O autodiagnóstico não funciona, nestes casos. Pro diagnóstico de sociopatia precisa de algumas consultas com um psiquiatra mais experiente, onde ele pergunta sobre infância, amigos, colégio/trabalho, e geralmente há entrevista com familiar também. Nada é tão simples quanto parece, hehe, este é um diagnóstico difícil de dar e de receber.
 
O engraçado é que meus colegas de mestrado vivem falando que eu sou psicopata, mas eu me considero bem o oposto. :think:
 
Véi, lendo isso, sem maldade nem piada, lembrei da minha ex-mulher. :think:
 
Hm... Tenho certeza que uma pessoa muito próxima a mim tem isso. Tem todos os sintomas, e sempre tive dificuldade de lidar com essa pessoa. Eu já até disse que essa precisaria de um acompanhamento profissional, mas isso parece uma ofensa...

O que eu faço? Qual a melhor forma de lidar com uma pessoa assim?
 
Sim, porque vc é a pessoa certa pra diagnosticar a mulher que te chifrou e fica com 30% do seu salário.


Talvez eu seja um pouco frio e sem sentimentos. :think:

LOL, não só por isso, ow. Ela tem muitas das coisas acima, sério. Ok, sou suspeito a falar. Mas ela é sim.

E você também.
 
Uma pessoa assim: Mel... quer dizer, não conheço ninguém.

Então Pim esse negócio de auto-diagnóstico não funciona? Pois eu também me classificaria como um leve.

E não conheço ninguém assim, pelo menos não estou lembrando agora.
 
Ser o oposto de alguma coisa é normalmente da mesma ordem de dificuldade - isso quando há espaço para antonímias.

Enfim, será mais normal cair dentro de alguns critérios, mesmo que poucos e com intensidade leve, do que não ter nenhuma das manifestações.
 
Apesar do auto-diagnóstico ser furada, eu to looonge disso aí. Sou racional sim, mas no sentido de tentar compreender tudo que me cerca, mas sou totalmente emotivo, manteiga derretida, sinto empatia monstruosa pelas pessoas, choro com bobeira, me emociono fácil, e demonstro. Já tive dificuldade de demonstrar na adolescência, hoje tenho dificuldade de conter minhas demonstrações de afeto. Talvez aqui o problema seja carência. Bom, pelo menos psicopatia não é. =P
 
respondendo binariamente, eu seria um psicopata haha. mas como não dá pra responder binariamente, me abstenho. anw, já convivi sim com gente complicada, e uma coisa é bem verdade: inconsequencia/irresponsabilidade/infantilidade é facinho de confundir com desordens psiquiatricas.
 
Para quem curte o assunto o psiquiatra australiano Joseph Dunn comenta no livro "Pessoas Problemáticas" (publicado no Brasil pela Madras) que é muito difícil encontrar uma pessoa que possua um perfil de personalidade puro que mostre sinais de apenas uma categoria de distúrbio. A maioria das pessoas tende a trazer ocasionalmente uma combinação de traços de vários tipos apresentados e que costumam ser na maioria das vezes temporários ou adquiridos sem ter muita profundidade pela mente. Já nos casos diagnosticados, diferente das leves pertubações que todo mundo tem por causa do dia a dia nos problemas graves de patologias mentais existe impacto social sério e preocupante que levam o profissional da saúde a interferir e produzir o diagnóstico.

No começo do livro ele pede para que se resista a tentação de começar a classificar todo mundo na rua.

Aqui no Brasil existem dados que apontam para um sub-diagnóstico das doenças mentais da população e do tratamento de público de saúde ser inoperante e inexistente, ou seja a recomendação do começo do livro deve levar em consideração nossa realidade local selvagem em que o país desvaloriza o profissional da psicologia e da psiquiatria (as vezes até perseguindo profissões e profissionais). Enquanto a realidade não muda a melhor defesa do cidadão é a leitura e a educação.

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